A Páscoa e a família de Noé
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“Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para a salvação de sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”.(Hebreus 11:7)
O texto de hoje nos remete a uma reflexão sobre o verdadeiro sentido da páscoa. E para tal, utilizei uma história antiga, lá próxima da origem do mundo, de um homem chamado Noé, cujas qualidades de vida inspiram gerações e gerações. Poucos tiveram uma biografia tão bem escrita e aplaudida pelos cristãos de todas as épocas como Noé. Da história desse grande homem de DEUS, retiramos lições significativas, que nos fazem repensar a nossa maneira de viver hoje e o estado espiritual que queremos. Desde criança aprendemos que Noé foi o criador de uma Arca gigantesca, que salvaria muitos de uma tempestade impiedosa. O motivo do forte temporal foi a desobediência de uma humanidade recém-criada, mas que, em pouquíssimo tempo, fez o Senhor DEUS desistir de tudo o que havia feito. A destruição de toda uma geração, que se sucederia imediatamente aos ventos e chuvas fortes, foi, sim, definida por DEUS. O pecado havia chegado a tal ponto que todas as famílias tinham se corrompido. Mas DEUS não destruiu a todas completamente. Havia na face da terra apenas uma família que não sofreria o extermínio. Essa era a família do homem chamado Noé, cuja integridade e retidão deram origem à construção da famosa Arca. DEUS não desejava que um justo pagasse o preço da morte por causa dos injustos. Por isso, providenciou esse novo abrigo para que toda sua parentela e casais de animais de toda espécie fossem salvos. A Arca, então, representaria não só a nova morada, mas o livramento, a impossibilidade da ameaça de morte, a transição de um mundo abominável para uma vida de obediência a DEUS. E, dois a dois, cada escolhido foi se enfileirando e se dirigindo para o interior da Arca, vivenciando a páscoa em suas vidas; devido à integridade de um só justo, e como um grupo de soldados preparando-se para o grande desafio. Assim, depois das portas serem fechadas pelo SENHOR, passados sete dias, um devastador temporal desceu do céu, inundou todo o lugar, destruindo lares, plantações, animais e toda população. DEUS o prometeu, DEUS o fez: “E passados sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio. (...) E houve copiosa chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites” (Gênesis 7:10 e 12). A destruição foi total. O livro de Gênesis, no capítulo 7, relata em detalhes esse período triste vivenciado pela humanidade. No versículo 22 há o resultado: “Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca morreu”. Por outro lado, no interior da Arca, a páscoa celebrada pela família de Noé foi de muita provisão da parte de DEUS. Em nenhum momento, faltaram alimentos tanto para os seres humanos como para os animais durante os 150 dias em que a Arca esteve sobre as águas. Embora o termo páscoa só venha aparecer pela primeira vez na Bíblia Sagrada muito depois (no livro de Êxodo, capítulo 12, versículo 11), podemos caracterizar a entrada de Noé e seus parentes na Arca como uma passagem; deixando para trás aquilo que não prestou, não serviu; e olhando para um novo alvo. Essa passagem deve ser obrigatória em nossas vidas, como confirmação ao que disse o apóstolo Paulo, que também celebrou a páscoa em seu mais ilustre ensinamento: “(...) Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13-14). Sem a páscoa, que na época da Graça de DEUS nos solicita a deixarmos as velhas tradições religiosas, a uma vida de pecados, e nos convida a uma nova vida com o Filho de DEUS, é impossível qualquer um alcançar o prêmio da salvação bem enfatizado por Paulo. Usei aqui como ilustração a história de Noé que, por ter sido zeloso em obedecer a vontade de DEUS, foi salvo da destruição e da morte através da Arca, que naquele tempo, era a imagem do Salvador, Aquele que, anos mais tarde, viria ao mundo, anunciar a salvação; morrer e ressuscitar por todos aqueles que crerem e O confessarem como Único Senhor de suas vidas: JESUS CRISTO. Mas bem que eu poderia ilustrar com a história de qualquer outro cristão que algum dia viveu a páscoa em sua vida, ou seja, permitiu essa passagem, essa mudança. Sim, porque não existe páscoa sem mudança, sem passagem. E isto só é possível quando o Espírito de DEUS encoraja o homem a mudar, a tomar uma decisão; e o tira das trevas para a verdadeira Luz. O nome páscoa não é um simples rótulo, uma etiqueta ou uma faixa publicitária, mas ele exprime a realidade do ser que o carrega e o representa. O substantivo pesah/páscoa vem da raiz verbal que tem o sentido de salto, movimento, travessia. No Antigo Testamento era uma celebração, um ritual ocorrido no fim de primavera e início do verão, em noite de lua cheia, onde se sacrificavam animais sem defeito, aspergiam o seu sangue com a finalidade de pedir proteção a Deus. Alguns líderes religiosos, hoje, que se autodenominam cristãos, preferem ensinar apenas aos seus fiéis o sentido antigo, histórico, da páscoa, enquanto tradição cerimonial. Não instigam sobre a necessidade de uma mudança interior. Todavia, de uma forma ou de outra, biblicamente, a páscoa não tem nada a ver com consumismo, ovos, coelhos e chocolates. Outro detalhe muito importante: Noé poderia ter dado muitos motivos para não entrar na Arca. Poderia ter dito a DEUS que aquilo seria embaraçoso, que muitos amigos se afastariam dele, que sua família se entristeceria, que não estava pronto, enfim, poderia ter inventado muitos artifícios para alterar o plano de salvação de DEUS para a sua vida. Mas não o fez. Preferiu por atender ao chamado pascoal do SENHOR DEUS. Nenhum sangue de qualquer outro que ficara de fora da Arca será cobrado, porque antes do dilúvio e da total destruição, Noé era um grande pregador do seu tempo (ref. 2 Pedro 2:5). DEUS se compadeceu da família de Noé por causa do seu coração íntegro. Às vezes achamos muito demorada a salvação de nossa família e vivemos cobrando isso de DEUS, porque lemos em algum momento da Bíblia “crê no Senhor Jesus e será salvo tu e tua família” (Atos 16:31); e achamos que a simples leitura dessa promessa é suficiente; embora tenhamos um coração impuro diante de DEUS e ainda fazemos questão de mantê-lo assim. Evidentemente, Noé ensinou bem os seus filhos porque tinha um coração comprometido com o serviço do Céu; e eles deviam ter visto no servo de DEUS um exemplo consistente de fidelidade. Podemos conseguir enganar uma porção de nossos amigos, até mesmo pessoas da igreja, e convencê-los de que somos servos sinceros a DEUS, mas não é provável que enganemos ao Espírito Santo e a nossa família. Ela nos conhece bem. E se nossa parentela não vê que não tentamos viver o que pregamos, ela provavelmente será seguidora apenas de nossas vidas, e não de nossos sermões. Alguns cristãos estão mais ansiosos em terem destaque na mídia, em seu trabalho ou junto aos seus amigos do que serem fiéis ao SENHOR JESUS. E a páscoa (salvação) fica cada vez mais longe daqueles que estão ao nosso redor. Uma simples mas justa atitude vale infinitamente mais que mil palavras proferidas ou escritas. Essa é a verdadeira páscoa! Que DEUS nos abençoe! |
sexta-feira, 30 de março de 2018
A Páscoa e a família de Noé
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