segunda-feira, 20 de novembro de 2017

OS QUATRO PRINCÍPIOS QUE LEVARAM JESUS A ESCREVER NO CHÃO OS NOSSOS PECADOS

OS QUATRO PRINCÍPIOS QUE LEVARAM JESUS A ESCREVER NO CHÃO OS NOSSOS PECADOS 

Texto Jo. 8.1-11               

Introdução

Mais uma vez, somos surpreendidos por Jesus num procedimento rotineiro, numa atividade que gostava de realizar no seu ministério: buscar as ovelhas perdidas da casa de Israel e também arregimentando outras para o seu aprisco, não importava quão longe estivessem, ou o lugar que se encontrassem. Para Jesus, gastar pouco ou muito tempo para levar as Boas Novas, à nação de Israel, valia a pena!.

Ao amanhecer, Jesus foi ensinar no Templo, quando os escribas e fariseus chegam a Ele com uma mulher apanhada em adultério!. Trazer uma mulher apanhada em adultério e colocá-la no meio de todos, foi uma maneira grotesca de interromper Jesus. Estamos diante de uma das mais tocantes passagens do evangelho: uma mulher apanhada em flagrante adultério! A cena é constrangedora: a mulher está desesperada, sentindo a morte rondar-lhe por todos os lados.

Ela sabia que a Lei mosaica proibia severamente o adultério, com a pena de morte por apedrejamento, tanto para o homem quanto para a mulher (Lv.20.10). Dois grupos radicais: os escribas e os fariseus que a acusavam; jogam-na aos pés de Jesus!. Homens hipócritas e legalistas com suas armadilhas dogmática e atitudes impiedosas!. Traziam em seus olhares a curiosidade, a raiva, a expectativa e um certo êxtase macabro, afinal a multidão adorava espetáculos dolorosos!. A mulher estava no centro das atenções daqueles dois grupos.

Nos seus zelos hipócritas, não se importaram de levar o problema daquela mulher, que era de ordem moral no lugar mais sagrado da terra: o Templo!. Para aqueles homens inescrupulosos, sem senso moral, orgulhosos de suas religiões, viam naquela mulher, uma vida totalmente fora dos padrões de Deus!. Para eles então, não precisavam lugar e nem hora para acusar de adultério aquela mulher. Eles estavam tão enraizados em seus ódios, que esqueceram até de levar o homem que estava se envolvendo com ela!. Esse tipo de atitude, já era uma violação da Lei!.

Jesus estava pacientemente observando suas atitudes: a falsa devoção, e a falsa simulação!. Eles até recitaram a Lei para Jesus (v.5)!. Só que pela metade!. Ficaram esperando ansiosamente a resposta de Jesus. Queriam saber se Jesus tinha uma decisão “justa” para aquela situação. Esperavam se Jesus se decidiria a favor do cumprimento da Lei, ou usaria o Seu amor e a misericórdia para favorecer a mulher adúltera!. Aquela pequena multidão de religiosos enfurecidos, não contaminou nem por alguns segundos, o coração de Jesus.

Amados, o Senhor sempre estará perto daqueles que sofrem. É o Deus da empatia: do grego, "em" + "patos" que significa: dentro do sentimento!. O Deus de todos os "ais". O Deus que se sensibiliza e que conhece os bastidores da nossa fúria, das cavernas do medo, das raízes de amargura, das palavras que se mesclam em gemidos, dos sonhos destruídos, e das dores da nossa alma!.

Aqueles religiosos levaram a mulher adúltera para ser morta dentro do Templo!. Eram Teólogos da vingança, da fúria e do terror!. Consideravam suas opiniões corretas!. Homens da Lei insensíveis!. Tinham pressa para matar!. Eram caçadores de escândalos!. Davi retratou muito bem o caráter deles no Salmo 35.21: "Com a sua boca dizem: nós vimos, nós sabemos de tudo!" Gente triste, que só conseguem ter prazer quando destroem a alegria dos outros!. Ferem, apunhalam, acusam com intenção de causarem tragédias nas vidas das pessoas. Sorriem e se alegram pelos cantos quando conseguem realizar seus intuitos. Movem suas cabeças num gesto de reprovação, enquanto seus olhares esperam a decisão de Jesus. Para eles, a mulher adúltera não tinha qualquer direito de defesa!. Nenhum escape!.

Eles queriam um espetáculo do terror, e Jesus lhes deu um: SUAS PRÓPRIAS MENTES. Jesus lhes respondeu lenta e sabiamente, esclarecendo qual era o propósito da Lei e fez com que cada um dos líderes se lembrassem dos seus próprios pecados e das suas próprias violações da Lei de Moisés. Jesus ficou em pé olhando para aqueles homens e diz a eles: "Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra" (v.7). Jesus sabiamente devolveu a questão aos acusadores da adúltera, pois a lei judaica determinava que a testemunha atirasse a primeira pedra, em caso de pena capital.

Acontece que todos eles estavam com os seus corações cheios de pecados!. Muitas áreas da vida daqueles acusadores eram verdadeiros lamaçais de pecados. Por causa disso, muitos daqueles líderes sabiam que também mereciam a sentença de morte!. Em cada mente um tsunami de impurezas começa a jorrar nas mentes deles!. As palavras de Jesus foram profundas nas suas almas. Seus pecados foram finalmente confrontados!. Eram doutores da Lei, mas encontravam-se também atolados nos escuros calabouços dos adultérios e das iniquidades. Não podemos sair mirando, fulminando, julgando. Esses verbos são conjugados em nossas almas todos os dias.

Jesus curvando pela segunda vez, continuou escrevendo no chão. Era o próprio Deus escrevendo na terra os pecados daqueles líderes (v.8)!. No Antigo Testamento, Deus escreveu a Lei com seu dedo (Ex.31.8). Jesus simbolicamente estava dizendo para aqueles acusadores que Ele não era apenas um mestre da Lei, mas o próprio Legislador e Juiz. Se Jesus fosse um mero rabi, Ele teria dado Seu veredito segundo a Lei mosaica. No entanto, como Divulgador da Lei, Ele pode agir com aquela mulher do mesmo modo como Deus agiu com Israel no deserto: perdoando!.

Interessante que Deus escreveu os Dez Mandamentos duas vezes, e Jesus escreveu duas vezes nesse mesmo episódio!. Além disso, tanto em Êxodo como em João, o dedo só é mencionado na primeira vez!.

Sem dúvida nenhuma, esta foi à ação mais extraordinária que Jesus fez!. E deu certo! Até hoje - séculos depois - ainda estamos olhando para aqueles rabiscos!. Jesus tirou de cima da mulher TODOS os olhares. Ele a libertou da munição dos olhares da acusação. O silêncio foi total. A única coisa que se poderia escutar naquele momento, eram os soluços daquela mulher. O texto de João insiste em colocar a marca que os maldosos queriam tatuar nela: adúltera! Jesus não!.

Jesus aproveita e reafirma a importância da santidade do casamento, deixando claro que não eram somente as mulheres que precisavam manter seus votos, mas os homens também!. Jesus não condenou a mulher apanhada em adultério. Ao invés disso, perdoou-a. Então Jesus se levanta e a chama de "mulher" - devolve a dignidade que a marca queria roubar: Mulher!

Faz a pergunta que complementa o processo de liberdade: "Onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?" Só condena quem julga - e Jesus não a julgou, ele a curou!. Observe que Jesus entrou no Templo ao amanhecer (Jo.8.2), e essa cena deve ter acontecido minutos depois. Então, enquanto tudo isso acontecia, o sol devia estar nascendo. E quando tudo foi revelado pela luz do sol, a culpa dos fariseus foi exposta pela Luz do mundo (v.12).

Amados, o Deus que escreveu no chão o pecado daqueles líderes, agora escreve uma nova história: "Vá e não peques mais!" É como se o Éden fosse redimido. É Deus dizendo à sua filha: "É melhor ficar comigo!" Não peque!. João vai escrever depois: "mas, se alguém pecar, nós temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo" (I João 2.1).

Vejamos agora Quatro Princípios que Jesus usou para não condenar aquela mulher adultera!. São princípios que diferenciam a “religião” dos homens e do verdadeiro Evangelho de Jesus. Nesta passagem bíblica, percebemos que os escribas e fariseus, estavam mais vinculados aos aspectos formais da Lei mosaica, do que ao verdadeiro sentido do cristianismo na sua pureza de origem.

O PRIMEIRO PRINCÍPIO – JESUS VIU UMA SOCIEDADE DE “INJUSTOS” QUERENDO PUNIR OS “ERRADOS”

Não podemos cobrar perfeição dos outros quando nós não a temos!. É muito fácil julgar, criticar, questionar os defeitos das pessoas. Mas quem de nós gostaria que Deus inspecionasse impiedosamente todas as nossas motivações e as nossas atitudes?. Não sabemos os motivos que levaram aquela mulher a cometer adultério. Ela não gritou por socorro, não pediu ajuda e nem tentou fugir. Ficou todo o tempo jogada aos pés de Jesus!.

Ali estava ela: abandonada, envergonhada, humilhada, desiludida, enganada, e xingada por aqueles homens insensíveis e injustos!. Quantas vezes aqueles mesmos homens não tinham desejado a mulher do próximo!. Se consideravam santos, melhores que os outros!. Quantos deles já não tinham praticado o adultério?. Eram todos iguais!. Homens insensatos, julgadores sem moral, pedindo punição pelo crime de uma mulher. Jesus sabia disso!. O Senhor em silencio podia ouvir o grito de misericórdia que vinha do fundo da alma daquela mulher.

Amado, Deus é um pai amoroso e está profundamente interessado em nós, mesmo sendo pecadores!. Podemos ter a certeza de que Ele está plenamente ciente de qualquer sofrimento que passamos. Jesus precisou confrontar as consciências daqueles homens para que pudessem refletir sobre as suas atitudes injustas. Pela Lei aquela mulher era para ser apedrejada. Na Graça a pessoa é mais importante do que a letra. Jesus usou a lei da liberdade, a lei do perdão, a lei da misericórdia e a lei da compaixão para salvar a mulher adúltera e calar de uma só vez, as vozes dos seus acusadores!.

O SEGUNDO PRINCÍPIO – JESUS VIU O “NATURAL” PROCURANDO ERRO NO “DIVINO” 

A Bíblia diz que no homem não tem nada de bom (Rm.7.18), e que no ser Divino não há trevas nenhumas (I Jo.1.5). Existem pessoas que tem prazer em condenar seus semelhantes. Jesus pode facilmente descobrir as intenções do foco dos escribas e fariseus: estavam usando aquela mulher, como pretexto para desmerecer, denegrir, macular e desmoralizar o Seu ministério. Sabe por que trouxeram somente a mulher?. Porque usavam dois pesos e duas medidas!.

As acusações daqueles religiosos estavam cheias de soberbas e injustiças. Coisas que Deus não tolera em nós!. Os escribas e fariseus demonstraram que seus corações estavam fechados para serem influenciados pelo Espírito Santo. Por causa desse distanciamento de Deus, eles não percebiam, discerniam suas impurezas e pecados. O procedimento das atitudes deles fazia contraste com a perfeição da natureza divina. Que importância tinha o pecado daquela mulher adúltera para aqueles líderes?. Jesus percebeu que tudo aquilo não passava de uma “emboscada”. Eles estavam procurando uma maneira de encontrar em Jesus algum deslize na Lei mosaica, um pequeno vestígio para o acusarem.

Jesus usou duas maneiras de calar aqueles acusadores.
1º) FOI COM O SILÊNCIO.
Aqueles homens tiveram a chance de refletirem e desistirem dos seus intentos em condenar e matar uma alma carente de Deus.

2º) COM A LIBERDADE.
Eles puderam perceber que as suas consciências não estavam limpas e inculpáveis do mesmo pecado dela. Jesus faz um ato sublime que surpreendeu aqueles acusadores: ofereceu salvação em vez de condenação!.

Aqueles líderes tiveram seus pecados identificados, perderam suas forças de ataque e baixavam vagarosamente as mãos soltando as pedras. Um a um, pouco a pouco, deixaram o local calados porque não puderam acusar Jesus, e nem a mulher adultera!. Até hoje, não sabemos o nome dela. Isso é para que ninguém possa acusá-la!.

O TERCEIRO PRINCÍPIO – JESUS VIU LÍDERES RELIGIOSOS USANDO “MÁSCARA” PARA ESCONDEREM UMA “FALSA SANTIDADE”

Uma máscara pode esconder a identidade de uma pessoa ou então mostrar quem ela realmente é. Todos cristãos que usam “máscaras” estão na verdade escondendo as deficiências da sua alma, do seu caráter. Tem um grupo de cristão que usam a religião como máscara para esconder seu caráter defeituoso. Para eles é fácil acusar!. O julgamento do homem quase sempre é parcial e imperfeito, mas Deus vê todas as coisas como realmente são. Por exemplo: desprezamos o alcoólatra dizendo-lhe que o seu vício vai excluí-lo do céu, enquanto o orgulho, o egoísmo, a cobiça, geralmente não condenamos.

Nas nossas igrejas, também encontramos líderes que gostam de usar a “máscara” da falsa santidade, como as dos fariseus e escribas. É a pura “máscara” da hipocrisia!. Eles estão mais preocupados com a aparência do frasco, do que com o cheiro do perfume!. São os sepulcros caiados, limpos por fora, mas cheios de lama por dentro!. São os que enxergam o cisco no olho do irmão, mas é incapaz de ver a trave nos seus próprios olhos!. É o ramo que quer ser árvore!. Se sentem como agentes secretos de Deus!. Gostam de se mostrar santos e piedosos mais do que são!. Usam roupas de cristão, mas o coração é ímpio!. Não usam púlpitos, usam palcos!.

Fazem como Moisés fez um dia. Quando desceu do Monte Sinai com as tábuas da lei, um brilho resplandecente havia no seu rosto. Ele então põe um véu em sua face para que as pessoas pudessem se aproximar dele. Mas o brilho começa a se dissipar!. Moisés continuou usando o véu para que as pessoas não percebessem que a glória estava indo embora. Na nossa vida espiritual precisamos das Armaduras de Deus, não de “máscaras”!.

O QUARTO PRINCÍPIO – JESUS VIU RELIGIOSOS QUE NÃO PRATICAVAM A MISERICÓRDIA E O PERDÃO 

Se Deus, que é formoso em santidade, perdoa pecadores como nós pela obra de Cristo, como é que nós não podemos perdoar aqueles de quem temos queixas?. O perdão de Deus é completo, graças ao Seu grande amor por nós. Onde há um verdadeiro cristão, há a presença do amor e do perdão. O amor sempre será a essência do cristianismo. Alguém sabe de algum sistema jurídico moderno que incentive o amor?. Pois a Lei mosaica promovia o amor acima de tudo (Lv.19.18)!.

O povo de Deus tinha obrigação de mostrar esse amor não só entre eles, mas a todas as nações do mundo!. Que outra nação foi abençoada com um código jurídico semelhante?. Eu digo: nenhuma!.

Na prática, a verdade era outra!. A justiça dos fariseus era o sinônimo de morte. Se alguém peca, é porque ainda não conhece Jesus. Aquela mulher ainda não tinha conhecido o amor do Salvador!. Quem peca está endividado com Deus, e não com os escribas e fariseus dessa vida!. É assim com muitos fariseus: querem ocupar o Trono de Deus para julgar!.

Amado, você tem julgado o seu irmão?. Você costuma julgar as pessoas que Deus colocou em seu redor?. Você consegue vê facilmente os defeitos nas pessoas?. Saiba então que os defeitos que enxergamos nos outros, podem ser na verdade, os nossos próprios defeitos!. As Leis criadas por Deus foram manifestação do seu AMOR para melhorar a vida do homem, e não para este julgar seus semelhantes!.

Se você ainda tem um pouco de escriba ou de um fariseu, então eu lhe digo: você deve ter dificuldade para perdoar seu próximo!. Portanto lembre-se o quanto Deus já lhe perdoou (Ef.4.32). Se Deus, através da Graça, perdoou-nos de uma dívida que era a condenação eterna, o que está impedindo você de perdoar aqueles que temos responsabilidade de perdoar?. Digo mais: se você conhece alguém que ainda não aprendeu a perdoar, então clame por essa pessoa para que Deus tenha misericórdia de mais um pecador que ainda não se rendeu a Cristo!.

Conclusão

Não olhe para aquilo que os outros pensam de você!. O que importa é o que Deus pensa de você!. A falta de piedade no coração dos homens tem sido palco de muitos julgamentos injustos e precipitados, porque se baseiam em pretensões maldosas. É bom lembrar que aqueles líderes eram todos pecadores. Assim sendo, eles também precisavam ter seus pecados perdoados!. Só a mulher teve seus pecados perdoados!.
Foram embora, mas acabaram levando seus pecados junto com eles. Quando Jesus está por perto, os covardes acusadores desaparecem!.

Que a graça do nosso Deus nos ensine a perdoar os nossos irmãos mais fracos, ajudando-nos também a deixar cair às pedras que ainda levamos nas mãos. Em nome de Jesus. Amém.

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