segunda-feira, 6 de junho de 2016

Deus aceita barganha?

Deus aceita barganha? 
 
Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

O que podemos oferecer a Cristo que seja tão valioso quanto o sacrifício que Ele fez por nós?

Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito (Sl 116:12)?

A doutrina da barganha é tão maléfica que ensina aos analfabetos bíblicos que é possível alcançar bênçãos de Deus em troca de contribuições

A barganha com Deus contraria totalmente todos os princípios bíblicos;

Usar a fé ou a Bíblia para satisfazer vontades pessoais através da prática de heresias e modismos não é prova de espiritualidade, muito pelo contrário, revela o caráter interesseiro da pessoa e provoca grandes prejuízos espirituais;

“Dar ou fazer algo para Deus”, pedindo alguma coisa em troca não é sacrifício de fé, é chantagem espiritual, e Deus não pode ser chantageado;

Isso não é atitude de um adorador, mas sim uma ação típica de um negociante, ou seja: alguém que só age em busca de vantagens;

Ter fé não significa ter coragem de ofertar almejando benefícios materiais, mas sim servir ao Senhor incondicionalmente tendo como objetivo principal a gratidão pela salvação, e não somente a melhora dessa vida terrena que é passageira;

Realmente Deus ouve as nossas orações e também nos abençoa materialmente, mas faz isso porque conhece nossas necessidades e não por aquilo que podemos oferecer a Ele;

Fazer “desafios com Deus” é provocar a sua ira assim como Israel o provocou no deserto e sofreu duramente por isso. É preciso ter muito cuidado com certas práticas estranhas que têm trazido escândalos ao Evangelho, pois Ele não se deixa escarnecer;

Uma pregação que supervaloriza o bem-estar social, físico e sentimental não colocando a transformação comportamental, psicológica e espiritual como mais importantes, não conduz o ouvinte ao verdadeiro caminho: à salvação [1 Jo 1:5,6 - E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas. 6Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.].

Promessas de grandes milagres, quase sempre voltadas para a prosperidade financeira, são temas da maioria das campanhas que nem sempre são feitas com o objetivo de ajudar os necessitados ou salvar almas, mas sim de arrecadar fundos para a "obra"

I - A barganha na Bíblia

1. No Antigo Testamento


Um dos maiores exemplos da desnecessidade da barganha no Antigo Testamento está na história de Jó: ele perdeu seus filhos, sua saúde e seus bens, mas Deus lhe restituiu tudo em dobro sem que ele lhe oferecesse nada em troca além da fidelidade e da adoração;

A fidelidade do crente tem que estar acima de suas posses para que ele possa ser justificado diante do Senhor;

Assim como na história de Jó, Satanás olha para muitos de nós tendo a plena certeza de que se ele aumentar nossas lutas, não serviremos mais a Deus;

Mas aquele que se mantém fiel independentemente das circunstâncias, não nega o nome de Jesus e não se sente desamparado, decepcionado ou frustrado diante das dificuldades;

Jó não precisou oferecer nada ao Senhor em troca de sua bênção, muito pelo contrário, ele só teve que orar por aqueles que o caluniavam;

Fazer votos ou propósitos com Deus é uma prática totalmente aceitável desde que, embora eles sejam motivados por alguma necessidade, seu objetivo seja sincero e através deles o nome do Senhor seja exaltado.

Sl 132: 1-5 - Lembra-te, Senhor, de Davi, e de todas as suas aflições.

2 - Como jurou ao Senhor, e fez votos ao poderoso Deus de Jacó, dizendo:

3 - Certamente que não entrarei na tenda de minha casa, nem subirei à minha cama,

4 - Não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras,

5 - Enquanto não achar lugar para o Senhor, uma morada para o poderoso Deus de Jacó.

Fatos bíblicos, do Antigo e do Novo Testamento, embora tenham muito valor porque nos mostram o misericordioso caráter divino, foram acontecimentos específicos para cada momento sendo que através de cada um, o Senhor tinha algum propósito especial.

Não existe nenhuma ordem ou mesmo aprovação de Deus para transformá-los em doutrina ou repeti-los ritualisticamente em busca de bênçãos.

2. Em o Novo Testamento

Satanás é tão atrevido e ao mesmo tempo, tão ingênuo que teve a coragem e a insensatez de tentar até o próprio Senhor Jesus Cristo.

Imagine então se ele não tentará a nós que somos falhos e frágeis seres humanos sujeitos aos desejos da carne e inclinados ao pecado;

E para tentar o Messias ele lhe ofereceu todos os reinos do mundo em troca de sua adoração.

Mas Jesus não perderia todo o resplendor de sua glória em troca das coisas passageiras desse mundo e, além do mais, Ele é dono de tudo, assim como nós que, sendo filhos de Deus, somos também herdeiros do Reino Celestial que vale infinitamente mais do que todas as riquezas dessa terra;

Atos 8:14-24 relata que um mago chamado Simão, interessado em obter vantagens com os dons do Espírito Santo, ofereceu dinheiro aos apóstolos. Eles, porém, não aceitando a proposta da barganha, repreenderam-no severamente mostrando a ele que aquele dinheiro somente lhe serviria para a perdição por ele achar que poderia comprar os dons espirituais, e o exortaram ao arrependimento;

Infelizmente, nos dias atuais, muitos “ministros do Evangelho” têm agido de forma totalmente contrária a que foi ensinada pelos apóstolos, pois eles oferecem de tudo em troca de dinheiro através de seus “sacrifícios de fé”.

O próprio Jesus não nos comprou com dinheiro, mas sim com o sacrifício de seu próprio corpo. E, da mesma forma, o único sacrifício que Ele requer de nós é nossa entrega total a Ele, o que consiste exatamente na renúncia e na não-conformação em relação às coisas corruptíveis desse mundo.

Rm 12:1,2 - Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

2 - E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

A Bíblia nos ensina a colocar a busca pelo Reino de Deus sempre em primeiro lugar em nossa vida, mas a doutrina da prosperidade ensina exatamente o contrário: eles transformam o cristão em um negociante que é incentivado a entregar aquilo que tem em troca de mais bens materiais.

3. As Escrituras condenam a barganha

A simplicidade do Evangelho de Cristo não nos ensina que somos abençoados quando oferecemos determinadas quantias em dinheiro, porque, de acordo com o que está escrito em Romanos 3:24, fomos justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus;

As “doutrinas do sacrifício” não têm validade para a igreja atual, porque elas desmerecem o sacrifício que já foi feito por Jesus na cruz;

Realmente, contribuir com a obra do Senhor é bíblico e a igreja necessita, porém todas as contribuições devem ser feitas voluntariamente, com amor, alegria, sem constrangimento e com valores de acordo ao que está proposto no coração do ofertante;

Amar é agir benignamente sem esperar nada em troca, sabendo que a sua maior recompensa é ver a satisfação daquele que recebe sua demonstração de amor: essa é uma das características de um autêntico servo do Senhor;

Jesus condenou veementemente o apego às coisas materiais.

Mt 19:21-23 –

Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.

20 - E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.

21 - Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.

A religião escraviza o Evangelho liberta; a religião cega, o Evangelho tira as escamas dos olhos; a religião domina a mente, o Evangelho traz sabedoria; a religião oprime, o Evangelho dá liberdade.

A quem você segue? Aos líderes religiosos ou a Jesus Cristo?

II - Pressupostos da “Teologia da Barganha”

1. A falsa doutrina do direito legal. 


Uma das crenças da teologia da prosperidade é a doutrina do “direito legal do crente”; o qual consiste em acreditar que quando Jesus morreu na cruz conquistou muitos direitos para os seus seguidores, os quais devem reivindicá-los chamando-os à existência para que se realizem;

Na maioria das pregações dessa linha de pensamento não se considera a necessidade do pecador buscar uma transformação em sua vida, mas apenas se destaca a importância de que ele ofereça algo para ser retribuído por Deus;

III - O perigo de barganhar com Deus

1. O perigo de se ter um Deus imanente, mas não transcendente

Imanente é um ser que se identifica com outro ser e se relaciona com ele, ou seja: Deus é imanente porque nos fez à sua imagem e semelhança e se relaciona conosco;

Transcendente é aquele que excede os limites normais. Ele é superior e sublime, ou seja: Deus é transcendente porque é infinitamente superior a nós;

Considerar Deus como imanente e não como transcendente é valorizar o fato de Ele se relacionar com você, mas não reconhecer ou não respeitar o fato de Ele ser superior e ter o poder e o direito de dominar a sua vida conforme a vontade d`Ele;

É muito confortável pregar que Deus é amor, mas também temos a obrigação de ensinar que Ele é justiça

Hb 10:30,31 –

Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.

31 - Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.

Seguir a Jesus da maneira que o próprio Jesus ensinou está totalmente fora dos planos dos que pregam a barganha financeira como sacrifício espiritual.

2. O perigo de se transformar o sujeito em objeto.

Os ministros da prosperidade invertem os valores colocando o material como seu foco principal;

Muitos cantores e pregadores são considerados como grandes artistas Gospel, e os termos mensageiros e adoradores são tendenciosos jargões que somente servem para abrilhantar seus currículos de apresentação nos cartazes e nos shows;

O mercado religioso tem sido um grande negócio para aqueles que quando pregam ou cantam, não podem terminar sua mensagem sem passar o número de sua conta bancária ou oferecer seus produtos;

Esse falso evangelho que está sendo literalmente vendido por aí não satisfaz as necessidades, apenas prioriza as vontades;

Cultuar é adorar ao Senhor, mas muitos “cultos” estão sendo direcionados às criaturas e não ao Criador;

É claro que não se pode desmerecer aqueles que realmente têm um chamado divino e verdadeiramente precisam de ajuda em seus ministérios, porém esses são uma pequena minoria.

E, além do mais, quando Deus chama, Ele supre e certamente não tem prazer em ver seus filhos agindo, muitas vezes, como mendigos ou como estelionatários em nome do sustento do seu chamado, causando dúvidas e escândalos entre o povo de Deus diante dos incrédulos;

Muitos seguiam a Jesus porque queriam algo dEle ou porque não acreditavam mas esperavam ver algum sinal. A maioria dizia que o amava sendo que poucos o amavam de verdade. Responda para si mesmo com toda sinceridade: o que te faz seguir a Jesus Cristo?

[Jo 21:15-17 - E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta.

14 - os meus cordeiros.

16 - Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, ama-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

17 - Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, ama-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

De que forma você tem tentado agradar ao Senhor e Salvador da tua alma? O teu relacionamento com Ele é um amor sincero ou apenas uma busca pela satisfação de interesses?

3. O perigo da espiritualidade fundamentada em técnicas e não em relacionamentos.

A barganha faz o homem se relacionar com Deus de forma técnica, cheia de regras e “fórmulas mágicas”, as quais aparentam proporcionar um meio rápido e fácil para se obter os resultados de seu interesse;

Carregar uma Bíblia em baixo do braço e permanecer horas em oração é prática fora de moda para os muitos adeptos de algumas novas tendências evangélicas que estão surgindo;

Muita gente tem se apoiado em seus líderes, os quais fazem grandes sacrifícios espirituais, e não têm nenhum temor em divulgar isso publicamente, em troca dos sacrifícios financeiros de seus seguidores;

Ultimamente temos visto coisas muito assustadoras entre aqueles que se dizem cristãos, mas o que se pode esperar de quem ensina que o homem tem o direito de encostar Deus na parede?

De nada somos merecedores, o que temos é pela misericórdia e pela graça divina, mas muitos seres humanos têm agido como se Jeová tivesse uma grande dívida para com eles;

Quem tem um verdadeiro e sincero relacionamento com o Senhor vive fielmente para Ele em qualquer circunstância.

Rm 14:8 - Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.

Reverência, obediência, amor, sinceridade, retidão, santidade e testemunho são as coisas que o Senhor realmente espera receber de nós; e tudo isso deve ser entregue com o simples interesse de adorá-lo, pois nas demais coisas, Ele está cuidando de nós

• Barganhar com Deus é uma grande tentação, principalmente quando estamos passando por alguma dificuldade, só que não podemos nos esquecer de uma coisa: nada temos cujo valor seja o suficiente para propor algum tipo de negócio ao Dono do ouro e da prata, Criador e Dominador do universo e Senhor e Salvador de nossa alma;

• O homem mais parece uma criança mimada e teimosa quando tenta exigir algo de Deus. E Ele, por ter um grande amor, como um verdadeiro Pai, não o destrói, apenas lhe dá umas palmadas;

• A autenticidade e a atualidade das manifestações de milagres e das provisões divinas são inquestionáveis. O que não se pode aceitar é o homem chegar diante do trono do Grande Rei sem nenhuma reverência ou humildade, exigindo bênçãos como se fosse um credor cobrando o devedor;

• Barganhar com Deus é tentar negociar o inegociável.

Mc 8:37 - Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma?

O mágico Simão acreditava que poderia comprar os dons espirituais para com eles incrementar seus shows e ganhar mais dinheiro; da mesma forma, hoje, muitos "mágicos espirituais" estão tentando negociar com Deus para satisfazer seus propósitos capitalistas.

Deus nos concede as suas bênçãos não porque tenhamos algum poder de barganha, mas porque Ele nos ama e quer aprofundar o seu relacionamento com cada um de seus filhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário