AS QUATRO VIRTUDES ADMIRÁVEIS E UMA DECISÃO INFELIZ DE UM JOVEM RICO
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Marcos - 10 - 17 : 23. Esse texto fala sobre a história de um homem que possuía características muito peculiares e uma delas era a curiosidade. Ele era uma pessoa que sabia das últimas novidades da região. E a última novidade naquela época era: Jesus está na cidade. Só que ele, além de ser curioso e bem informado, era ainda uma pessoa influente e rica. A Bíblia narra que, quando Jesus encontrou esse homem, Ele o amou, porque viu que havia em seu coração sinceridade. Ele foi tão sincero e tão verdadeiro que Jesus, olhando para o âmago de sua vida, viu a profundidade do seu caráter quando ele disse: Eu guardo os teus mandamentos desde a minha infância. Jesus lhe disse: vai e vende tudo o que tem e dê aos pobres. Porém, ele ficou pesaroso porque era muito rico. Esse jovem de posição, contava que sua riqueza o habilitaria a herdar a vida eterna, mas para Deus não é assim. Ele não estava disposto a se desfazer de sua riqueza, apesar da ordem de Jesus. Não há evidência mais clara de confiança em Jesus do que obedecer ao seu mandamento. Por outro lado, a maior evidência da não confiança no Senhor, está em desobedecê-lo. O jovem rico nada mais representa do que o caminho da filantropia, de “algumas” religiões que a praticam entusiasticamente, achando que agindo assim, poderão ganhar a sua “salvação”. O texto de Marcos 10:17-23 menciona quatro virtudes desse jovem rico, e sua decisão infeliz diante de Jesus. Esse fato aconteceu logo após Jesus ter abençoado as criançinhas. Possivelmente o jovem rico teria visto a bênção dos meninos, e ao ver essa enternecedora demonstração de amor, sentiu-se impulsionado a formular a sua pergunta. É o que iremos ver agora. 1. A PRIMEIRA VIRTUDE - FOI DIRETAMENTE À PESSOA CERTA. Aquele homem foi à pessoa certa, Jesus. Aproximou-se de Jesus, quando este se retirava da cidade (Mc.10.17). O fato do homem chegar correndo a Jesus, reflete a impaciência da juventude, mas quando ele se ajoelha demonstra sinceridade e ternura. Sua atitude foi realmente notável, diferente dos fariseus, que só se aproximavam de Jesus para provocá-lo. Observe que ele não procurou nenhum dos discípulos de Jesus, foi direto à fonte. Essa é uma das características de alguém que tem a vida sedenta de Deus. Uma pessoa sedenta não vai a ribeiros, vai à fonte. A água dos ribeiros pode estar contaminada, mas a água da fonte é sempre límpida. O homem foi a quem poderia responder ao anseio de sua alma. Observamos no texto que ele não bateu cabeça como muitas pessoas que podem até ter as mesmas qualidades que ele, mas lhes falta essa inteligência perceptiva de procurar a pessoa certa. Esse episódio foi marcante, pois dele Jesus aproveita para doutrinar seus discípulos, ensinando que em primeiro lugar deveria vir a abnegação, um requisito super importante para se entrar no Reino dos Céus. Em segundo lugar, está o grande perigo no apego do amor pelo dinheiro!. 2. A SEGUNDA VIRTUDE - FICOU NA POSIÇÃO CORRETA Ficou na posição correta porque ao encontrar-se com o Mestre, prostrou-se diante DELE. Tal atitude prova que esse homem possuía em seu coração o desejo de adorar a pessoa certa. Por isso, ao chegar diante de Jesus, foi logo adorando-o. Jesus também nos tem convidado a adorá-lo, além disso, se dispõe a nos aceitar como seus melhores amigos. A adoração a Deus consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do grande Deus do céu e da terra. Sendo assim, a adoração deve concentrar-se em Deus e não no ser humano. Aquele jovem nos apresenta uma atitude autêntica e louvável de um adorador, quando jogou-se aos pés de Jesus. É importante dizer para os irmãos que, o simples fato de nós, como cristãos, realizarmos um culto, não nos garante de que há verdadeira adoração, nem que Deus aceite o nosso louvor e ouça as nossas orações, se tudo isso não passar de mera formalidade!. Uma adoração externa, só de aparência, e com o coração longe de Deus, não passa de uma tremenda hipocrisia: Deus nos vê somente um fariseu com capa de CRISTÃO!. 3. A TERCEIRA QUALIDADE - DESCOBRIU A IDENTIDADE CERTA Descobriu a identidade certa. Ele disse: Mestre, reconheço que Tu és bom. Ele reconheceu a identidade de Jesus como sendo o Deus Todo Poderoso. Como um homem curioso, ele descobriu quem era Jesus. Mas não foi além de descobrir e se expressar!. A forma na qual o jovem se dirigiu a Jesus, foi inusitada, incomum, para os padrões da época. Não há na literatura judaica, registro de que alguém tenha chamado de “bom” a um rabino. Todavia aquele jovem reconheceu em Jesus o próprio Deus diante dele!. Sabemos que o jovem possuía uma boa posição e ao que parece gozava da confiança de seu povo (Mt.19.16), portanto tudo indica que ele não chamou Jesus de “Bom Mestre” por ignorância ou descuido. Quando Jesus disse que só Deus era “bom”, talvez tivesse deixado aquele homem perplexo com essa resposta, mas Jesus estava tentando ajudar o jovem a compreender claramente o significado da sua saudação. Jesus vendo a atitude daquele homem, reconheceu a sua perfeita sinceridade e o seu discernimento. Quis somente fortalecer a sua fé fazendo-lhe uma declaração ainda mais clara para o seu parecer: “Ninguém há bom senão um que é Deus”!. Jesus estava dizendo a aquele jovem rico, que a bondade suprema é característica exclusiva de Deus (Sl. 31.19 - 52.1). Jesus não estava negando a sua divindade, como poderia parecer a primeira vista, e sim clarear o pleno significado da afirmação daquele jovem. Em muitas linguagens modernas, “bondade” é um termo um tanto genérico. Seu uso bíblico porem, é bem diferente. Primeiramente, essa palavra referem-se a virtude e a excelência moral de Deus. Pode-se dizer, então, que a bondade faz parte da própria natureza de Deus. Todos os seus atributos – incluindo poder, justiça e sabedoria – são inteiramente bons. No entanto é mais correto descrever a bondade de Deus como expressão do seu amor. A bondade de Deus é uma qualidade ativa, expressa em ações para com os outros. Paulo já dizia que as pessoas se sentem mais atraídas a quem é bondoso do que a um justo (Rm.5.7). Podemos até confiar em um justo que siga fielmente todos os mandamentos da lei; mas quem é bom faz mais do que isso!. Ainda que aquele jovem rico tivesse usado o termo Bom Mestre como título lisonjeiro, Jesus mesmo assim modestamente direcionou toda a glória ao Pai. Somente Deus fornece o único padrão pelo qual se pode determinar o que é bom. Ele é o Doador de “toda boa dádiva e todo dom perfeito” (Tg.1.17) 4. A QUARTA VIRTUDE - FEZ A PERGUNTA CERTA Fez a pergunta certa à pessoa certa. Ele disse: Mestre, o que eu farei para herdar o Reino de Deus? A sua pergunta foi boa, pois nos revela um profundo interesse e uma grande motivação pelas coisas do Reino. Por certo, esse jovem rico fazia o bem aos outros para “alcançar a vida eterna”. No entanto, já sabemos que os filhos de Deus fazem o bem porque dão valor aos seus irmãos e também cuidam bem deles como Deus o faz. Podemos então entender que a “bondade” do jovem rico estava tão distante do reino quanto o fariseu com seu senso próprio de justiça. Notamos também que ele tinha imensa fome de Deus, queria entender mais a fundo a essência do Reino. A forma como ele falou com Jesus fez com que o Mestre fosse mexido, se compadecesse dele por causa de sua afirmativa, quando disse a Jesus: Tu és bom!. Tu és “bom” (v.10.18) Na linguagem grega encontramos duas palavras para “bom”. Ambas são utilizadas no Novo Testamento. Uma delas (agathos), toma a forma como “útil” ou “benéfico” e é um termo moral. A outra (kalos), tende a reforçar ao aspecto esteticamente agradáveis significando, “belo”. Definitivamente, só Deus é bom de verdade. Ainda hoje essa história fala aos nossos corações ao lermos que um homem ao encontrar-se com Jesus e reconhecê-lo como Deus, saiu de Sua presença com pesar por não querer abrir mão de sua vida regalada. Quantas pessoas conhecemos que, durante a sua trajetória cristã, tem tudo para tornarem-se pessoas excepcionais, mas se perdem no meio da caminhada! Quando ele disse a Jesus que guardava os mandamentos desde a sua infância, Jesus o amou, porque sabia que ele falava a verdade. A questão toda era que esse homem, apesar de falar a verdade, era legalista, religioso, cumpria as leis, possuía influência dentro da comunidade judaica, mas seus conceitos sobre o Reino de Deus estavam completamente equivocados!. No momento em que encontrou Jesus, era a hora do seu teste. Jesus disse que ele deveria ir e vender tudo o que possuía. Jesus sabia que ele era rico e apegado às riquezas. Portanto, o deus da sua vida era Mamom e Jesus pediu exatamente que renunciasse o deus que ele tinha em particular. Nessa hora, porém, a Bíblia diz que ele saiu triste e pesaroso. No versículo 23, Marcos nos dá uma visão extraordinária daquela situação: Jesus fica observando, olhando um a um dos seus discípulos para ver como estavam reagindo diante da decisão daquele jovem. Ao afirmar Jesus que seria “difícil os ricos entrarem no Reino de Deus”, os apóstolos ficaram atônitos diante daquela declaração (v.26). O que isso significa? É exatamente a condição de querer seguir Jesus, sem ter que abrir mão de algumas coisas que são maiores do que Jesus em nossa vida. Só Jesus mesmo pode nos mostrar que, apesar de nosso comportamento ser aprovado diante de alguns que não têm discernimento, diante d’Ele tudo se descortina, nada fica em oculto diante de Sua maravilhosa presença. Diante de Jesus não há máscaras!. Hoje Ele está dizendo que, ainda que você tenha características tão relevantes, como as do homem de Marcos 10, como percepção, curiosidade, riquezas interiores, você também precisa renunciar qualquer característica e situação que atrapalhe o seu relacionamento com Deus. A DECISÃO MAIS INFELIZ DA VIDA DAQUELE JOVEM Você, diferentemente desse homem, não deve tomar a decisão de sair triste e pesaroso. Ao contrário, sairá na alegria do Senhor, compreendendo que essa renúncia lhe dará o direito de tomar posse da grandeza das bênçãos que Deus tem preparado para sua vida, entendendo que todos somos testados quando estamos diante de Jesus. Vai, Vende Tudo o que Tens – Esse foi o momento mais importante na vida daquele homem. Jesus pôs o jovem rico no seu ponto mais fraco: suas riquezas. Ele não estava disposto a dar mais valor a Cristo do que aos seus bens. Esta declaração de Cristo não significa que todos os crentes devem vender tudo o que possuem, pois precisamos atender as necessidades da nossa família e doutras pessoas, Devemos, no entanto, estar dispostos a abrir mão de tudo quanto Jesus pede da nossa parte. Nossa dedicação a Ele não pode ser nada menos do que isto. Aquele jovem foi educado sobre as regras rígidas do judaísmo, as suas práticas exteriores eram mais importante o ser do que o sentir; o formal era mais valioso que o real; e o exterior lhe parecia mais valioso que o interior. O jovem rico professava amar a Deus, mas quando Jesus o colocou diante daquela prova de repartir os seus bens, mostrou um caráter e um defeito gravíssimo: o seu egoísmo. Para seguir Jesus, aquele jovem precisava eliminar esse devastador sentimento para chegar a perfeição que Jesus queria nele. Quando Pedro, João e André foram chamados pela primeira vez, Jesus não lhes pediu que vendessem seus barcos e suas redes, pois essas coisas não impediam que eles lhe seguissem; mas quando foram chamados definitivamente, deixaram TUDO para seguir Jesus. Toda pessoa que ama mais as coisas terrenas do que a Jesus, se tornará indigno DELE. Paulo “perdeu tudo para ganhar Jesus” ( Fl.3.7-10). Todavia o jovem rico não estava disposto e nem pronto para fazer isto. Ali estava a sua cruz, mas negava-se a tomá-la. A sua decepção foi grande quando compreendeu o “sacrifício” que Jesus lhe impôs para alcançar a vida eterna. Toda sua alegria com a qual tinha chegado até Jesus transformou-se em pena e tristeza (v.17). “O preço” da vida eterna para aquele homem era maior que o que estava disposto a pagar. Suas posses era o que tinha de mais importante na sua vida, constituiu um ídolo, e a elas lhes rendia devoção e adoração. Quando Jesus lhe propôs que ele vendesse tudo o que tinha, Jesus tinha como objetivo livrá-lo das garras da idolatria das riquezas. Essa foi a única proposta que Jesus lhe fez para alcançar o Reino do Céu. O jovem tinha muitas propriedades, mas não tinha a sabedoria celestial para administrá-las devidamente, por isso sua riqueza se transformou em maldição, em vez de benção!. Abrahão era riquíssimo, e ao mesmo tempo “amigo de Deus”. Para o jovem rico, a porta era demasiada apertada, e o caminho pelo qual deveria passar era muito estreito. Os discípulos tiveram a oportunidade de ver um exemplo de como é difícil entrar no reino do céu, aqueles que tem o seu coração posto nas riquezas. Um jovem rico, um camelo, uma agulha, e um reino. Usando essas quatro palavras, Jesus deixou bem claro para os discípulos e para nós tambem, que mediante o esforço humano, é difícil nos livrarmos do amor às riquezas, a não ser para aqueles que estão dispostos a permitir que o poder de Deus mude o curso da sua vida, transformando o caráter daqueles que procuram entrar no reino do céu. No versículo 26, encontramos os discípulos admirados com todo aquele acontecimento, e começam a questionar entre eles, “Quem poderia então salvar-se?”. Jesus olhando fixamente para eles lhes responde: “Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus, todas as coisas são possíveis” (v.27). É o milagre da graça divina! Não permita que o amor por riquezas terrenas, o impeçam de entrar no Reino de Deus. Todos viram, ouviram, e pararam para meditar sobre aquele acontecimento, e aprenderam que não é o prestígio ou o poder das riquezas que irá nos credenciar a um lugar reservado no céu. O jovem rico que vivenciou tudo isso se foi, e Jesus com seus discípulos seguiram seu caminho!. |
domingo, 25 de junho de 2017
AS QUATRO VIRTUDES ADMIRÁVEIS E UMA DECISÃO INFELIZ DE UM JOVEM RICO
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