segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

O VIVER É CRISTO, O MORRER É LUCRO

O VIVER É CRISTO, O MORRER É LUCRO 

Fp.1:21

Este versículo bíblico nos dias de hoje em meio a igreja evangélica está esquecido. São tantos os ensinamentos sobre vitória nas áreas espiritual, física e material que viver para Deus acaba se refletindo no quanto a pessoa tem de dons espirituais, na sua saúde e nos bens materiais que possui.

Uns se atrevem a dizer que muitos vivem uma vida cristã medíocre, por que não se utilizam do poder do Espírito Santo que habita em nós, que criou todas as coisas. Usam o fato da observação dos ímpios que desprezam a fé em Deus por causa da situação de muitos crentes.

Usam também versículos bíblicos que destacam o uso da fé e do poder das palavras, como se a simples pronúncia deve ser acatada por Deus, independente de Sua vontade.
E o que mais nos admira é atribuírem o sacrifício de Cristo na cruz á prosperidade, curas, poder por meio dos dons, etc. Insistem em dizer que pela morte de Cristo temos o direito a tais bênçãos!

De acordo com a Bíblia, devidamente interpretada, não para interesses pessoais, o único direito que o homem tem diante de Deus é o da VIDA ETERNA, alcançado pelo sacrifício expiatório de Cristo, pois Ele morreu por toda a humanidade: “Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas.” (1Tm.6:12).

1 Pedro 3:18: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito”. Cabe ao homem aceitar este direito que lhe assiste e zelar por ele através da fé e obediência.
Existem vários benefícios àqueles que aceitarem este direito: a adoção como filhos: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gl.4:4,5);
A justificação diante de Deus: “Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.” (Rm. 5:18);

A regeneração: “pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.” (1Pe.1:23);

A santificação: “Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.” (Hb. 10:10).

É evidente que Deus também permite que os incrédulos sejam prósperos: “Os céus são os céus do SENHOR, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.” (Sl. 115:16). E que também a medicina obtivesse êxito sobre várias enfermidades: “Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.” (Lc. 5:31).

Isto acontece por causa da capacidade que Deus deu ao homem de trabalhar, descobrir, analisar, pesquisar, conquistar, evoluir, etc, prova do amor e da misericórdia de Deus através da Sua vontade permissiva.

Porém a manifestação do poder de Deus para curar e fazer prosperar dependem de Sua soberana vontade, independente da nossa fé, independente se alguém é salvo ou não. As promessas de Deus se cumprem em nós, mas não da maneira que queremos ou cremos, no tempo que desejamos, e nem é obrigação do Senhor realizar Suas promessas a todos.

O que seria uma vida cristã medíocre? Será que uma pessoa crente que se encontra agora em um leito de hospital, sofrendo de um câncer, ou então morando em um barraco bem pobre, em alguma favela no Brasil, viveu ou vive na mediocridade? Será que esta pessoa nunca fez nada para viver um pouco melhor? Por que Deus permite estas situações na vida do crente?

Imaginem: todos os crentes sendo curados, todos os crentes prosperando na vida material e espiritual... satanás nos acusando diante de Deus, assim como fez com Jó, atribuindo a nossa fidelidade aos bens que recebemos...

Infelizmente isso acontece no nosso meio de maneiras diferentes: uns quando conseguem prosperar se afastam de Deus; outros quando são acometidos pelas adversidades da vida abandonam a fidelidade ao Senhor.

É triste quando pessoas afirmam que devemos ter uma vida próspera em todas as áreas para que os ímpios nos admirem, sintam o desejo de se converterem e glorifiquem a Deus. Mal sabem elas que dessa forma os ímpios são atraídos não pela fidelidade que temos e sim pela vida que possuímos. Quantos são os que decidem servir a Deus com a promessa de prosperidade e vida saudável na presença Dele e quando as coisas não acontecem como esperado, logo abandonam a fé: “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.” (Jo. 6:26,27).

Mas, por que Deus permite estas situações na vida do crente?

Para demonstrar a todos, sejam seres humanos ou espirituais, servos de Deus ou não, que a firmeza de fé e fidelidade de muitos crentes que sofrem estão firmados no amor e na alegria da vida eterna. Eles entendem a vontade de Deus para suas vidas e servem de exemplo para muitos outros que vivem murmurando, perambulando de igreja em igreja, completamente confusos diante de tantos ensinos sobre vida cristã, cheios de dúvidas sobre a possibilidade de estarem em pecado ou não, de terem fé ou não, se Deus os abandonou ou não.

Estes crentes fiéis demonstram que Jesus é maravilhoso em qualquer situação. Mesmo no sofrimento eles perseveram firmes e é isto que nos causa admiração: tamanha fé, tamanha determinação, tamanha fidelidade, apesar de tanto sofrer! Isto nos lembra o que fez Cristo por nós!

Ser cristão é parecer com Cristo, é imitar a Cristo, é sofrer com Cristo, é resistir ao dia mal pela fé!
E não podemos nos esquecer dos propósitos de Deus no sofrimento. O apóstolo Paulo sofreu com um “espinho na carne, mensageiro de satanás”, com o propósito de não se gloriar diante das grandezas das revelações. O poder de Cristo moldou a vida de Paulo, que na fraqueza se tornou forte, e ele ainda diz: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.” (2 Co.12:10).

Qual seria a decisão correta: alguém aceitar a Cristo vendo a fidelidade de um crente próspero e saudável, ou vendo a fidelidade de um crente em meio ao sofrimento? Claro que qualquer decisão para Cristo seria correta, independente da situação, mas qual das duas situações acima causaria maior impacto? Qual das duas expressaria mais a realidade da vida eterna? Qual das duas demonstraria mais a ansiedade pela vida celeste e não pela vida terrena?

A prosperidade, a saúde, a pobreza e a enfermidade fazem parte da vida humana e cristã, segundo a vontade de Deus. Porém isto não significa que devemos nos acomodar e aceitar naturalmente as adversidades, devemos nos esforçar naquilo que podemos fazer para alcançarmos uma situação de vida melhor, aprendendo a viver em qualquer circunstância: “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.” (Fp.4:11-14).

Independente da situação, Deus está no controle de tudo! Aí, surgem aquelas perguntas: será que Deus, sendo o Pai amoroso, deseja que alguém sofra com a pobreza ou alguma enfermidade? Será que Deus quer que seus filhos, sendo co-herdeiros com Cristo, mesmo trabalhando e orando pela reversão de suas situações, continuem do mesmo jeito?

É este um dos grandes problemas daqueles que profundamente não confiam em Deus: eles se preocupam tanto com os fracassos, com as derrotas, com as orações não respondidas, com as acusações do pregadores da prosperidade, com o diabo, com o êxito de outros crentes ou ímpios, que se esquecem de algo muito mais importante do que prosperidade física ou material: os propósitos de Deus. O Senhor jamais irá permitir o sofrimento de qualquer um de seus filhos sem que haja um propósito maravilhoso diante das situações adversas! É o que muitos não conseguem enxergar, muito menos entender, porque lhes falta confiança profunda em Deus.

Sempre existirá uma vitória muito maior do que alguém imagina, quando o sofrimento do crente está dentro dos propósitos do Senhor! Cristo através do sofrimento, obteve a maior de todas as vitórias, Ele venceu a morte!

Quantos são aqueles que querem ser mais espirituais e não conseguem entender o propósito do sofrimento; vivem dizendo “eu não aceito, tá amarrado”, sem ao menos orar ao Senhor, clamar a Deus por uma solução, mas crendo que se a vitória não chegar é porque existe um plano divino operante em nós para a glória de Deus!

O Senhor sempre cumpriu os Seus desígnios mediante o sofrimento de um justo; temos vários exemplos na Palavra de Deus de homens e mulheres que confiaram em Deus no meio da tempestade e foram protagonistas da realização dos planos Divinos.

Os pregadores que se opõem a esta realidade gostam de afirmar que Cristo já sofreu por todos nós, por isso, não podemos sofrer, a não ser através do nosso pecado ou opressão maligna (são as duas únicas razões para o crente sofrer). Eles entendem que os planos de Deus se realizam somente na vida vitoriosa, sem pobreza e sem doenças, cheios dos dons espirituais: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.” (1Pe.4:12,13).


Uma das maiores heresias no meio evangélico que trata da prosperidade e saúde plena é afirmar que se nós temos o Espírito Santo dentro de nós, que criou todas as coisas, jamais devemos viver em enfermidades e na pobreza. Onde lemos na Bíblia que ser cheio do Espírito Santo é ser sempre saudável ou bem de vida? Onde lemos que sendo o corpo o templo do Espírito Santo, não podemos adoecer?

Diz a Bíblia: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.

Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.” (1Co.2:10-16).

Os que não são espirituais não entendem os planos de Deus. Porém os espirituais, julgam todas as coisas e entendem pelo Espírito Santo que conhece as profundezas de Deus, que as adversidades e situações que causam sofrimento não acontecem por acaso.

O Espírito Santo, por mais poderoso que seja, cumpre todos os desígnios Divinos em Cristo, para a glória de Deus.

É muita falta de sensibilidade espiritual afirmar tais coisas. O corpo do crente, mesmo sendo o templo do Espírito Santo, sempre será CORRUPTÍVEL, sujeito a enfermidades e acidentes, principalmente debaixo da vontade de Deus!

A vontade de Deus: como ela está esquecida ou sujeita aos caprichos e desejos dos homens! É muito fácil nos dias de hoje criar argumentos triunfalistas baseados nas necessidades que temos, quando a verdadeira vida cristã se firma no centro da vontade do Senhor, isto é vida abundante, não interessa a situação, esta vida em abundância é vida plena no ESPÍRITO, não importando as circunstâncias. 

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