domingo, 25 de março de 2018

Resistir as ofertas do mundo

Resistir as ofertas do mundo

Para leitura: João 14.16,17; João 15.14-21; I Corintios 1.21; Colossenses 2.8; Tiago 4.4; I João 2.17.

De nada adianta o título de cristão se a pessoa não demonstra uma vida santa diante de Deus e dos homens. Todo crente precisa separar-se do mundo para viver uma vida totalmente controlada pelo Espírito. Deus é santo, e exige de nós santidade. Ser santo é estar separado das concupiscências desta vida. Satanás, o “príncipe deste século” (João 12.31; 1 João 5.19), tem disseminado seus maléficos valores através das falsas filosofias, heresias, e da nova moralidade, a fim de embaraçar o crente com as coisas deste mundo, dificultando ou impedindo sua íntima comunhão com Deus. Nesta lição, estudaremos sobre a influência do mundanismo na igreja e como resistir aos seus apelos.

I – Uma cultura marcada pelo mundanismo

1. Cultura e valores mundanos. Segundo os dicionários, cultura é o “conjunto das realizações materiais, filosóficas e espirituais de uma sociedade”. Ela compõe a visão de mundo de um povo, de uma época, e de um grupo social organizado. A cultura e a cosmovisão de uma sociedade não cristã são opostas aos valores ensinados pela Palavra de Deus. Por isso, o cristão deve discernir, julgar, avaliar e confrontar os valores ensinados pela sociedade de nosso tempo com os princípios expostos na Palavra de Deus. Tudo o que for contrário às Escrituras deve ser rejeitado e rechaçado pela igreja. “O nosso chamado não é só para ordenarmos a nossa própria vida por princípios divinos, mas também para exortarmos o mundo”. A Igreja, como luz do mundo, deve levar a sociedade a arrepender-se de seus pecados.
2. A cultura e a Queda. O homem é um ser capaz de produzir cultura. Antes da Queda, os princípios apreendidos e desenvolvidos pelo homem eram subordinados aos padrões morais, éticos e sociais estabelecidos pelo próprio Deus. Portanto, nessa época, a cultura refletia a imagem moral de Deus no homem (Gn 1.27-31; Gn. 2.15,16, 18-24). Com a entrada do pecado no mundo, não apenas a criação foi afetada, mas também a natureza moral e ética humana. Conseqüentemente, toda a produção intelectual e cultural da humanidade ficou condicionada à desobediência e rebelião contra Deus (Gn 3.17-19, 21,23. Gn. 4.7,19, 23). Uma sociedade dominada pelo pecado só pode produzir uma cultura contrária aos princípios da Palavra de Deus.
3. O cuidado com as adaptações culturais. Embora sejamos influenciados pela cultura do nosso povo desde o nascimento, a Bíblia adverte-nos do perigo de nos tornarmos “amigos do mundo” (Tiago 4.4; I Jo 2.15-17). Os princípios registrados nas Sagradas Escrituras são absolutos e, portanto, não podem ser submetidos aos caprichos de uma sociedade permissiva. A Igreja de Cristo não luta apenas contra a cultura e os valores mundanos, mas contra as potestades malignas que gerenciam e promovem a maldade, a licenciosidade, a permissividade, a inversão de valores, a injustiça, entre tantas outras mazelas (Ef 2.2; 6.12). Infelizmente, alguns falsos mestres por meio de seus ensinamentos têm legitimado muitos costumes pecaminosos na igreja, e há os que são coniventes e se negam a condená-los (II Pe 2.1-3, 10-19; Judas. 4, 16-18).

II – O mundanismo na sociedade

Nas leis. Um dos propósitos da lei é regular o relacionamento entre homens, possibilitando a ordem e o desenvolvimento da sociedade civil. As leis não são maiores que os homens, mas foram constituídas para que seus direitos e deveres sejam respeitados. Atualmente, em nosso país, muitos projetos de lei têm sido apresentados e aprovados, com o objetivo de justificar certos comportamentos contrários à Palavra de Deus, tais como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aborto e a utilização de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas.

Na educação. A educação secular tem como fundamento o naturalismo, o humanismo, o pluralismo, entre outros “ismos” contrários à Bíblia. Da Educação Infantil ao ensino superior, os valores são contestados, algumas vezes, ridicularizados, e não poucas, ignorados. As teorias empregadas por algumas instituições são fundamentais no ateísmo, antropocentrismo e no relativismo moral. Os livros didáticos costumam priorizar o evolucionismo e a autonomia espiritual e moral do homem. Muitas dessas escolas são conhecidas pela excelência e qualidade, entretanto, suas filosofias são contrárias à Palavra de Deus.






A prioridade delas não é a formação do caráter segundo os princípios divinos, mas capacitar o educando para o mercado de trabalho, levando-o a ser mais competitivo numa sociedade que prioriza o ter em vez do ser.

Na família. A estrutura familiar no mundo está em processo de mudança. Nada se parece com o que Deus instituiu no princípio. O que vemos hoje é a banalização do divórcio, a infidelidade conjugal e a legalização de casais homossexuais, adotarem crianças. Isso é um atentado contra os alicerces familiares fixados por Deus.

No entretenimento. O lazer e o entretenimento saudáveis, na medida certa, não são prejudiciais à vida espiritual. Porém, as práticas mundanas de diversão, por meio das quais as pessoas praticam toda forma de pecado, constituem um sério problema para a vida social e cristã. Atualmente, o mundanismo corrompeu até mesmo o lúdico e o entretenimento, sendo o divertimento uma ocasião para a bebedeira, a violência, as drogas e a prostituição.

III – “Não ameis o mundo” (I João 2.15-17)

1. O que significa “amar o mundo”? Amar o mundo é estar em estreita comunhão com ele, dedicando-se aos seus valores, costumes e cultura. Em outras palavras, é ter satisfação nas coisas que desagradam a Deus e ofendem os princípios das Sagradas Escrituras. Esse pernicioso sentimento impede a comunhão do crente com o Senhor (I João 2.15). É impossível amar o mundo e a Deus ao mesmo tempo (MT 6.24; Lc 16.13; Tiago 4.4).

2. Aspectos do mundo pecaminoso. Em 1 João 2.16, a Bíblia descreve três vias que conduzem o crente ao mundanismo. a) “A concupiscência da carne”. Diz respeito aos desejos impuros, a busca de prazeres pecaminosos, e a satisfação dos sentidos (1 Co 6.18; Filip 3.19. Tiago 1.14). b) “A concupiscência dos olhos”. Refere-se ao desejo incontrolável pelas coisas mundanas que satisfazem à cobiça do homem (Ex 20.17; Rm 7.7). Aqui estão incluídas a pornografia, a violência, a impiedade e a imoralidade promovidas pelo teatro, televisão, cinema e em certos periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28). c)”A soberba da vida”. Diz respeito ao orgulho do homem pecador que não reconhece o senhorio de Deus. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando-se independente de tudo e de todos (Tiago 4.16).

IV – “Não vos conformeis com este mundo”. (Romanos 12:2)

a. O que é conformar? O verbo “conformar” no original significa “ser modelado de acordo com o um padrão e refere-se à constante imitação de uma atitude ou conduta até que a pessoa se torne igual ao modelo. Neste versículo, a Bíblia ensina que o crente deve resistir, combater e não imitar os padrões de comportamento, a cultura e os valores mundanos, pois a igreja não é apenas separada do mundo, mas consagrada a Deus. Seu comportamento reflete a vontade e a natureza de Deus para a humanidade.

b. “Mas transformai-vos...”. Na Bíblia, a mente renovada é fruto da atuação do Espírito Santo (II Co 3.18; Tt 3.5). O crente de “mente renovada” pelo Espírito é capaz de discernir a perfeita e agradável vontade de Deus para a vida diária. Ele não se confunde e não se molda aos padrões e valores mundanos, pelo contrário, sabe o que agrada ou não a Deus. Neste texto, a razão iluminada pelo Espírito sobrepõe-se às emoções e indicações naturais. O processo de renovação do entendimento do crente deve ser contínuo e pessoal.

CONCLUSÃO
O crente que busca uma vida santa não pode se conformar com as coisas deste mundo. Observemos que as concupiscências estão associadas à falta de conhecimento legítimo que é útil, real e necessário para se ter uma vida que agrada a Deus. Só cai em concupiscência quem perdeu a visão do Reino de Deus, e fixou seu olhar nas ilusões passageiras desse mundo. 

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