segunda-feira, 5 de outubro de 2015

DE VOLTA AO CENÁCULO

DE VOLTA AO CENÁCULO (ATOS 1.12-14)


 
Quando aconteceu a ascensão, os discípulos de Jesus voltaram para Jerusalém aonde ficaram orando e suplicando pelo poder do alto que o próprio mestre anunciava, e com eficiência conseguiram (At 2), com um comentário bíblico iremos perceber como estava o cenário dias, horas e minutos antes do Pentecostes.


Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos. (Atos 2.12-14)


v.12 – Lucas nos revela que a ascensão aconteceu no monte chamado das Oliveiras, esta forma do nome, encontrada somente aqui no Novo Testamento, vem do latim. O topo do monte das Oliveiras, como é mais comumente chamado, fica distante de Jerusalém à distancia do caminho de um sábado (cerca de 800 metros), e a pouco mais de 60 metros acima da área do templo. O evangelista Lucas nos dirá que o monte das Oliveiras era um lugar que o Senhor costumava ir (Lc 22.39), e foi o mesmo monte aonde o Senhor suou gotas de sangue (hematidrose) em agonia, interessante é que o mesmo monte aonde Jesus derramou tal agonia agora foi usado para a ascensão, um local intimo do Senhor para com seus discípulos. No Evangelho de Lucas (24.30), foi dito que Jesus levou os seus discípulos “fora, até Betânia”, para a ascensão. Como Betânia esta há pouco mais de três quilômetros de Jerusalém, do lado oposto do monte das Oliveiras, parece haver uma contradição entre os relatos. Más ao invés de eis, “até”, os melhores manuscritos gregos apresentam pros, que dá suporte à tradução “do lado oposto a Betânia” (ASV). Esta seria uma descrição correta do topo do monte das Oliveiras.
Comentário Homilético v.12 – os discípulos e apóstolos não rejeitaram o mandato divino do Senhor momentos antes (At 1.4), isto pode nos mostrar que as vezes queremos resolver nós mesmos achando que somos dono da razão não se preocupando com a vontade divina, más na verdade oque devemos fazer é obedecer o Senhor por que ele sabe oque é melhor para cada um. se ele ordenou para ficar voltar à Jerusalém volte: “Obedeçam aos mandamentos do Senhor, o seu Deus, andando em seus caminhos e dele tendo temor.” Deuteronômio 8:6


