segunda-feira, 11 de junho de 2018

Os Sete passos do filho pródigo para a vitória

Os Sete passos do filho pródigo para a vitória 

(Lc 15.11-17)

Após o filho pródigo abandonar a casa do Pai resolvendo cujo final redundou em uma trajetória de fracassos e dissabores, chegou a conclusão que a sua rebeldia tinha lhe custado um alto preço. Esta situação serviu de instrumento para quebra da casca do orgulho e soberba fazendo com que surgisse em seu interior o desejo de retornar à casa do pai, de onde nunca deveria ter saído. A quebra da casca faz surgir o lado sensível que ainda não havia sido atingido levando o filho pródigo cair em si.

Esta obra somente é feita através do Espírito Santo que convence o mundo do pecado da justiça e do juízo – Jo 16.8.

O CAMINHO PARA A VITÓRIA:

1 – Seu despertar – caiu em si – v.17

2 – Sua reflexão – eu aqui morro de fome – v.17

3 – Sua decisão – levantar-me-ei – v.18

4 – Sua confissão – eu pequei – v.18

5 – Sua declaração – eu não sou digno – v.19

6 – Sua prontidão – abrir mão de tudo – v.19

7 – Seu regresso – levantou-se e foi – v.20 a

A parábola certamente é uma das mais conhecidas entre os cristãos e também entre os não crentes. Por ser uma das mais conhecidas, corre também o risco de ser uma das mais mal interpretadas. Para ilustrar seu ponto de vista, ele cita 2 exemplos:

1. A parábola não fala da ira ou da justiça do pai ao receber o filho, mas descreve seu amor. Logo, poderíamos concluir que o Pai não tem ira nem justiça, mas tão somente amor e aceitação.

2. A parábola não fala de um intermediador entre o pródigo e o pai, apenas fala do filho indo ao pai. Logo, poderíamos deduzir que Jesus não é necessário para nos conciliar com o Pai.
Por estas e outras razões é que se faz necessário olharmos para as parábolas (e também para a Bíblia) a partir de uma visão geral e ampla, sempre considerando o todo de sua verdade infalível. Quando começamos a relativizar o ensino bíblico, caímos nos laços liberais, partimos para a heresia e anulamos a sã doutrina.

Nesta parábola, Jesus responde a declaração que os fariseus e seus mestres fizeram a ele quando disseram: "Este homem recebe pecadores e come com eles". (15.2) Lucas já havia registrado no capítulo 5, versículo 31 quando Jesus dissera: "Não são os que tem saúde que precisam de médico, mas os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento". É mister notarmos que Jesus não estava dizendo a eles que existem pessoas que são naturalmente justas e outras que são pecadoras, mas sim, fazia uma distinção entre os fariseus (que se achavam justos) e os "pecadores" (o restante do povo que à vista dos fariseus não cumpria todas as ordenanças impostas por eles).

Alguns versículos antes, Jesus havia dito: "Se alguém vem a mim e ama... até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo". 14.26 Temos neste versículo o retrato perfeito do que aconteceu ao filho pródigo. Ele havia pedido sua herança ao seu pai, saiu de casa para desperdiçar seus bens e acabou por desperdiçar boa parte de sua vida.

A Bíblia de Estudos de Genebra comenta que não era comum o pai entregar o patrimônio aos filhos. Informa-nos também que o filho mais velho tinha direito a 2/3 da herança, logo, o filho mais moço (o pródigo) recebera 1/3 dela. Quando o pai entregava o patrimônio aos filhos, ele retinha o usufruto da renda, ou seja, o pai não podia se desfazer do patrimônio (pois já era de seus filhos), mas os filhos podiam vendê-lo. Contudo, caso os filhos vendessem a parte que lhes era devida, o comprador não podia tomar posse antes da morte do pai. Tal feito era muito incomum durante aqueles dias.

Nosso quadro então está pintado com um filho que acabara de receber sua herança, que acabara de ter recebido a parte que lhe era devida. A Bíblia nos diz que esse jovem "foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente".(v.13) Este filho que tinha a herança em suas mãos, que tinha a oportunidade de fazer bons negócios e de ampliar sua riqueza, agora resolve sair e desperdiçar sua preciosa herança. Não bastasse tê-la desperdiçado e tê-la empregado em situações que não lhe convinham, este filho sequer matutou na possibilidade de poupar um pouco de seus bens, para o caso de lhe sobrevir alguma necessidade. Eis então que depois "de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade". (v. 14)

Amados, aqui temos o exemplo de um péssimo de filho. O exemplo de alguém descuidado, o exemplo de alguém que achava que suas riquezas durariam para sempre, o exemplo de um filho que pensou que nunca iria ter falta de coisa alguma! Este filho tinha tudo para se dar bem na vida, mas se deixou levar pelas suas paixões e não reconheceu o devido valor da casa de seu pai. Atentemos para que o texto nos diz claramente que este pródigo "foi para uma região distante".

Provavelmente ele se dirigiu a alguma cidade maior, a algum lugar onde pudesse extravasar e saciar os seus desejos mais íntimos, um lugar longe da casa de seu pai, um lugar onde ele achava que poderia ser dono de si mesmo!

Em seu desprezo vivencial, em sua necessidade pelas coisas mais básicas da vida, pela simples comida que sustenta diariamente o homem, ele agora resolve ser empregado como todos os outros daquela região. Este jovem que é filho de um homem que tem propriedades, que de nada sentia falta, que morava na casa de seu pai e era sustentado por ele e seus criados, agora se encontra à beira da amargura. Sua situação não melhora, como talvez ele imaginasse, mas piora drasticamente quando seu empregador lhe designa para cuidar de porcos (v.15).

Lembremos novamente que Jesus está contando esta parábola para os fariseus. Para o judeu, comer carne de porco era comer um animal imundo. A lei de Deus em Levítico 11.7 havia classificado o porco como criatura imunda, imprópria para o consumo; quanto mais sua criação! A Bíblia de Estudos de Genebra comenta que os rabinos (líderes da congregação judaica) consideravam as pessoas que criavam porcos como amaldiçoados.

A narrativa bíblica não nos diz para qual "região distante" este pródigo havia ido, mas podemos deduzir duas possibilidades: A primeira é de que essa região distante fosse uma região judaica, mas que havia se apartado das leis do Senhor (pois criavam porcos, algo contrário à lei). A segunda diz respeito a uma região gentia (não-judaica), cujo modo de vida não era regido pelas leis do Senhor.

Seja como for, os fariseus estão diante do pai terrível relato que poderiam ouvir. Sabemos que tais fariseus eram judeus, zelosos pela lei do Senhor, acreditavam que seriam para sempre o único povo escolhido, tratavam com desprezo as pessoas de outras nações e esperavam um messias de cunho político. Não bastasse estarem diante do suposto messias, agora lhe ouvem falar coisas totalmente contrárias àquilo que sempre pensaram! Estes homens não podiam se dobrar diante de tal parábola "absurda"! Ora, o jovem pródigo havia se rebelado contra seu pai, havia feito mal uso de sua herança, estava falido e procurava por migalhas.

Era visto também como um amaldiçoado! De igual modo os fariseus viam que Jesus arrebanhava pessoas de "outros apriscos" e ainda por fim ouvem-no dizer que o pai recebeu o pródigo de volta em sua casa! Era demais para estes homens suportarem.

A narrativa nos conta que o pródigo estava padecendo das necessidades mais básicas da vida. "Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam". (v.16) O filho do dono de propriedades agora suplica para que fosse sustentado tal qual um porco, mas nem isso ele consegue.

Amado, você tem visto semelhança entre este jovem e a sua própria conduta? Ao olhar para ele, você tem se encaixado em tal descrição? Tal qual esse filho mais moço, você já experimentou a fartura de bênçãos espirituais e hoje se encontra afastado da casa do Pai? A narrativa nos trouxe até aqui e nos tem mostrado que falta muito pouco para que este pródigo venha a falecer e nunca mais possa ter comunhão com seu pai.

Pv 16.18 diz: "O orgulho precede a ruína". O jovem pródigo se orgulhou, achou que poderia viver longe da casa de seu pai e longe de seus cuidados. Mas ele caiu, "e foi grande a sua queda".

O relato de hoje nos leva a refletir acerca do que temos feito com nossas vidas. Alguns de nós nasceram em meio à igrejas, famílias cristãs e foram rodeados de amigos cristãos. Outros talvez não tiveram tal regalia, mas já experimentaram a "boa, perfeita e agradável vontade de Deus" (Rm 12.2).

Veremos mais adiante que foi pela graça de Deus que este pródigo foi levado de volta à sua casa. Mas é mister notarmos que até o momento ele se encontra em total estado de perdição. Sua vida logo se irá e nos braços do Pai, não irá mais ficar. Oremos e não deixemos para amanhã a volta para a casa do Pai.

Nosso texto de hoje continua dizendo: "Caindo em si, ele disse:". (v.17) Encontramos grande perigo em tão afirmação. Ao lermos tal declaração podemos cogitar que o "cair em si mesmo" foi uma atitude do homem, podemos deduzir que foi devido ao livre-arbítrio do jovem pródigo que ele chegou ao arrependimento; mas a bíblia não nos permite tal feito. Em Efésios 2.1 lemos que: "Vocês estavam mortos em seus delitos e pecados". No mesmo capítulo, mas nos versículos 4 e 5 lemos: "Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões - pela graça vocês são salvos".

Ao discorrer sobre o livre-arbítrio do homem, Lutero escreveu: "Se algum homem, de alguma maneira, atribuir a salvação ao livre-arbítrio do homem, mesmo que a ínfima parte, nada sabe sobre a graça e não conheceu Jesus Cristo corretamente". Certamente essas palavras nos soam quase que como agressivas, mas sabemos que não podemos suavizar a mensagem do evangelho.

Temos visto em nossos dias as mais variadas correntes teológicas crescendo e ganhando forma. A teologia aos poucos tem se tornado antropocêntrica em vez de ser cristocêntrica. É importante notar que quando a igreja faz distinção entre arminianismo e calvinismo, não é para criar brigas (ou não deveria ser) tolas, mas para mostrar que enquanto o primeiro sistema se baseia na autonomia humana, o segundo reconhece a soberania de Deus em absolutamente todas as coisas.

A passagem de Efésios que lemos anteriormente nos mostra a situação em que o filho pródigo se encontrava: morto. Aquele jovem estava desejoso da comida de porcos, mas nem isso conseguia obter (v.16). Aquele jovem que outrora havia desfrutado de banquetes e regalias na casa de seu pai, agora está na rua da amargura e em completo desespero - está completamente morto.

Então, Deus em um toque de graça, o traz à vida, abre os seus olhos e o seu entendimento, e ele passa a perceber sua situação miserável. Ele diz: "Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’".

(v. 17-19) Aqui temos o retrato do mais miserável dos homens. Além de tudo que já havia perdido da casa de seu pai e de sua herança, agora passara a reconhecer seu estado lastimável. Amados, como nos é triste e doloroso o momento em que reconhecemos nosso estado de podridão e falta para com Deus.

Na narrativa anterior ao versículo 17, nada fala sobre o reconhecimento do pródigo acerca de seu estado de miséria. Mesmo enquanto ele desperdiçava seus bens, quando já havia gasto tudo o que possuía, houvera se empregado no mais terrível trabalho aos olhos de um judeus; ainda não sabia onde estava.

Tal qual esse pródigo, talvez você já tenha experimentado a abundância de vida na casa de Deus e já tenha tido tempo de dedicação para com a palavra do Senhor. Quem sabe já houve tempos em que você se dedicou a oração e a perseverança nas coisas do reino, mas hoje se acha em falta - encontra-se na mais terrível anorexia espiritual.

Tiago 4.14 nos diz: "Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa". Muitos tem deixado para amanhã o dedicar-se as coisas de Deus. Muitos jovens tem desperdiçado suas vidas achando que são apenas os idosos ou os imprudentes do trânsito que vem a falecer. Lembremo-nos que a maioria das pessoas não morre feliz e deitada em suas camas com o sentimento de missão cumprida. A maioria que morre achou que poderia deixar para amanhã o que poderia fazer hoje, achou que viveria tempo suficiente para empenhar-se em seus projetos, mas não houve tempo. Quando menos esperavam, a morte os tragou e sua vida se esvaiu.

"A seguir, levantou-se e foi para seu pai". (v.20) O arrependimento que conduz à vida é uma graça salvadora, operada no coração do pecador pelo Espírito e pela Palavra de Deus, pela qual, reconhecendo e sentindo, não somente o perigo, mas também a torpeza e odiosidade dos seus pecados, e apreendendo a misericórdia de Deus em Cristo para com os arrependidos, o pecador tanto se entristece pelos seus pecados e os aborrece, que se volta de todos eles para Deus, tencionando e esforçando-se a andar constantemente com Deus em todos os caminhos da nova obediência

(Lc. 24:47;

2 Tm 2:25;

Jo 16:8-9;

At. 11:18, 20:21;

Ez 18:30, 32;

Lc. 15:17-18;

Ez 36-31. e 16:61, 63;

Sal. 130:34;

Joel 2:12-13;

Jer. 31:18-19;

II Cor. 7:11;

At. 26:18;

1 Reis 8:47-48;

Ez 14:6; Sl119:

59, 128;

Rm 6:17-18;

Lc 19:8).

Em contraste com o falso arrependimento que não produz mudanças, aqui temos o exemplo de um arrependimento sincero. Não que esse jovem estivesse totalmente comprometido para com a causa de seu pai (lembremos que ele resolveu ir para a cada de seu pai porque estava com fome e não porque o amava), mas houve uma guinada em sua vida.

Quando Deus verdadeiramente toca a vida de um pecador, ele sempre muda sua conduta. Não foi assim com Paulo, Pedro e tantos outros? Ora, acaso Paulo continuou perseguindo os cristãos e ao mesmo tempo pregando as suas boas novas? Porventura, Pedro continuou negando a Cristo durante toda sua caminhada cristã? Tal qual esses homens, o pródigo não continuou desejando a comida de porcos e ao mesmo tempo ansioso pela casa de seu pai - houve uma verdadeira mudança. Todos esses e muitos outros homens poderiam repetir as palavras de Paulo quando disse: "Prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus". Fp 3.14

Observemos atentamente a mudança de vida que aconteceu neste pródigo. "Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti". (v.18) Ele não disse que voltaria para a casa do seu pai e pronto. Não falou também que seu pai sempre aceitou os rebeldes de volta e por isso ele poderia voltar, mas ele disse: "Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti". (v.18).

Que diferença deste tipo de confissão de pecados daquele feito por faraó! O pródigo não silencia sua fala, mas vai adiante dizendo: "Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados". (v.19) O jovem não titubeou dizendo que achava que não era digno, não vacilou pensando que antes ele não era digno de ser filho, mas agora que verdadeiramente se arrependeu, deveria ser recebido como tal.

Também vemos que em momento algum o jovem cogitou a possibilidade de voltar e ser reconhecido como filho de seu pai, não tomou a resolução de voltar motivado por uma grande festa, por roupas novas ou coisa semelhante, pois sabia da situação deplorável em que se encontrava.

"A seguir, levantou-se e foi para seu pai". (v.20) De modo semelhante a quando éramos crianças e ficávamos temerosos de irmos ao encontro de nossos pais - pois sabíamos que havíamos desobedecido as suas ordens ou que não tínhamos cumprido para com nosso dever - provavelmente esse pródigo se sentia de maneira semelhante. Embora ele não houvesse furtado cousa alguma de seu pai, não houvera dito que não amava mais sua família e por isso iria fugir, tampouco lhes disse que não eram mais importantes para ele, ele sabia que estava perdido e só havia um lugar para onde pudesse ir: a casa de seu pai.

Quando Deus toca na vida de um homem, ele o faz por completo, mudando tudo o que é necessário para o crescimento e amadurecimento do crente, a fim de que "o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2Tm 3.17).

Esta parábola contrasta com a confissão de pecados que faraó fez. Enquanto a confissão de faraó não havia sido acompanhada de mudança, a confissão deste pródigo preencheu tal requisito. "O arrependimento é aquilo que descreve a resposta de converter-se do pecado para Deus. Este é o caráter específico do arrependimento, assim como o caráter específico da fé é receber a Cristo e confiar somente nEle para a salvação.

O arrependimento nos recorda que, se a fé que professamos é uma fé que nos permite andar nos caminhos deste mundo mau, na concupiscência da carne, na concupiscência dos olhos, na soberba da vida e na comunhão das obras das trevas, a nossa fé é apenas zombaria e engano.

A verdadeira fé é permeada de arrependimento. Assim como a fé é um ato momentâneo e uma atitude permanente de confiança e descanso direcionada ao Salvador, assim também o arrependimento resulta em contrição constante. O espírito contrito e o coração quebrantado são marcas permanentes da alma que crê… O sangue de Cristo é o instrumento da purificação inicial, mas é também a fonte à qual o crente pode recorrer continuamente. É na cruz de Cristo que o arrependimento começa; é ali que ele tem de continuar derramando seu coração, em lágrimas de confissão e contrição."

Interessante notarmos que o pródigo não estava confiante e animado pelo fato de fazer uma viagem de volta. A viagem por si mesmo não representava algo fácil ou agradável para o pródigo (pensemos por um breve instante em todas as dificuldades que poderiam assolar e impedirem que esse filho prosseguisse viagem: frio, fome, falta de dinheiro, assalto, doenças, desprezo, angústia, dúvidas constantes...), mas era algo necessário.

A motivação do pródigo não estava em passar por lugares bonitos, apreciar novas paisagens, encontrar velhos amigos ou coisa qualquer - sua motivação estava em voltar para a casa de seu pai.

Devemos então atentar para o fato de que a vida do cristão não deve ser motivada por aquilo que ele vê ou sente, mas por sua firme esperança de uma vida eterna junto à casa de seu pai. Hebreus 11.1nos diz que: "Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos."

"Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou." (v.20b) Notamos aqui que o pai não ficou esperando o filho, sentado em sua cadeira e fazendo pouco caso da volta de seu querido, mas "correu para seu filho, e o abraçou e beijou." Tal qual nessa cena simbólica, na salvação dos homens, o agente ativo é Deus. É Ele quem nos toca, é Ele quem nos perdoa, é Ele quem nos salva, é Ele quem nos leva para sua família! De nada adiantaria o filho ter voltado para a casa de seu pai se não fosse recebido. Diante de tal momento sublime, não podemos nos deixar de lembrar de João 6.37 que diz: "Todo aquele que o pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei."

Adiante vemos a atitude correta de um filho que percebeu que não digno de continuar sendo chamado desse jeito. "O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’" (v.21). Este filho pródigo teve a atitude correta diante de seu pai. Ele sabia que não havia nada de bom em sua vida que pudesse ser usado como mérito para ser recebido de volta.

Isso nos leva a pensar sobre a importância da humildade diante da eleição e da predestinação de Deus. Longe de nos levar a algum tipo de elitismo, a eleição e a predestinação nos levam a ser humildes pela graça recebida, pois "isto não vem de vós, é dom de Deus". Ef 2.8 Também lemos que: "Quem se gloriar, glorie-se em Cristo" (1Co 1.31) De igual modo, Paulo escreve aos gálatas dizendo: "Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" (Gl 6.14).

Muitas vezes vemos pessoas tendo a atitude inversa a desse pródigo. Acham que as leis de Deus são ultrapassadas para esse mundo. Olham para as "necessidades" deste mundo moderno e dizem que a bíblia deve se moldar à cultura e aos gostos da geração a ser alcançada.

Algo que nos causa constante espanto é a velocidade com que os padrões deste mundo tem mudado. Não muitos anos atrás, o divórcio era algo proibido no Brasil (o casamento tinha fim apenas com a morte dos cônjuges) e constituía crime, pois o Estado entendia que o casamento era algo primordial para o sustento da sociedade. O que temos hoje é a (quase) mais pura banalização do santo matrimônio.

As mesmas terras tupiniquins que outrora defenderam com vigor a instituição estabelecida por Deus, hoje permite que qualquer casal (mesmo que tenham se casado no dia anterior) - preenchendo certos requisitos legais - se divorcie imediatamente, sem grandes trâmites burocráticos. A nova lei contra a homofobia é também um bom exemplo de como a sociedade tem se deteriorado.

Precisamos entender que a bíblia e suas ordenanças são perpétuas; elas nunca mudarão mesmo em face da mais terrível apostasia. Nós precisamos estar bem fundamentados e firmemente arraigados à rocha que é Cristo Jesus. "Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos, mas procure compreender qual é a vontade do Senhor" (Ef 5.15-17).

O nosso texto passa agora a nos dizer como que o pai recebeu aquele filho. "Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar" (v.22,23).

Vemos que o pai se alegrou com a volta do filho! Ele não ficou indiferente quanto a essa situação! Alguns poucos versículos anteriores (falando acerca das duas outras parábolas) enfatizam isso quando nos dizem que "haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se... Eu lhes digo que, da mesma forma, há alegria na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende" (vs. 7 e 10). Não sabemos de que forma se dá essa alegria nos céus, mas entendemos que a volta para à casa do pai é um evento de grande importância para Deus.

A Bíblia de Estudo de Genebra comenta acerca dos adornos dados ao filho: "A melhor roupa: um sinal de honra; o anel: autoridade; calçados em seus pés (sandálias): os escravos andavam descalços, as sandálias significam que o filho tinha a posição de um homem livre; o novilho gordo: reservado para ocasiões especiais."

Então o pai passa a expor o motivo de todos esses adornos e festejos: "Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar" (v.24).

Lembremos que Jesus está respondendo à declaração dos fariseus que disseram: "Este homem recebe pecadores e come com eles" (v.2). Nos tempos antigos, sentar-se à mesa com alguém era sinônimo de amizade, companheirismo e afinidade. Significava haver um vínculo entre aquelas pessoas.

Lembremos das palavras de Jesus: "Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz.

Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido" (João 15.14,15).

O texto de hoje nos mostrou que quando vamos à casa do pai podemos ter a certeza de que ele nos receberá. Assim como as duas parábolas anteriores (a ovelha perdida, vs. 4-6 e a moeda perdida,vs. 8,9), a parábola do filho pródigo também nos mostra que o pai se importa com os seus. Davi expressou muito bem seu sentimento de poder estar diante do seu Senhor quando disse: "Alegrei-me com os que disseram: Vamos à casa de Senhor!" (Sl 122.1)

Que possamos juntos ecoar as palavras do salmista que dizem: "Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro. As divisas caíram para mim em lugares agradáveis: Tenho uma bela herança! Bendirei o Senhor, que me aconselha; na escura noite o meu coração me ensina! Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado" (Sl 16.5-8).

Devemos entender o processo de humildade verdadeira que envolve o verdadeiro arrependimento e os benefícios que são colhidos. E que somente em Jesus temos o melhor desta terra (Is 1.19).

Se você amado leitor estiver distanciado da presença do Senhor volte-se para o nosso Deus, pois Ele te espera de braços abertos para te resgatar, em nome de Jesus. Amém!

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