APOSTILA HOMILÉTICA
Introdução
Capítulo I. A origem da homilética
1.1. A origem da palavra
1.2.A origem da conversa
1.3. A origem do discurso
Capítulo I. A origem da homilética
1.1. A origem da palavra
1.2.A origem da conversa
1.3. A origem do discurso
1.4. A Retórica
1.5. A Oratória
1.6. A Homilética
Capitulo II. Homilética e Eloqüência
2.1. A Eloqüência. 1.Voz .............................................................................................................................................
2.Vocabulário ..............................................................................................................................
2.2. Algumas regras de Eloquência ..........................................................................................
2.3. O Assunto .............................................................................................................................
1.Conhecer o assunto .................................................................................................................
2.Ter convicção ..........................................................................................................................
2.4.As Palavras ...........................................................................................................................
1. Propriedade ................................................................................................................................
2. Disposição ...................................................................................................................................
3. Fluência ......................................................................................................................................
4. Elegância ....................................................................................................................................
Capítulo III. Ética no Pulpito ......................................................................................................
3.1. O pregador não precisa aparecer. ........................................................................................
Capítulo IV. Estrutura do Sermão .............................................................................................
4.1. Objetivo, Alvo e Assunto .......................................................................................................
4.2. O que falar quando convidado para Pregar em: ................................................................
4.3. Assunto X Tema ....................................................................................................................
4.4. Texto Bíblico ......................................................................................................................
4.5. Exegese ...............................................................................................................................
4.6. Tema ...................................................................................................................................
4.7. Ilustrações ..........................................................................................................................
4.8. Introdução do Sermão .......................................................................................................
4.9. Corpo do Sermão ...............................................................................................................
Capitulo V. Tipos de Sermões .................................................................................................
5.1. Sermão Temático ............................................................................................................. .
5.2. Sermão Textual .................................................................................................................
5.3. O Sermão Expositivo ........................................................................................................
5.4. Conclusão ...........................................................................................................................
5.5. Apelo ...................................................................................................................................
Referências Bibliográfica...........................................................................................................
Apostila de Homilética Anderson 1.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMILÉTICA
HOMILÉTICA: É a ciência que estuda os princípios fundamentais do discurso em público, aplicados na proclamação do evangelho. Este termo surgiu durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, quando as principais doutrinas teológicas receberam nomes gregos, como, por exemplo, dogmática , apologética e hermenêutica.
As disciplinas que mais se aproximam da homilética são a hermenêutica e exegese que se complementam.
HOMILETIKE – (Grego) ensino em tom familiar
HOMILIA – (do verbo homileo ) Pregação cristã, nos lares em forma de conversa.
PREGAÇÃO Ato de pregar a palavra de Deus.
Pregação é o ato de pregar a palavra de Deus. Pregador (aquele que prega), vem do latim, “prae” e “dicare” anunciar, publicar. Apalavra grega correspondente a pregador é “Keryx”, arauto, isto é, aquele que tem uma mensagem (Kerygma) do reino de Deus, uma boa notícia, uma boa-nova – evangelho, “evangelion”.
DEUS, A PALAVRA E O MINISTRO
DEUS Pregador Ouvinte/comunidade
1.5. A Oratória
1.6. A Homilética
Capitulo II. Homilética e Eloqüência
2.1. A Eloqüência. 1.Voz .............................................................................................................................................
2.Vocabulário ..............................................................................................................................
2.2. Algumas regras de Eloquência ..........................................................................................
2.3. O Assunto .............................................................................................................................
1.Conhecer o assunto .................................................................................................................
2.Ter convicção ..........................................................................................................................
2.4.As Palavras ...........................................................................................................................
1. Propriedade ................................................................................................................................
2. Disposição ...................................................................................................................................
3. Fluência ......................................................................................................................................
4. Elegância ....................................................................................................................................
Capítulo III. Ética no Pulpito ......................................................................................................
3.1. O pregador não precisa aparecer. ........................................................................................
Capítulo IV. Estrutura do Sermão .............................................................................................
4.1. Objetivo, Alvo e Assunto .......................................................................................................
4.2. O que falar quando convidado para Pregar em: ................................................................
4.3. Assunto X Tema ....................................................................................................................
4.4. Texto Bíblico ......................................................................................................................
4.5. Exegese ...............................................................................................................................
4.6. Tema ...................................................................................................................................
4.7. Ilustrações ..........................................................................................................................
4.8. Introdução do Sermão .......................................................................................................
4.9. Corpo do Sermão ...............................................................................................................
Capitulo V. Tipos de Sermões .................................................................................................
5.1. Sermão Temático ............................................................................................................. .
5.2. Sermão Textual .................................................................................................................
5.3. O Sermão Expositivo ........................................................................................................
5.4. Conclusão ...........................................................................................................................
5.5. Apelo ...................................................................................................................................
Referências Bibliográfica...........................................................................................................
Apostila de Homilética Anderson 1.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMILÉTICA
HOMILÉTICA: É a ciência que estuda os princípios fundamentais do discurso em público, aplicados na proclamação do evangelho. Este termo surgiu durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, quando as principais doutrinas teológicas receberam nomes gregos, como, por exemplo, dogmática , apologética e hermenêutica.
As disciplinas que mais se aproximam da homilética são a hermenêutica e exegese que se complementam.
HOMILETIKE – (Grego) ensino em tom familiar
HOMILIA – (do verbo homileo ) Pregação cristã, nos lares em forma de conversa.
PREGAÇÃO Ato de pregar a palavra de Deus.
Pregação é o ato de pregar a palavra de Deus. Pregador (aquele que prega), vem do latim, “prae” e “dicare” anunciar, publicar. Apalavra grega correspondente a pregador é “Keryx”, arauto, isto é, aquele que tem uma mensagem (Kerygma) do reino de Deus, uma boa notícia, uma boa-nova – evangelho, “evangelion”.
DEUS, A PALAVRA E O MINISTRO
DEUS Pregador Ouvinte/comunidade
O pregador dirigi-se a Deus e transmite ao ouvinte a mensagem levando-o a Deus.
Baseando-se em três passagens da vida de Pedro o pregador deve ser:
1 – Aquele que esteve com Jesus - Atos 4:13
2 – Aquele que fala como Jesus – Mateus 26:73
3 – Aquele que fala de Jesus – Atos 40:10
A proclamação do evangelho é trazer as Boas Novas da Salvação. Apresentar ao público Jesus Cristo, seus ensinamentos e seu propósito, para isso, é preciso que o mensageiro tenha uma identificação completa com Cristo. Conhecer a Cristo de forma especial é além de ser convertido Ter certeza de uma chamada (missão) específica para o ministério da palavra o que só é possível a aquele que “esteve com Jesus”.
CARACTERÍSTICAS DE UM PREGADOR
SOB O PONTO DE VISTA ESPIRITUAL
SOB O PONTO DE VISTA TÉCNICO
Chamado para obra (ordenança) Mt 28:19
Dom da palavra Rm 12: 6,7.8
Conhecer Deus Atos 4:13
Conhecimento da palavra II Tm 2:15
Ter uma mensagem Atos 5:20
Manejo da palavra II Tm 2:15
Unção 2 Reis 2.9
Guardar a palavra no coração Sl 119
Autoridade/ousadia Mc 1:21
Instrumento II Tm 2:15
A palavra de Deus afirma que a fé vem pela pregação da palavra e a pregação pela palavra de Cristo”. Rm 10:17. Entretanto, a falta de preparo adequado do pregador, falta de unidade corporal no sermão, falta de vivência real do pregador na fé cristã, falta de aplicação prática às necessidades existentes na igreja, falta de equilíbrio na seleção de textos bíblicos e a falta de um bom planejamento ministerial trazem dificuldades na proclamação da palavra.
Apostila de Homilética Anderson 2.
Capítulo I. A origem da Homilética
Antes de falarmos sobre a origem da Homilética propriamente dita, vamos pensar um pouco ( numa rápida incursão pela biologia, psicologia e sociologia ), sobre a origem da palavra.
1.1. A origem da palavra
A palavra é um veículo de comunicação. Ela pode ser expressa por sinais corporais ( gestos ), sonoros ( fala ), gráficos ( escrita ), luminosos ( luzes ) e outros.
A palavra falada ( sonora ) é um fenômeno bio-psíquico-social. Biológico, porque ela só é possível a um ser dotado de um cérebro capaz de comandar um sofisticado sistema nervoso que atue sobre todo um sistema fonador, capaz de articular, detalhadamente, os mais complexos sons da voz. Psicológico, porque esse cérebro tem que produzir pensamentos concretos e abstratos e atuar sobre glândulas secretoras dos mais diversos hormônios, que condicionam as emoções e os estados mentais. E sociológico, porque esse cérebro tem que reconhecer o valor indivíduos de sua espécie e possuir um componente racional que o leve ao sacrifício de desenvolver o complicado sistema de comunicação fundamentado na palavra.
A palavra possui dois elementos básicos: o material ( som ), que recebe o nome especial de vocábulo e o imaterial ( idéia ), que recebe o nome de termo.
Inicialmente, a palavra representava apenas uma idéia normativa, isto é, era o nome de uma coisa, de uma ação ou de um sentimento. A rigor, o nome é uma forma de definição, pois ele identifica e define o objeto, embora de modo parcial e às vezes imperfeito. Depois a palavra passou a representar uma idéia elaborada, isto é, um pensamento completo. Do fonema, ela passou a oração e a frase. Da fonética, foi para sintaxe.
Sem dúvida, foi o convívio social que obrigou o homem a por nomes nas coisas, a organizar as suas idéias e a desenvolver o complicado mecanismo da comunicação oral, baseado na palavra. ( Gn 2:19,20 ).
Muito tempo depois de Ter vocalizado a palavra, o homem inventou a escrita. A escrita. A escrita começou com os pictogramas ( desenhos de coisas ou de figuras simbólicas), passou para os ideogramas ( sinais representativos de idéias ), pelos hieróglifos ( desenhos representativos de sons vocais ) e finalmente chegou às letras ( sinais representativos de sons vocais ).
1.2. A origem da conversa
O convívio social, que levou o homem a inventa a palavra e a frase, produziu também a conversa ou conversação, isto é, a troca de palavras. A conversa é um diálogo
entre duas ou mais pessoas.
Os gregos davam à conversa o nome de Homilia ( de onde nos veio a palavra Homilética ) e o romanos a chamavam de sermonis ( de onde nos veio sermão ).
Note que homilia e sermonis são simples sinônimos que significam apenas conversa.
Apostila de Homilética Anderson 3.
1.3. A origem do discurso
O convívio social que produziu a palavra, a frase e a conversa, também produziu o discurso.
Enquanto que a conversa é um diálogo em que o interlocutor tem uma participação direta e real, o discurso é um diálogo em que essa participação é direta, mas de forma imaginária. No discurso, a pessoa que fala, imagina que está trocando idéias com os seus ouvintes e espectadores.
Ninguém sabe quando surgiu o discurso, mas podemos imaginar como ele apareceu. Foi quando alguém teve que alterar a intensidade de sua voz para se comunicar com um grupo de pessoas, pois o discurso tem essas marcas de identidade: a pessoa fala a um grupo. A uma coletividade: e por causa disso, a pessoa tem que falar alto, isto é, tem que aumentar a intensidade ou tonalidade de sua voz. Assim, um pai que tivesse que aumentar o volume de sua voz para orientar ou dar ordens a seus filhos, teria feito um discurso. Um General, que tivesse que se dirigir a seus comandados para orientá-los sobre a batalha, estaria fazendo um discurso.
1.4. A Retórica
Embora não possamos determinar quando nasceu o discurso, podemos dizer quando ele começou a ser estudado como instrumento de comunicação social e quando surgiram as primeiras regras para sua composição.
Desse ponto de vista, podemos dizer que o discurso nasceu na Grécia. Os gregos, que inventaram a democracia, foram os primeiros a estudar as técnicas do discursos.
Na democracia grega, os cidadãos se reuniam nas praças para participarem diretamente nas discussões e nas deliberações sobre os problemas urbanos comuns. Era a democracia direta.
Logo se percebeu que os cidadãos fidantes, de fácil verbo, se expressavam mais adequadamente, dominavam a situação, tornava-se admirados pelas multidões e galgavam os melhores postos na comunidade. Não demorou para que todo o mundo desejasse conquistar os segredos dessa nova arte e nem demorou para que surgissem mestres improvisados, que se espalharam por todo o país.
Assim, a democracia grega não só influenciava o comportamento político de seu povo, mas passava a influir também na educação, determinando-lhe uma nova filosofia educacional. Voltada para a política, a educação adquiria uma nova finalidade: preparar os cidadãos para a vida pública, a fim de que tivessem maior participação nos destinos da sociedade.
Falar em público, tornou-se a coqueluche grega. Era a coisa de que todos precisavam e que deviam aprender. Então surgiu a RETÓRICA.
A palavra retórica é grega e deriva de rêtos, palavra falada. O rétor, entre os gregos, era o orador de uma assembléia. Entre nós, entretanto, a palavra rétor veio a Ter o significado pomposo de “ Mestre de oratória “. O primeiro homem a traçar as normas
Apostila de Homilética Anderson 4.
de um discurso foi Córax, um sofista, da cidade de Siracusa, na Grécia, há 500 anos antes de Cristo. Córaxensinava que o discurso deveria Ter a seguinte disposição: Proêmio (Introdução), narração, argumento, observações adicionais e peroração ( Conclusão ).
Sócrates se opôs a retórica dos sofistas por causa do utilitarismo deles e de sua falta de ética, mas reconheceu que ela poderia se revestir de significado, na medida em que se subordinasse à filosofia. Ele viu o perigo de um retórica se ética, de políticos e causídicos imorais, que poderiam usá-la para fins escusos. Ele tinha tanta razão que a palavra demagogo, que significa “ guia do povo ” ou “ líder popular ”, logo passou a significar, pejorativamente, aquele que ilude, que engana o povo, que trapaceia com o povo.
Em sua defesa perante os que o condenaram à morte, Sócrates aceitou o eklogio de que era “ formidável orador ”, mas taxou de “ aleivosias ” todas as acusações sofistas e de falsa a sua retórica. Na introdução, ele disse: “ Não ireis ouvir um discurso como o deles, aprimorados em verbos e adjetivos e em estilo florido, mas de expressões expontâneas, nos termos em que me ocorrem, porque deposito confiança na justiça do que digo ”. E, finalizou: “ O mérito de um juiz está em saber se o que o orador diz é a verdade”.
Plantão, que escreveu sobre a autodefesa de Sócrates, também deu sua opinião sobre a retórica sofista quando, por fedro, Lamenta o seu descaso pelos deuses “. E, Aristóteles, que escreveu um tratado com o titulo “ Retórica ”, segue o pensamento socrático, deixando claro que essa arte deve estar a serviço da verdade.
O maior orador grego foi Demóstenes. Dizem que ele tinha dificultades de falar, que era gago, mas que a poder de muito esforço e intenso treinamento venceu.
1.5. A Oratória
Os romanos, que sofreram grande influência cultural dos gregos, não podiam deixar de se empolgar também com a Retórica, que logo a absorveram com o nome de Oratória ( de oris, boca ). Cícero foi o maior orador romano. Ele se tornou célebre não só pelas causas que defendeu como advogado e político, mas também pelas teorias que expôs sobre a Oratória. Como teórico, entretanto, ninguém superou Quintilião. A melhor e mais completa obra de oratória, da antigüidade é a “ Instituição Oratória ” de autoria.
Os romanos também nada sabiam a respeito da “ retórica sacra ” ou como eles a denominariam: “ oratória sacra ”, pois esta ainda não existia.
1.6. A Homilética
O cristianismo foi, na verdade, a primeira religião universal que o mundo conheceu. Antes deles, as religiões eram nacionais, tribais ou apenas familiares. O próprio judaísmo, que foi o berço do cristianismo, foi assim. Começou como uma religião familiar ( de Adão a Abraão ), tornou-se tribal ( de Abraão a Moisés ) e chegou a ser nacional ( de Moisés à destruição de Jerusalém, no ano 70 ª D. ).
Apostila de Homilética Anderson 5.
Na antigüidade, as religiões faziam parte da vida das pessoas de maneira natural e integral ( totalitária ). O indivíduo se identificava com o grupo pela raça, religião e política. Não havia, naquele tempo ( o que é hoje ), as divisões entre vida social, civil, militar, política, religiosa, etc. Tudo se confundia numa só identidade. Por isso, os atos políticos tinham caráter religioso e vice-versa, os cultos eram rituais e a liturgia, essencialmente cênica. A educação religiosa era doméstica ( assistemática ) e tradicional. Tudo era feito em família e ninguém se preocupava em comunicar sua religião a pessoas de outras raças. Os deuses eram nacionais, tribais ou familiares. A supremacia de um povo sobre outro, no caso de um conflito militar, era sempre interpretada como prova da superioridade de sua raça e de seus deuses. Por isso, nas religiões não havia lugar para a pregação.
Os próprios gregos, que inventaram a Retórica, e os romanos que a aperfeiçoaram com o nome de Oratória, nada sabiam sobre sua aplicação à religião. Isto porque os antigos não sentiam a necessidade de pregar a fé, de divulgar seus conceitos religiosos ou de fazer da religião uma matéria de comunicação social.
Mesmo entre os hebreus, que tinham uma mensagem universal e que se reconheciam detentores das verdades reveladas por Iavé, não havia a preocupação de comunicar essas verdades a outros povos. Os profetas hebreus, que falaram, que pregaram ou que escreveram dirigiram-se sempre ao ( ou ) contra o seu próprio povo.
Embora bem mais tarde surgisse, entre os judeus, uma seita proselitista ( a seita dos fariseus ), que chegou até a ser missionária, coube ao cristianismo, por ser religião universal e eminentemente missionária, a tarefa de criar a Retórica ou a Oratória Sacra que, no século XVII chamou-se Homilética.
A palavra homilética, como já vimos, vem de homilia, que significa conversa ou conversação. Com o decorrer do tempo, essa palavra, como a latina sermonis, sofreram uma alteração semántica e vieram a significar discurso.
A Homilética nasceu quando os pregadores cristãos começaram a estruturar suas mensagens, seguindo as técnicas da retórica grega e da oratória romana Somente conhecendo a história podemos hoje admitir que a homilética ( que deveria ser a arte da conversação ) seja sinônimo de Retórica ( ou Oratória ), aplicada à religião.
Se Retórica e Oratória são sinônimo usado para identificar o discurso sacro, religioso, cristão. Como tal, ela se despontou no século IV, com os pregadores gregos Basílio e Crisóstomos ( boca de ouro ) e com os latinos Ambrósio e Agostinho.
