sábado, 31 de outubro de 2015

É Chegada As Bodas do Cordeiro

 É Chegada As Bodas do Cordeiro
Leitura: Ap 19.7,8

Em língua portuguesa, a palavra boda significa “celebração de casamento”, embora seja mais empregada, popularmente, para referir-se ao aniversário da união conjugal, tal como nas expressões “bodas de prata” ou “bodas de ouro”, que são, respectivamente, a comemoração de 25 e 50 anos de aniversário de casamento. A primeira vez que a palavra “boda” aparece na Bíblia é para relatar o casamento de Sansão (Jz 14.12).

A Bíblia utiliza muitas vezes a figura da noiva e do noivo para referir-se ao relacionamento da igreja com Cristo (Mt 9.15; Jo 3.29; 2 Co 11.2; Ef 5.22-33; Ap 19.7-9; 21.1-22.7) e a as bodas do Cordeiro – o casamento de Cristo com a igreja – é a expressão máxima desta relação. Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, a devoção e fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua igreja e sua comunhão com ela.

Em Israel, o noivado é tão serio quanto o casamento. Na historia bíblica a mulher comprometida em noivado era chamada esposa e, apesar de não estar unida fisicamente ao noivo, ela estava obrigada à mesma fidelidade como se estivesse casada (Gn 29.21; Dt 22.23,24; Mt 1.18,19). A Igreja é a esposa de Cristo porque está comprometida com Ele (Ap 19.7; 21.9; 22.17).

Os costumes relacionados ao casamento entre os judeus são assim descritos: “o casamento judaico era precedido com antecedência de um mês a um ano por uma cerimônia de promessa de casamento ou noivado, denominada em hebraico erusin, ou, mais popularmente, tena’im (que significa, literalmente, “condições”). Essas tais condições referiam-se aos arranjos pré-matrimoniais que os pais da noiva e do noivo haviam combinado entre si estabelecendo o nadan (dote) e também as penalidades para quaisquer quebras de condições do acordo. Os tena’im davam a ambas as partes tempo suficiente para uma calma reconsideração antes de dar o passo definitivo do casamento.…” (Nathan AUSUBEL. Costumes de casamento. In: A JUDAICA. v.5, p.198).

O Pr. Hernandes assim descreve a cerimônia: “O costume matrimonial dos hebreus - 1) Noivado - era algo mais profundo do que um compromisso significa para nós. A obrigação do matrimônio era aceita na presença de testemunhas e a bênção de Deus era pronunciada sobre a união. Desde esse dia o noivo e a noiva estavam legalmente casados (2 Co 11:2). 2) O intervalo - Durante o intervalo o esposo paga ao pai da noiva um dote. 3) A procissão para a casa da noiva - Ao final do intervalo o noivo sai em procissão para a casa da noiva. A noiva se prepara e se atavia. O noivo em seu melhor traje é acompanhado de seus amigos que cantam e levam tochas e seguem em direção à casa da noiva. O noivo recebe a noiva e a leva em procissão ao seu próprio lar. 4) Finalmente, as bodas - as bodas incluem a festa das bodas que duravam sete ou quatorze dias. Agora a igreja está desposada com Cristo. Ele já pagou o dote por ela. Ele comprou a sua esposa com seu sangue. O intervalo é o período que a noiva tem para se preparar. Ao final desse tempo, o noivo vem acompanhado dos anjos para receber a sua noiva, a igreja. Agora começa as bodas. O texto registra esse glorioso encontro: "Alegremo-nos e exultemos e demos-lhe glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou" (Ap 19:7). As bodas continuem não por uma semana, mas por toda a eternidade. Oh dia glorioso será aquele!” (Estudos no Livro do Apocalipse, Hernandes Dias Lopes, pág. 146).

Nos casamentos terrenos, quem recebe a maior atenção e honra é a noiva, mas nestas bodas quem tem toda a glória é o noivo! 

