Os quatro tipos de crentes
| |
O conceito do crente carnal envolve o entendimento de que na igreja existiriam muitos que permanecem em um estágio inferior e primitivo de espiritualidade mantendo um comportamento virtualmente similar ao do incrédulo.
No conceito do "crente carnal", essa divisão tríplice seria: (1) os incrédulos, (2) os crentes carnais e (3) os crentes espirituais. O incrédulo, dispensa descrição. O crente espiritual seria uma superior categoria de crentes, dissociada do crente carnal - a categoria inferior. Crente espiritual não representaria, meramente, uma descrição dos salvos por Cristo, uma vez que os "carnais" também o seriam, mas identificaria aqueles que deram o segundo passo de aceitação, em direção a Deus. Já haviam aceitado a Cristo como Salvador, mas, em um segundo passo e em uma segunda experiência, o aceitam como Senhor. Essa idéia do "Crente Carnal" procede de uma compreensão superficial das palavras do apóstolo Paulo, em 1 Co 3.1-4, e foi popularizada nas notas de rodapé da famosa Bíblia de Scofield. Infelizmente, essa "doutrina" encontrou abrigo em nosso meio, o que nos impele a esse esclarecimento maior. Esse último, como espiritual que é (isto é: gerado pelo Espírito Santo), tem a possibilidade de discernir o ensinamento do Espírito e de manter sintonia com o Deus Supremo. Por essa razão, o comportamento específico tratado nos versos iniciais do capítulo 3 - partidarismo e espírito de divisão e dissensão (uns de Paulo, outros de Apolo), eram incompatíveis com a fé professada. Paulo vê-se, portanto, forçado a dirigir-se a eles como descrentes procurando-os sacudi-los à racionalidade cristã. Como espirituais, tinham que apresentar crescimento. Não podiam permanecer como crianças e exibir carnalidade. Vejamos agora Os quatro tipos de crentes: 1. o crente natural: É o crente sem o Espírito, que precisa do novo nascimento (Jo 3.1-8); O crente natural vive na atmosfera da carne. Estuda a Palavra de Deus com o seu raciocínio e não tem experiência com a revelação do Espírito de Deus. Julga que os milagres foram apenas para a época dos apóstolos e que hoje Jesus não os opera mais. Ele não acredita que haja demônios e que tudo o que acontece de bom ou de mal são coisas da vida. O crente natural não conhece a presença de Jesus. Ele conhece apenas a história de Jesus e o que sobre Ele é ensinado nos sermões. A sua fé se baseia em sabedoria humana e não no poder de Deus (I Co 2: 4, 5). Ele é mundano porque não conhece o poder transformador do Senhor. Vive na roda dos escarnecedores porque ainda não sente prazer na palavra de Deus. (Sl 1: 1,2). Procura resolver seus problemas através da lógica, do raciocínio, do bom-senso. No seu vocabulário não consta a palavra milagre, maravilha, sinais e prodígios. Ele nem sabe o que isso. 2. O crente carnal e fraco: É o crente-menino em Cristo, que precisa crescer através da recepção do leite da Palavra (1 Co 3.1); Há crentes com cinco, dez, vinte, trinta anos e mais tempo de vida cristã, que lamentavelmente conhecem tudo isso, mas vivem na carne. Acontece que alguns têm medo de serem chamados de fanáticos. No domingo são "Crentes", mas, na segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira agem como se Deus não fosse uma realidade para a sua vida e como se Jesus Cristo não tivesse feito nada por ele para levá-lo ao Pai. É uma pessoa sem amor, sem carinho pelos outros, sem alegria: é macambúzio, triste. É uma pessoa sem paz, não tem paciência, não é gentil, não é bondoso, não é digno de crédito, não é manso e não tem domínio próprio. Citamos as características do fruto do Espírito, em Gálatas 5.22,23. Quando acorda cada dia e todos os dias, tem gosto de segunda-feira cinzenta, cansada na boca. Mas a Bíblia diz (e glória a Deus!) que existe o crente espiritual: "Mas o que é espiritual discerne bem a tudo, e ele de ninguém é discernido (1Co 2.15)". Os outros não o entendem, porque busca as coisas do Espírito. Para ele a Bíblia tem autoridade, ele a estuda, conhece a Palavra, tem prazer, tem alegria cada dia da semana e leva a sério o Espírito Santo. Fique certo, meu irmão querido, querida irmã, que Satanás sabe o tipo de crente que você é. Sabe qual é o meu e o seu ponto fraco, e se aproveita disso para nos acusar diante de Deus. Afinal