A parti da Reforma, quando a Bíblia passou a ser o centro da pregação e quando os sermões deixaram de ser apenas discursos éticos ou litúrgicos para se transformarem em mensagens verdadeiramente evangélicas, a homilética passou a ser a arte da pregar o Evangelho.
Ela ajuda o pregador a descobrir as várias alternativas do uso de texto, tornando mais fácil a sua tarefa, enriquecendo os seus sermões e tornando-os mais apreciados. A homilética põe o conteúdo do sermão em ordem. É a arte de ordenar as idéias do pregador para que elas sejam entendidas pelos ouvintes.
Apostila de Homilética Anderson 6.
Capitulo II. Homilética e Eloqüência
2.1. A Eloqüência
Eloqüência é um termo derivado do Latim Eloquentia que significa: Elegância no falar bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer. É a soma das qualidades do pregador. Não é gritaria, pularia ou gritaria ou pancadaria no púlpito. A elocução é o meio mais comum para a comunicação; portanto deve observar o seguinte:
1. Voz – A voz, é o principal aspecto de um discurso.
Audível. Todos possam ouvir.
Entendível. Todos possam entender. Pronunciar claramente as palavras. Leitura incorreta, não observa as pontuações e acentuações.
2. Vocabulário – quantidade de palavras que conhecemos.
Fácil de falar – comum a todos, de fácil compreensão – saber o significado.
Evitar as gírias, linguagem incorreta, ilustrações impróprias.
2.2. Algumas regras de Eloquência
- Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto.
- Conhecimento do publico ouvinte.
- Procurar saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes.
- Seriedade pois o pregador não é um animador de platéia.
- Ser objetivo, claro para não causar nos ouvintes o desinteresse.
- Utilizar uma linguagem bíblica.
- Evitar usar o pronome Eu e sim o pronome Nós.
A palavra eloqüência vem do latim “ eloqüentia ” e significa o ato ou o efeito de se falar bem. Na oratória romana, era a parte que tratava da propriedade, disposição e elegância das palavra. Na eloqüência é mais do que apenas falar bem ( com palavras certas, bem colocadas e elegantes ). A eloqüência é a capacidade de convencer pelas palavras.
As palavras esclarecem, orientam e movem as pessoas. O orador que consegue mover as pessoas, presuadindo-as a atacarem as suas palavras, é eloqüência é a capacidade de persuadir pela palavra.
Há quatro maneiras de persuadirmos ou convencermos alguém a seguir a nossa orientação:
1. Pela força física ( braços e armas ): GUERRA
2. Pela força pessoal ( exemplo ): PSICOLOGIA
3. Pela força social ( costumes e leis ): DIREITO
4. Pela força verbal ( falada ou escrita ): RETÓRICA
A eloqüência, pois, pode ser definida como o conjunto de qualidade de um orador, que leva seus ouvintes a atacarem as suas palavras.
E, para um pregador seja eloqüênte é preciso que ele saiba se comunicar. Há uma relação muito íntima entre a comunicação.
Apostila de Homilética Anderson 7.
Pela conceituação acima, vê-se que a eloqüência é o meio da Retórica não só alcançar a sua finalidade, mas também de se firmar como arte, pois se a finalidade da Retórica ( Orátoria e Homilética ) é a persuação, então, é pela eloqüência que ela atinge esse objetivo. E, se a arte é a capacidade de expressar o belo, é pela eloqüência que a Retórica mostra toda a sua beleza.
2.3. O Assunto
1.Conhecer o assunto
O pregador precisa saber o que está falando para poder convencer os outros. A demonstração de que ele domina o assunto, inspira confiança nos ouvintes e lhes facilita a aceitação.
Para isso, o pregador, precisa ser estudioso, pesquisador e observador atilado.
2. Ter convicção
Convicção é a certeza de que se está falando a verdade absoluta. Pela convicção, o pregador envolve o seu intelecto e o seu caráter naquilo que está falando. O pregador eloqüênte precisa revelar não só que está dizendo as coisas certas e, para isso empenha a sua palavra, mas que está sendo movido por motivos honestos. A convicção é mais do que apenas concordância intelectual com a verdade. Ela diz respeito ao caráter do pregador. O pregador eloqüênte revela tranqüilidade diante da desconfiança e do ceticismo de seus interlocutores. Vale dizer que o pregador prescisa crer naquilo que se prega. Se não crê no que diz, porque o diz? Se é imoral vender-se como bom um produto que o próprio vendedor duvida da sua qualidade , como o podemos oferecer Cristo como Salvador do mundo se ainda não o experimentamos como tal? Qualquer persuasão baseada na mentira é fraude. Um pregador sem fé, sem convicção, é um mentiroso, um falsário, um vigarista, um demagogo.
2.4. As Palavras
Vamos adotar a divisão estabelecida pela oratória romana, a saber:
1. Propriedade
A propriedade das palavras consiste no conhecimento exato de sua forma (morfologia oral e escrita), origem ( etimologia), significado atual (semântica ou semiologia) e significado contextual ( sintaxe).
Para isso, o pregador tem que ser amigo da Gramática e da Lexicografia. Deve Ter uma boa Gramática de Língua Portuguesa, um bom dicionário Etimológico e um bom dicionário Teologico, atualizado nos verbetes e na ortografia. Só conhecendo bem as palavras, o pregador pode evitar os barbarismos.
2. Disposição
A palavras devem ser colocadas na ordem lógica ou psicologica, segundo as regras gramáticais. A sintaxe estabelece as regras para a colocação das palavras na
Apostila de Homilética Anderson 8.
oração e a oração no discurso, visando a construção gramatical correta. O pregador deve aprender as regras gramaticais e ler bons autores para evitar solecismos.
3. Fluência
Facilidade de pronúcia. As palavras devem ser livres, bem pronuciadas e bem colocadas.
4. Elegância
A elegância no falar depende: 1) do conhecimento da língua ( como acima exposto ): 2) da criatividade ( habilidade de construir as frases com inteligência e sencibilidade, valendo-se de tropos e figuras de linguagem ) e 3) dicção ( capacidade de articular corretamente a voz ). A boa dicção depende: a) da pronúncia correta da palavra; b) do timbre da voz; e c) da impostação da voz. A dicção determina a clareza e a beleza da pronúncia. O pregador que cuida da elegância de suas palavras, não comete cacófatos nem gíria.
Capítulo III. ÉTICA NO PÚLPITO
“A primeira impressão é a que fica”;
“Em meio ao desenvolvimento da reunião, atravessa todo o corredor principal, aquele que será o pregador do encontro. Toda atenção está voltada para ele, que observado é dos pés a cabeça.”
Seu comportamento, imagem e exemplo é atributo influente na transmissão da mensagem como um todo. Devemos considerar que, quando existe uma indisposição do ouvinte para com o mensageiro, maior será sua resistência ao conteúdo da mensagem.
Não existe uma forma correta de se apresentar. Esteja de acordo com o local e a ocasião, sobretudo as mulheres. Nos homens o uso do “terno e gravata” é adequado a quase todos os locais e ocasiões.
Como são os membros da igreja que visita? Quais são as características da denominação? Qual é o horário de início e término do culto? Em que bairro se localiza?
Observe com atenção estes aspectos errados que devem ser considerados pelo pregador:
ë Fazer uma Segunda e auto-apresentação;
ë Manter a mão no bolso ou na cintura o tempo todo;
ë Molhar o dedo na língua para virar as páginas da bíblia;
ë Limpar as narinas, cocar-se, exibir lenços sujos, arrumar o cabelo ou a roupa;
ë Usar roupas extravagantes;
ë Apertar a mão de todos. (basta um leve aceno)
ë Fazer gestos impróprios;
ë Usar esboços de outros pregadores, principalmente sem fonte;
ë Contar gracejos, anedotas ou usar vocabulário vulgar.
ë Não fazer a leitura do texto ( Leitura deve ser de pé)
Apostila de Homilética Anderson 9.
ë Evitar desculpas, você começa derrotado ( não confundir com humildade);
ë Chegar atrasado;
3.1. O pregador não precisa aparecer.
Quando convidado para pregar em outras igrejas, o pregador deve considerar as normas doutrinárias, litúrgicas e teológicas da igreja em questão.
1 – Evite abordar questões teológicas muito complexas;
2 – Não peça que a congregação faça algo que não esteja de acordo com os preceitos;
3 – Procure estar dentro dos padrões da denominação;
4 – Procure dar conotações evangelísticas a mensagem;
5 – Respeite o horário ( mesmo que seja pouco tempo );
6 – Converse sempre com o Pastor antes do início do culto.
Obs.
A) Caso não concorde com alguns aspectos, não aceite o convite.
B) Doutrina e mudanças cabem ao pastor da igreja
C) Se acredita Ter recebido uma mensagem de Deus dentro desses aspectos: Fale com o Pastor.
Capítulo IV. ESTRUTURA DO SERMÃO
Qualquer explicação requer organização, ordenação, lógica e clareza. Sendo o sermão uma explicação da palavra e vontade de Deus esse deve ser didático. A prática de pregações através dos tempos levou o estudiosos do assunto a relacionarem alguns elementos básicos que devem estar presentes nos sermões, dando a eles uma estrutura que facilita o desenvolvimento da mensagem. Esses elementos, Alvo, texto, tema, introdução, corpo, conclusão e apelo compõem o que chamamos de estrutura do sermão são imprescindíveis pois norteiam a linha de pensamento do pregador direcionando o ouvinte para o conteúdo da mensagem.
ALVO OU OBJETIVO – Neste momento do sermão, o objetivo ou assunto , o pregador deverá ser inspirado por Deus. É exatamente aqui que ele recebe a mensagem que tem a pregar e a partir deste ponto estruturá-la para levar a igreja. Se você não tem nada para falar, não fale nada. Se o Espírito Santo lhe der algo a falar, fale, mas fale direito.
TEXTO BÍBLICO – O assunto do sermão deverá ser baseado em um texto bíblico.
TEMA – Para que o ouvinte possa Ter uma idéia do que você tem a falar é imprescindível o emprego de um tema. O ouvinte realmente estará adentrando no seu sermão.
Apostila de Homilética Anderson 10.
INTRODUÇÃO – Começar bem é provocar interesse e despertar atenção. Aproximar o ouvinte do sermão e dar a ele uma noção ou explicação do que vai ser falado.
CORPO - Essa é a principal parte. Onde deverá está o conteúdo de toda mensagem, ordenado de forma lógica e precisa.
Neste ponto também deverão ser abordadas algumas aplicações utilizadas durante o sermão como, ILUSTRAÇÕES, FIGURAS DE LINGUAGEM, MATERIAL DE PREPARAÇÃO.
CONCLUSÃO – “Uma conclusão desanimada, deixará os ouvintes desanimados”. Baseados no objetivo específico do sermão a conclusão é uma síntese do mesmo e deve ser uma aplicação final à vida do ouvinte.
APELO – Um esforço feito para alcançar a consciência, o coração e a vontade do ouvinte. São os frutos do sermão.
4.1. OBJETIVO, ALVO E ASSUNTO
O objetivo da homilética, de uma forma geral, é a conversão, a comunhão, a motivação e a santificação para vida cristã.
O assunto de uma mensagem é algo particular entre o pregador e Deus.
Para ter assunto é preciso viver em comunhão e oração para que o Espírito Santo possa falar em seu coração.
A grande questão é: como Deus fala conosco? A forma de Deus falar é individual e peculiar.
Algumas pessoas acreditam que Deus fala somente de forma sobrenatural. Entretanto, Deus pode falar com você de todas as formas possíveis, fique atento, inclusive aquelas que você menos imagina. No ônibus, em casa, no trabalho, no banho, lendo a bíblia, olhando a paisagem, ouvindo uma mensagem, conversando, pensando, através de pessoas ou coisas, em sonho, em revelação, no meio de uma crise, ouvindo testemunhos, através de crianças, ouvindo uma música, em seu lazer, em um acidente, uma lição de vida, viajando, etc.
4.2. O QUE FALAR QUANDO CONVIDADO PARA PREGAR EM :
* CONGRESSOS E CONFRATERNIZAÇÕES
Neste caso os assuntos são apresentados pelos organizadores do evento. Para o pregador, o desafio está em desenvolvê-lo. Tenha intimidade com Deus para transmitir exatamente o que Ele quer falar.
Embora exista um tema, normalmente, este é geral, podendo o pregador ser mais específico.
Exemplo: TEMA DO CONGRESSO: “A videira verdadeira” João 15: 1 a 8
Você pode falar sobre: “Como o cristão pode Ter uma vida frutífera” , “Por que o cristão deve Ter uma vida frutífera?” ou até mesmo , “Os frutos da videira na vida do cristão”, utilizando outros textos e inserindo um subtema.
Apostila de Homilética Anderson 11.
* DATAS COMEMORATIVAS/ CULTOS ESPECIAIS
Situações onde o assunto é uma explicação do momento. São cultos realizados em virtude de acontecimentos específicos na igreja local.
Dentre os cultos especiais podemos destacar:
· Casamento
· Natal
· Aniversariantes
· Dízimos
· Batismo
· Consagração
· Aniversário da Igreja
· Posse
· Cultos dos departamentos ( Juventude, irmãs, crianças, etc.)
· Nascimento e apresentação de bebês
· Funeral
· Doutrinário
· Evangelístico
Atenção! Conheça e domine os textos bíblicos para explorar estes assuntos mais facilmente.
“Para pregar, o pregador leigo deve combinar ou casar o assunto do sermão com um texto da palavra de Deus”.
4.3. ASSUNTO X TEMA
Assunto é o objetivo que você deseja alcançar por inspiração de Deus e o tema é como você vai dizer para o público qual é o seu objetivo.
4.4. TEXTO BÍBLICO
O texto bíblico é a passagem bíblica que serve de base para o sermão.
Esse texto deverá fornecer a idéia ou verdade central do sermão. Nunca se deve tomar um texto somente por pretexto, e logo se esquecer dele.
Segundo Jerry Stanley Key, existem algumas vantagens no uso de um texto bíblico:
1 - O texto dá ao sermão a autoridade da palavra de Deus.
2 - O texto constitui a base e alma do sermão;
3 - Através da pregação por texto o pregador ensina a palavra de Deus;
4 - O uso do texto ajuda os ouvintes a reter a idéia principal do sermão;
5 - O texto limita e unifica o sermão;
6 - Permite uma maior variedade nas mensagens;
7 - O texto é um meio para a atuação do Espírito Santo.
Apostila de Homilética Anderson 12.
4.5. EXEGESE
Exegese é o trabalho de exposição de um texto bíblico.
DEZ PASSOS PARA UMA BOA EXEGESE
1 - Leia o texto em voz alta, comparando com versões diferentes para maior compreensão.
2 - Reproduza o texto com suas próprias palavras. (Fale sozinho)
3 - Observe o texto imediato e remoto.
4 - Verifique a linguagem do texto ( história, milagre, ensino, parábola, profecia, etc.)
5 - Pesquise o significado exato das principais palavras;
6 - Faça anotações;
7 - Pesquise o contexto ( época, país, costumes, tradição, etc.)
8 - Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por que?
9 - Organize o texto em seções principal e secundárias;
10 - Resuma com a seguinte frase: “O assunto mais importante deste texto é...”
4.6. TEMA
O tema do sermão contém a idéia principal e o objetivo da mensagem. Deve ser estimulante e despertar o interesse, a curiosidade e a atenção do ouvinte. Deve ser claro, simples e preciso bem como, oportuno e obedecer o texto.
Para se desenvolver um bom tema o pregador precisa Ter criatividade, hábito de leitura, visão global do sermão e ser sintético.
TIPOS DE TEMAS:
Interrogativo: Uma pergunta, que deve ser respondida no sermão.
Ex.: Onde estás? Que farei de Jesus? Tenho uma arma o que fazer com ela?
Lógico: Explicativo.
Ex.: O que o homem semear, ceifará; Quem encontra Jesus volta por outro caminho.
Imperativos: Mandamento, uma ordem; Caracteriza-se pelo verbo no modo imperativo.
Ex.: Enchei-vos do espírito; Não seja incrédulo; Não adores a um Deus morto.
Enfáticos; Realçar um aspecto específico;
Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristãos;
Geral: Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem especificá-lo.
Ex.: Amor; fé, esperança.
Apostila de Homilética Anderson 13.
4.7. ILUSTRAÇÕES
São recursos usados para o enriquecimento, e o esclarecimento de uma mensagem, quando devidamente aplicada.
O senhor Jesus sempre tinha uma boa história para iluminar as verdades que ensinava ao povo.
O significado do termo ilustrar é tornar claro, iluminar, esclarecer mediante um exemplo, ajudando o ouvinte a compreender a mensagem proclamada. O bom uso da ilustração desperta o interesse, enriquece, convence, comove, desafia e estimula o ouvinte, valoriza e vivifica a mensagem, além de relaxar o pregador.
A ilustração não substitui o texto bíblico apenas tem uma função psicológica e didática, para tornar mais claro aquilo que o texto revela.
As ilustrações devem ser simples, está correlacionadas com a mensagem, devem fornecer fatos de interesses humanos e devem Ter um ponto alto ou clímax
Obs.: OS EXEMPLOS BÍBLICOS SÃO AS MELHORES ILUSTRAÇÕES.
As ilustrações podem ser:
HISTÓRICA E CONTEXTUAL: Quando se aplica um conhecimento histórico ou explicação do contexto em que o texto está inserido. Exemplos:
a) Fundo da agulha – Porta estreita na cidade de Jerusalém onde, os mercadores tinham dificuldades de passar com os camelos. Mateus 19:24.
CONHECIMENTO INTELECTUAL: Envolve o conhecimento científico, psicológico, técnico e cultural. Exemplos:
v Técnico científico – A antena da TV recebe todas as frequências ao mesmo tempo entretanto, quando escolhemos um canal, através da sintonia, estamos selecionando uma determinada frequência.
METAFÓRICA OU ALEGÓRICA: Quando são empregadas figuras metafóricas como histórias e estórias. Exemplos
· Ao se aproximar da cidade do Rio de Janeiro um indivíduo reparou que o cristo redentor não era tão grande como pensava, parecia até mesmo ser menor do que seu dedo. No centro da cidade observou que estátua teria aumentado e já estava praticamente do seu tamanho, resolveu então ir até o monumento. No pé do corcovado ficou admirado com as proporções maiores do símbolo da cidade. Chegando então aos pés do cristo redentor ele pode perceber , como lhe disseram, que aquele era bem maior do que ele.
EXPERIÊNCIA PESSOAL: Testemunhos. Exemplos
· Neste tipo de ilustração o pregador relata fatos verídicos que demonstram a atuação de Deus, através de milagres, em sua vida ou de outras pessoas. Todos as respostas
que Deus atendeu realizando curas, transformações, salvação, livramentos, libertação, etc.
Apostila de Homilética Anderson 14.
Use no máximo duas ilustrações por sermão. Toda ilustração deve Ter uma aplicação e devem ser comentadas com simplicidade e naturalidade.
4.8. INTRODUÇÃO DO SERMÃO
Começar é difícil. Muitos escritores escrevem a introdução quando terminam o livro.
Alguém disse: “O pregador começou por fazer um alicerce para um arranha-céu, mas acabou construindo apenas um galinheiro”.
A introdução é tão importante quanto a decolagem de um avião que, deve ser bem perfeita para um vôo estabilizado. Ela, por certo, deve envolver o ouvinte, despertar o interesse e curiosidade e, também, ser um meio de conduzir os ouvintes ao assunto que está sendo tratado no sermão. Uma boa introdução dá ao pregador segurança, tranquilidade, firmeza e liberdade na pregação.
Tipos de introdução: Você pode usar um destes tipos para iniciar um sermão:
1 – ILUSTRATIVA – Uso de uma ilustração na introdução.
Imagine que o assunto que será abordado seja complexo e abstrato. Então, comece com uma ilustração que explique e esclareça o que pretende dizer.
2 – DEFINIÇÃO – Explicação detalha de um determinado conceito.
Explique para o ouvinte o que tem a dizer. Dê a ele conceitos significados de símbolos, termos e assuntos que ele provavelmente não conheça.
Em um sermão onde o assunto é a PAZ, o pregador explicou, na introdução, o que é a paz, seus significados no velho e novo testamento, evolução lingüística do termo paz e a aplicação termo hoje.
3 – DIVISÃO – Quando se fala de características opostas. Mostre os dois lados da moeda.
Lendo o texto de Romanos 8: 1 a 17 é possível observar como Paulo trata de dois assuntos opostos, vida através do espírito e vida através da carne.
A introdução por divisão é aquela em que se fala ou compara assuntos como, “paz e guerra”, “amor e ódio”, “salvação e perdição” , “vida cristã e vida mundana”, etc.
4 – CONVITE – Convidar o ouvinte para participar e agir. Leve o ouvinte à ação.
Use os verbos no imperativo.
Analisando o texto de Isaías 55 podemos observar que há um predomínio de verbos (vinde, inclinai, vede, buscai, deixe, invocai etc ) no IMPERATIVO, que caracterizam um convite e ao mesmo tempo uma ordem. Dessa forma o ouvinte está sendo estimulado a agir, fazer ou participar.
5 – INTERROGAÇÃO – Uma pergunta (deverá ser respondida no corpo do sermão).
Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante que esta seja bem explorada na introdução. Observe que, se estamos falando sobre morte ou salvação cabe aqui uma pergunta como “Para onde iremos nós?”, que deve levar o ouvinte a uma reflexão profunda, e para reforçar pode-se usar o texto de Lucas 12:20 “Mas Deus lhe
Apostila de Homilética Anderson 15.
disse: Insensato, esta noite te [pedirão] a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”
As perguntas da introdução devem ser respondidas no corpo do sermão.
6 – SUSPENSE – A mensagem principal está oculta e será esclarecida no corpo do sermão.
7 – ALUSÃO HISTÓRICA – Explicar o contexto histórico.
Explique o contexto do texto em que será aplicada a mensagem ( época, país, costumes, tradição, etc.). Observe o texto de João 4: 1 a 19. Caso sua mensagem esteja baseada neste texto, introduza com uma explicação detalhada das relações entre os Judeus e os Samaritanos, as relações entre os homens e as mulheres, a lei acerca do casamento, a origem do poço de Jacó, etc.
CARACTERÍSTICAS DA INTRODUÇÃO
Uma introdução bem estruturada, deve apresentar algumas características como, clareza e simplicidade, deve ser um elo de ligação com o corpo do sermão e uma ordenação de pensamentos de forma lógica e sistematizada e, não deve prometer mais do que se pode dar. É preciso estar atento para o tempo de duração da introdução que, deve ser breve e proporcional ao sermão. Evitar desculpas que possam trazer uma má impressão.
4.9. CORPO DO SERMÃO
Esta deve ser a principal parte do sermão. Aqui o pregador irá expor idéias e pensamentos que deseja passar para os ouvintes. As divisões devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade de hoje. Depois de Ter estudado e de fazer uma boa exegese do texto que será usado no sermão deve-se ensinar e aplicar os propósitos de acordo com os nossos dias.
As divisões devem Ter significados para os ouvintes e, não devem se desviar da mensagem principal que é a coluna do sermão, o objetivo será finalizado e apresentado na conclusão.
É necessário ser vocacionado para o Dom da palavra, mas podemos aprender algumas técnicas que podem ajudar ao pregador no preparo do sermão.
COMO TIRAR PONTOS DO TEXTO
1 – Leia todo o texto. Ex.: Atos 2: 37 a 47
2 – Procure a idéia principal do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situação)
3 – Procure os principais verbos e seus complementos
4 – Com base nos verbos retirados crie frases (divisões) que os complemente e que, passem uma idéia ou estejam ligadas com a mensagem a ser pregada.
5 – Organize as frases dentro da idéia principal.
· Faça o mesmo para Salmos 1:1 e 2 e desenvolva divisões para o seguinte sermão
“As quatro maneiras de ser bem-aventurado”.
Apostila de Homilética Anderson 16.
CARACTERÍSTICAS DO CORPO DO SERMÃO
As divisões retiradas do texto devem se apresentar de forma ordenada no sermão para que não haja uma confusão de idéias. O ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento . “Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações e explicação, tem que apontar na direção do alvo e em ordem de interesse”. Cada ponto deve discutir um aspecto diferente para que não haja repetição.
As frases devem ser breves e claras. As divisões servem para indicar a linha de pensamento a serem seguidas ao apresentar o sermão. Entretanto, deve-se fazer uma discussão que é o descobrimento das idéias contidas nas divisões.
Capitulo V. TIPOS DE SERMÕES
Tradicionalmente encontramos, praticamente em todos as obras homiléticas, três tipos básicos de sermões:
SERMÃO TEMÁTICO: Cujos argumentos (divisões) resultam do tema independente do texto;
SERMÃO TEXTUAL: Cujos argumentos (divisões) são tiradas diretamente do texto bíblico;
SERMÃO EXPOSITIVO: Cujos argumentos giram em torno da exposição exegética completa do texto.
5.1. SERMÃO TEMÁTICO
É aquele em que toda a argumentação está amarrada em um tema, divide-se o tema e não o texto, o que permite a utilização de vários textos bíblicos.
Observe o exemplo: Tema: “A PAZ QUE SÓ JESUS PODE DAR...”
1 – ...ilumina nosso caminho Lucas 1:79
2 – ...liberta a nossa mente de pensamento perturbador João 14:27
3 – ...retira sentimento de medo João 20:19 e 20
4 – ...salva João 3:16
Repare que cada tópico (divisão) apresenta uma característica da “Paz” proposta pelo tema, mas, para cada ponto há um texto diferente, ou seja, a base do sermão é a “Paz de Jesus” que é abordada em diversos textos bíblicos.
É necessário aplicar um texto bíblico em cada divisão do tema para não atrair muito a atenção para o pregador em detrimento da palavra de Deus. Deve-se evitar divagações e generalizações vazias e inexpressivas.
O sermão temático exige do pregador mais cultura geral e teológica, criatividade, estilo apurado, contudo, o sermão temático conserva melhor a unidade.
COMO RETIRAR IDÉIAS E ARGUMENTOS (DIVISÕES) DO TEMA
· Escolher o tema – (Criar frases, retirar de textos bíblicos ou de outras fontes);
· Analisar o tema – (repetir e refletir várias vezes);
· Pergunte-se, o que deve falar sobre o tema;
Apostila de Homilética Anderson 17.
· Extrair a principal palavra ou frase do tema – (Ela pode se repetir nos argumentos);
· Separe no mínimo 3 argumentos ligados ao tema;
· Pesquisar passagens bíblicas que se refiram aos argumentos.;
· As divisões são explicação ou respostas do tema.
ATIVIDADES
1 – Crie três argumentos (divisões) que expliquem o seguinte tema:
Tema: “Quem ama a Deus é correspondido”.
1 - ___________________________________________________ Textos: I Cor 8:3 I João 4:20.1
2 - ___________________________________________________ Rom 8:39 I João 4:9
3 - ___________________________________________________ João 3:16
5.2. SERMÃO TEXTUAL
É aquele em que toda a argumentação está amarrada no texto principal que, será dividido em tópicos. No sermão textual as idéias são retiradas de um texto escolhido pelo pregador.
Como já estudamos anteriormente, aqui estão algumas dicas para tirar pontos do texto.
As divisões do sermão textual podem ser feitas de acordo com as declarações originais do texto. Ou se utilizar de uma análise mais apurada baseando-se em perguntas como: Onde? Que? Quem? Por que? Que deverão ser respondidas pelas declarações ou frases do texto. E ainda pode-se dividir por inferência, as orações textuais são reduzidas a expressões sintéticas que encerra o conteúdo.
COMO TIRAR PONTOS DO TEXTO
1 – Leia todo o texto.
2 – Procure a idéia principal do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situação)
3 – Procure os principais verbos e seus complementos. Lembre-se verbo é ação.
4 – Procure os sentidos expressos nas representações simbólicas, metáforas e figuras.
4 – Com base nos verbos e significados retirados crie frases (divisões) que os complemente e que, passem uma idéia ou estejam ligadas com a mensagem a ser pregada.
5 – Organize as frases dentro da idéia principal.– Leia todo o texto. Ex.:
Observe o exemplo: Texto: Salmo 40:1-4
Tema: Nem antes, nem depois, no tempo de Deus.
Introdução: (Definição) Esperança significa expectação em receber um bem. O mundo é imediatista.
Corpo: O que acontece quando você espera no senhor?
1 – Ele te retira da condição atual. ( Qual é o seu lago terrível? )
2 – Ele te coloca em segurança, na rocha. ( Te dá visão para solucionar o problema )
3 – Ele requer a sua adoração, um novo cântico. ( Adorar em Espírito e verdade )
Apostila de Homilética Anderson 18.
4 – Ele te faz testemunha, muitos o verão. ( serme-eis testemunha )
Repare que cada tópico (divisão) apresenta um termo ou uma passagem do texto. De tal forma que o texto pode ser bem explorado pelo pregador.
Deve-se evitar divagações e generalizações vazias e inexpressivas.
O sermão textual exige do pregador conhecimento do texto, contexto e cultura bíblica.
ATIVIDADES:
1 – Crie três argumentos (divisões) para o seguinte sermão textual:
Texto: Tiago 3: 17
Tema: A sabedoria que vem Deus.
Introdução: ( Divisão ) Sabedoria terrena.
Corpo: A sabedoria que vem do alto é:
1 – _________________________________________________________________
2 – _________________________________________________________________
3 – _________________________________________________________________
5.3. O SERMÃO EXPOSITIVO
É aquele que explora os argumentos principais da exegese, hermenêutica e faz uma exposição completa de um trecho mais ou menos extenso. O sermão expositivo é uma aula, uma análise pormenorizada e lógica do texto sagrado. Este tipo do sermão requer do pregador cultura teológica e poder espiritual.
O sermão expositivo é o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e ao estudo diário e contínuo da bíblia, deve ser feito uma análise de línguas, interpretação, pesquisa arqueológica, e histórica, bem como, comparação de textos.
CARACTERÍSTICAS DO SERMÃO EXPOSITIVO
· Planejamento
· Poder abordar um grande texto ou uma passagem curta;
· Interpretação mais fiel;
· Análise profunda do texto;
· Unidade, idéias subsidiárias devem ser agrupadas com base em uma idéia principal;
· Não é suficiente apresentar só tópicos ou divisões;
· Tempo de estudo dos pontos difíceis;
· Pode ser abordado em série.
É muito comum o uso do sermão expositivo em pregações seriadas como conferências e estudo bíblico.
Apostila de Homilética Anderson 19.
5.4. CONCLUSÃO
É o clímax da aplicação do sermão
“Para terminar!” , “Concluindo”, “Só para encerrar”, “Já estamos terminando”.
Você já ouviu estas frases? Muitas pessoas não sabem terminar uma conversa, ficam dando voltas ou se envolvem em outros assuntos, sem ao menos perceber que o tempo está passando e o ouvinte já está angustiado com a demora.
Assim, muitos pregadores não sabem ou não conseguem concluir um sermão. Isso acontece por que estes não preparam um esboço e suas idéias estão desordenadas, logo, não conseguem encontrar uma linha condutora da conclusão do sermão.
COMO DEVE SER A CONCLUSÃO ?
1 – Apontar o objetivo específico da mensagem;
2 – Clara e específica;
3 – Resumo do sermão (o sermão em poucas palavras)
4 – Aplicação direta a vida dos ouvintes;
5 – Pequena;
6 – Faça um desfecho inesperado.
Logo, uma boa conclusão deve proporcionar aos ouvintes satisfação, no sentido de haver esclarecido completamente o objetivo da mensagem. É preciso Ter um ponto final para que o pregador não fique perdido.
OBS.: NÃO DEVE PREGAR UM SEGUNDO SERMÃO
5.5. APELO
Um esforço feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvinte.
Apelo não é apelação.
Dois tipos de apelos:
· CONVERSÃO/RECONCILIAÇÀO – Aos ímpios e aos desviados.
· RESTAURAÇÃO – A igreja
COMO DEVE SER O APELO ?
1 – Convite
2 – Impactante e direto
3 – Não forçado ou prolongado
4 – Logo após a mensagem.
Apostila de Homilética Anderson 20.
No apelo você deve dizer ao ouvinte o que ele deve fazer para confirmar a sua aceitação. Seja claro e mostre como ele deve agir.
· Levantar as mãos;
· Ir a frente;
· Ficar em pé;
· Procurar uma igreja próxima;
· Conversar com o pastor em momento oportuno.
Referências Bibliográficas
SILVA, Plinio Moreira da. Homilética a Eloqüência da Pregação. 6 edição. Editora A. D. Santos Editora. Curitiba Pr. 1999
BRAGA, James. Como Preparar Mensagens Bíblicas. 11 edição. Editora Vida. São Paulo SP. 1997
MACALÃO, Paulo Leivas. Apostila de Homilética. STPLM. Brasília DF.
GONÇALVES, Pr Ilton. Apostila Conhecimento de Homilética.
Noções De Cronologia Bíblica
Noções De Cronologia Bíblica
A cronologia Bíblica é quase toda incerta, aliás, toda a cronologia antiga. As datas eram contadas tomando-se por base eventos importantes da época, e isso dentro de cada povo. Não havia, é óbvio, uma base geral para cômputo do tempo.
Quanto à Bíblia, seus escritores não tinham preocupação com datas. Apenas registravam os fatos. As datas, quando mencionadas, tinham por base eventos particulares, como construção de cidades, coroação de reis, etc.
As descobertas arqueológicas e o estudo mourejante de dedicados eruditos no assunto, vêm melhorando e precisando a cronologia em geral, inclusive a bíblica.
As datas que aparecem às margens de certas edições da Bíblia não pertencem ao texto original. Foram calculadas em 1650 pelo arcebispo anglicano Ussher (1580-1656.) É conhecida por Cronologia Aceita. A cronologia de Ussher vem enfrentando severa crítica. Há divergências quanto a muitas de suas datas, isso em face do progresso do estudo de assuntos orientais, através de contínuas pesquisas e descobertas arqueológicas. Quanto à Bíblia não se ocupar de um exato sistema de cronologia, lembremo-nos que ela é acima de tudo a revelação de Deus à humanidade, expondo o completo plano da redenção.
A. A utilidade da cronologia bíblica. Ela fornece pontos de referência na progressão da mensagem e fatos da Bíblia, situando-os no tempo.
B. Dificuldades no estudo da cronologia bíblica. Uma das dificuldades no estudo da cronologia bíblica está no próprio texto bíblico. Há, especialmente na época dos Juizes, do reino dividido, e dos profetas, muitos períodos coincidentes em parte, reinados associados, intervalos de anarquia, arredondamento de números, etc. Para a busca da solução dessas dificuldades é mister um profundo exame dos textos envolvidos.
C. A era antes de Cristo (a Era AC.). A contagem do tempo que vai de Adão a Cristo é feita no sentido regressivo, isto é, o cômputo parte de Cristo para Adão, e não ao contrário. Noutras palavras, partindo de Adão para Cristo, os anos diminuem até chegarmos a 1 A.C. Portanto, de Cristo para Adão (o normal), os anos aumentam até chegarmos ao ano 4004 AC, tido como o da Criação adâmíca. É que Jesus é o centro de tudo. E também o marco divisório e central do tempo. Ver Hb 11.3, no gr.
D. O erro existente em nosso calendário atual. O uso do calendário é tão antigo quanto a própria humanidade. Os primeiros povos a usar calendário foram os antigos egípcios. Há calendários diversos, O leitor moderno que só tenha noções do nosso calendário precisa aperceber-se disso ao estudar assuntos antigos. Nestas nossas concisas e incompletas notas, reportamo-nos unicamente ao calendário cristão, do qual, o calendário atual é uma continuação.
Em 526 AD, o imperador romano do Oriente, Justiniano I, decidiu organizar um calendário original, entregando essa tarefa ao abade Dionísio Exiguus, o qual em seus cálculos cometeu um erro, fixando o ano 1 AD (o do nascimento de Cristo) com um atraso de 5 anos. Em seus cálculos ele tomou o calendário romano (o chamado "AUC") e fixou o ano 1 AD (o início da Era Cristã), como sendo 753 AUC, quando na realidade era o 749. Daí dizer-se que Jesus nasceu 5 anos antes da Era Cristã. O que é um absurdo se não for dada uma explicação. Nossos livros e tratados apenas declaram o fato do engano do abade, mas não o explicam. Portanto, as datas atuais estão atrasadas 5 anos. Estritamente falando, são quase cinco anos. Trata-se de arredondamento.
Nota 1. O calendário atual chama-se Gregoriano, porque em 1582 o papa Gregório XIII alterou o calendário de Dionísio, subtraindo-lhe dez dias, a fim de corrigir a diferença advinda do acúmulo de minutos a partir de 46 AC, quando Júlio César reformou o calendário então existente.
Nota 2. A palavra calendário vem do latim "calenda" = 1º dia de cada mês entre os romanos.
E. As divisões do tempo.
E. As divisões do tempo.
1. O dia. Entre os judeus e romanos era dividido em 12 horas, isto é, o período em que há luz. Entre os judeus, o dia ia de um por de sol a outro. Entre os romanos, ia de uma meia-noite a outra. As horas do dia e da noite eram contadas separadamente, isto é, doze e doze; isto entre judeus e romanos. Ver Jo 11.9 e At 23.23. Entre os judeus a Hora Primeira do dia era às seis da manhã. O mesmo ocorria em relação à noite.
2. A semana. Entre os hebreus, os dias da semana não tinham nomes e sim números, com exceção do 6º e 7º dias, que também tinha nomes, Lc 23.54.
3. Os meses. Eram lunares. A lua nova marcava o início de cada mês, sendo esse dia festivo e santificado, Nm 28.11-15; I Sm 20.5; I Cr 23.31; II Rs 4.23; S181.3; Is 1.13; Cl 2.16. Tinham 29 e 30 dias alternadamente. Antes do exílio babilônico eram designados por números. Depois disso, passaram a ter nomes e números.
4. Os anos. Tinham 12 meses de 29 e 30 dias alternadamente, perfazendo 354 dias. Os judeus observavam dois diferentes anos: o sagrado, começando em Abibe (mais ou menos o nosso abril), e o civil, começando em Tisri (mais ou menos o nosso outubro.)
5. Os séculos. Sua computação.
Século I. Compreende os anos 1 a 100 AD.
Século II. Compreende os anos 101 a 200 AD.
Século III. Anos 201 a 300, e assim por diante.
Século I. Compreende os anos 1 a 100 AD.
Século II. Compreende os anos 101 a 200 AD.
Século III. Anos 201 a 300, e assim por diante.
F. Cronologia resumida dos principais fatos e eventos bíblicos.
Fato Duração Período
O mundo antediluviano 1600 anos 4004-2400 AC
Do Dilúvio a Abraão 400 anos 2400-2000 AC
Os patriarcas Abraão, Isaque, Jacó 200 anos 2000-1800 AC
Israel no Egito 400 anos 1800-1400 AC
Período dos Juízes 300 anos 1400-1100 AC
A monarquia Israelita (Saul, Davi, Salomão) 120 anos 1053-933 AC
O Reino dividido 350 anos 933-586 AC
Queda do Reino do Norte (Samaria) - -721 AC
O exílio babilônico (Judá) 70 anos 606-536 AC
Restauração da Nação Israelita 100 anos 536-432 AC
Ministérios dos profetas literários 400 anos 800-400 AC
Nascimento de Jesus - +- 5 AC
Ministério de João Batista - 29 AD
Ministério de Jesus 3 anos 30-33 AD
Conversão de Paulo - 35 AD
Fundação das igrejas da Ásia Menor
Fato Duração Período
O mundo antediluviano 1600 anos 4004-2400 AC
Do Dilúvio a Abraão 400 anos 2400-2000 AC
Os patriarcas Abraão, Isaque, Jacó 200 anos 2000-1800 AC
Israel no Egito 400 anos 1800-1400 AC
Período dos Juízes 300 anos 1400-1100 AC
A monarquia Israelita (Saul, Davi, Salomão) 120 anos 1053-933 AC
O Reino dividido 350 anos 933-586 AC
Queda do Reino do Norte (Samaria) - -721 AC
O exílio babilônico (Judá) 70 anos 606-536 AC
Restauração da Nação Israelita 100 anos 536-432 AC
Ministérios dos profetas literários 400 anos 800-400 AC
Nascimento de Jesus - +- 5 AC
Ministério de João Batista - 29 AD
Ministério de Jesus 3 anos 30-33 AD
Conversão de Paulo - 35 AD
Fundação das igrejas da Ásia Menor
e Europa, por Paulo 15 anos 50-65 AD
Início da revolta dos judeus contra os romanos - 66 AD
Destruição do Templo de Jerusalém - 70 AD
Escrito o Apocalipse (o último Livro da Bíblia,
Início da revolta dos judeus contra os romanos - 66 AD
Destruição do Templo de Jerusalém - 70 AD
Escrito o Apocalipse (o último Livro da Bíblia,
por João, o Apóstolo) - 96 AD
Morte de João, o Apóstolo - 100 AD
Morte de João, o Apóstolo - 100 AD
Nota 1. Profeta Literário é o que deixou escritos seus.
Nota 2. O Templo ao ser destruído no ano 70 AD, tinha apenas seis anos de terminada sua construção (64 AD.)
G. Cronologia dos impérios mundiais. Isto é, a fase em que exerceram supremacia sobre o mundo conhecido.
Egito 1600-1200 AC
Assíria 900-607 AC
Babilônia (o neo-império) 606-536 AC
Pérsia 536-331 AC
Grécia 331-146 AC
Roma 146 AC - 476 AD
Autor: Antonio GilbertoFonte: Manual da Escola Dominical / CPAD
TEOLOGIA SISTEMÁTICA
- SOTERIOLOGIA
- ECLESIOLOGIA
- ESCATOLOGIA
1 SOTERIOLOGIA
DEFINIÇÃO: Soteriologia é a união entre dois termos gregos "Soteria" que significa Salvação e "Logia" que significa Estudo. Portanto Soteriologia é o Estudo da Salvação.
INTRODUÇÃO : É fundamental que tenhamos convicção da nossa salvação. A Bíblia garante que podemos ter convicção da vida eterna. Sem esta convicção é impossível viver a vida cristã. Ao fazer o estudo, examine como está a sua convicção `a luz da Palavra de Deus.
ESTRUTURA :
ESCRAVO DO PECADO
MORTO ESPIRITUAL
SEPARADO DE DEUS
A SALVAÇÃO E O PASSADO
A SALVAÇÃO E O FUTURO
A SALVAÇÃO DE JESUS
ARREPENDIMENTO
CONVERSÃO
A GRAÇA
O SANGUE
A FÉ
JUSTIFICAÇÃO
REGENERAÇÃO
SANTIFICAÇÃO
GLORIFICAÇÃO
O CALVINISMO
O ARMINIANISMO
COMPARAÇÃO
A CONDIÇÃO DO HOMEM
Não se pode compreender a Doutrina da Salvação sem saber-se qual a condição do homem que dela necessita. Vejamos algumas situações do homem sem salvação:
Escravo do Pecado João 8 : 34 Disse Jesus : Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.
O termo " escravo " significa estar cativo debaixo de poder absoluto, por compra, herança ou por guerra.
O termo " pecado" significa transgressão da lei divina.
Romanos 6 : 18 Fostes libertos do pecado, e vos tornastes escravos da justiça.
As Escrituras nos mostra que o pecado pode ser dividido em duas classes, a saber:
Pecado por Comissão É um ato que não atende uma condição imposta, em outras palavras, é fazer o que Deus proíbe.
Pecado por Omissão Ato ou efeito de omitir, deixar de fazer, ou seja, é deixar de fazer o que Deus manda.
Morto Espiritual- Rom. 5 : 12 Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.
A morte espiritual é um tanto análoga a morte física.
A morte física é a separação entre o corpo e o espírito, quando o espírito abandona o corpo, o corpo morre. Da mesma forma, quando o espírito se separa de Deus, o espírito morre; da mesma maneira que o corpo sem o espírito está morto, o espírito sem Deus também está morto.
Separado de Deus, o homem está morto espiritualmente e impossibilitado, de tomar a iniciativa da salvação.
Separado de Deus Esta é outra condição do homem sem salvação.
A conseqüência da queda de Adão, foi a exclusão da presença de Deus. Isto é, Deus já não andava com Adão no Éden.
Gen. 3 : 8 E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia : e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
Isaías 59 : 2 Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus.
Há diversas idéias a respeito da salvação. Vamos mencionar algumas das mais importantes e apontar a que está mais de acordo com a idéia apresentada por Jesus Cristo.
A Salvação e o Passado Atos 17 : 30 Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todos os lugares se arrependam.Suponhamos que uma pessoa que não saiba nadar esteja prestes a afogar-se; mas, felizmente alguém o salva.A salvação nada tem haver com o passado da pessoa salva.
A Salvação e o Futuro Imaginemos agora, um condenado a morte, porém perdoado por alguém cheio de bondade e amor. Este perdão garante ao condenado o livramento do castigo merecido. Esta salvação visou o livramento do castigo futuro.
A Salvação de Jesus Lc. 9 : 24 Porque qualquer que quiser salvar asua vida, perdê-la-á; porém qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Suponhamosque temos um único grão de arroz no mundo em nossas mãos. Para salvar esta semente o que temos que fazer? A melhor maneira de salvá-lo é plantando-o, pois se colhera centenas deles
A verdadeira idéia da salvação é, aquela que contempla mais aquilo para o que somos salvos do que aquilo de que fomos salvos.
A salvação ensinada por Jesus acentua mais o céu com toda a sua glória do que o inferno com todo o seu horror. Não somos salvos para escaparmos da morte, mas para gozarmos a vida eterna.
I Jo. 3 : 2 Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser.
OS 2 PASSOS PARA A SALVAÇÃO
Mat. 4 : 17 Daí por diante passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei - vos, porque é chegado o reino dos céus.
Mat. 18 : 3 E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças de modo algum entrareis no reino dos céus.
Cristo chegara ao mundo, vindo do seio do Pai. Podia descrever as glórias do céu para comover os homens. Mas a sua mensagem era a mesma : Arrependimento e Conversão.
Arrependimento O verdadeiro arrependimento envolve a pessoa toda, todo o seu ser, toda a sua personalidade. Arrependimento não é apenas mudança de pensamento.
João 3 :3 ...Em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Nascer do novo significa "um novo ser uma nova pessoa ou seja uma nova personalidade".
Estudaremos o arrependimento em cada um dos poderes da personalidade : Intelecto, Sensibilidade, Volição.
Intelecto Intelectualmente falando, o arrependimento é uma mudança na maneira de pensarmos: Em Deus, Em nosso pecado, Nossa relação com o próximo. Antes do arrependimento, o seu pensamento estava voltado para as coisas materiais, agora consiste em coisas espirituais e eternas.
Sensibilidade O prazer e a alegria deixa de fixar-se nas coisas terrenas deste mundo para fixar-se nas coisa espirituais. No arrependimento o homem pensa e sente mais em relação a Deus do que em relação ao pecado. No Salmo 51 Davi, chora por seus pecados, mas lamenta muito mais a sua infidelidade diante de Deus. "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões segundo a multidão das tuas misericórdias. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que mau à tua vista, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares ".
Volição Antes do arrependimento o homem quer fazer a sua própria vontade, quer dirigir-se a si mesmo, quer andar no seu próprio caminho.
Através do arrependimento o homem passa a querer fazer a vontade de Deus e quer ser dirigido por ele, porque está convencido de que a direção de Deus lhe são as melhores.
Esta mudança na vontade do homem é, de fato, o elemento mais importante no arrependimento.
Conversão: Conversão é uma palavra usada para exprimir o ato do pecador, abandonando o pecado, para seguir a Jesus.
A conversão pode e deve repetir-se todas as vezes em que o homem pecar e afastar-se de Deus, porque ela consiste no ato de abandonar o pecado e aproximar-se de Deus.
Emprega-se, geralmente, a palavra conversão para significar aquela primeira experiência do homem, abandonando o pecado paras seguir a Cristo.
Rom. 3 : 24 - 25 E são justificados gratuitamente pela sua Graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Deus o propôs para propiciação pela Fé no seu Sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a tolerância de Deus.
Os elementos básicos estabelecidos para salvação conf. escrito pelo Apóstolo Paulo aos Romanos são
1o. A Graça Tito 2 : 11 Pois a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens. Graça significa, primeiramente, favor, ou a disposição bondosa da parte de Deus. ( Favor não merecido). A graça de Deus aos pecadores revela-se no fato de que ele mesmo pela expiação de Cristo, pagou toda a pena do pecado. Por conseguinte, ele pode justamente perdoar o pecado sem levar em conta os merecimentos ou não merecimentos. A graça manifesta-se independente das obras dos homens. A graça é conhecida como Fonte da Salvação.
2o. O Sangue I Jo. 1 : 7 O sangue de Jesus Cristo , seu Filho, nos purifica de todo pecado.Em virtude do sacrifício de Cristo no calvário, o crente é separado para Deus, seus pecados perdoados e sua alma purificada. Sangue é conhecido como a Base da Salvação.
3o. A Fé Ef. 2 : 8 - 9 Pois é pela graça que sois salvos, por meio da Fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Pela fé reconhece o homem a necessidade de salvação, e pela mesma fé é ele levado a crer em Cristo Jesus. Heb. 11 : 6 Ora, sem Fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. A Fé conduz-nos ao Salvador, a Fé coloca a verdade na mente e Cristo no coração. A Fé é a ponte que dá passagem ao mundo espiritual, por isso concluímos que a Fé é o Meio para a Salvação.
Vejamos os 3 aspectos da Salvação
1o. Justificação Justificar é um termo judicial que significa absolver, declarar justo. O réu, ao invés de receber sentença condenatória, ele recebe a sentença de absolvição. Esta absolvição é dom gratuito de Deus, colocado a nossa disposição pela fé. Essa doutrina assim se define : "Justificação" é um ato da livre graça de Deus pelo qual ele perdoa todos os nossos e nos aceita como justos aos seus olhos somente por nos ser imputada a justiça de Cristo, que se recebe pela Fé. Justificação é mais que perdão dos pecados, é a remoção da condenação. Deus apaga os pecados, e, em seguida, nos trata como se nunca tivéssemos cometido um só pecado. Portanto Justificação é o Ato de Deus tornar justo o pecador.Romanos 3 : 24,30 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus... Concluímos , pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. A justificação, é realizada no homem quando este passa a crer no Senhor Jesus Cristo como Salvador, logo que ele crê em Jesus, Deus o declara livre da condenação.
Cristo Nossa Imputação Rom. 4 : 6 ...Bem-aventurado o homem a quem Deus imputa justiça sem as obras,... Imputar é atribuir a alguém a responsabilidade pelos atos de outro. Isto é Jesus Cristo assumiu nossos pecados, Deus permitiu que Jesus pagasse nosso débito.
Cristo Nossa Substituição Gal. 3 : 13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo ele próprio maldição em nosso lugar,... Como nosso substituto, Cristo Jesus ganhou esta justiça para nós, morrendo em nosso lugar, a fim de nos salvar e garantir o perdão dos nossos pecados. Somos agora aceitos por Deus, porque nos foi creditada a perfeita Justiça de Cristo.
Justiça de Cristo I Cor. 1 : 30 Mas vós sois dele, em Jesus Cristo , o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, Justiça, e santificação, e redenção. Esta justiça foi adquirida pela morte expiatória de Cristo. Sua morte foi ato perfeito de justiça, porque satisfez a lei de Deus. Foi também um ato perfeito de obediência. Tudo isto foi feito por nós e posto a nosso crédito.
2o. Regeneração Regenerar significa : Restaurar o que esta destruído. Quando se trata do ser humano, Regeneração é uma mudança radical, operada pelo Espírito Santo na alma do homem. Esta Regeneração, atinge, portanto todas as faculdades do homem ou seja : Intelecto, Volição e a Sensibilidade. O homem regenerado não faz tanta questão de satisfazer à sua própria vontade como de satisfazer à de Deus. Na Regeneração, ele passa apensar de modo diferente, sentir de modo diferente e querer de modo diferente : tudo se transforma. II Cor. 5 : 17 Portanto, se alguém está em Cristo, Nova Criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo. A bíblia descreve a regeneração como:
Nascimento João 3 : 3 Jesus respondeu, e disse : Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Uma pessoa, para pertencer a aliança feita a Israel e gozar de todos os seus direitos, precisava somente nascer de pais judaicos. Para pertencer ao reino do Messias, contudo, uma pessoa precisa nascer de novo. Ezeq. 36 : 26 Dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro em vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.
Vivificação A essência da regeneração é um nova vida concedida por Deus, mediante Jesus Cristo e pela operação do Espírito Santo. Jo. 10 : 10 ... Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Viver É estar com vida. Vivificar É dar vida. Vivificação: É o Ato, a Ação ou o efeito de viver. É usufruir da vida espiritual que Deus concedeu.
Purificação Ato ou efeito de purificar. Tito 3 : 5 Não por obras de justiça que houvéssemos feitos, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e renovação pelo Espírito Santo. A alma foi lavada completamente das imundícias da vida de outrora.
3o. Santificação Santificar é tornar sagrado, separar, consagrar, fazer santo. A Palavra santo tem muitos significados:
Separação Representa o que está separado de tudo quanto seja terreno e humano. I Ped. 3 : 11 Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a.
Dedicação Representa o que está dedicado a Deus, no sentido ser sua propriedade. Rm 12 : 1 Portanto, rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
Purificação Algo que separado e dedicado tem de ser purificado, para melhor ser apresentado. (imaculado) II Cor. 7 : 1 Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santificação no temor de Deus.
Consagração No sentido de viver uma vida santa e justa. Lev. 11 : 44 Eu sou o Senhor vosso Deus; consagrai-vos, e sede santos, porque eu sou santo.
Muito acentuada se acha no Velho Testamento a idéia de que a santificação consta de uma relação especial com Deus. As coisas consagradas ao Senhor eram consideradas santas: Arca do Concerto, O Templo, O Tabernáculo, O Altar, Os Vasos, Os Sacerdotes.
No Novo Testamento, a idéia é a de que a santificação consiste no processo do homem ser perfeito como Ele é perfeito.
Jesus ensinou que o homem deve procurar aperfeiçoar-se cada vez mais. "Bem-aventurado os limpos de coração, porque eles verão a Deus".
Diante do exposto, podemos estabelecer o seguinte:
Santificação é um processo O crente precisa esforçar-se para progredir em santificação. II Cor.7 : 1 Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santificação no temor de Deus. O processo de santificação pode ser comparado ao crescimento de uma pessoa, porém condicionado à suavontade.
Os meios divinos de santificação
O Sangue de Cristo I Jo.1: 7 O sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica de todo o pecado.
O Espírito Santo Fil. 1 : 6 Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo.
A Palavra de Deus Jo. 17 : 17 Santifica-os na verdade a tua palavra é a verdade.
VEJAMOS A SEGUIR O QUE O ESPÍRITO SANTO SANTIFICA NO CRENTE
I Tes. 5 : 23 O mesmo Deus de Paz vos santifique completamente. E todo o vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
O Corpo Rom. 12 : 1 ... que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
A Alma I Ped. 1 : 22 Tendo purificado as vossas almas
Espírito Sal. 78 : 8 ... Geração de coração instável, e cujo espírito não foi fiel a Deus.
Glorificação Glorificar significa honrar, dar glória.
Deus em seu plano de salvação, manifestou a sua glória através de Cristo Jesus, o pecador pode experimentar esta manifestação pelo Espírito Santo.
O ato final do processo da salvação será a glorificação do crente por Deus.
A Glória de Deus em Nós Em todo o tempo a glória de Deus demonstra poder, autoridade, virtude e acima de tudo consagração.
É manifestada através da fé.
Foi nos dada através de Jesus e serve para manter a unidade da Igreja.
Jô. 17 : 24 Pai, quero que onde eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória, a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo.
A Glorificação do Corpo Rom. 8 : 30 E aos que predestinou, a estes também chamou, e, aos que chamou, a estes também justificou; e, ao que justificou, a estes também glorificou.
A Glorificação do corpo se dará por ocasião do arrebatamento, nosso corpo será transformado em um corpo glorioso. Neste ato, se dará a glorificação, quando estaremos em corpo incorruptível, e assim, estaremos para sempre com o Senhor.
Conhecemos que a glória da roseira é a rosa e que a de qualquer árvore são os frutos; mas a glória do crente o que será?
I Cor. 13 : 12 Agora vemos em espelho, de maneira obscura; então veremos face a face. Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido.
Rom.8 : 18 Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar coma glória que em nós há de ser revelada.
A Glorificação é o objetivo de nosso serviço realizado
I Cor. 15 : 58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.
O trabalho do cristão deve ser realizado da melhor forma possível.
Com Amor, dedicação, voluntário, humilde, alegria, sacrificial, sabedoria etç...
É possível alguém que aceitou à Cristo como salvador cair da graça?
Os que seguem a doutrina de Calvino diz que não e os que seguem a de Armínio diz que sim.
Estudemos então as duas doutrinas:
O Calvinismo A salvação é inteiramente de Deus; o homem absolutamente nada tem a ver com a sua salvação.
Romanos 8 : 35 Quem nos separará do amor de Cristo ? Será tribulação, ou angustia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
Isto porque a sua vontade se corrompeu com o pecado. Desta forma o homem não pode se arrepender sem a ajuda de Deus.
Efésios 1 : 4 - 5 Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor. Nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.
A doutrina calvinista ensina que Deus predestinou alguns para serem salvos e outros para serem perdidos. A predestinação é o eterno decreto de Deus, pelo qual ele decidiu o que será de cada um.
O Arminianismo A vontade de Deus é que todos os homens sejam Salvos, porque Cristo morreu por todos.
I Tim. 2 : 4 O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.
As Escrituras ensinam uma predestinação, mas não individual. Ele predestina a todos os que querem ser salvos.
Tito 2 : 11 Portanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.
O homem pode escolher aceitar a graça de Deus, ou pode resistir-lhe e rejeitá-la. Seu direito de livre arbítrio sempre permanece.
2 ECLESIOLOGIA
Introdução
A Igreja é uma instituição toda especial de Deus, a qual o próprio Senhor é a pedra angular, estando edificada no fundamento dos apóstolos e profetas. Ela se manifesta na qualidade de organismo como Igreja Universal e como Igreja Local na qualidade de organização.
Definição: a palavra Igreja deriva-se do vocábulo grego εκκλησια que designava “reunião”, “aqueles chamados para fora” e posteriormente no Novo Testamento veio designar uma reunião de crentes professos. Ela se manifesta de duas maneiras: [volta ao topo]
II. A Igreja Universal
É a reunião de todos os salvos desde o pentecostes até ao arrebatamento (At 2.1-4-; I Ts 4.13-18). Ele é também conhecida pelas seguintes figuras:
a) O Corpo de Cristo: Rm 12.4-5; I Co 12.12-27; Cl 1.18
b) A Esposa de Cristo: II Co 11.2; Ef 5.31-32; Ap 19.7
c) Edifício: Ef 2.21-22; I Pd 2.4-6
d) Santuário do Espírito Santo: I Co 3.16-17
e) Novo Homem: Ef 2.14-15 [volta ao topo]
III. A Igreja Local
Das 114 vezes em que o termo “igreja” é empregado, em 91 vezes ou mais refere-se a Igreja Local. A Igreja Local é a reunião de crentes professos numa comunidade com características de organização distintas, tais como:
a) Ela é autônoma: isto significa que ela administra seus próprios negócios por um governo teocrático-democrático estando submissa a Cristo diretamente, congregacional. Este ensino é revelado no Novo Testamento em virtude das igreja locais agirem autonomamente. At 6.1-5; 15.22-27; II Co 2.5-6; Mt 18.17; At 1.15-26; I Co 5.1-8.
b) Tem seus oficiais: biblicamente são dois: Pastores e Diáconos. I Tm 3.1-13; At 6.1-6; Fl 1.1
a. Pastor: é aquele que cuida do rebanho, mas encontramos outros sinônimos como bispo e ancião. Bispo aquele supervisiona e ancião uma pessoa amadurecida ou experiente.
b. Diácono: o que serve às mesas:
c) Composta de Membros regenerados e batizados: isto significa que os membros da igreja local são nascidos de novo (com evidências para isso) e desceram às águas do batismo. Mt 28.18-20; Jo 3.5; At 2.41; 4.32 I Pd 1.23;
d) Ela tem autoridade para disciplinar seus membros: Mt 18.15-18; I Co 5.1-13; II Co 2.5-6.
e) Ela deve ser Separada
a. Do mundo: Ef 5.27
b. Do Estado: Mt 22.21
c. Dos que erram doutrinariamente: I Co 5.11; Ef 4.14; II Jo 9-11; II Ts 3.6
f) Nela ministra-se os dons espirituais Ef 4.11-12; Rm 12.3-8; I Co 12.1-11,28-31.
g) Tem seu tempo comunitário de adoração e culto a Deus. At 20.7; I Co 16.2; Hb 10.25.
IV. As Ordenanças da Igreja
As ordenanças dadas por Jesus Cristo a sua Igreja e que todos os cristãos devem observar, são cerimoniais que trazem memórias e lembranças da sua obra para nós e também aos que não crêem (ainda que não participem), de uma forma passada, presente e futura; tendo como base o sacrifício de Cristo na cruz, sua morte, ressurreição e volta iminente. Embora sendo, uma ordem e uma prática a ser observada, estas ordenanças não tem valor algum para a salvação de quem as observa ou pratica, servem apenas de caráter representativo da causa e dos efeitos desta mesma salvação. São elas: o Batismo e a Ceia do Senhor.
Discutir a forma e o significado da palavra batismo é uma notável ingenuidade, de tal maneira que defender que o significado de batizar é imergir torna-se um grave erro de redundância, porque o vocábulo grego é a palavra no português imergir; foi apenas uma palavra transliterada de um idioma para o outro.
1. Batismo
a) A Ordem - O mandamento é claramente ordenado na forma do imperativo de Mateus 28: 19: “Ide, fazei discípulos… batizando-os …”. O batismo era uma prática comum na igreja primitiva e feita de uma forma expontânea e automática para àquele que cresse que Jesus era o Cristo (Atos 2: 38,41; 8:36-38; 10:48; 18:8). Então se é uma ordem deve ser obedecida. O batismo é o primeiro ato visível de cada crente em obediência a Cristo para uma vida cristã responsável e pura.
2. O Significado
a) É o primeiro passo de obediência do crente no desejo de servir a Cristo. (Mt 28:19)
b) Simboliza a morte e ressurreição de Cristo (Rm 6:3-4). Por isso somente a imersão pode representar estes eventos em um só.
c) É a representação física do batismo no Espírito Santo. Sendo que o batismo no Espírito Santo, que se procede no ato da conversão, coloca o crente no Corpo de Cristo (I Co 12:13) o batismo nas águas coloca o crente na igreja local. (At 2: 41-47)
3. Quem pode ser batizado.
a) Todos os que receberam a Cristo como único e suficiente salvador (At 2:41, At 8:12-13) e;
b) Abandonaram antigas práticas erradas, principalmente as que servem de testemunho negativo para a sociedade. II Co 5:17, Cl 3:5-10;
c) E que desejam servir melhor a Cristo tendo responsabilidades na igreja local.
NOTE: Os requisitos para a aceitação de membros na igreja local não deve ser “tão alto” de modo que poucos irão ter a capacidade de serem incluídos no rol de membros. Entendemos que um novo convertido é alguém que irá crescer na vida cristã, naturalmente ele não pode alcançar a maturidade espiritual de um dia para o outro. Deus dá dons a cada um que irão ser desenvolvidos dentro da capacidade e limites aceitos pela igreja local.
4. Fórmula do Batismo
a) É feita a confissão de fé do candidato.
b) E batiza-se segundo a fórmula de Mt 28: 19 “... em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo;”;
c) Mergulhando o candidato apenas uma vez até que se molhe por completo.
5. Posições erradas sobre o Batismo
a) Que o batismo salva: posição defendida pela Igreja Católica Romana e outros;
b) Que é como um concerto da circuncisão: posição defendida por presbiterianos na teologia do concerto;
c) Batismo de crianças que não chegaram a idade da razão: defendida pela maioria dos protestantes reformistas e católicos.
B. A Ceia
A Ceia tem o propósito de que todos aqueles que receberam a Cristo com salvador relembre e meditem no seu sacrifício na cruz por todos nós, sua ressurreição e a sua vinda no final dos séculos. Em sua sabedoria Cristo sabia que sendo fracos temos a tendência de esquecermos as bênçãos facilmente. No pão encontramos a representação do corpo de Cristo e no vinho seu sangue derramado por nós.
1. A Instituição
a) O Próprio Cristo instituiu. I Co 11: 23;
b) Na noite em que Cristo foi traído. Mt 26: 21, 47;
c) Com o propósito de relembrar a sua morte e;
d) Ordenado para que fosse realizado até a sua Vinda (nas nuvens). I Co 11:26
2. Os Elementos da Ceia
a) O Pão
(1) Simboliza o corpo de Cristo que foi dado por nós. I Co 11:24, Is 53: 5;
(2) Não se torna o corpo de Cristo é apenas de caráter representativo: I Co 11: 24 “... em memória de mim.”;
(3) Deve ser sem fermento, simbolizando o corpo de Cristo sem pecado. Visto que Ceia foi instituída na semana da páscoa os judeus não comiam o pão asmo com fermento (Ex 12: 14-20), em I Co 5:6-8 Paulo faz uma aplicação desta verdade a vida espiritual. O fermento na Bíblia denota sentido negativo referindo-se ao pecado. Só uma vez vemos referindo-se ao reino de Deus em geral em Mt 13:33.
b) O Vinho (O cálice)
(1) Simboliza o sangue de Cristo derramado por nós. I Co 11: 25
(2) Não se torna o sangue de Cristo é de caráter representativo: I Co 11: 25 “em memória de mim.”;
(3) Deve ser um vinho não fermentado. Na Bíblia é comum encontrarmos diversas referências na Bíblia sobre o perigo de se embriagar (Exemplos: Pv 31: 1-7, Ef 5: 18). Devido a aplicação de Paulo de uma verdade para a nossa vida espiritual em I Co 5: 6-8.
3. Quem pode participar da Ceia
As três formas:
a) Comunhão Aberta: todos os que estiverem presentes no momento da Ceia;
b) Comunhão Restrita: limita-se todos os que estando presentes na hora da Ceia, e que já receberam a Cristo como salvador, foram batizados e estão em comunhão com Deus. Pode-se também limitar apenas a crentes que foram batizados na forma correta, isto é por imersão, esta posição exclui presbiterianos, luteranos, episcopais e outros. Pode ainda limitar-se a crentes de igrejas de mesma fé e prática;
c) Comunhão Ultrarestrita: restringe-se apenas a crentes da igreja local em que são membros.
NOTE: A primeira não é bíblica, pois só os que de bom grado receberam a palavra e foram batizados podem receber a Ceia (At 2:41-42). A segunda é bíblica sendo um problema apenas os crentes que não foram batizados e tiveram a cabeça molhada. A terceira também é bíblica e pode ser utilizada, portanto traz problemas de comunhão com igrejas de mesma fé e prática se houver mais de uma na cidade ou região.
4. Posições Erradas sobre a Ceia
a) A Transsubstanciação: afirma que o pão e o vinho tornam-se a carne e o sangue de Cristo respectivamente. Posição defendida por católicos.
b) Consubstanciação: que a presença de Cristo está dentro dos elementos da Ceia e trazem após a oração do sacerdote conferindo graça e transformando-se num verdadeiro sacramento. Posição defendida por episcopais e luteranos.
c) Presença Mística: dizem que os elementos são um sinal da morte de Cristo e tem um modo místico de transmitir um modo de graça especial concedendo bênçãos fora do comum. Posição defendida por presbiterianos, reformados, metodistas e outros.
“A Igreja é guardiã das ordenanças - o Batismo e a Ceia do Senhor - e ela é responsável por sua administração.”
V. A Missão da Igreja
A. Glorificar a Deus. Jo 15.8; Rm 15.6,9; Ef 1.5-6, 12, 14, 18; 3.21; Ef 5.26-27; I Tm 3.15; I Pd 4.11
B. Ganhar almas evangelizando o mundo e enviando obreiros: Mt 9.35-38; 28.19; Lc 24.46-48; At 1.8
C. Edificar a si mesma: I Co 3.10-13; 14.26; Ef 2.20-224.11-16
D. A Igreja não converterá o mundo. Mt 24.12; Lc 17.26 – Mas ocupará lugar de benção e honra, estando unida a Cristo reinará com Ele (I Co 6.2; Ap 1.6; 19.7; 22.5; ) e seu testemunho eterno continuará. Ef 3.10,21.
3 ESCATOLOGIA
A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO DE JERUSALÉM
A reconstrução do templo de Jerusalém já é debatida pelas autoridades de Israel. Donativos já estão chegando para isso. O parlamento de Israel já se ocupa do assunto. Essa construção pode ser muito rápida devido às modernissimas técnicas empregadas em construção. Quando na guerra de 1967, Israel retomou a parte antiga de Jerusalém, que encerra o remanescente das muralhas do templo, um idoso historiador judeu (citado pela revista TIME), disse: “Agora chegamos ao mesmo ponto em que Davi chegou quando conquistou Jerusalém. Da conquista de Jerusalém por Davi, até o momento em que Salomão construiu o templo, houve apenas uma geração. Assim será também”.
Conosco”.
O templo em consideração aqui é o da Tribulação (2 Ts 2.4; Mt 24.15), que será destruído naqueles mesmos dias. O profeta Zacarias diz que “a cidade será tomada”. Apocalipse 11.1 ,2 também fala da destruição desse templo. A passagem em apreço fala de medição do sentido de destruição. E também o caso de Salmo 60.6 e Lamentações 2.8. A destruição deste templo poderá ser causada também por terremoto, como os mencionados em Apocalipse 11.13 e 16.18,19.
O retorno total dos judeus à sua terra, dar-se-á por ocasião da revelação de Cristo para o estabelecimento do Milênio - um reino teocrático proeminentimente judaico (Mt 24.3 1; Is 11.11,12).
PREDOMINÂNCIA DE UMA CONFEDERAÇÃO DE NAÇÕES
No dia 23 de maio de 1957, foi assinado um tratado em Roma, o qual, sem dúvida, foi o primeiro passo do cumprimento de uma antiga profecia de Daniel sobre a existência de urna confederação de nações, como única forma de expressão do poder gentílico mundial. A profecia está no capítulo 2, e se repete no capítulo 7 de Daniel. No Apocalipse, ela é vista à partir do capítulo 13.
O dito tratado teve vigência a partir de 1~ de abril de 1958. O objetivo fundamental do tratado é a unificação da Europa mediante a formação dos Estados Unidos da Europa. Os seis países membros fundadores foram: Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Novos membros foram admitidos mais tarde.
SIGNIFICADO PROFÉTICO DESTA CONFEDERAÇÃO DE NAÇÕES.
Esta coalização de nações a ser formada, segundo a profecia, na área geográfica do antigo Império Romano, está predita em Daniel 2.33,41-44; 7.7,8,24,25; Apocalipse 13.3,7; 17.12,13. Não se trata de uma restauração literal e total do antigo Império Romano, tal como ele existiu, mas uma forma de expressão final dele, pois, conforme a palavra profética em Daniel 2.34, a pedra feriu a estátua, nos pés não nas pernas. As duas pernas representam o Império Romano dividido em dois, fato que teve lugar em 395 d.C. O império ocidental, com sede em Roma e, o oriental, com sede em Constantinopla. Foi nessa condição que ele deixou de existir como duas pernas. O império ocidental caiu em 476, e o oriental, em 1453 d.C.
A profecia bíblica destaca: “as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, em parte de barro“~(Dn 2.3 3). O Império Romano sob a forma das duas pernas, da profecia, já ocorreu, mas sob a forma de dez dedos dos pés (artelhos), nunca existiu. Portanto, está claro que Daniel 2.41-44 ainda não se cumpriu. Não é o caso dos versículos 3 2-40 que já pertencem à história. Basta ler os versículos 40 e 41 para notar que, entre estes dois, há um hiato de tempo.
DESTRUIÇÃO DA NAÇÃO DO “NORTE” E SEUS SATÉLITES.
O aluno deverá, ao iniciar a leitura deste Texto, ler por inteiro os capítulos 38 e 39 de Ezequiel e o capítulo 2 de Joel. Temos nessas profecias a descrição da invasão de Israel por uma ~naçáo do “Norte”, nos dias finais da era atual. Ver as expressões “no fim dos anos “, e “nos ‘últimos dias”, em Ezequiel 38.8,16.
A INTERVENÇÃO DIVINA
O invasor e seus aliados serão totalmente derrotados e arruinados no próprio território de Israel, por intervenção divina direta. “Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; a toda espécie de aves de rapina e aos animais do campo eu te darei, para que te devorem. Cairás em campo aberto, porque eu falei, diz o Senhor Deus. “(Ez 39.4,5).Deus intervirá porque Israel é o Seu povo e Sua possessão. Em Ezequiel 38.16, Deus chama Israel de“o meu povo “, e “a minha terra “. Isto é altamente significativo e deveria servir de aviso a todos aqueles que se levantam contra Israel. Deus afirmou a Abraão no passado:
“Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e Dã tua descendência. Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.”
(Gn. 17.7,8). bueno14 bueno15 face - francar4
Esta nação, de que trata as profecias já mencionadas, deverá, na época da invasão em apreço, ser muito poderosa belicamente, sabendo que a nação de Israel, desde há muito é líder reconhecida em matéria de estratégia de ataque e defesa. Nesse tempo Israel deve estar muito mais consolidada e fortalecida como nação, do que atualmente, e certamente possuindo maior território do que o atual (conforme Ez 3 8.8). Alguns estudantes da Bíblia julgam ser Gogue e Magogue símbolos dos poderes do mal contra o povo de Deus nos últimos dias, mas nesses capítulos de Ezequiel (38 e 39) vemos tratar-se claramente de povos e nações reais. Também em Gênesis 10.2 onde temos o rol das nações troncos originaram os demais povos, e também em 1 Crônicas 1.5, vemos que trata-se de povos reais e não simples símbolos do mal. O fatos importante nesses dois capítulos de Ezequiel é que Deus assegura que estará ao lado de Israel e intervirá sobrenaturalmente, abatendo esses inimigos do Seu povo: Gogue, o líder que intenta destruir Israel, juntamente com a coalizão de nações sob sua liderança. Duas vezes Deus afirma na citada profecia:“Eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal.” (Ez 38.3; 39.1).
Os países atuais que situam-se ao norte geográfico de Israel são os que compõem a CEI
(Comunidade dos Estados Independentes), a ex-União Soviética. Esse bloco de nações adotavam o comunismo ateu até recentemente como sistema político de governo, e ainda relutam nesse sentido. Metamorfoses políticas em grande escala vêm ocorrendo naquela parte do mundo, como é o caso da já citada CEI e também da UE (União Européia), antes conhecida como MCE (Mercado Comum Europeu).
GOGUE INVADIRÁ ISRAEL
O estudo meticuloso das profecias mencionadas no início deste Texto, mostra que Gogue - a nação ou bloco de nações do norte da Terra, em relação à Israel, invadirá esse pais nos últimos dias. A Bíblia localiza Gogue ao norte de Israel (Ez 38.6,1 5; 39.2; Jl 2.20). Essa poderosa nação do norte será ajudada nessa invasão por nações européias, asiáticas e africanas. Veja a lista completa desses atacantes: Magogue, Meseque, Tubal (Ez 3 8.2,3). Persas, etíopes, Pute, Gômer, Togarma, e muitos povos (Ez 38.5,6). Líbios (Dn 11.43).
Pelo estudo dos capítulos 38 e 39 de Ezequiel, e 10 de Gênesis, vemos que muitos nomes geográficos estão hoje modificados devido a evolução das línguas e os problemas de tradução e transliteração. O estudo comparativo da etnologia antiga e moderna dessas regiões, facilitará a identificação das mesmas:
1. Gogue. Magogue. Meseque. Tubal (Ez 3 8.2,3). No versículo 2, a “Tradução Brasileira” emprega a expressão “prínci,pe de Rós“, sendo “Rôs” uma transliteração direta do hebraico, que muitos pensam significar “Rússia”, neste contexto da profecia de Ezequiel. As versões de Almeida “Atualizada” e “Corrigida”, empregam a expressão “príncipe e chefe “.
2. Gogue, o próprio texto bíblico explica que se trata do governante de Meseque e Tubal, da terra de Magogue.
3. Magogue. Meseque, Tubal. Regiões primitivas ocupadas pelos citas e tártaros, grandes remos do passado, correspondendo hoje à moderna CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Josefo declara que Magogue ocupa a região das citas e tártaros (Josefo, Vol.1.6.1). Meseque converteu-se graficamente em Tubal é o moderno nome de Tobolsk, uma das principais cidades russas.
4. Gômer, Togarma (Ez 38.6). Gômer veio a Germânia e modernamente a Alemanha, corresponde a Armênia e Turquia.
5. Persas, etíopes. Pute (Ez 3 8.5). A Pérsia tem o moderno nome Ira. Ela adotou este nome em 1935. Em 1932 ela firmou um acordo com Moscou, que em caso de guerra as forças da Rússia terão permissão de cruzar seu território para atacar a Mesopotâmia. Segundo esta profecia de Ezequiel 38.5, o Irá tornar-se-á comunista ou pró-comunista. A Etiópia moderna é fácil localizar pelo seu outro nome: Abissínia. A Etiópia original ficava na bacia dos rios Tigre e Eufrates (Gn 2.14). Daí seus habitantes emigraram para a África e fundaram o extenso reino da Etiópia, do qual hoje a Abissinia é uma pequena fração. Etiópia é palavra grega; em hebraico é Cuxe ou Cush. Os etíopes originaram muitos povos africanos. Pute é a atual Líbia, vizinha do Egito. A Pute primitiva era uma região muito mais extensa. Esses dois últimos povos (líbios e etíopes) são também mencionados na profecia de Daniel 11.43, pertinente ao assunto em pauta.
MOTIVOS DA INVASÃO DE ISRAEL POR GOGUE
Os motivos da invasão de Israel por Gogue serão principalmente dois: as riquezas de Israel, inclusive as do Mar Morto (Ez 38.11,12), e a posição estratégica que Israel ocupa. “Assim diz o Senhor Deus: Esta é Jerusalém; pu-la no meio das nações e terras que estão ao redor dela. “ (Ez5.5).
Gogue será derrotado no próprio pais de Israel (Ez 39.4,5). Será uma sobrenatural intervenção divina (Ez 38.1 9,20). Haverá também rebelião entre as próprias tropas atacantes (Ez 38.2 1). Tremendos flagelos sobrenaturais atingirão em cheio o inimigo (Ez 3 8.22). O morticínio será incalculável (Ez 39.1 2).
Muitos confundem esta guerra de Gogue e seus aliados contra Israel, com a Batalha de Armagedom, de que tratamos noutra Lição. Há muita diferença entre os dois conflitos. O ataque de Gogue contra Israel começará no início da 70ª “semana” de Daniel 9.27, isto é, no início da Grande Tribulação (ou um pouco antes). Já o Armagedom ocorrerá no final da “semana “. Na invasão de Israel por Gogue, apenas um grupo de nações participará; já no Armagedom participarão “todas as nações” (Ap 16.14; 19.19; JL 3.2; Zc 12.3b; 14.2-4,9).
No época da invasão de Israel por Gogue, o bloco de dez nações, na área do antigo Império Romano, já está formado, e o Anticristo em evidência, ocultando sua verdadeira identidade e propósito.
A queda total e irrecuperável de Gogue e seus aliados, originará um tremendo vazio e desequilíbrio na liderança do poder político e bélico mundial. O vazio deixado pela queda de Gogue deixará o caminho aberto para o surgimento imediato do Anticristo no cenário mundial, como líder e salvador da crítica situação mundial.
CONVERSÃO EM MASSA DE JUDEUS.
Como resultado da intervenção divina salvando miraculosamente Israel, os judeus e as nações da Terra reconhecerão que há um Deus que governa todas as coisas. “Manfestarei a minha glória entre as nações, e todas as nações verão o meu juízo, que eu tiver executado, e a minha mão, que sobre elas tiver descarregado. Desse dia em diante, os da casa de Israel saberão que eu sou o Senhor seu Deus. “(Ez 39.21,22). Isso resultará na conversão de muitos judeus e no derramamento do Espírito Santo.
O CUMPRIMENTO PARCIAL DA PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO
Em Joel 2.20, vemos o Senhor destroçando o exército invasor que vem do norte, e, no versículo 28, temos a promessa do derramamento do Espírito Santo. Essa promessa cumpriu-se parcialmente no Dia de Pentecoste (At 2.16,17). Por que dizemos parcialmente? - Por duas razões: primeiro, em Joel 2.28 fala de derramar “O” Espírito, o que significa um derramamento pleno. Já em Atos 2.17, a Palavra fala de derramar “DO” Espírito, o que significa um derramamento parcial. São pequenas palavras que alteram grandemente o sentido habitual das coisas.
Segundo, no Dia de Pentecoste, e desde então, não se cumpriram os sinais preditos em Joel 2.30,31, os quais ocorrerão somente durante a Grande Tribulação (Mt 24.29; Ap 6.12-14; At 2.19,20). Haverá, portanto, um grande despertamento espiritual entre os judeus, resultando em muitas conversões. Leia Joel 2.31,32, atentando bem para a conjunção ~ ligando o versículo 31 ao 32.
“Então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.” (Mt 24.9). Esta última referência é muitas vezes aplicada à Igreja, quando na verdade trata-se de Israel nesse tempo, e dai para a frente. O derramamento do Espírito Santo que teve inicio entre os judeus, no Dia de Pentecoste, foi interrompido, mas, terá então pleno cumprimento, e precederá de fato o “Dia do SENHOR” (At 2.17,20).
OS 144.000 JUDEUS SALVOS DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO
Esta obra começará nesse tempo. Serão selados por anjos de Deus. Esse selo, refere-se certamente ao que está descrito em Apocalipse 14.1, isto é, os 144.000 são representantes das tribos. Certamente dentre eles sairão os missionários que levarão ao mundo a Palavra de Deus, conforme afirma a profecia de Isaias 66.1 9. Eles substituirão a Igreja na obra de testemunhar de Deus. Deus nunca ficou sem testemunho, nem mesmo durante a apostasia de Israel (1 Rs 19.19; Rrn 11.5). A mensagem que eles pregarão não é o Evangelho que conhecemos,mas o chamado“evangelho do reino” (Mt 24.14), o qual anuncia a iminente volta do Salvador à Terra e o julgamento das nações impenitentes. Esse Evangelho foi anunciado por João Batista (Mt 3.2), por Jesus (Mt 4.23), e pelos doze apóstolos (Mt 10.7); mas, como os judeus rejeitaram o Rei, o Evangelho passou a ser anunciado a todas as nações (Mt 28.19).
As palavras de Jesus em Mateus 10.23, sem dúvida referem-se a esse tempo em que os judeus pregarão o Evangelho antes da Sua volta. Os pormenores do contexto da passagem em foco, mostram tratar-se de eventos futuros. “Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do homem.” O resultado do testemunho dos judeus durante a Grande Tribulação vê-se na grande multidão salva dentre todas as nações, na época da Tribulação (Ap 6.9-1 1; 7.9). Os mensageiros de Deus sofrerão muito (Mt 24.9). O Evangelho do reino é constituído de ensino, pregação e milagres (Mt 4.23). Logo, haverá muito milagre.
Muita gente fica chocada por não ver despertamento espiritual em Israel atualmente. Ora, a Bíblia revela que primeiro virá o despertamento nacional, político. Isto está acontecendo perante os nossos olhos, hoje (Ez 37.1-8). Depois é que virá o despertamento espiritual (Ez 37.9-14).
Por que dizemos parcialmente? - Por duas razões: primeiro, em Joel 2.28 fala de derramar “O” Espírito, o que significa um derramamento pleno. Já em Atos 2.17, a Palavra fala de derramar “DO” Espírito, o que significa um derramamento parcial. São pequenas palavras que alteram grandemente o sentido habitual das coisas.
Segundo, no Dia de Pentecoste, e desde então, não se cumpriram os sinais preditos em Joel 2.30,31, os quais ocorrerão somente durante a Grande Tribulação (Mt 24.29; Ap 6.12-14; At 2.19,20). Haverá, portanto, um grande despertamento espiritual entre os judeus, resultando em muitas conversões. Leia Joel 2.31,32, atentando bem para a conjunção ~ ligando o versículo 31 ao 32.
“Então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.” (Mt 24.9). Esta última referência é muitas vezes aplicada à Igreja, quando na verdade trata-se de Israel nesse tempo, e dai para a frente. O derramamento do Espírito Santo que teve inicio entre os judeus, no Dia de Pentecoste, foi interrompido, mas, terá então pleno cumprimento, e precederá de fato o “Dia do SENHOR” (At 2.17,20).
A GRANDE TRIBULAÇÃO
O Tipo de Paz que a Terra Gozará Nessa Época
As passagens bíblicas supracitadas e outras semelhantes, falam da paz e prosperidade que a Terra experimentará no princípio do governo centralizado da Besta. Daniel 11.36 diz que o seu govemo será próspero. Ela convencerá o mundo de que está raiando a era da paz e do progresso com que a humanidade sonhava. A política, a religião, a economia, e a ciência, serão suas metas principais. A ciência atingirá um ponto nunca alcançado. Todo esse progresso será falso, porque será superficial e durará pouco. Logo depois, a Besta revelará seu verdadeiro caráter maligno, ao mesmo tempo em que os juízos desencadeados do Céu, sob os selos, as trombetas e as taças registrados nos capítulos 6 a 18 de Apocalipse, porão tudo a descoberto, mostrando que as multidões foram completamente iludidas.
O Cavaleiro e Seu Cavalo (Ap 6.2)
O cavalo e sua cor branca, falam da conquista, vitória e paz. O cavalo nas guerras antigas era elemento de primeira necessidade. O arco do cavaleiro fala do longo alcance e amplitude de seus empreendimentos. A sua arrancada será a princípio, vitorioso, inclusive porque não enfrentará qualquer protesto e oposição da verdadeira Igreja. Nesse tempo ela já estará na glória com o Senhor.
A coroa, o cavalo branco e a arrancada vitoriosa do Anticristo, tudo fala dele como o falso messias e solucionador das crises mundiais. Seu governo será a falsificação do milênio de Cristo. Sim, ele imita o Cristo verdadeiro, que monta outro cavalo branco. “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça.” (Ap 19.11).
Cristo quem abre o selo, conforme o versículo 1 que, juntamente com o versículo 2, tratam do cavaleiro e seu cavalo branco. O branco aí representa a paz e a prosperidade que o Anticristo a princípio promoverá. Além disso, os componentes de uma comitiva de Cristo, é de se esperar que sejam de melhor qualidade, e não como os que são vistos no capítulo 6 de Apocalipse. A comitiva de Cristo é de exércitos do Céu (Ap 19.14). Já aqui, em Apocalipse 6.3-8 vemos uma comitiva macabra, aterradora, infernal. No versículo 4 vemos discórdia, luta e morte. Logo, o cavaleiro e seu cavalo branco, em Apocalipse 6.2, falam da falsa paz e prosperidade mundial que o Anticristo forjará e apresentará ao mundo, ao emergir no cenário internacional (1 Ts 5.3).
O Número da Besta: 666
A Besta terá um nome, no momento desconhecido. O número resultante desse nome será
666 (Ap 13.17,18).
Três coisas a Bíblia diz sobre a Besta: seu nome, número e marca. No momento, só o seu número nos é revelado: 666. A pessoa e o nome serão revelados após o arrebatamento da Igreja (2 Ts 2.7,8). Portanto, os que estão aguardando o arrebatamento da Igreja, não necessitam saber disso agora; os que aqui ficarem saberão ... O número repartido três vezes no nome da Besta, fala da suprema exaltação do homem, cujo número na numerologia bíblica é 6. As três vezes, pode significar o homem exaltando-se a si mesmo como se fosse Deus, como está dito em 2 Tessalonicenses 2.4. O número do Deus trino é 3.
Quanto a Besta ter número, convém notar que as nações mais adiantadas projetam pôr em prática um sistema de números permanentes para todos os cidadãos, a partir do nascimento ou da naturalização, visando o controle total da população. Os computadores já estão fazendo isso, controlando animais e mercadorias. Entramos na era em que tudo será controlado à base de números. Em todos os países já há muita coisa controlada à base de números permanentes.
ASSIM SERÁ A GRANDE TRIBULAÇÃO
A palavra tribulação significa literalmente comprimir com força, como se faz com as uvas no lagar, ou com a cana de açúcar na moenda. A tribulação aqui tratada, abrange o período da ascendência e governo do Anticristo. O termo tribulum, da latim, também leva ao mesmo sentido.
Duração da Grande Tribulação
A Grande Tribulação abrangerá um período de sete anos, dos quais os piores serão os últimos três anos e meio. Quanto a esse período, diz a Escritura:
“Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará .em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade dum tempo.” (Dn 7.25).
“Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a boca em blasfêmias contra Deus> para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.” (Ap 13.5,6).
O sofrimento nesse tempo será de tal monta que, se durasse mais tempo ninguém escaparia com vida. “porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, e ninguém seria salvo, mas., por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados. “(Mt 24.21,22).
A Pior Fase da Grande Tribulação
A primeira menção bíblica da tribulação está em Deuteronômio 4.30: “Quando estiveres em angústia, e todas estas cousas te sobrevierem nos últimos dias, e te voltares para o Senhor teu Deus, e lhe atenderes a voz. Outras passagens que podem ser lidas agora, são: Dt 31.29; Is 13.9-13; 34.8; Ez 20.33-37; Jr 30.5,11; Dn 12.1; JJ 1.15. Como já dissemos, a pior fase da Grande Tribulação, será quando o Anticristo romper sua aliança feita com os judeus, e começar a persegui-los. Tal fato ocorrerá quando ele exigir adoração e os judeus recusarem oferecê-la. Os “santos” perseguidos pela Besta, referidos em Daniel 7.2 1,25 e Apocalipse 13.7, são, em primeiro plano.
Ao romper sua aliança com os judeus, o Anticristo romperá também com a igreja apóstata, da qual ele recebeu apoio enquanto necessitou da sua influência para galgar o poder, e a destruirá (Ap 17.16). Ele destruirá a igreja falsa para implantar a nova forma de adoração dele mesmo.
Apesar da Grande Tribulação visar em primeiro lugar os judeus, o mundo todo sofrerá os seus efeitos Jr 25.29-32; Ap 13.7,8). Deus entrará em juízo com o Seu antigo povo,_para expurgalo e levá-lo ao arrependimento e conversão (Ez 20.33-39; Jr 30.7; Zc 14.2a; 13.8,9 12.9; Rm 11.26,27; Mt 23.39).
A descrição mais detalhada e completa que temos da Grande Tribulação é a que se encontra em Apocalipse, capítulos 6 a 18. Os capítulos 6 a 9 abrangem a primeira parte, chamada Tribulação. Os capítulos 10 a 18 abrangem a segunda parte, denominada Grande Tribulação. Esta última parte é referida em Apocalipse e Daniel como “quarenta e dois meses “, “um tempo, dois tempos e metade de um tempo” e “mil duzentos e sessenta dias” (Ap 11.2,3; 12.6,7,14; 13.5; Dn 7.25). É nesse tempo de justiça divina que as sete piores pragas, sob as taças de juízo, serão derramadas na Terra, como vemos em Apocalipse, capítulos 15 e 16. Nesse tempo, as forças da natureza que operam nos Céus entrarão em convulsão (Mt 24.29; Jl 2.20). É interessante notar em Apocalipse, a partir do capítulo 6, quantas vezes os Céus são mencionados como palco de tremendos eventos.
Em Isaias 13.11, Deus afirma: “Castigarei o mundo por sua maldade, e os perversos por causa da sua iniqüidade; farei cessar a arrogância dos atrevidos> e abaterei a soberba dos violentos.”
Talvez porque nesse tempo de apostasia, o povo não crerá no Inferno (como milhões fazem hoje), haverá nesse mesmo tempo uma amostra do Inferno para eles, durante cinco meses. Apocalipse 9.1-6 dá conta disso.
HAVERA SALVAÇÃO DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO?
Muitos perguntam: “Haverá salvação durante a Grande Tribulação?” Sim, haverá. É fácil provar biblicamente. Uma única passagem como a de Apocalipse 7.14 bastaria para isso.“Respondi-lhe: meu Senhor tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro. ‘~ A melhor tradução deste texto é a de Almeida Revista e Atualizada. O verbo “vir” está de fato no tempo presente. Outras passagens que evidenciam a salvação durante a Tribulação: Ap 6.9-1 1;12,17; 7.9-11; 15.2; 20.4; JI 2.32, diz: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém estarão os que forem salvos, assim como o Senhor prometeu, e entre os sobreviventes aqueles que o Senhor chamar”.
Como Haverá Salvação nesta época?
Muitos objetam aqui, dizendo: Como pode haver salvação nessa época quando a dispensação da Graça terá findado e o Espírito Santo terá arrebatado a Igreja? Perguntar assim é ignorar o plano de Deus através da Bíblia, para com o homem que Ele criou. A esta pergunta respondemos com outra pergunta: Como o povo se salvava antes da dispensação da Graça, e, como operava o Espírito Santo nessa época? O povo salvava-se pela fé no Redentor prometido que havia de vir. Isso era também salvação pela graça (At 15.11; Ef 1.4; 1 Pe 1.19,20; Ap 13.8). Eles também tinham o Evangelho (Gl 3.8; Hb 4.2).
Agora, uma coisa é certa: as condições espirituais prevalecentes durante a Tribulação, não serão favoráveis como hoje. Tremendas trevas espirituais envolverão o mundo. Haverá também oposição sem paralelo. Não poderá ser de outra maneira, pois trata-se do reino do Anticristo. Haverá, sim, multidões de salvos dentre os judeus e os gentios. Em Apocalipse 6.9-11 e 7.9-11, vemos uma multidão de gentios salvos no Céu, porém saídos da Terra, após sofrerem martírio. No meio dessa multidão estarão aqueles que não subiram no arrebatamento, e, despertados por tal fato, decidirão permanecer fiéis, a despeito de toda e_qualquer prova_e sofrimento. Sim, haverá santos durante a Grande_Tribulação.
As Duas Testemunhas (Ap 11)
Durante os negros dias da Tribulação haverá duas testemunhas especiais da verdade divina, profetizando aqui na Terra (Ap 11.3-12). Esses dois homens serão intocáveis até que cumpram a sua missão (Ap 11.7). Ambos serão mortos pela Besta. Comparando-se Zacarias 4.11-14 com Apocalipse 11.4, vê-se que essas duas testemunhas estão agora no Céu. Devem ser Enoque e Elias, do Antigo Testamento. Ambos não passaram pela morte (Gn 5.24 e 2 Rs 2.11). Moisés não pode ser um deles, pois morreu (Dt 34.5,6). E, aos homens está ordenado morrerem apenas uma vez (Hb 9.27); ao passo que essas testemunhas ainda morrerão aqui.
O fato não é relevante para a Igreja do Senhor, uma vez que quando essas duas testemunhas atuarem aqui, a Igreja já estará com Cristo na glória. Certamente a permanência de Enoque e Elias no Céu (se são eles), em corpos fisicos, são casos especiais. As palavras “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber o Filho do homem”, de João 3.13, têm sentido diferente daquele que geralmente se pensa. Significam subir ao Céu por seu próprio poder.
O MILÊNIO EM RELAÇÃO À IGREJA
No Milênio a Igreja estará glorificada com Cristo. Ela é o Seu povo especial, como povo espiritual. “o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda a iniqüidade e purificar para si um povo especial, zeloso de boas obras.” (Tt 2.14 - ARC). Já Israel é um povo especial de Deus, para uma missão terrena. “Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra. “(Dt 7.6).
A Igreja Estará Glorificada no Milênio
A Igreja estará glorificada com Cristo na Jerusalém celeste (Cl 3.4; 1 Pe 5.1; Rm 8.17,18). Vemos assim, mais uma vez, que o Milênio será uma época de manifestação da glória de Deus:
glória da Jerusalém celeste, glória no templo milenial, e glória na Igreja. Essa glória divina, o homem perdeu ao cair (Rm 3.23), mas com o advento de Jesus em Belém, ela começou a ser-lhe restaurada (Lc 2.9,14).
Os salvos virão à Terra sempre que quiserem. Teremos um corpo como o de Cristo ressurreto, que se locomovia sem limitações (Fp 3.21; Jo 20.19, 26; Lc 24.15,31).
O Conhecimento de Deus Será Universal
O conhecimento divino, abundante durante o Milênio, não virá primordialmente pelo
estudo. Será antes intuitivo (Is 11.9; Jr 3 1.34; Hc 2.14). Isso será maravilhoso! Os judeus, por sua vez, continuarão levando a efeito um grande movimento missionário (Is 66.19). Conforme Isaias52.7, a evangelização estará em primeiro plano. Aí trata-se da pregação das boas-novas. Multidões serão salvas. A população da Terra crescerá rapidamente sob as benignas condições do Milênio. Se não houvesse salvação durante o Milênio, este seria uma decepção.
A ÚLTIMA REVOLTA DE SATANÁS
No final da execução do plano de Deus para este mundo, ocorrerão três grandes conflitos ou guerras. O primeiro é o que está registrado em Ezequiel, capítulos 38 e 39. Um bloco de nações chefiadas pela nação do “Norte”, invadirá Israel no início da Tribulação (ou um pouco antes). Deus intervirá de maneira sobrenatural a favor de Israel e os atacantes serão totalmente destruidos.
O segundo conflito armado é o de Zacarias 14.1-4; Joel 3.9,12 e Apocalipse 16.13-16;
19.11-21. Aqui, o Anticristo chefiando todas as nações do mundo avança para exterminar Israel
e lutar contra Deus. O Senhor Jesus então descerá do Céu e destruirá todos os exércitos atacantes.
O Anticristo e seu Falso Profeta serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, e Satanás ficará
preso por mim anos. Isso ocorrerá no final da Grande Tribulação.
O terceiro conflito está descrito em Apocalipse 20.7-10. Aqui Satanás engana e subverte as nações contra Deus. Deus então derramará fogo do Céu e consumirá a todos. Satanás será lançado no seu lugar definitivo: o lago de fogo e enxofre. Isso se dará no final do Milênio. Desta maneira, os que nascerem durante o Milênio terão uma oportunidade de escolha: obedecer a Deus ou ao diabo. No princípio da história humana Adão teve tal oportunidade. Agora, no final da história humana, o homem igualmente tê-la-á.
Será a última rebelião que Satanás instigará contra Deus.
“Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e
sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a
fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar
(Ap 20.7,8).
Quem é Gogue e Magogue, em Apocalipse 20.8?
Gogue e Magogue, em Apocalipse 20.8, são as nações rebeladas contra Deus, instigadas por Satanás, e conduzindo um furioso ataque contra os santos. Não se trata absolutamente de Gogue e Magogue relatados em Ezequiel, capítulos 38 e 39. Vejamos na página seguinte as razões disso num quadro comparativo.
POR QUE SATANÁS SERA SOLTO
Após mil anos de paz, justiça e prosperidade para todos, sem o Tentador, este volta às suas atividades malignas.
“Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela superficie da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. “(Ap 20.7-10).
O Por Que Dessa Soltura Momentânea Vejamos algo do por que disso; dessa liberdade tão curta de Satanás:
a) Provar os que nasceram durante o Milênio. Lembremo-nos de que nem Jesus foi isento de tentação.
b) Revelar que o coração humano não convertido, permanece inalterado, mesmo sob o reino pessoal do Filho de Deus. Hoje em dia o homem culpa o diabo por suas maldades, infortúnios, transgressões e quedas. Durante o Milênio não haverá diabo nenhum para tentar, mas ver-se-á que os mil anos de bênçãos inigualáveis sob Cristo, não transformará o homem. O problema não é de ambiente; é de coração.
d) Demonstrar que Satanás é totalmente incorrigível. Veja que após passar mil anos na prisão, Satanás é o mesmo de sempre.
Será essa uma revolta mundial. Aqueles que atualmente gostam de revoltas e de promovêlas, assim como contendas, divisões, rebeliões, saibam que tudo isso procede do Inferno. Essa úl tima revolta de Satanás será imediatamente neutralizada e os revoltosos, exterminados (Ap 20.9).
c) Demonstrar pela última vez quão pecaminosa é a natureza humana, e que o homem por si mesmo jamais se salvará, mesmo sob as melhores condições. O homem falhou antes, sob todas as condições favoráveis possíveis; sob a Lei e a Graça, e, agora sob as condições gloriosas do Milênio. Esse fracasso final do homem é uma explicação de Tiago 1.14, onde vemos que o mal é residente, imanente em nós. Somos pecadores por natureza. A inclinação para pecar éimanente no homem, desde que nasce (Sl 58.3; 51.5). Só o sangue de Jesus Cristo pode purificar-nos detodo pecado (1 Jo 1.7).
O Julgamento dos Anjos Caídos
É consentâneo crer que os anjos decaídos, tanto os livres que trabalham agora para Satanás, como os aprisionados “...para o juízo do grande Dia...” (Jd v. 6) e ainda os demônios, serão julgados juntamente, com o diabo, a quem eles acompanharam, obedeceram e serviram (Ap 20.10; 2 Pe 2.4; Jd v. 6; Lc 8.3 1; Mt 8.29).
A Igreja certamente estará associada neste juízo, pois travou renhido combate contra o diabo e suas hostes. E pois justo que a Igreja os julgue também. “Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?... “(1 Co 6.3). Este evento marcará o ponto final da libertação de ação do diabo, dos anjos decaídos e dos demônios. É o final da sua carreira maligna (Mt 25.41).
O JUÍZO FINAL
Nessa ocasião os impios falecidos, de toda~ã épocas, ressuscitarão com seus cornos literais e imortais, porém carregados de pecado (Ap 20.1 1-15; Mt 10.28). Esse julgamento será para aplicação de sentenças, pois o pecador já está condenado desde quando não crê no Filho de Deus como seu Salvador. João 3.18, diz: “Quem nele crê não é julgado; o que não crê)á está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”
O Grande Trono Branco
“Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cujapresençafugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
“Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.”
(Ap 20.1 1,12). 1. “De cuja presença fugiram a terra e o céu”}At 20.11). Assim como o sol, ao nascer, ofusca a lua e as estrelas, e estes parecem recuar para o infinito, e não podem ser vistos devido a superior claridade do sol, o mesmo ocorrerá com a Terra e o Céu quando o Filho de Deus se manifestar na Sua excelsa glória para julgar os mortos. É a glória que eles (os mortos) se privaram de participar quando em vida escolheram viver no pecado. No Juízo das Nações, que ocorreu antes do Milênio, Jesus fez o mesmo ante os vivos, aparecendo cheio de glória e majestade
(Mt 24.30; 25.31). 2. “Os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono” (Ap 20.12).
“Grandes” e “pequenos” aí, têm a ver com importância, posição, prestígio, influência, e não com tamanho ou idade. Veja à luz do original os seguintes contextos: Ap 11.18; 13.16; 19.5,18; Mt 10.42; At 8.10; 26.22.
O Julgamento e os Livros no Céu
“... Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os
mortosforam julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito
nos livros.” (Ap 20.12).
Alguns desses livros devem ser:
- O livro da consciência (Rm 2.15; 9.1).
- O livro da natureza (Jó 12.7-9; Rm 1.20; S119.1-4).
- O livro da Lei (Rm 2.12); Ora, a Lei revela o pecado (Rm 3.20).
- O livro do Evangelho (Rm 2.16; Jo 12.48).
- O livro da nossa memória (Lc 16.25: “Filho, lembra-te... “); Mc 9.44 (aí deve ser uma alusão ao remorso constante no Inferno. Ver o contexto: versículos 44-48).
Ler ainda Jr 17.1).
- O livro dos atos dos homens (Ap 20.12; Mc 12.36; Lc 12.7; Ml 3.16).
- O livro da vida (Ap 20.12; Sl 69.28; Dn 12.1; Le 10.20; I~p43).
do “livro da vida” nessa ocasião é certamente para provar aos céticos julgados, que seus nomes não se encontram nele (Mt 7.22,23).
Os Que Morreram Sem Conhecer o Evangelho
Quanto aos que morreram sem conhecer o Evangelho, deixemos com Deus. Sendo Deus perfeito em justiça como é, terá um lei parajulgar os que pecaram sem lei, isto é, sem conhecerem a lei (Rm 2.12). De uma coisa estejamos certos: diante de Deus ninguém é inocente, inclusive os pagáos (Rm 2.15; 10.18; Is 5.3b; S119.3,4; Já 12.7-9). O “Juiz de toda a terra” saberá fazer justiça (Gn 18.25). Só Ele é o juiz dos que morreram (Àt 10.42); e a Bíblia assegura que ojuízo de Deus é “segundo a verdade” (Rm 2.2), e que os juízos de Deus são verdadeiros e justos (Ap
16.7).
A RENOVAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA
Satanás, seus anjos e demônios, ainda não estão ocupando o Inferno final, mas este já está preparado para eles (Mt 25.41). Desde que Satanás foi expulso do Céu, com os anjos que o seguiram na sua rebelião contra Deus, o espaço tem sido a sede de suas atividades, e a Terra, o seu principal campo (Ef 2.2; 6.12; Jó 2.2). Durante a Grande Tribulação, ele foi expulso dos céus estelares para a Terra (Ap 12.8,9,12b).
Uma vez Satanás lançado no lago do fogo e enxofre, Deus começará estabelecer o Seu reino eterno.
Novos Céus e Nova Terra
“Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens impios.”
“Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.”
“Visto que todas essas co usas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,”
“esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os derreterão.”
“Nós, porém, segundo a sua promessa, esp eramos novos céus e nova terra, nos
quais habita justiça. “ (2 Pe 3.7,10-1 3).
Somente obras humanas serão consumidas (Hb 12.27; 2 Pe 3.10). O mesmo Deus que preservou a sarça, de se consumir (Ex 3.2), e tornou imune ao fogo os três jovens hebreus (Dn 3.25), também pode preservar o povo salvo, saído do Milênio e tudo mais que Ele quiser, durante esta expurgação final dos Céus e da Terra. “Ponho as minhas palavras na tua boca e te protejo com a sombra da minha mão, ara ue eu estenda novos céus, unde nova terra e di a a Sião: Tu ésomeu povo.” (Is 51.16). c-~r~u~ ~ &LD
Quando o juízo divino caiu sobre o Egito por oprimir o povo de Deus, enquanto os primogênitos dos egípcios eram mortos, os judeus eram preservados pela providência divina através do sangue protetor (Êx 12.23). Milagre idêntico ocorrerá aqui.
Por que Céus e Não Somente Terra Serão Expurgados?
Já dissemos que o espaço sideral está contaminado pela ocupação de Satanás e seus agentes (Jó 15.15; Mt 13.4,19; Ec 10.20). Assim vemos que esse ato divino extinguirá o pecado do universo todo. Aqui se cumprirá integralmente João 1.29: “... Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Mundo aí, é kosmos no original, que na Bíblia implica não somente a humanidade, mas o próprio mundo fisico em que ela habita, como já mostramos anteriormente. Cumprir-se-á então também, plenamente, Mateus 5.5: “Bem-aventurados os mansos, or ue herdarão a terra.” Não uma Terra como a atual em que o pecado cam³eiae satura, mas aquela deque estamos tratando (S1 37.11,29; 115.16).
sesse tempo haverá perfeita harmonia entre o Céu e a Terra. “...e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as co usas, quer sobre a terra, quer nos céus.” (Cl 1.20). Nesse tempo “céu e terra hão de ser a mesma grei “, como bem diz o poeta saqro. Sim, porque o muro de separação (o pecado), já foi desfeito totalmente.
O ETERNO E PERFEITO ESTADO
Durante Seu ministério terreno, Jesus fez menção de uma nova era que há de vir na consumação do atual sistema mundial; mas é nos capítulos 21 e 22 de Apocalipse que se encontram literalmente descritas as glórias desta maravilhosa era, quando Deus será tudo em todas as coisas. Aqui finda o tempo na história humana e começa g “dia eterno “, conforme 2 Pedro 3 18 (ou “dia da eternidade“, como registra a Versão Revista e Corrigida). A santa cidade de Jerusalém celestial baixará de vez sobre a Terra - a nova Terra, tendo seu relevo totalmente diferente, como jã mencionamos neste livro (Ap 2 1.2,10).
Todas as coisas terão sido restauradas (At 3.21), enquanto que a Igreja, em estado de glória e felicidade eternas, governará a Terra sob o senhorio de Cristo (Dn 7.18,27).
As Perfeições do Eterno e Perfeito Estado
1. Santidade Perfeita. “... Nunca mais haverá qualquer maldição”(Ap 22.3). Isto é, não haverá mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de maldição (Gn 3.17; Gl 3.13).
2. Governo Perfeito. “... Nela (a Nova Jerusalém), estará o trono de Deus e do Cordeiro” (Ap 22.3). O homem não tem sabido, nem podido governar bem a Terra. Todas as tentativas humanas nesse sentido fracassaram: os gregos, através da cultura; os romanos, através da força e da justiça; os governantes dos nossos tempos, através da ciência e da olítica. Mas Cristo exercera um governo perfeito, no Seu tempo.
3. Serviço Perfeito. “... Os seus servos o servirão” (Ap 22.3). O maior privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho de Deus será então perfeito. Culto perfeito. Atividades perfeitas. Certamente, a partir daí será ocupado o infinito Universo. Quantas maravilhas não aguardam os salvos!?
4. Visão Perfeita. “Contemplarão a sua face... “(Ap 22.4). Somente com uma visão perfeita será isso possível. O que não será uma só mirada no seu rosto? Aqui neste mundo, servos dificilmente (e talvez nunca) vêem a face de seus senhores, chefes de nações, mas nós veremos o Senhor face a face.
5. Identificação Perfeita. “... e na sua fronte está o nome dele. “(Ap 22.4). Nome, na Bíblia, fala de caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma perfeita identificação entre Deus e os Seus remidos. O sumo sacerdote levava gravadas numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada, as palavras: “... Santidade ao Senhor” (Êx 39.30), mas naquela época de santidade perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a fronte dos Seus. 6. Iluminação Perfeita. “Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles...” (Ap 22.5). O nosso conhecimento será então perfeito dentro do plano humanQ em gJ&ia Às k.’z.t~s quc até cnt~i~ teremos, serão ofuscadas pelo superior e abundante conhecimento divino (1 Co L1.12).
A Bíblia menciona ainda uma sucessao de eras futuras. sobre as qzmis i,a,-I~’ ,~,<z,s ~ ~zIítc,presente. “para mostrar~ nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Crista Jesus.” (Ei 2.7). Certamente, à medida que essas eras bíblicas forem pa.~sandu, çuiúie.;ereiiios iriais e mais as insondáveis riquezas da Sua graça! E como são insondáveis as riquezas de Cristo! (Ef 3.8). Certamente nessas eras bíblicas futuras, o imenso universo, com seus milhões e milhões de planetas, serão ocupados, pois Deus criou todas as coisas para determinados fins, segundo o Seu eterno plano e propósito.
Deus será então tudo em todos, conforme está escrito em 1 Coríntios 15.28, e, para sempre continuará o eterno e perfeito estado.
Angelologia
Há, no mundo, muitas crenças sobre os anjos. Há antigas lendas que influenciam a crença de muitos ao redor do mundo. A existência dos anjos é verdadeira mas não da forma como todos dizem. Queremos ver o que diz a Bíblia sobre a sua existência e obra. Se não existissem os anjos, muitos versículos da Bíblia ficariam sem explicação.
Seres Criados
Os anjos não são eternos como Deus mas foram criados por Deus (Sal 148:2,5; Col 1:16). Mesmo que a Bíblia mostrando que os anjos foram criados por Deus, a Bíblia não é tão clara sobre quando foram criados. Alguns usam Jó 38:7 para dizer que os anjos foram criados assim que a terra foi feita outros determinam Gênesis 1:1, na sua referência aos “céus” para incluir os anjos. Podem dizer o quiserem pois tudo não passa de opiniões. Somente é seguro dizer que até o fim da criação (Gên. 2:1) os anjos foram criados (Êx. 20:11; Ne. 9:6).
Seres Espirituais e Incorpóreos
Os anjos não têm carne (Luc 24:39), não se casam (Mat. 22:30, portanto, não há sexo), são seres espirituais, sem matéria (I Sam 16:14; Mat. 8:16; 12:45; Luc 7:21; 8:2,32,33; 11:26; Atos 19:12; Efés 6:12; Heb 1:14). A sua qualidade de espírito e incorpóreo se vê por poderem estar presentes em pouco espaço (Mat. 12:45; Luc 8:2,30) e serem invisíveis (Col 1:16). Mesmo os anjos podendo aparecer em forma de homem (Atos 1:10) são espíritos (Heb 1:14) e tomam a forma de homem para nos ajudar. O homem está em um grau inferior aos anjos (Heb 2:7)
Alguns símbolos são usados, dentro da Bíblia, para apresentar os anjos tais como: “vento” (Salmos 104:4) ou “fogo abrasador” Heb 1:7) mas, também são citados como sendo espíritos (Mat. 22:30) e presentes na igreja, com atuações específicas (I Cor 11:10).
Pelo fato de terem sidos criados, os anjos são finitos, têm em começo, são limitados e não têm apetites e desejos carnais. Mesmo sendo espíritos e incorpóreos, não são onipresentes. Essa é uma qualidade reservada somente para Deus.
Seres Racionais, Morais e Imortais
Racionais
Os anjos têm uma inteligência nata e não adquirida (Boyce). A inteligência dos anjos é superior a dos homens (II Sam 14:20). Através da igreja Deus ensina a “multiforme sabedoria de Deus” que é conhecida pelos “principados e potestades nos céus”, uma clara referência aos anjos (Efés 3:10). Mesmo os anjos conhecendo tanto, não são oniscientes (Mat. 24:36; I Ped 1:12).
Que anjos possuem vontade é claramente anunciado (I Pedro 1:12) pois anelam investigar aquilo que não são capazes de entender. A obra da salvação é melhor entendida pelo pecador salvo. A glória da salvação não é conhecida pelos descrentes (I Cor 1:23; 2:14) e nem pelos anjos sejam eles bons ou maus.
II Ped 2:11 mostra que os anjos decidem por não fazer uma ação e essa decisão revela que eles são seres racionais.
Morais
A natureza moral dos anjos pode ser vista através do princípio em eles são abençoados se obedecem ou castigados se desobedecem. Tal tratamento indica tanto a capacidade quanto a responsabilidade. Os anjos que obedecem são chamados anjos santos (Mat. 25:31; Mar 8:38; Luc 8:26; Atos 10:22; Apoc 14:10), anjos eleitos (I Tim 5:21) ou anjos de luz (II Cor 11:14). Os anjos
2
obedientes vêem a face do Senhor (Mat. 18:10) e são exemplos para nós (Mat. 6:10, a vontade de
Deus está sendo feito no céu pelos anjos inclusive; Judas 9). Os anjos que desobedecem são
castigados (João 8:44; II Ped 2:4; Judas 6) e são eles aqueles seguem ao Diabo como líder (Mat.
25:41).
A Bíblia não revela se há salvação para os anjos.
Imortais
A qualidade de ser imortal pode ser vista através da afirmação de Jesus (Luc 20:35,36). Os
anjos bons e os maus têm existência contínua. Os bons permanecem sob o favor de Deus e os maus
recebem o castigo pela eternidade.
O fato de os anjos terem grande poder (Sal 103:20; Col 1:16; Efés 1:21; 3:10; Heb 1:14)
também revela as suas qualidades de inteligência, vontade e moral. O poder que eles possuem deve
ser exercitado na medida do querer de Deus. Esse controle indica inteligência, vontade e moral.
Condição Original
De tudo que a Bíblia mostra sobre o assunto somente podemos concluir que a condição
original dos anjos é boa (Gên. 1:31, “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”).
Judas ensina que os anjos maus “não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria
habitação” (Judas 1:6) dando-nos a entender que no princípio, estavam na própria habitação, junto dos
bons em obediência. Aqueles que caíram, pecaram (II Ped 2:4).
Por Deus ser o Criador, e absolutamente santo (Gên. 18:25; Hab. 1:13), a Sua criação também
não teria pecado (Bancroft, p. 286).
Número dos Anjos
A Bíblia nunca dá um número exato de anjos, mas isso não quer dizer que há um pequeno
número. Varias vezes a Bíblia dá-nos razão dizer que o número é enorme.
• Deut 33:2 - dez milhares de santos
• Sal 68:17 - vinte milhares, milhares de milhares
• Mar 5:9,15 - muitos
• Mat. 26:53 - doze legiões (cada legião é composta entre 3.000 - 6.000, Berkhof)
• Heb 12:22 - muitos milhares
• Apoc 5:11 - milhões de milhões, e milhares de milhares (Dan 7:10)
Apoc 12:4 relata que a terça parte das “estrelas do céu” foi lançada para a terra. Há os que
dizem que isso refere-se aos anjos que caíram, o império Romano ou até os pastores que não ficaram
fieis no ministério (Gill). Se esse fosse o número de anjos maus que caíram, para cada anjo mau, há
dois anjos bons. Isso é confortante mesmo que não queremos duvidar da suficiência da onipotência de
Deus.
Qualquer que seja o número de anjos, eles não são criados instantemente. O número atual de
anjos não aumenta (Berkhof).
A Ordem dos Anjos Bons
Existe uma organização entre os anjos. Satanás é chamado o pai (João 8:44) e Miguel é
chamado por arcanjo (Judas 1:9) que mostra claramente a existência de ordem entre eles. Os anjos
bons são chamados “filhos de Deus” por terem uma origem divina. Os anjos maus têm o nome de:
anjos do diabo (Mat. 25:41; Apoc 12:7) mostrando a existência de uma ordem entre eles.
Nomes Diferentes
3
São usados vários nomes que nos levam a distinguir ordens angélicas. As obras, o relacionamento com Deus ou os atributos dos anjos podem ser vistos pelos nomes atribuídos a eles: “Filhos de Deus” (Jó 1:6; 2:1; Sal 29:1; 86:6), deuses ou anjos de Deus (Sal 97:7; 138:1; Heb 1:6), seus exércitos (Sal 103:21), servos (Jó 4:18),espíritos (Heb 1:14), santos (Jó 15:15; Sal 89:5,7; Zac 14:5; Dan 8:13), vigias (Dan 4:13, 17) e vários outros nomes em Col 1:16; Efés 1:21 dos quais podemos citar o Sr. E. C. Dargan:
“tronos .... sendo o mais elevado, próximo a Deus e assim chamados, tanto por estarem perto de Deus e sustentarem o trono de Deus como por sentarem eles mesmos sobre tronos aproximando-se mais perto de Deus em glória e dignidade; depois “domínios”, ou senhorios, aqueles que exercem poder ou senhorio sobre os inferiores ou homens; depois “principalidades”, ou “principados”, os de dignidade principesca; finalmente, “potestades”, ou autoridades, aqueles que exercem poder ou autoridade sobre a ordem angélica mais baixa, logo acima do homem.” (citado por T. P. Simmons, p. 135,136).
Os anjos citados em Col 1;16 e Efés 1:21 não são os tipos mas de graus ou dignidades diferentes (Berkhof).
Querubins e Serafins
Os querubins mencionados em Gên. 3:24, estão guardando a entrada ao Paraíso, Êx. 25:18, estão olhando ao propiciatório (Sal 80:1; 99:1; Isa 37:16; Heb 9:5). Eles constituem o carro pelo qual Deus desce ao mundo (II Reis 2:11; Sal 18:10) e são representados pelos seres vivos para mostrar poder e majestade (Ezequiel 1 e Apoc 4, entre outros). Mais do que outras criaturas os querubins revelam o poder, a majestade e a gloria de Deus, guardando a sua santidade no jardim, tabernáculo, templo e na sua descida à terra (Berkhof).
Os serafins só estão citados em Isa 6:2,6 como servos ao redor do trono de Deus. Cantam louvores e estão de prontidão para fazer o que o SENHOR mandar. Talvez a sua obra seja preparar aqueles que querem aproximar-se apropriadamente de Deus (Berkhof).
Sobre os querubins e serafins E. C. Dargan ensina que não são “como seres atuais senão como aparências simbólicas ilustrando verdades da atividade e do governo divino.” (Simmons, p. 136).
Miguel e Gabriel
O anjo Miguel e o anjo Gabriel são os únicos anjos mencionados pelo nome.
Miguel é mencionado em Dan 10:9-13; 10:21; 12:1; Judas 1:9; e Apoc 12:7-9. A sua posição é tida como sendo ‘arcanjo’ (Judas 1:9) e “um dos primeiros príncipes” (Dan 10:13). Parece ser um guerreiro valente que batalha por Jeová.
Gabriel é usado em Daniel 8:16; 9:21 e Luc 1:19,26. Gabriel disse: “assisto diante de Deus” (Luc 1:19). Há sete anjos que “estavam diante de Deus” e há a especulação de que Gabriel seja um destes. O seu trabalho é mediar e interpretar revelações divinas (Dan 8:16). Foi Gabriel que profetizou o nascimento de João Batista (Luc 1:5-19) e de Cristo (Luc 1:26-37).
Anjos de Guarda
Apesar de a tradição e os historiadores gostarem da idéia de um anjo, ou dois (um bom e o outro mau), designados a cada homem, ou pelo menos aos eleitos, a Bíblia não dá credito pleno e claro a essa idéia. Deus é quem cuida dos Seus pela Sua presença e poder. Um anjo seria muito inferior à essa presença divina. A doutrina que supõem um anjo de guarda alimenta uma pratica de adoração aos anjos. Note que havia mais de um anjo nestes casos: Gên. 28:12; II Reis 6:16,17; Mat. 4:11; Luc 16:22.
4
O Serviço dos Anjos Bons
Serviço Usual
O serviço usual deve ser entendido como a ocupação geral dos anjos bons. Eles têm o privilégio de louvar a Deus dia e noite (Sal 103:20; 148:2; Isa 6:1-6; Apoc 5:11). Heb 1:14 revela que a sua obra inclui o ministério aos herdeiros da salvação; alegria na conversão dos herdeiros (Luc 15:10), estão atualmente protegendo os herdeiros (Sal 34:7; 91:11) e, especialmente, os pequeninos (Mat. 18:10). Os anjos estão presentes na igreja (I Cor 11:10; I Tim 5:21) até mesmo conhecendo através dos cultos, sobre a multiforme sabedoria de Deus (Efés 3:10; I Ped 1:12). Esses anjos transportam os salvos para o “seio de Abraão” (Luc 16:22).
Serviço Temporário
Os anjos trabalham durante tempos de transição especiais (patriarcas, a entrega da Lei, a era da conquista da terra prometida, durante o exílio e a restauração do povo de Deus à sua terra e o nascimento, ressurreição e ascensão do Senhor Jesus Cristo) e em resposta à queda dos homens no pecado. Quando terminou o período da revelação divina especial cessou o serviço temporário de intermediários dessas revelações, comunicar as bênçãos ao povo de Deus e executar o Seu juízo sobre os Seus inimigos. Esse serviço só se reiniciará na volta corpórea de Cristo (Berkhof, p. 148). Os versículos que mostram esse serviço sendo feito são: II Sam 24:16,17; II Reis 19:35; I Cron. 21:15,16; II Cron. 32:21; Atos 12:23.
A Ordem dos Anjos Maus e Suas Obras
Anjos Maus
Os anjos maus começaram como anjos bons e deixaram a sua habitação (Judas 1:6; II Ped 2:4). Eles se opõem a Deus e colocam barreiras diante da Sua obra obedecendo a vontade de Satanás (Dan 10:10-14; Zac 3:1; Luc 22:31). Eles afligem o povo de Deus (Mat. 17:15-18; Luc 13:16; II Cor 12:7), atuam como empecilhos diante do povo de Deus (Efés 6:11,12; I Tess 2:18) e procuram enganar os eleitos (II Cor 11:13,14; Mat. 24:24).
Espíritos ou Demônios
Os espíritos maus ou os demônios (considerados por muitos termos sinônimos e um tipo de anjo mau, Mat. 9:34; 12:24; 25:41 - Bancroft; Cloud) são distintamente diferentes pois têm trabalhos separados dos anjos maus (Atos 23:8,9, “nem anjo nem espírito ... uma e outra coisa”). Fazem um trabalho mais pessoal, sujo e violento do que os anjos maus em geral. Têm a prática de habitar nos corpos (Mat. 4:24; 8:16, 28-34; 12:43; Atos 8:6,7; 16:16) e nos ídolos dos descrentes (Lev 17:7; Deut 32:17; I Cor 10:20). Adivinhação e astrologia têm como objetos de adoração aos demônios (Deut 18:10-12; II Crôn 33:6; Atos 16:16-18; 19:13-19). Em comparação aos anjos maus, os demônios são mais impuros (Mat. 12:43-45; Mar 5:8; Luc 4:33-36) e violentos (Mat. 8:28; Mar 9:18,22; Luc 9:39; Apoc 16:14). Note que há um grau de impureza entre eles (Mat. 12:43-45). Há muitas doenças afligidas pelos espíritos maus (físicas: mudez - Mat. 9:32,33; cegueira - Mat. 12:22; doença esquelética - Luc 13:11-13 e mentais: nudez, loucura - Luc 8:26-35; Marcos 9:18, 22).
Os espíritos ou demônios não têm outro fim, revelado pelas Escrituras, a não ser igual aos anjos maus que estão entregues “às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo” (II Ped 2:4; Judas 1:6). As ‘cadeias’ não os limitam a um lugar mas sim à uma condição (escuridão e condenação) (Berkhof, p.149). O lugar será o lago de fogo (Mat. 25:41; Apoc 20:10).
Pela adivinhação e astrologia é praticada a abominação diante do Senhor. Deus quer receber toda a glória. Os que praticam essas abominações não estão buscando ao Senhor e sim aos demônios (Deut 18:10-12; Atos 16:16-18, “espírito de adivinhação”; 19:13-19; II Cron. 33:6)
Satanás
5
Satanás é o líder de todos os anjos maus sendo chamado o seu pai (João 8:44), o seu príncipe (Mat. 9:34; Efés 2:2) . Sua principal obra é opor-se a Deus (Isa 14:13,14; Atos 13:10). Ele ataca ao homem por que o homem é o principal objeto das suas obras (Gên. 1:26). As Escrituras o apontam como aquele que originou o pecado (Gên. 3:1-3; Ezequiel 28:15; João 8:44; II Cor 11:3; I João 3:8; Apoc 12:9; 20:10) e o deus de toda a impureza (João 12:31; II Cor 4:4) mostrando não a sua soberania mas o controle sobre tudo o que Deus entregou na sua mão. Satanás é de grande poder mas não onipotente, tem influência mas não é soberano (Mat. 10:28; 12:29; Apoc 20:2). O destino de Satanás é o lago de fogo (Mat. 25:41; Apoc 20:10) (Berkhof).
A Nossa Atitude diante dos Anjos Bons e Maus
Deus é o único digno de honra e glória e deve ficar claro que nenhum anjo bom ou mau deve ser servido, adorado ou temido como Deus (Rom. 11:36; Apoc 4:11; 22:8,9). Mesmo o crente, filho de Deus, por estar em Jesus Cristo, tendo uma posição acima dos espíritos maus (Efés 6:16; Heb 2:14; I João 4:4) não é recomendado entrar em contenda com qualquer ser bom ou mal (II Tim 2:24; Judas 1:9), mas os resistir aproximando-se de Deus (Tiago 4:7) sendo firme na fé (I Ped 5:9). A vitória se dá pela força de Cristo (Fil. 4:13) e não da carne (Efés 6:10-18). Há necessidade de sermos submissos ao Senhor para termos a vitoria e é razão suficiente para que não sermos auto confiantes em nossos relacionamentos com as forças do mal. Uma vida morta às concupisciências da carne e ativa em obediência à Palavra de Deus, é a melhor defesa para não cair nos laços do diabo (Efés 6:12-18; I Tim 1:18,19).
Satanás é ativo e os seus anjos estão sempre prontos para lhe obedecer, daí o crente ser instruído a ser vigilante e obediente à Palavra de Deus (I Ped 5:8; II Cor 2:10, 11) nunca dando a mínima oportunidade a Satanás (Efés 4:27). Enche o seu ser com as meditações de Cristo, a Palavra de Deus, e não precisará se preocupar com as concupisciências da carne (Gal 5:16). Assim será sempre pronto a ter a vitória nas lutas que venham (Tiago 4:7,8)
Bibliografia
BANCROFT, Emery H., DD. Christian Theology, Systematic and Biblical, Zondervan Publishing House, Grand Rapids, 1971.
BERKHOF, L, Systematic Theology, Wm E. Eerdmans Publishing Co., Grand Rapids, 1972.
Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1/94.
BOYCE, James Pettigru, DD, LL.D. Abstract of Systematic Theology, Christian Gospel Foundation, sd
CLOUD, D. W. Way of Life Encyclopedia of the Bible and Christianity, Ver. 2.0, Topic: Devils; Way of Life Literature, Washington, sd.
CLICK EM CIMA DO ARQUIVO PARA ABRIR E SOLICITE A LIBERAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário