sexta-feira, 3 de novembro de 2017

As sete características da ceia do Senhor

As sete características da ceia do Senhor


Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior.
Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio.
E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.
De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.
Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.
Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.
Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.

(1 Co 11.17-32) 
A Ceia do Senhor é uma experiência que estremece a alma por causa da profunda significação que traz. Foi durante a antiga celebração da Páscoa, na véspera de Sua morte, que Jesus instituiu uma nova e significante refeição, uma “refeição de comunhão”, a qual observamos até os dias de hoje, e que é a mais alta expressão da adoração cristã. É um “sermão vivido”, relembrando a morte e ressurreição de nosso Senhor, e vislumbrando o futuro em que retornará em Sua glória.

A Páscoa era a festividade mais sagrada do ano religioso judaico. Comemorava a praga final no Egito, quando os primogênitos dos egípcios morreram e os israelitas foram poupados por causa do sangue de um cordeiro que fora aspergido em seus portais. Então o cordeiro foi assado e comido com pão sem levedura. A ordem de Deus foi que através das gerações vindouras a festividade fosse celebrada. A história está registrada em Êxodo 12.

Durante a celebração, Jesus e os discípulos possivelmente cantaram juntos um ou mais dos “Salmos Aleluia” (Salmos 111-118). Jesus, tomando o pão, deu graças a Deus. Ao parti-lo e distribuir aos discípulos, disse: “Tomai, comei; este é o Meu corpo que é partido por vós.” Do mesmo modo, tomou o cálice, e depois de ceiar, deu-lhes o cálice, e dele beberam. Ele disse: “Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós; fazei isto em memória de Mim.” Ele concluiu a ceia cantando um hino e eles saíram pela noite até ao Monte das Oliveiras. Foi lá que Jesus foi traído, como predito, por Judas. No dia seguinte, Ele foi crucificado.

Os relatos da Ceia do Senhor são encontrados nos Evangelhos, em Mateus 26:26-29, Marcos 14:17-25, Lucas 22:7-22 e João 13:21-30. O Apóstolo Paulo escreveu a respeito da Ceia do Senhor por divina revelação em I Coríntios 11:23-29. (Isto foi porque Paulo não estava, obviamente, presente quando Cristo a instituiu.) Paulo inclui uma afirmação não encontrada nos Evangelhos: “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor” (I Co 11:27-29). Podemos perguntar o que significa participar do pão e do cálice “indignamente”. Pode significar ignorar o verdadeiro significado do pão e do cálice, e se esquecer do tremendo preço que nosso Salvador pagou por nossa salvação. Ou pode significar permitir que a cerimônia se torne um ritual morto e formal, ou vir à Mesa com pecado não-confessado. Para guardar a instrução de Paulo, cada um deve examinar a si mesmo antes de comer do pão e beber do cálice, em observância ao aviso.

Outra afirmação de Paulo que não se encontra incluída nos Evangelhos é “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” (I Coríntios 11:26). Isto coloca um limite de tempo à cerimônia: até a volta de nosso Senhor. Através destes breves relatos aprendemos como Jesus usou dois dos mais perecíveis elementos como símbolos de Seu corpo e sangue, e os inaugurou como um monumento à Sua morte. Não foi um monumento de mármore esculpido ou latão moldado, mas de pão e suco de uva.

Ele declarou que o pão testemunhava de Seu corpo que seria partido: não houve sequer um osso partido, mas Seu corpo estava tão terrivelmente moído, que dificilmente se reconhecia (Sl 22:12-17; Is 53:4-7). O suco de uva testemunhava de Seu sangue, indicando a terrível morte que em breve experimentaria. Ele, o perfeito Filho de Deus, se tornou a realização de incontáveis profecias do Velho Testamento a respeito do Redentor (Gn 3:15, Sl 22, Is 53.). Quando Ele disse: “Fazei isto em memória de Mim”, indicou que esta era uma cerimônia a ter continuidade no futuro. Também indicou que a Páscoa, que exigia a morte de um cordeiro e vislumbrava a vinda do Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo, se fazia agora obsoleta. O “Novo Testamento” tomou seu lugar quando Cristo, o Cordeiro da Páscoa (I Coríntios 5:7), foi sacrificado (Hb 8:8-13). O sistema sacrificial não era mais necessário (Hb 9:25-28).



 I. Jesus nos ensinou  como proceder no ato da ceia do Senhor

Quatro textos registram os pormenores da primeira "Ceia do Senhor". Três destes relatos estão nos evangelhos (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25 e Lucas 22:19-20) e o outro está em 1 Coríntios 11:23-26. Podemos aprender como Jesus e os apóstolos celebraram a ceia comparando estes relatos. Por favor, pare uns poucos minutos para ler cada uma destas quatro passagens, antes de continuar este estudo. Observe as minúcias:
O propósito: "Fazei isto em memória de mim" (Lucas 22:19). A Ceia do Senhor é nossa oportunidade para lembrar o sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual ele nos oferece a esperança da vida eterna: "Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1 Co 11:26). A Ceia do Senhor não pretende ser um memorial do nascimento, da vida ou da ressurreição de Cristo. É um momento especial no qual os cristãos refletem sobre o Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que ele pagou por nossos pecados. Precisamos manter este tema central do evangelho (1 Co 2:1-2) em nossas mentes.
Os símbolos: Jesus usou dois símbolos para representar seu corpo e seu sangue. É claro que ele não ofereceu literalmente seu corpo (que ainda estava inteiro) nem seu sangue (que ainda estava correndo através de suas veias). Ele deu aos discípulos pão sem fermento para representar seu corpo e o fruto da videira (suco de uva) para representar o sangue que estava para ser derramado na cruz. Ele não deixou dúvida sobre a relação deste sacrifício com nossa salvação: "Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados" (Mt 26:28).
A ordem: Quando comparamos estes quatro relatos, podemos também ver a ordem na qual a ceia foi observada. Jesus primeiro orou para agradecer a Deus pelo pão e então todos o partilharam. Ele orou de novo para agradecer ao Senhor pelo cálice, e todos beberam dele. Deste modo, ele chamou especial atenção para cada elemento da ceia.
A Ceia do Senhor na Igreja Primitiva
O livro de Atos e as cartas escritas às igrejas nos ajudam a aprender um pouco mais sobre a Ceia do Senhor. Os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana para participarem da ceia (At 20:7). Esta ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1 Co 10:14-22). Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1 Co 11:17-20). Cada cristão era obrigado a examinar-se para ter certeza de que estava participando da ceia de um modo digno (1 Co 11:27-29).


II. As definições e características da ceia do Senhor

Ainda que o ensinamento da Bíblia sobre a Ceia do Senhor não seja complicado, muitas diferenças de entendimento apareceram depois do tempo do Novo Testamento. O único modo de sabermos que estamos seguindo o Senhor é estudar as instruções e imitar os exemplos que encontramos no Novo Testamento. Nunca estamos livres para ir além do que o Senhor revelou na Bíblia ( Cl 3:17; 1 Co 4:6 ; 2 Jo 9). Consideremos o que a Bíblia diz em resposta a algumas questões sobre a Ceia do Senhor.

1. Porque pão sem fermento?

 Jesus instituiu a ceia do Senhor durante os dias judaicos dos pães asmos, uma festa anual na qual somente pão sem fermento era permitido entre os judeus ( Lc 22:15; Êx 12:18-21). Podemos apreciar mais claramente o significado do pão sem fermento quando consideramos o significado simbólico do fermento na Bíblia. Não era permitido fermento nos sacrifícios oferecidos a Deus, no Velho Testamento (Lv 2:11). A idéia de impureza ou pecado é claramente associada com fermento em vários textos. Por exemplo, Jesus usou fermento para falar simbolicamente de falsas doutrinas (Mt 16:11-12). Paulo usou fermento para representar falsa doutrina e corrupção moral (Gl 5:7-9,13,16; 1 Co 5:6-9). É plenamente adequado, então, que o sacrifico perfeito e sem pecado do próprio Filho de Deus seja representado por pão sem fermento: "Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebramos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade"(1 Co 5:7-8).


2. Quando devemos observar a Ceia do Senhor?

Jesus mostrou aos seus discípulos como participar deste memorial, mas não especificou quando. Aprendemos quando os primeiros cristãos observaram a ceia pelo exemplo dos discípulos em Trôade: "No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão. . ." (Atos 20:7). Quando seguimos este exemplo e participamos da Ceia do Senhor todos os domingos, relembramos freqüentemente o sacrifício que Jesus fez por causa de nossos pecados. Quando meditamos sobre o Salvador sofredor no domingo, é mais fácil resistir a tentações durante o resto da semana. Quando entendemos o alto preço que Jesus pagou por nossos pecados, esforçamo-nos para evitar qualquer coisa que possa magoá-lo e tornar vão seu sacrifício (veja Hebreus 10:24-31).


3. Onde devemos participar da Ceia?

A Ceia do Senhor é um ato de comunhão entre cada cristão e o Senhor, e é também um ato de comunhão entre cristãos. Em Atos 20:7, os discípulos se reuniam para partir o pão. 1 Coríntios 11:20-22 distingue entre a Ceia do Senhor, que era o propósito de sua reunião como uma congregação, e as refeições comuns, que eram tomadas nas casas de cristãos. Não encontramos nenhuma autoridade na Bíblia para participar da Ceia do Senhor a sós ou fora da assembléia da igreja.

4. Quem tem o direito de tomar a Ceia do Senhor?

A Ceia do Senhor é um ato espiritual partilhado pelo Senhor com aqueles que estão em fraternidade com ele. Jesus não ofereceu o pão e o cálice a todos, mas aos seus discípulos (Mt 26:26). Aqueles que estão servindo ao Diabo não têm o direito de partilhar desta refeição com o Senhor (1 Co 10:16-22). João conta-nos que somos aptos a participar com Deus na comunhão espiritual somente se andarmos na luz do seu caminho: "Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 Jo 1:5-7). Somente aqueles que já foram batizados para a remissão dos pecados para entrar no corpo de Cristo devem participar da Ceia do Senhor (At 2:38; Gl 3:26-28).


5. O que significa participar "indignamente"?

Cada um que participa da Ceia do Senhor deverá examinar-se para estar certo de que está participando de maneira correta, discernindo o verdadeiro significado do memorial. "Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim, coma do pão e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si" (1 Co 11:27-29). A palavra "indignamente" é freqüentemente mal entendida. Ela não descreve a dignidade da pessoa (ninguém é verdadeiramente digno de comunhão com Cristo). Esta palavra descreve o modo de participar. A pessoa que não leva a sério esta comemoração está brincando com o sacrifício de Cristo e está se condenando por não discernir o corpo de Cristo. Por esta razão, devemos ser muito cuidadosos cada vez que participarmos da Ceia do Senhor. É imperativo que esqueçamos as preocupações mundanas e prestemos atenção exclusivamente à morte de Cristo. Se tratarmos a Ceia do Senhor como um mero ritual, ou se a tomarmos levianamente e deixarmos de meditar no seu significado, condenamo-nos diante de Deus.


III. A IMPORTÂNCIA DA CEIA NO PASSADO, PRESENTE E 

FUTURO

Além de celebrar a Páscoa, Jesus instituiu uma ordenança completamente nova: “A Ceia do Senhor” (I Co 11.23-26). Ela serviria como um conjunto de símbolos que relembrassem aos discípulos o corpo e sangue dados por eles e para seu livramento, até que Jesus retomasse. Seria também um sinal da Nova Aliança que ele inauguraria com seu sangue               (Mt 26.28; 1Co 11.24-26). A Ceia do Senhor em sua celebração pode ser caracterizada em três momentos distintos: passado, presente e futuro. Pontuemos:

1.1 Sua importância no passado. É um memorial da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através de sua morte podemos obter a remissão de nossas falhas. É também um memorial, do grego “anamnesis”, pelos benefícios provenientes do sacrifício de Jesus Cristo; lembrando-nos da morte de Cristo no Calvário, para nos remir da condenação (1Co 11.24-26; Hb 8.7-13). “A Páscoa levou a nação de Israel a lembrar-se de sua redenção da servidão no Egito (Êx 12) na celebração da Ceia, as nossas mentes se voltam para o Calvário” (Lc 22.19).

1.2 Sua importância no presente (. A Santa Ceia expressa a nossa comunhão, do grego “koinonia”, com Cristo e, de nossa participação nos benefícios oriundos da sua morte sacrificial e ao mesmo tempo expressa a nossa comunhão com os demais membros do Corpo de Cristo (1 Co 10.16,17).

1.3 Sua importância no futuro. É um antegozo do Reino futuro de Deus e do banquete messiânico escatológico, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11, 22.1-14; Mc 14.25; Lc 13.29, 22.17, 18.30), pois a Santa Ceia é um ato que antevê a volta iminente de Cristo para arrebatar a sua Igreja e, uma antecipação da alegria que teremos em participarmos com Cristo, na Ceia das Bodas (Ap 19.7-9; Mt 26.29). Cada celebração da Ceia do Senhor Jesus traz consigo um sentimento de alegria com antecipação profética do banquete que virá



IV. A CEIA DO SENHOR E OS CONCEITOS TEOLÓGICOS

Os teólogos apontam  três pontos de vista a respeito  do que Paulo disse em (1Co 11.24). Vejamos detalhadamente estes conceitos:

Transubstanciação. É o conceito de que na ministração da Santa Ceia o pão e o vinho após a oração é transformado literalmente no próprio corpo e sangue de Jesus. Este conceito foi adotado pelos católicos em 1215 d.C. e depois reafirmado no Concilio de Trento em 1551 d.C.

Consubstanciação. Este outro conceito ensinado por Martinho Lutero mostra que: Cristo se une as substâncias do pão e do vinho, numa simbologia, porém os elementos do pão e do vinho estão presentes espiritualmente. Para este pensamento os elementos permanecem imutáveis.

Sacramentação. É um juramento ou um ato de purificação da alma. Porém quem pode nos purificar é o sangue de Jesus. (I Jo 1.6-7). É considerado  rito religioso.

Ordenação. Esse  termo na língua grega tem o  significado de regulamento ou uma ordem, forma de ordenar algo por alguém (Ef 2.15). Nós adotamos este conceito. É um rito simbólico  que põe em destaque as verdades centrais da fé cristã, e que é obrigação universal e pessoal. O batismo e a Ceia do Senhor são ritos que se tornaram ordenanças por ordem especifica de Cristo.  



 V.  AS BÊNÇÃOS E A SEGURANÇA PARA AQUELES QUE CELEBRAM A CEIA DO SENHOR

Quando a refeição pascal estava chegando ao fim (Mt 26.25; Lc 22.20), Jesus instituiu a ordenança que a Igreja chama de “Santa Ceia” , “Ceia do Senhor” (1Co 10.16; 1Co 11.20). Então, podemos assegurar que a Ceia nos proporciona:

2.1 Nossa genuína comunhão com Jesus Cristo. Ao participarmos da Ceia estamos anunciando a nossa comunhão com Cristo. Afinal, ao participar dela é que nós demonstramos e provamos esta comunhão (Jo 6.53–58). Ao celebrarmos participamos da alegria, da vida, dos sofrimentos e da Glória de Jesus Cristo (2Co 1.3-7; 1Pe 4.12-14)
2.2 Nossa participação nos benefícios provindos do Sacrifício de Jesus Cristo. Na participação do Corpo e do Sangue de Cristo, demonstramos (tanto internamente como externamente) que seriamente temos aceitado o Sacrifício de Cristo e, que pela fé, assim fazendo, estamos compartilhando de todos os benefícios oriundos daquEle Santo Sacrifício (Rm 3.24,25; 4.25; 5.6-21; 1 Cor 5.7; 10.16; Ef 1.5,7; 2.13; Cl 1.20; Hb 9-10; 1Pe 1.18-21; Ap 1.5).

2.3 Nossa comunhão com os demais membros do Corpo de Cristo. Primeiro é preciso termos comunhão com Cristo, a Cabeça do Corpo, mas também se faz necessário em ter comunhão como os demais membros do corpo de Cristo, a sua Igreja (At 2.42; Fp 1.22; Cl 1.18; 1Jo 1.7) compartilhando dos mesmos benefícios eternos (Jo 17.21; At 20.34-38; Rm 12.5,10-20; 1 Co 10.17; 12.12-27; Gl 3.28; Ef 4.13; 2Tm 2.3).

VI . A CEIA DO SENHOR E SUA CELEBRAÇÃO

O crente comprometido com a Palavra, sabe que deve participar da Ceia do Senhor pois é uma ordenança biblica (Mt 26.26; Mc 14.22); trazendo a memória a morte do Senhor (Lc 22.19; 1Co 11.24,25); confessando que, pelo sangue de Jesus, temos o perdão (Mt 26.28); tendo comunhão com Cristo e com os crentes (1Co 10.16,17); oferecendo gratidão e adoração (Ap 5.9,13,14) e para anunciar a volta do Senhor (1Co 11.26). Vejamos a importância desta celebração:

3.1 A ceia como um memorial. Lugar algum das Escrituras mencionam o pão e o vinho se tornando literalmente o corpo e o sangue do Senhor na hora em que o partilhamos. Pelo contrário, Jesus deixa claro o caráter simbólico do ato ao dizer: “fazei isto em memória de mim” (1Co 11.25). A ceia do Senhor é um momento de recordação do que ele fez por nós ao morrer na cruz para a remissão dos nossos pecados. 

3.2 A ceia como um ritual de aliança. Para os judeus, o pão e vinho faziam parte de um ritual de aliança de sangue (Gn 14.18). Ao contrair uma aliança deste nível, as duas partes estavam declarando que misturavam suas vidas e tudo o que era de um passava a ser de outro e vice-versa; por isso Jesus declarou na ceia que o cálice era a “aliança no seu sangue”, fazendo um ritual de aliança (1Co 6.17; Jo 6.53-56)

3.3 A ceia como um ritual de comunhão. No tempo apostólico as ceias eram também chamadas de “ágapes” ou “festas de amor” (Jd 12), o que reflete parte de seu propósito. As ênfases na expressão “corpo” que encontramos no ensino bíblico da ceia, reflete esta visão de unidade e comunhão. A mesa é um lugar de comunhão em praticamente quase todas as culturas e épocas, e a mesa do Senhor não deixa de ter também esta característica
3.4 A ceia como um ritual de consequências espirituais. Participar da mesa do Senhor tem conseqüências espirituais; ou o cristão é abençoado ou é alvo do juízo (1Co 11.27-32). A Ceia do Senhor será sempre um momento de benção ou de maldição para os que dela participam (1Co 10.16). A Ceia traz bênçãos espirituais sobre aqueles que dela participam. A Bíblia não usa especificamente esta palavra, mas mostra que um castigo pode vir como um juízo de Deus para quem O desonra (1Co 11.27-32). Todavia, é preciso destacar que a obra redentora de Cristo também nos proporciona cura física, e na Ceia é um momento onde podemos provar a benção da saúde a da cura (Is 53.4,5).



VII. UM ATO DE CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS

Na epístola de Paulo aos coríntios, fica claro que a Ceia do Senhor tem consequências espirituais; ela será sempre um momento de benção ou de maldição para os que dela participam.

BENÇÃO

“Porventura o cálice da benção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1 Coríntios 10.16)
Observe o termo “cálice da benção”. Isto não é figurado, é real. A Ceia do Senhor traz bênçãos espirituais sobre aqueles que dela participam.
Um outro termo empregado neste versículo, que nos revela algo importante, é “comunhão”; quando ceamos, estamos pela fé acionando um poderoso princípio, temos comunhão com o sangue e com o corpo de Cristo! O que isto significa? Quando derramou seu sangue, Jesus o fez para a remissão de nossos pecados, logo, ao comungarmos o sangue, estamos provando que tipo de bênçãos? A purificação, e também a proteção, pois o diabo não pode transpor o poder do sangue para nos tocar (Ex 12.23, Ap 12.12).
E o que significa ter comunhão com o corpo? O corpo de Jesus foi moído porque ele tomou sobre si nossas enfermidades, e as nossas dores carregou sobre si, e pelas suas feridas fomos sarados (Is 53.4,5). A obra redentora de Cristo nos proporciona cura física, e na Ceia do Senhor é um momento onde podemos provar a benção da saúde a da cura. Muitos estavam fracos e doentes na igreja de Corinto por não discernirem o corpo do Senhor na Ceia.
Ao falar sobre comungarem com o corpo do Senhor, Paulo se referia não apenas ao corpo do Cristo crucificado por meio do qual somos sarados, mas também ao corpo ressurreto, no qual habita toda a plenitude da divindade e é fonte de vida aos que com ele comungam.
A Ceia do Senhor deve ser um momento especial de comunhão, reflexão, devoção, fé, e adoração. Tudo deve ser feito de coração e com reverência, pois é um ato de conseqüências espirituais.

MALDIÇÃO

A Bíblia não usa especificamente esta palavra, mas mostra que a maldição pode vir como um juízo de Deus para quem desonra a Ceia do Senhor. Depois de ter dito que ao participar da mesa do Senhor a pessoa está anunciando a morte de Jesus até que ele venha, Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, traz a seguinte advertência:
“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice, pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.” (1 Coríntios 11.27-32)
Para muitas pessoas, a Ceia é algo que as amedronta; preferem não participar dela quando não se sentem dignas, para não serem julgadas. Mas veja que a Bíblia não nos manda deixar de tomar, e sim fazer um auto-exame antes, pois se houver necessidade de acerto devemos fazê-lo o mais depressa possível (1 Jo 1.9).
Deixar de participar da mesa do Senhor é desonrá-la também! Devemos ansiar pelo momento em que dela partilharemos, e não evitá-la. Mas há aqueles que querem fingir que estão bem, e participam sem escrúpulo algum do que é sagrado; para estes, não tardará o juízo.
Participar da mesa do Senhor tem conseqüências espirituais; ou o cristão é abençoado ou é amaldiçoado. Não há meio termo; a refeição não é apenas um simbolismo; não se participa da Ceia do Senhor como se participa de uma cerimônia qualquer, pois é um momento santificado por Deus e de implicações no reino espiritual. Deus é grandioso, depois dessa atitude ele senta e começa a explicar o que houve, creio que estavam todos pasmos e paralisados com tal feito do mestre. Ele sendo mestre lavou os pés dos seus irmão e nós hoje devemos fazer da mesma forma pois o último versículo é sensacional, vejamos novamente: Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes, creio não precisar falar mais nada sobre o mestre, nós como bons discípulos devemos fazer da mesma maneira.

Concluímos que o pão da Ceia deve ser especial diferenciado do mundo, pois Cristo foi diferente, não podemos simplesmente ir à padaria e comprar qualquer pão ou o mais bonito, precisamos ter essa atenção para não pecarmos contra Deus, pois Ele diz: Fazei isto em memória de mim, então querido tirem o pão doce e sovado da sua Ceia pois não foi isso instituído por Cristo.

          A Santa Ceia é um convite para o pecador morrer cada vez mais para o pecado e viver cada vez mais para Cristo.
         “Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gl 2.20)

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