v.13 – Quando retornaram a Jerusalém, os discípulos subiram ao cenáculo, onde habitavam os onze apóstolos. Blunt diz: “O cenáculo pode ter sido o lugar onde se realizou a última ceia; provavelmente a casa pertencia a Maria, a mãe de João Marcos, pois encontramos a sua casa mencionada em Atos 12.12 descrita como o principal local das reuniões cristãs”. Com exceção de Judas Iscariotes, esta lista dos apóstolos é semelhante àquelas que são encontradas nos Evangelhos Sinóticos (ver a comparação das listas nos comentários sobre Mt 10.2-4). Uma ou duas diferenças adicionais podem ser observadas. Somente nesta lista João aparece imediatamente depois de Pedro (no melhor texto grego — cf. ASV). Isto provavelmente se deve ao fato de que esses dois apóstolos estão intimamente associados diversas vezes nos primeiros capítulos de Atos (3.1; 4.13; 8.14). Adicionalmente, somente aqui Tomé aparece depois de Filipe: “ambos foram trazidos ao primeiro plano na paixão e na ressurreição”.Tanto no seu Evangelho (Lc 6.14-16) quanto aqui, no Livro de Atos, Lucas menciona Simão, o Zelote, em lugar de “Simão, o cananeu”. O epíteto de Lucas pode significar simplesmente que Simão era uma pessoa zelosa. Pode também indicar que ele pertencia ao grupo dos zelotes, da Palestina. Os estudiosos freqüentemente argumentam que os zelotes não formavam um grupo até a revolta dos judeus contra Roma, em 66—70 d.C. Mas Farmer diz que os fariseus, essênios e zelotes “atuavam como grupos de resistência contra as forças de ocupação e os agentes de colaboração” (os saduceus) na época de Jesus.
Ao invés de Tadeu (Mateus e Marcos), Lucas menciona Judas, filho de Tiago, tanto no seu Evangelho quanto aqui. O forte paralelismo entre as quatro listas sugere que esses dois nomes diferentes pertencem à mesma pessoa. E possível que durante algum tempo, depois da morte de Jesus, Judas preferisse ser chamado de Tadeu, devido ao estigma ligado a Judas Iscariotes.
v.14 – Uma das características de Lucas é a menção dos momentos de oração. Na verdade, a oração para ele era algo muito importante. Devemos observar três fatos relacionados à oração: Primeiro, os cristãos primitivos costumavam orar. Assim como a oração havia caracterizado a vida de Jesus, ela caracterizava a de seus seguidores (cp. 2:42; 3:1; 4:24ss.; 6:4ss.; veja ainda a disc. acerca de 9:11). Além do mais, Lucas tem certeza de que toda oração sempre tem resposta (cp. vv. 24-26; 4:31; 9:40; 10:19s., 31; 12:5, 12;22:10; 27:23-25; veja ainda a disc. acerca de 9:12). Portanto, a oração desempenha um papel importante, ainda que não bem definido, no estabelecimento e cumprimento dos propósitos de Deus. Em nenhum outro texto fica isto mais evidente do que na conexão bem perceptível entre a oração dos discípulos antes do Pentecoste, e o derramamento do Espírito de Deus naquele dia. Segundo fato: ao desenvolver esse ponto, Lucas enfatiza a persistência dos discípulos na oração. Eles perseveravam unanimemente em oração e súplicas; o verbo também está no imperfeito, no grego, denotando ação repetida ou habitual. Terceiro fato: a oração comunitária era uma expressão de sua unidade, característica da igreja primitiva — unanimemente (v. 14). Talvez essa oração fosse também um fator que lhes mantivesse a unidade (cp. 2:46; 4:24; 5:12; Romanos 15:6; Efésios 4:3). Também é característica típica de Lucas chamar a atenção para o papel desempenhado pelas mulheres na igreja (cp. 5:14; 8:3, 12; 9:2; 12:12; 16:13;17:4, 12; 22:4). Aqui ele menciona a presença de mulheres nessas reuniões de oração. O grego é indefinido; diz apenas “mulheres”, como que apresentando-as pela primeira vez. Entretanto, é possível que se incluam aqui algumas mulheres anteriormente mencionadas no evangelho como seguidoras de Jesus (Lucas 8:2s.; 23:49, 55; 24:10). Outras mulheres seriam as esposas dos discípulos. Maria, mãe de Jesus, merece menção especial. Temos aqui a última menção de Maria no Novo Testamento; é significativo que tenhamos nossa última imagem dela assim, a de uma mulher ajoelhada. Logo de início, parece que as mulheres exerceram um papel muito mais importante na igreja do que na sinagoga. Entretanto, apesar de tudo as mulheres ainda não estavam sendo tratadas com equanimidade (se é que alguma vez o foram, cp. Gálatas 3:28), pois evidentemente foram excluídas da reunião a que se refere o versículo 15, em que Pedro dirigiu-se à multidão com o vocativo “homens, irmãos” (segundo o texto grego). A referência a Maria conduz à menção dos irmãos de Jesus também. Antes, não haviam crido na mensagem do Senhor (João 7:5; cp. Marcos 6:4), mas agora estão entre os discípulos. Não ficamos sabendo como é que se converteram, mas no caso de Tiago (presumindo-se que se trata do Tiago de 1 Coríntios 15:7), como no de Paulo, a conversão pode ter ocorrido depois de um encontro com o Jesus ressurreto (veja a disc. acerca de 12:17 e as notas). Tiago talvez houvesse influenciado seus irmãos.
Comentário Homilético v. 14 – devemos ter comunhão com os nossos irmãos, somos um só corpo. Devemos nos unir para orar e buscar de forma “unanimes” a presença de Cristo, oque acontece hoje em dia é uma separação do corpo por causa da “Placa da igreja” más na verdade, todos somos uma só igreja a noiva do cordeiro, que venhamos a se unir e suplicar pela virtude do céu igual nossos irmãos primitivos.

notas:
Novo comentário Bíblico contemporâneo Atos (David J. Williams)
Comentário Bíblico Beacon – Volume 7 ( Ralph Earle / Joseph H. Mayfield)

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