A noiva estará vestida com vestidos finos e resplandecentes, que ela ganhou no tribunal de Cristo (v8 – atos de justiça) e se apresentará gloriosa e pura (Ef 5.26), em contraste com a “grande meretriz”, representando as religiões que não adoraram ao Deus único, que foi julgada. Será um momento de grande alegria, pois representa o desdobramento do plano de salvação de Deus para o homem. A noiva sentará à mesa com o Senhor para um momento de grande comunhão, uma grande Ceia (Mt 26.29) e Ele mesmo a servirá (Lc 12.37).

Assim como faziam os judeus na Antigüidade, Jesus, o noivo pagou o seu dote. Não foi em valores de prata ou de ouro; foi muito mais caro. Como nos afirma o apóstolo Pedro, “não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,” (I Pe.1:18,19), que é o bom preço, mencionado por Paulo (1 Co 6.10, 7.23).

Quando acontecerá

O pagamento do dote:
Ele acontecerá entre o arrebatamento da Igreja e a segunda fase da volta de cristo à terra, logo após o julgamento das obras dos crentes no tribunal de Cristo (Ap 19.8).

Este momento tão aguardado está inserido no espaço de tempo conhecido como “Dia de Cristo” (Fp 1.10; 2.16; 2 Ts 2.2). O início deste dia é referido na parábola das dez virgens: “Mas à meia-noite, ouviu-se um clamor” (Mt 25.6). É o fim e o principio de um tempo (dia, dispensação, era). O Dia de Cristo abrange três fatos escatológicos especiais, os quais são: o encontro da Igreja com Cristo nas nuvens (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.14-17); o tribunal de Cristo (2 Co 5.10; Fp 1.10; 2 Co 1.14; Ef 5.27); e as bodas do Cordeiro (Ap 19.7).

O texto de Ap 19 apresenta Deus assentado no trono, relata o episódio das bodas do Cordeiro e, em seguida, fala sobre a segunda vinda de Cristo sobre o cavalo branco. O texto de 1Ts 4.17 diz que seremos arrebatados para estar com o esposo e na parábola das virgens, as que estavam preparadas foram com o esposo, para as bodas (Mt 25.10).

Entre os judeus as bodas duravam sete dias (Jz 14.12,15,17,18 ; Gn 29.27,28). As bodas do Cordeiro se prolongarão por sete anos, enquanto aqui na Terra acontecerá a grande tribulação. Cada dia corresponde a um ano (Nm 14.34; Ez 4.6).

Onde acontecerá

Esse evento acontecerá no céu (Ap 19.1; 21.9). Não haveria lugar mais adequado para esse acontecimento extraordinário. Deus preparou coisas excelentes para nós no céu (1 Co 2.9) e certamente a festa de casamento de Cristo com Sua igreja será um evento de inigualável esplendor e glória. Se aqui na terra aqueles que tem riquezas fazem festas magníficas para o casamento de seus filhos, imagine então a que fará aquele que é o dono de tudo (Dt 10.14; 1 Cr 29.11).

Quem participará

No céu, participarão das bodas: a Igreja e o Cordeiro (Ap 19.7-9), tendo como testemunhas os seres celestiais (v4).
Dois eventos distintos acontecerão na comemoração da união definitiva entre Cristo e a sua Igreja: as bodas e a festa de casamento. 
É preciso distinguir entre estes eventos:
1. A ceia de casamento acontecerá no céu, antes do retorno de Cristo, e dela participará apenas a igreja.
2. A festa de casamento, que acontecerá na terra, após o retorno, da qual participará também o Israel salvo da Grande Tribulação, as nações que escaparam da grande tribulação e os santos do Antigo Testamento, como convidados especiais (Mt 8.11; 22.1-14; 25.10; Lc 12.37; 14.16-24; Jo 3.29).

Havia duas fases no casamento judaico: Na primeira, o noivo ia à casa da noiva para buscá-la e cumprir certos requisitos matrimoniais. Na segunda, ele a levava para sua casa a fim de continuar as festividades. Cristo levará a sua noiva, a igreja, para o céu, antes da Grande Tribulação (Jo 14.3). Depois voltará com ela para os festejos aqui na terra, onde a apresentará aos convidados (Ap 19.11-16).
A festa das bodas no céu difere da ceia das bodas na Terra, onde Israel estará esperando que o esposo venha convidá-los a conhecer a esposa (a Igreja), que estará reinando com Ele no período do milênio.

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