quinta-feira, 7 de abril de 2016

Romanos 11

Romanos 11
 
por
D. Martyn Lloyd-Jones
Edinburgo: Banner of Truth Trust, 1998.


Este é o volume mais recente na publicação das exposições magistrais de Martyn Lloyd-Jones (MLJ) sobre Romanos, as quais ele pregou entre 1955-1968, e que têm sido publicados um volume de cada vez desde 1970. Este último volume, que contêm sermões pregados em 1964-1965, não desapontou, mas dá continuidade à excelente uniformidade da série. Como o resto dos volumes da série, este contém vários sumários magníficos tanto da epístola inteira até este ponto (Romanos 1-11, páginas 257-258), como da seção na qual encontramos o capítulo que é o assunto deste volume (Romanos 9-11. páginas 3-5, e novamente nas páginas 224-227). Assim, se você não leu os volumes precedentes, você pode facilmente se orientar com aqueles sumários.

No capítulo 8 de Romanos, Paulo tinha exposto a garantia de que Deus com certeza trará todo o Seu povo à salvação, que nada pode se opor no caminho. ?Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades? (8:38-39). Mas um objetor pode dizer:o que dizer sobre os Judeus? Não é um fato que Israel rejeitou seu Messias significa que o plano de Deus para com os Judeus falhou? De modo nenhum, diz Paulo, ele mesmo é um Judeu. Então, há o princípio visto durante toda a história de Deus, que Deus nunca intentou salvar cada um dos Judeus. Antes, há um princípio visto em um versículo chave, 9:6: ?Porque nem todos os que são de Israel são israelitas?. O principio remanescente mostra que sempre houve um corpo de indivíduos eleitos dentro de Deus que Deus traria com segurança à salvação, um Israel espiritual dentro no Israel natural ou nacional. E no capítulo 10, ele mostra como Israel descrente foi responsável pela sua própria condenação, porque eles rejeitaram a justiça pela fé que Deus ofereceu, mas procuravam estabelecer a sua própria justiça (10:3). Ele começa o capítulo 11 dizendo: ?Acaso rejeitou Deus ao seu povo? De modo nenhum; por que eu também sou israelita, da descendência de Abraão...Deus não rejeitou ao seu povo que antes conheceu? (11:1-2). Portanto, as promessas de Deus para Israel estão ainda sendo cumpridas para o remanescente, porque Paulo diz: ?Assim, pois, também no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça.?. (11:5).

Mas então Paulo avança o argumento a media que ele revela um ?mistério?:

?Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim todo o Israel será salvo? (11: 25-26).
Com um fundo no ensino dispensacional, eu estava particularmente interessado para ver como MLJ trataria o versículo 26, e o conceito de se Israel tem uma parte nos planos de Deus para o futuro.
Assim MLJ diz:

Minha alegação é que o Apóstolo levanta toda a questão porque ele tinha tratado com a gloriosa doutrina da segurança até o fim do capítulo 8. Ele tinha se gloriado na certeza e triunfo dos propósitos de Deus. Mas, com respeito à nação de Israel, eles pareciam ser uma contradição e terem se extraviado totalmente se o evangelho é verdadeiro e se a igreja é o povo de Deus...E a primeira parte da replica do Apóstolo é que há outro Israel, um ?Israel espiritual?, dentro do Israel natural....que sempre tem havido um remanescente de acordo com a eleição da graça .

Mas você verá que esta não é toda a história...em 11:25 ele diz, ?Eis que vos digo um segredo. Eu recebi uma revelação. Eu estou falando como um profeta. Eu não estou mais argumentando?. Ele tinha estado argumentando nos termos do Velho Testamento. Ele não diz que isto é um argumento, eu vos dou uma revelação. O mistério que ele está revelando é, como temos visto, que Israel como um todo está caminhando para ser trazido para dentro. Ora, minha alegação é que não há nenhuma contradição entre o que ele diz no começo do capítulo 9 e o que ele diz aqui no capítulo 11, e especialmente perto do fim. Isto não é uma contradição. É uma adição...Não há razão qualquer que seja para dizer que o Israel verdadeiro deva sempre ser um remanescente. Tudo o que Paulo está dizendo é isto, que isto tem sido freqüentemente o caso. Era o caso quando ele estava escrevendo, e continuará sendo o caso ?até que a plenitude dos gentios haja entrado? (versículo 25). Então, não será meramente um remanescente que crerá mas, todo o Israel crerá(inclusive os gentios). ?todo o Israel será salvo,? (versículo 26).

Dessa forma crê que Deus ainda tem planos não cumpridos para o Israel nacional. Em algum tempo no futuro, antes da segunda vinda, a maioria da nação de Israel - Israel como um todo, não apenas um pequeno remanescente dentro dele - será trazido à fé salvadora através da soberana graça de Deus. Deus não está tratando com a nação de Israel, com os Judeus, com os herdeiros físicos de Abraão.

MLJ contrasta sua visão com a do dispensacionalismo com segue:

Que Paulo está preocupado com a salvação de ?todo o Israel?. Ele não diz nada sobre o futuro da nação Judia de qualquer ponto de vista governamental, nem mesmo em terno da terra da Palestina. Não é sobre isto que ele está falando. Ele está falando sobre sua salvação e que os Judeus serão salvos exatamente da mesma maneira que todos os outros...Eles virão à igreja exatamente da mesma maneira como cada um de nós tem vindo - a saber, pelo arrependimento para com Deus e fé no Senhor Jesus.

E então, na contemplação deste plano de Deus e de Sua graça, Paulo termina o capítulo 11 com uma maravilhosa doxologia para a ?profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus? (versículos 33-36).

Há vários assuntos tratados no livro que eu gostaria dignos de atenção especial:

1. A doutrina da cegueira judicial, tratada no capítulo 5.

2. Os Salmos imprecatórios, tratados no capítulo 6.

3. Princípio: as passagens de advertência das Escrituras são o caminho de Deus realmente assegurar a perseverança dos Seus santos.

4. A diferença entre história e profecia, de acordo com Charles Hodge: A história dá os detalhes do que aconteceu; mas na profecia, os grandes eventos são previstos, mas o modo de sua ocorrência, seus detalhes, e suas conseqüências podem somente ser descoberto pelo evento (isto é, quando elas acontecem, ou seguindo o acontecimento delas).

5. Três princípios na interpretação da profecia. Este é um grande livro, como seus predecessores na série de Romanos. Portanto, verifique-o!

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