de contas, essa é sua função, não está dito na Bíblia?: "Eu ouvia uma voz que dizia, agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino, e autoridade porque já foi lançado fora o acusador dos nossos irmão" (Ap 12.10). Há crente carnal que afasta o descrente de Jesus Cristo, e há o crente sal da terra, luz do mundo que atrai à salvação, que leva a Jesus Cristo. Fale a verdade, meu irmão, quantas pessoas você tem trazido a Cristo ultimamente? Pense com seriedade. E quantos se afastaram de Jesus, ou, no mínimo, quantos se afastaram de sua igreja ou de uma organização da igreja por sua culpa? Uma vida que leva a sério o Espírito Santo distingue-se por um amor profundo à Palavra. Gosta de lê-la, e mais ainda, ama estudá-la. Veja comigo o perfil do crente fraco - O crente passeador Vive de igreja em igreja Só vem na igreja aos domingos à noite Às vezes só vem na Santa Ceia Às vezes períodos mais longos ainda - O crente desconfiado Tem medo do pastor Não confia nos irmãos Só recebe benção quando vêem os outros recebendo Tem que ver para crer - O crente sem graça o Prevalece a lei do mais forte (egocêntrico, só ele e bom) Nunca esta contente (não agradece) Sempre se faz de vitima (para chamar atenção) Desequilibrado em tudo (ora pré-potente, ora sub-potente) - E cruel com ele mesmo- não se perdoa - E cruel com os outros – não perdoa os outros - Rouba as contribuições, dízimos e ofertas – e diz que é para sobreviver - Mata os outros – e diz que é pela causa do mestre (com a boca) - Não se arrepende – não pede perdão - Não compartilha nada – experiências - Às vezes não se alimenta, e às vezes se alimenta de mais. (desequilibrado) - Come qualquer coisa, não toma gosto, se envenena, fica doente (falsos ensinos) - Não gosta de pagar a comida que come – não coopera. - Gosta muito de festa de outras igrejas, para comer de graça –(sem orar, cooperar, ou contribuir, ou participar) - Gosta de ficar do lado de fora, ou neutro – nada de compromisso. - Da muito trabalho para a igreja - sempre tem problemas dele para se resolver - Gosta de má companhia - Gosta de andar as margens da lei do Espírito (é carnal) - E sempre um estranho na igreja, - chega como se estivesse saído. Se quiser melhorar esse perfil, mude hoje mesmo comece a freqüentar a EBD, e cultos de ensino. 3. o crente carnal e obstinado: Não é mais um crente-menino, mas é ainda imaturo, um crente que precisa da restauração da comunhão, pela confissão de sua teimosia ou pecado (1 Jo 1.9); O que vem a ser uma geração, um servo, uma pessoa obstinada? Quando pensamos no significado da palavra “obstinação”, vemos que a mesma representa “teimosia”, sendo assim, podemos dizer que há gerações, assim como pessoas e servos teimosos. A obstinação, quando enraizada no coração do ser humano, faz dele uma pessoa rebelde, e o que é pior, inconstante, infiel. É possível imaginar um servo de Deus, cujo coração se tornara obstinado, teimoso e rebelde? “…e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.” (Sl 78.8) Hoje vivemos tempos em que muitos servos estão à frente de nações, de igrejas, de famílias, servindo com seus corações obstinados, fazendo da missão um lazer pessoal, um brinquedo, agindo como uma criança que se acha dono do seu brinquedo, determinando quem pode brincar com ele. Que Deus nos livre desse pecado, de sermos pais, líderes servos obstinados, rebeldes, que tenhamos sempre em mente o alerta deixado por Deus em sua Palavra, quando através de Samuel, ele alertou o servo Saul dizendo: “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei”.(1 Sm 15.23) Quando Saul reconheceu sua rebelião e obstinação, era tarde demais. 4. o crente espiritual: É o crente que aceitou o leite e cresceu até chegar a maturidade espiritual, de modo que é forte e capaz de aceitar a carne da Palavra ( 1 Co 2.15;3.2). 