segunda-feira, 13 de junho de 2016

Antioquia uma Igreja missionária

Antioquia uma Igreja missionária 
 
Meus amados missionários A Paz do Senhor!

Em Atos 13 o horizonte de Lucas se alarga, pois o nome de Jesus seria maciçamente testemunhado além da Judéia e Samaria. A partir de Antioquia chegaria aos confins da terra. Os dois diáconos evangelistas prepararam o caminho.

Estevão através de seu ensino e martírio, Filipe através de sua evangelização ousada junto aos samaritanos e ao etíope. O mesmo efeito tiveram as duas principais conversões relatadas por Lucas, a de Saulo, que também fora comissionado a ser o apóstolo dos gentios, e a de Cornélio, através do apóstolo Pedro.

Evangelistas anônimos também pregaram o evangelho aos "helenistas" em Antioquia. Mas sempre a ação esteve limitada à Palestina e à Síria. Ninguém tinha tido a visão de levar as boas novas às nações além mar, apesar de Chipre ter sido mencionada em Atos 11:19. Agora, finalmente, vai ser dado esse passo significativo.

A igreja em Antioquia surgiu meio que por acaso. Por causa da perseguição desencadeada com a morte Estevão, (cujo mentor foi justamente nosso bom e velho amigo Paulo) a Igreja de Jerusalém foi obrigada a se espalhar pelas diversas partes do Império Romano, e por onde iam anunciavam o evangelho. Não teria sido necessária uma perseguição se a Igreja tivesse entendido que sua missão não se limitava a Jerusalém, pois muito antes Jesus tinha dito "Por toa Judéia, Samaria até os confins da Terra". Mas Deus, transforma o mal em bem, fez dessa tribulação a oportunidade para o evangelho ganhar o mundo.

mesmo tendo sido dispersos eles ainda continuavam se "achando" e só pregavam o evangelho de Jesus entre os Judeus. Quando os fiéis chegaram na cidade de Antioquia, uma cidade poderosa e influente na época, eles começaram algo totalmente novo, "radicalizaram geral" e começaram a pregar também entre os gregos. Desde sua origem a igreja em Antioquia entendeu que a mensagem da cruz não pode se limitar a um povo só, a uma só nação, mas é para todas as culturas.

Quando os apóstolos em Jerusalém souberam do babado, mandaram Barnabé que de tabela levou Paulo (agora já convertido) para dar apoio aquela nova comunidade. E tal era o comportamento, a fé e a obediência daqueles homens que pela primeira vez os servos de Jesus foram chamados de Cristãos que significa "Pequeno Cristo" ou "Semelhante a Cristo", título que, talvez não com tanto mérito, mas com orgulho carregamos até hoje.

Paulo, Barnabé e outros mestres permaneceram em Antioquia ensinando e edificando a Igreja, mas uma Igreja que já nasceu sabendo que o evangelho era também para os gregos não poderia se fechar no seu mundinho e movidos pelo Espirito Santo enviaram Paulo e Barnabé às outras regiões. Quando uma Igreja é cheia do Espírito Santo e da ouvidos a voz do Espírito ela não consegue ficar confinada em suas paredes ela precisa ganhar o mundo. Além disso Antioquia mandou o que tinha de melhor seus líderes principais, mais preparados.

Paulo fez três talvez quatro grandes viagens missionárias, e levou o evangelho a todas as regiões que podia, até mesmo na casa de César.

Quando falamos em missões nos perguntamos onde estão os missionários, aqueles que bravamente se colocarão a serviço do Senhor, mas esquecemos do que foi dito "Como pregarão se não forem enviados?" E quem enviará, se não a igreja a quem foi dada a missão. É a igreja local que é responsável por alistar, capacitar, enviar e sustentar o missionário que está no campo entre as nações. Como teremos novos Paulos em nossa geração se não se levantarem novas Igrejas semelhantes a Antioquia.

A população cosmopolita de Antioquia se refletia nos membros de sua igreja e até mesmo em sua liderança, que consistia em cinco profetas e mestres que moravam na cidade. Lucas não explica a diferença entre esses ministérios, nem se todos os cinco exerciam ambos os ministérios ou se os primeiros três eram profetas e os últimos dois mestres.

Ele só nos dá os seus nomes. O primeiro era Barnabé, que foi descrito com "um levita, natural de Chipre" (Atos 4:36). O segundo era Simeão que tinha o sobrenome de Níger, que significa Negro, provavelmente um africano e supostamente ninguém menos que Simão Cireneu, que carregou a cruz para Jesus. O terceiro era Lúcio de Cirene e alguns conjecturam que Lucas se referia a si mesmo o que é muito improvável já que ele preserva seu anonimato em todo o livro.

Havia também Manaém, em grego chamado o "syntrophos" de Herodes o tetrarca, isto é, de Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande. A palavra pode significar que Manaém foi "criado" com ele de forma geral ou mais especificamente que era seu irmão de leite. O quinto líder era Saulo. Estes cinco homens simbolizavam a diversidade étnica e cultural de Antioquia e da própria igreja.

Foi quando eles estavam "servindo ao Senhor, e jejuando" que o Espírito Santo lhes disse: "separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At.13:2). Algumas perguntas precisam ser respondidas.

A quem o Espírito Santo revelou a sua vontade? Quem eram "eles", as pessoas que estavam jejuando e orando?

Parece-me improvável que devamos restringi-los ao pequeno grupo dos cinco líderes, pois isso implicaria em três deles serem instruídos acerca dos outros dois. É mais provável que se referia aos membros da igreja como um todo já que eles e os líderes são mencionados juntos no versículo 1 de Atos 13. Também em Atos 14:26-27, quando Paulo e Barnabé retornam, prestam conta a toda a igreja por terem sido comissionados por ela. Possivelmente Paulo e Barnabé já possuíam anterior convicção do chamado de Deus e esta verdade foi aqui revelada para toda a igreja.

Qual o conteúdo da revelação do Espírito Santo à Igreja em Antioquia?

Foi algo muito vago e possivelmente nos ensina que devemos nos contentar com as instruções de Deus para o dia de hoje. A instrução do Espírito Santo foi "separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado", muito semelhante ao chamado de Abrão: "vai para a terra que te mostrarei". Na verdade em ambos os casos o chamado era claro mas a terra e o país não.

Precisamos observar também que tanto Abrão como Saulo e Barnabé precisariam, para obedecerem a Deus, darem um passo de fé.

Como foi revelado o chamado de Deus?

Não sabemos. O mais provável é que Deus tenha falado à igreja através de um de seus profetas. Mas seu chamado também poderia ter sido interno e não externo, ou seja, através do testemunho do Espírito em seus corações e mentes.

Independente de como o receberam, a primeira reação deles foi a de orar e jejuar, em parte, ao que parece, para testar o chamado de Deus e em parte para interceder pelos dois que seriam enviados. Notamos que o jejum não é mencionado isoladamente. Ele é ligado ao culto e à oração, pois raras vezes, ou nunca, o jejum é um fim em si mesmo. O jejum é uma ação negativa em relação a uma função positiva. Então jejuando e orando, ou seja, prontos para a obediência, "impondo sobre eles as mãos os despediram".

Isto não era uma ordenação ao ministério muito menos uma nomeação para o apostolado já que Paulo insiste que seu apostolado não era da parte de homens, mas sim uma despedida, comissionando-os para o serviço missionário.

Quem comissionou os missionários?

De acordo com Atos 13:4 Barnabé e Saulo foram enviados pelo Espírito Santo que anteriormente havia instruído a igreja no sentido de separá-los para ele. Mas de acordo com o versículo seguinte foi a igreja que, após a imposição de mãos, os despediu. É verdade que o último verbo pode ser entendido como "deixou-os ir", livrando-os de suas responsabilidades de ensino na igreja, pois às vezes Lucas usa o verbo "adulou" no sentido de soltar.

Mas ele também o usa no sentido de dispensar. Portanto creio que seria certo dizer que o Espírito os enviou instruindo a igreja a fazê-lo e que a igreja os enviou, por ter recebido instruções do Espírito. Esse equilíbrio é sadio e evita ambos os extremos. O primeiro é a tendência para o individualismo pelo qual uma pessoa alega direção pessoal e direta do Espírito sem nenhuma referência à igreja. O segundo é a tendência para o institucionalismo, pelo qual todas as decisões são tomadas pela igreja sem nenhuma referência ao Espírito.

Não há indícios para crermos que Saulo e Barnabé eram voluntários para o trabalho missionário. Eles foram enviados pelo Espírito através da igreja. Portanto cabe a toda igreja local, e em especial aos seus líderes, ser sensível ao Espírito Santo, a fim de descobrir a quem ele está concedendo dons ou chamado.

Chamado missionário não é um ato voluntário, é uma obediência à visão do Senhor.

Assim precisamos evitar o pecado da omissão ao deixarmos de enviar ao campo aqueles irmãos com clara convicção de que foram chamados por Deus, bem como a precipitação de o fazermos com outros que possuem os dons para tal, mas sem confirmação do Espírito à igreja.

O equilíbrio é ouvir o Espírito, obedecê-lo e fazer da igreja local um ponto de partida para os confins da terra.

Continuemos a orar pelos missionários que estão em ação; e se podermos contribuir para esta tão importante obra será uma bênção e pra a glória do nome do Senhor Jesus!

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