sábado, 31 de outubro de 2015

As bodas do cordeiro

As bodas do cordeiro
Apocalipse 19: 5-9
“Alegremo-nos e exultemos e demos-lhe glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou.” Ap 19: 7

Em Apocalipse 19:7, encontramos a seguinte declara­ção: “São chegadas as bodas do Cordeiro”. E no versícu­lo 9, nos deparamos com a seguinte afirmação: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.”
Estudaremos hoje dois textos bí­blicos que abordam, sob perspectivas diferentes, uma grande festa de casamento. Analisaremos, primeiramen­te, a passagem escatológica presente no livro de Apoca­lipse; depois, estudaremos uma das parábolas de Jesus.

I – “SÃO CHEGADAS AS BODAS DO CORDEIRO”, Ap 19: 6-9
Em Apocalipse 19: 6-7, o apóstolo João narra um ver­dadeiro concerto de música celestial. Numerosa multidão, cuja voz se assemelhava às muitas águas e fortes trovões, rendia adoração ao Senhor. Os corações estavam cheios de alegria, triunfo e glória. Era chegada a hora do casa­mento do Cordeiro com sua noiva, a Igreja.
a) Interpretações. Os intérpretes dispensacionalistas entendem que, após o arrebatamento, Cristo recepcionará a Noiva nos céus para as bodas. Haverá o “tribunal de Cristo”, 2Co 5: 10; Rm 14: 10. Nesse tribunal não haverá lem­brança de pecados, Hb 8: 12; 10: 17, nem julgamento para condenação, Jo 5: 24; Rm 8: 1. Os salvos terão uma visão clara do que praticaram, Rm 14: 12, receberão galar­dões, ICo 3: 8; Ap 11: 18.
Há outros intérpretes que vêem as bodas como simbolismo da comunhão perfeita entre Cristo e sua Igreja, mais amplamente descrita em Ap 21 e 22.
b) Alegria dos justos x juízo para os perversos, Ap 19: 9; 18: 21-24. Felizes são os chamados para participar da ceia das bodas do Cordeiro. Há um evidente contraste entre a alegria dos salvos e o terrível sofrimento dos perversos apresentado em Ap 18: 21-24. É interes­sante o jogo de palavras no texto, uma vez que Ap 19: 6-9 fala sobre noivo, noiva, alegria e festa para os convidados; já Ap 18: 21-24 menciona a ausência de noivo e de noiva, ausência de músicos e existência de escuridão, visto que não haverá luzeiros para iluminar.
c) Louvor e adoração, Ap 19: 6; Mt 8: 11. Nessa festa lembra-se que o governo de Deus é estabelecido ple­namente: “reina o Senhor”.
d) A figura do casamento marca o início do rela­cionamento, Ap 19: 7. Os w. 7 e 8 fazem menção ao ato de entrega da Noiva, preparada, que até então vivia a grande expectativa do encontro com o Noivo. Agora vai vi­ver a concretização desse casamento.

II – EXIGÊNCIAS DAS BODAS, Mt 22: 1-14
Analisemos, agora, a parábola contada por Jesus e re­latada por Mateus, comparando-a com o relato paralelo que se encontra em Lucas 14: 16-24.
a) Festa de gente importante para gente impor­tante, Mt 22: 1-4. De acordo com Mateus, um rei con­vidou gente de seu convívio para a festa de casamento de seu filho. Eram pessoas que estavam acostumadas a rela­cionar-se com o rei, grandes amigos e colegas.
b) Os convidados não deram importância para a festa e receberam sua paga, v. 5-7. O convite era sério bem como o ato de aceitá-lo. Veja, em Lucas 14, as respostas dadas: “comprei um campo e preciso ir vê-lo”; “comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los”; “casei-me com uma noiva e portanto não posso ir”. As desculpas não eram convincentes. Houve rejeição delibe­rada ao convite. Para fazer um segundo convite, o rei en­viou outros servos. Desta vez, os convidados agarraram os servos do rei e os mataram. Isso despertou a ira do sobera­no, que castigou todos quantos o rejeitaram. Na verdade, “os convidados não eram dignos”, Mt 22: 8.
c) Com a festa preparada, o rei faz novos convi­tes, v. 10. Depois de punidos os que se julgavam impor­tantes, o rei envia o convite para maus e bons, pessoas que se achavam desprezíveis, gente que não se achava impor­tante, mas estava disposta ir às bodas. Os convidados deve­riam usar vestes nupciais, w. 11-14. Um deles foi lançado fora porque não tinha vestes festivas.

III – QUEM PARTICIPARÁ DAS BODAS?
a) Os que não rejeitam o Filho. A parábola de Jesus resume aspectos centrais da história da salvação: oferta da salvação aos judeus; rejeição ao Messias; chamamento dos gentios; punição aos que rejeitam o Messias; a rejei­ção aos que, com base em méritos pessoais, procuraram aproximar-se de Deus.
b) Os alcançados pela misericórdia divina, em quem não há justiça própria. Os que aceitaram o con­vite do rei eram pobres, viviam nos becos, nas encruzilha­das, nos lugares de miséria e não tinham dinheiro para comprar vestes. A noiva do Cordeiro recebe as vestes: “Foi-lhe dado vestir-se de Unho finíssimo”, Ap 19: 8. Li-nho finíssimo refere-se a atos de justiça decorrentes da re­generação, Ef 2: 10. Só se conquista-se o direito de parti­cipar da festa porque o Noivo dá condições. Foi o rei quem proveu vestimentas adequadas aos que iriam parti­cipar de tão grande banquete.

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