5. O CRENTE ESPIRITUAL O nascimento no Espírito: “Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5). Nunca poderíamos fazer um diagnóstico do crente carnal, e deixá-lo morrer na sua doença. O falso médico é aquele que mostra a doença, mas não trata do doente para que seja curado, só o remedeia. Jesus não é um médico que apenas veio mostrar a doença, mas curar e salvar totalmente todo doente que crê. É para chamar os crentes carnais doentes, que Jesus veio. Jesus não veio para os sãos, nem para os justos, mas para os doentes, injustos e pecadores. “Jesus, porém, ouvindo isso, respondeu: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento”( Mt 9.12-13). As obras de um carnal e de um espiritual são claramente vistas e manifestas. Assim como o pecado não é algo que fica inativo, mas se manifesta no carnal, assim também os frutos do Espírito são claramente vistos naqueles que nasceram do Espírito. Leitor, se o pecado ainda tem domínio sobre a tua carne, você ainda é um carnal e está sem conhecer o Salvador, mesmo que seja um crente dedicado. Se o que manifestam em você são os frutos do Espírito, com toda certeza você está convicto do seu novo nascimento e conhece o seu Salvador. “Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará no teu santo monte? Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a justiça, e do coração fala a verdade; que não difama com a sua língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma afronta; aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não muda” (Sl15.1-4). O ministério do Espírito em uma pessoa tem um aspecto pleno, pois, Ele é o que traz a compreensão da Palavra de Deus e as suas promessas: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus” I Coríntios 2.12. Muitos crêem que este coração de pedra, que nada mais é do que o velho homem, ainda continua no crente depois do seu novo nascimento. Mas neste versículo de Ezequiel 36.25-27, temos de Deus a clareza de que o coração de pedra é tirado do nosso interior, e é colocado em seu lugar um coração de carne. Ao contrário do que se pregam em vários púlpitos, Deus não deixa os dois corações, ou os dois cachorros branco e preto, ou as duas naturezas, ou ainda o EU ou Cristo no trono. Ele tira o velho e nos dá um coração totalmente novo, como também nos faz andar em sua vontade, com uma só vida, a vida de Cristo em nós (Gálatas 2.20). 2- Os que são de Cristo crucificaram a carne: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” Gálatas 5.24. O novo nascimento é a obra que Deus realizou no sacrifício de Cristo, tirando de nós a nossa natureza carnal e pecadora que nascemos com ela herdadas de Adão, colocando em Cristo naquele madeiro; dando-nos da Sua natureza divina, espiritual e incorruptível pela ressurreição de Jesus dentre os mortos, e que agora é gerado em nós pela Palavra de Deus e pelo Espírito Santo: “Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus... E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna” João 3.5; 14-15. “...sendo de novo gerados, não de semente corruptível (pela semente do homem), mas de incorruptível (pela divina semente de Deus (I Jo 3.9) pela palavra de Deus, a qual vive e permanece para sempre”( I Pe 1.23). “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”( Tg 1.18). 3 - A libertação plena do pecado: “Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça”( Rm 6.17-18). Nesta passagem das Escrituras, o apóstolo Paulo fala daqueles que no passado foram escravos do pecado, mas agora conhecendo e crendo na verdade da sua morte e ressurreição juntamente com Cristo, obedecem de coração à doutrina, isto é, ao ensino desta verdade da Palavra de Deus, e a experimentam. Consideram-se mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus. Crêem que morreram com Cristo, portanto, estão vivendo com Cristo. Com isto, foram libertos do pecado, e estão servindo à justiça (Rm 6.8-11). Conosco não há diferença; o Senhor permite algumas investidas do inimigo sobre nós, não com o intuito de sermos derrotados, mas para sermos exercitados, disciplinados, ensinados e plenamente vitoriosos. O Senhor concede esta luta para que possamos experimentar com aqueles que são santos a vitória sobre Satanás: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte” (Ap 12.11). Estes são os vencedores que irão Reinar juntamente com Cristo. Aleluia! É do Senhor que vem o livramento, por isso, todo aquele que nasceu de novo, anda pela fé do Filho de Deus, que é a sua vida, e que o amou, e a si mesmo se entregou (Gálatas 2.20): “também sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados” (2 Pedro 2.9). 4 - Cristo a nossa vida: “Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando “Cristo que é a vossa vida se manifestar, então vós vos manifestareis com Ele em glória” Colossenses 3.3-4. Pudemos ver anteriormente, que Deus fez uma obra completa de libertação por nós em Cristo Jesus, e não precisamos mais andar como escravos do pecado, nem mesmo sermos derrotados pelo diabo, mas livres para crescermos em santidade. Este é o ponto que queremos atentar neste capítulo. Apesar de estarmos em Cristo, Deus agora tem para nós uma vida cada vez maior de santidade. Esta santidade é para igualar-se a Sua Santidade, pois, Ele diz: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”( I Pe 1.15-16). Aqui Deus fala de ser santo em todo o nosso procedimento, e é aqui que resume toda a nossa necessidade como novas criaturas. No novo nascimento, Deus muda nosso coração e nosso espírito, e coloca dentro em nós o Seu Espírito, e então nos faz andar nos seus estatutos, nas suas ordenanças e as observar (Ez 36.26-27). Em Cristo, tudo se faz novo, e a partir da regeneração, passamos a andar em novidade de vida I Co 5.17; Rm 6.4). Estamos livres do pecado, e apesar de sermos crianças em Cristo, estamos guardados por Deus, e podemos caminhar para a perfeição. A perfeição é o estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13). Para Deus não existe aperfeiçoamento no pecado. O pecador precisa ser feito santo pelo lavar da regeneração (Tt 3.5), para depois ser santificado. Aquele que está em Cristo, é uma nova criatura, é um novo homem, as coisas velhas já passaram, não existem mais, tudo agora é novo. Tudo o que diz respeito ao velho homem, não existe mais, está morto, deve ser despojado. Eis que tudo, absolutamente tudo se fez novo ( Co 5.17). A velha criatura é o espelho de Adão, a nova criatura é o espelho de Cristo. Tudo o que é de Adão, ficou em Jesus naquela cruz. Ele foi o último Adão (I Co 15.45). Agora tudo o que passamos a experimentar e conhecer pela nova vida são de Cristo, do novo homem (Ef 2.15): “pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” Cl 3.9-10. Todo aquele que nasceu do Espírito, anda assim, e não haverá mais condenação. Isto é o que a Palavra de Deus chama de andar no Espírito e não mais na carne: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” Romanos 8.1-2. Jesus é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Se Jesus é a sua vida, você já goza a libertação do pecado, e a cada dia está sendo transformado por Ele na Sua Imagem: “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” 2 Co 3.17-18. Você ainda poderá dizer: - Como poderei saber que Jesus é a minha vida? É muito simples. Se o pecado te domina, você ainda é um carnal, e só conhece a Jesus de ouvir falar: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” Romanos 6.1-2. “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado” I João 1.4-6. Jó também era um crente carnal, e só conhecia Deus de ouvir falar. Mas ele recebeu esta graça, e pôde ver o Senhor, e conhecer a libertação que Ele proporciona (Jó 42.1-6). 5 - A perseverança dos santos: “e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração para que nunca se apartem de mim” Jr 32.40. Talvez fosse bom falar primeiro, o que significa perseverança. Perseverança é o ato de permanecer firme e constante, e jamais cair ou voltar atrás. Ou como usam as igrejas: desviar-se ou cair da fé. Quando alguém pensa que a perseverança está na sua própria capacidade, logo ele concluirá que é possível cair. Quando olhamos para a graça de Deus, ficamos tranqüilos sabendo que jamais pereceremos. Somente Deus aqui tem o poder de manter em pé ou deixar cair. Em Cristo, estamos firmados na rocha: “Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar” (Rm 14.4). Deus é fiel, a sua saída como a alva é certa. Nem um j ou um til cairá da Sua Palavra sem que tudo se cumpra, porque Ele mesmo vela pela Sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12). Tudo o que Deus prometeu, Ele cumprirá, nenhuma de Suas Palavras cairá por terra: “Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti? Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos” Salmos 89.8, 5. "Eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra; e vós sabeis em vossos corações e em vossas almas que não tem falhado uma só palavra de todas as boas coisas que a vosso respeito falou o Senhor vosso Deus; nenhuma delas falhou, mas todas se cumpriram" Josué 23.14. A fidelidade de Deus é mais uma segurança real do crente espiritual para a sua perseverança. É através dela que encontramos uma âncora segura e firme. Num grande navio, é a âncora que o mantém fixo sobre as águas. Nesta nova vida, a garantia desta estabilidade, firmeza e segurança na perseverança, também está na Fidelidade de Deus: "assim que, querendo Deus mostrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu conselho, se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta; a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu” Hebreus 6.17-19. Se você não creu no que vimos na Palavra de Deus nos capítulos anteriores deste livro, nunca você poderá crer nesta perseverança. Mas se o Senhor pela Sua misericórdia e graça, tem-lhe feito crer na Sua Palavra, você jamais duvidará que esta perseverança esteja garantida por Ele, e pelo Espírito de Cristo que vive em nós. Como os filhos de Deus são guiados pelo Espírito de Deus, e este Espírito foi enviado para nos guiar a toda a verdade, cada dia que passa a segurança e a confiança neste Seu poder, no Seu amor, na Sua fidelidade, e nas Suas promessas feitas a Jesus, tornam-se um motivo de louvor e confissão, pois, assim nos ensina as Escrituras quando diz: “retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa” (Hb 10.23). "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual foram selados para o dia da redenção" (Ef 4.30). Um crente espiritual persevera porque Deus mudou o seu coração, deu-lhe um só caminho, e ainda colocou dentre dele o Espírito de Cristo para guardá-lo de tropeçar (Jd 24). Também Deus colocou neste coração novo, o Seu temor, para que nunca se apartem dEle: "... e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim" Jeremias 32.40. A Palavra também é impressa no coração e no entendimento de todo aquele que nasceu de novo (Hb 8.10). O crente espiritual não tem desejo de pecar contra Deus, porque a divina semente que é Jesus permanece nEle (I João 3.9). “Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”( Sl 119.11). Um crente espiritual, livre do poder do pecado, se torna um servo da justiça. Este novo coração, e a vida santa do Filho de Deus nele fazem que tenha nojo da sua vida passada no pecado: “E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis... Então vos lembrareis dos vossos maus caminhos, e dos vossos feitos, que não foram bons; e tereis nojo em vós mesmos das vossas iniqüidades e das vossas abominações”( Jr 36.31). Agora o seu desejo é só o conhecimento de Cristo e a sua santificação: “E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça... Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” (Rm 6.22). Quando o Senhor torna-se o nosso refúgio, e o Altíssimo a nossa habitação, com toda a certeza, não cairemos no laço do passarinheiro e na peste perniciosa, porque Ele nos cobre com as suas asas, e a Sua verdade, passa a ser para nós um escudo e broquel. Nem os terrores da noite, nem as setas que voam de dia, nem mesmo a mortandade que assola ao meio-dia poderão mais nos amedrontar (Salmos 91.1-9). Certamente que a bondade e a misericórdia do Senhor nos seguirão todos os dias da nossa vida, e habitaremos na casa do Senhor por longos dias (Sl 23.5). Se você duvida, é certo que não receberá do Senhor coisa alguma (Tiago 1.7). Para o que crê, Deus continua a mostrar as suas promessas para esta perseverança necessária quando diz: “... tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus”( Fp 1.6). “E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer”( I Pe 5.10). “... O qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (I Co 1.8-9). Jesus ainda nos traz mais segurança e confiança quando diz: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que, mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.27-30). Na boca de Jesus, a palavra “jamais” tem o sentido de eternidade, isto é, uma vez nascidos de novo, não perecerão eternamente. Os crentes espirituais foram salvos pela graça de Deus, e estão sendo sustentados pela mesma graça. Confiam que a mesma graça os levará são e salvos deste mundo, para o novo céu e a nova terra. Felizes, crêem que nada, absolutamente nada, poderá separar-lhes do amor de Deus que está em Cristo Jesus o Senhor. Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa poderá lhes separar deste amor (Rm 8.38-39). Ele novamente nos lembra: “Mas Israel será salvo pelo Senhor, com uma salvação eterna; pelo que não sereis jamais envergonhados nem confundidos em toda a eternidade” (Is 45.17). “Confiai sempre no Senhor; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna”( Is 26.4). Quem nele crê não será confundido (Rm 10.11). CONCLUSÃO “Perguntaram-lhe, pois: Que havemos de fazer para praticarmos as obras de Deus? Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou”( Jo 6.28-29). Ninguém pode dizer que é um crente, crendo parcialmente na Palavra de Deus. O que se espera de alguém que se diz crente, é pelo menos crer na Palavra de Deus. Creia na Palavra como ela está escrita. Se você o fizer, Jesus disse que do seu interior correrão rios de água viva (Jo 7.38). Creia no Seu amor, na Sua graça, na Sua fidelidade, nas Suas promessas, e no Seu poder, pois Ele mesmo diz: “Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma” (Hb 10.38-39). Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo, por isso, Ele ainda lhe fala: “Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles aflitos, ansiosamente me buscarão”( Os 5.15). Se você tem sede, vá a ele e beba de graça da fonte da água da vida. Deixe a sua insensatez e viva. Vá a Ele, você que está cansado e oprimido, que Ele te aliviará. Tome o Seu jugo, aprenda dEle, porque Ele é manso e humilde de coração, e você achará descanso para a sua alma. Porque o seu jugo é suave, e o Seu fardo verdadeiramente é leve. Deus tem estendido as Suas mãos todos os dias, apesar de você ser rebelde e contradizente . As Suas mãos não estão encolhidas para que não possa salvar. Nem os seus ouvidos tapados para que não possa ouvir. Se você tem sede, creia e beba da fonte da água da vida. Se você não tem como pagar a sua dívida, e não pode porque é caríssima, creia e participe da grande ceia, receba, pois é de graça. Incline os seus ouvidos, e ouça a Ele; atente à Sua voz e a tua alma viverá, porque Ele fará contigo um pacto perpétuo, dando-lhe as firmes beneficências prometidas a Davi. Deixe o seu caminho ímpio, os seus malignos pensamentos, e volte-se para o Senhor, que se compadecerá de ti; volte-se para o seu Deus, porque é riquíssimo em perdoar. Busque o Senhor enquanto se pode achar, invoque-o enquanto está perto. O pão já está lançado sobre as águas, e espero em Deus que depois de muitos dias o acharei, mas todo o louvor e toda a glória sejam dados ao Senhor. Nós não temos capacidade nem de pensar alguma coisa como de nós mesmos. Se você considera o testemunho dos homens verdadeiro, o testemunho de Deus é maior. Seja antes todo homem mentiroso e Deus verdadeiro como está escrito. Saiba também que ainda que alguns fossem infiéis, Deus permanece fiel. De acordo com a Palavra de Deus há crentes maduros, espirituais (pneumátikós) (Ef 5.18), cuja vida está rendida ao Senhor, na qual se reflete e expressa o fruto do Espírito. " 22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. " (Gl. 5:22.23). A vontade do crente espiritual está sujeita à vontade de Deus, porque seu espírito está intimamente unido ao Espírito de Deus. O cristão cujo homem interior tenha sido fortalecido e está Cristo habitando pela fé em seu coração, sabe por experiência o que é ser cheio de toda a plenitude de Deus; chega a se aprofundar até compreender que só na perfeita expressão da unidade do Corpo de Cristo é que se pode entender como é grande o nosso Deus, Seus propósitos, Seu amor e Sua misericórdia para conosco. Só o cristão espiritual chega a ser um vencedor. Como determinar a maturidade espiritual de um crente? Para que haja espiritualidade deve haver disposição no crente; a espiritualidade não se adquire por inércia. A maturidade espiritual sempre se determina pela disposição de sacrificar nossos próprios desejos, interesses e comodidades, em prol do reino dos céus e dos interesses do Senhor e dos demais irmãos, e essa disposição de sacrifício se traduz em que se deve pagar um preço, como as virgens prudentes. Que Deus nos abençoe e nos guarde em nome de Jesus. Amém! |
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
Os quatro tipos de crentes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário