EXPRESSÃO CORPORAL DO PREGADOR

EXPRESSÃO CORPORAL DO PREGADOR

O pregador é um instrumento de Deus em cima do altar para transmitir a palavra de Deus, uma espécie de via de comunicação que todos elementos contribuem ou atrapalham, sendo expressões no rosto, postura e gesticulações. Para que haja empatia com os ouvintes é necessário estar no controle destes movimentos, gestos exagerados muitas das vezes podem tirar o foco da palavra e colocar no pregador desajeitado, os movimentos do corpo devem ser solenes e ordenados de tal forma que o modo de falar seja harmônico causando atenção nos ouvintes. Constantemente Deus esta escolhendo novos pregadores, quando ele chama tem certeza que é o vaso ao qual vai usar, más cabe a nós pegar o dom que ele nos deu e aperfeiçoar segundo sua graça.

 

Charles Spurgeon conta: “Ouvi falar de um irmão que, em seus
primeiros dias, era mais aceitável, mas, que, mais tarde, ficou muito atrás na
carreira porque aos poucos foi caindo em maus hábitos. Falava com gemidosdissonantes,
assumia as atitudes mais esquisitas e fazia tão extraordinárias caretas, que o
povo não tinha prazer em ouvi-lo. Chegou a ser merecedor de estima e honra, mas
não de ser ouvido. Excelentes cristãos dizem que não sabiam se deviam rir ou
chorar quando o ouviam pregar. Sentiam que pela inclinação da natureza deviam
rir, mas que pelos impulsos da graça deviam chorar quando viam um pregador tão
bom completamente arruinado por atitudes absurdamente artificiais”.

 

Postura ( 1Ts 1.5, 1Co 10.32; 16.13; Fp 1.27)

Para com Deus oque mais importa sem sombra de dúvidas é o “homem interior”, seu relacionamento com ele e qual desejo do seu coração. A aparência diversas vezes na Bíblia chega a fica em segundo plano (1Sm 16.7; Mt 23.25-28; 2Co 4.16) más mesmo assim o Senhor se preocupa sim com ela (1Tm 2.9; Sl 103.1,2; 1Ts 5.23) ainda que por menores, merece sua devida atenção.

 

A vida é feita de pequenos incidentes, e o sucesso muitas vezes depende da atenção dada aos mínimos pormenores, pequenas raposas arruínam as vinhas. Pequenas excentricidades e disparates na atitude e nos gestos, que os sensatos se esforçam para não notar, não são deixados de lado pelo público em geral. De fato, a maior parte dos ouvintes fixa os olhos principalmente nessas coisas, enquanto que aqueles que comparecem somente para zombar, não vêem outra coisa.

 

Quem prega a Palavra de Deus precisa ter em mente que apartar-se da prudência e da simplicidade que há em Cristo é uma escolha errada (Ef 5.15; 2 Co 11.3). Lembremo-nos do que Jesus disse aos seus mensageiros: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10.16).

 

Há obreiros que, em vez de agir com simplicidade, sem extravagâncias, recorrem à excentricidade dramática! Preferem o ritualismo, o formalismo e o artificialismo; são verdadeiros atores. É claro que não precisamos adotar uma imobilidade sepulcral, porém devemos nos portar com sabedoria diante das igrejas de Deus (1 Co 10.32), a fim de que sejamos exemplo em tudo (1 Tm 4.12).

 

Como deve ser a nossa postura no púlpito, ao pregar o evangelho? O Mestre Jesus — nosso maior exemplo (Jo 13.15) — simplesmente expunha a Palavra de Deus: “E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.2,3). Requer-se do pregador uma postura elegante, suave e comunicativa. A postura tem que apresentar confiança nos ouvintes. 

John Knox uma vez estava tão fraco que, antes de chegar ao púlpito se esperava que ele caísse desmaiado de fraqueza, mas, já perante os ouvintes parecia que ia fazer o púlpito em pedaços.

 

a) Olhos:

Há neles grande poder de persuasão. É importante saber olhar para auditório. O pregador pode, através dos olhos,
sentir a reação dos ouvintes, se é favorável ou negativa. O olhar “saudável” pode trazer grande discernimento das coisas, más também constrangimento por isto é melhor ter cuidado para onde olha.

 

Não se recomenda:

1. Fixar-se em um ponto só ou objeto.

2. Fixar em uma determinada pessoa (pode causar vergonha na pessoa e tirar a atenção dela à Palavra que esta sendo ministrada).

3. Fechá-lo enquanto prega (como se estivesse com medo dos ouvintes)

4. Vacilar o olhar (Como que procura algo)

5. Arregalados.

 

Ideal:

1. Dividir o auditório em quatro partes para uma completa visualização.

2. Procurar fixar os componentes do auditório nos olhos.

 

Os olhos são ótimos instrumentos que “falam” durante a pregação, más claro se usarmos de forma correta, olhar para lugares indevidos e indiscretos durante o sermão pode acarretar desconforto nos ouvintes e até problemas dependendo para onde se olhar. Já tive a oportunidade de ver pregadores que olhavam ou só para Paredes ou só para a Bíblia que estava no altar em sua frente, e posso afirmar que traz a impressão nos ouvintes que não estão falando com eles então muitas das vezes procuram oque fazer, trazendo conversas paralelas ou quem sabe mexendo em seus celulares, por isto é sempre bom o pregador procurar por em prática as dicas apresentadas acima.

 

b) Voz:

Nosso discurso deve ser poderoso.
Alguns imaginam que isto consiste em falar alto, mas isso é um erro. Deus não
nos pede que gritemos como se estivéssemos falando a dez mil pessoas, quando
nos dirigimos a trezentas somente. Se você começar a pregação gritando,
certamente que não conseguirá manter o ritmo até o final, e assim, dará a
impressão de que “perdeu o pique”, ou pior, perdeu a unção. Aliás, pregador
que prega o tempo todo gritando acaba se tornando desagradável, irritante Para
que serve então o microfone? Gritar não é unção.

 

Gritar, não é preciso fazer isso! Basta falar com a clareza e a entonação necessárias. O que é entonação? É a elevação e a diminuição da voz, com ênfase nas expressões e palavras-chave. Digamos que você cite a passagem de João 14.6. Quando disser que o caminho, a verdade e a vida é Jesus, faça isso de modo convicto, com expressividade.

 

O volume, o tom e a velocidade da voz devem variar durante a mensagem, acompanhando o efeito real que devem causar os diversos tipos de informações, afirmações e reflexões. Fazendo assim, o orador evita que a mensagem se torne cansativa e enfadonha. Oquem também soma neste momento é o quesito do olhar que citamos acima, justamente uma das barreiras da comunicação é olhar para paredes ou lugares aonde não se há pessoas.

 

Falar “atropelando” as palavras. Alguns pregadores, querendo parecer pentecostais demais, tropeçam nas palavras. Não queira “acender o fogo” por conta própria. Isso é obra do Espírito Santo! Apenas fale a Palavra com clareza, como fizeram Pedro, Estêvão e Paulo (At 2.22-36; 7.2-56; 17.22-31). Tenha cuidado, para que todos ouçam a sua voz. A pregação deve ser ouvida claramente por todo o auditório. Mas, para isso, é preciso ter boa dicção, pronunciar com clareza as palavras e articular bem as sílabas. O que adianta o aparelho de som estar bem regulado, se você não pronuncia as palavras com clareza? ( um dos exercícios que recomendam para aumentar a gesticulação dos lábios, é colocar um palito de dente no meio dos dentes da frente de sua boca, e com ela fechada e o palito no meio pregar literalmente para o espelho)

 

Ressalva:

1.O uso da voz é de extrema importância para uma
boa pregação. O tom habitual é o ideal a ser usado para manter a naturalidade
durante a pregação.

2. O volume deve ser suficiente para todos ouçam
e entendam, ou seja, não se deve falar baixo demais, para não deixar de ser
ouvido, e nem alto demais, para não deixar de ser compreendido.

3.A voz deve mostrar entusiasmo, alegria,
convicção para que o interesse do ouvinte seja despertado. Ele se interessará
por aquilo que o pregador se mostra interessado.

4.É importante que a voz condiga com as
palavras. Não se pode contar algo triste em tom de alegria e satisfação, assim
como não se conta algo alegre com voz triste e embargada.

 

c) Mãos, braços e pernas:

Tanto quanto a voz, nossas atitudes e gestos têm o poder de influenciar àqueles que nos ouvem. O excesso de gesticulação distrai o auditório desviando a atenção do ouvinte para essas ações. Não podemos julgar prontamente quando a movimentação é excessiva, pois o que seria excessivo numa pessoa, pode ser bem pertinente e apropriado noutra. Os movimentos do pregador não podem ser extravagantes.


Gestos simples, como levantar a mão ou erguer os olhos aos céus ao se referir a Deus ou sorrir ao falar de algo que
deva surtir alegria. A cautela é imprescindível:


1. Andar de um lado para o outro.
2. Se coçar especialmente de modo inconveniente.
3. Ficar com a mão no bolso o tempo todo.
4. Limpar as narinas no púlpito. (enxugar lagrimas, sim!)
5. Arrumar o cabelo, gravata e a roupa em geral (quando no púlpito).
6. Cruzar os braços.
7. Usar o microfone para gesticular.
8. Ficar “exibindo” lenços sujos.
9. Molhar o dedo na linguá para virar paginas da Bíblia.
10. Não pular nem gesticular demasiadamente. Dosar
os movimentos e os gestos conforme a dinâmica do sermão. Movimentos e gestos
dão vida, expressão e dimensão à pregação, quando devidamente dosados e no
devido tempo. 

11. Bater o pé no chão com força e repetidamente e dar murros na plataforma com estardalhaço.
E outros gestos que o próprio bom senso pode revelar, além de serem deselegantes, acabam por tirar a atenção do
ouvinte daquilo que é realmente importante, a Palavra de Deus.

Martinho Lutero costumava dar golpes com o
punho de tal forma, que se exibe em Eisenach uma tampa de mesa creio que de
três polegadas – que ele quebrou quando martelava um texto.

 

Freqüentemente, o hábito também leva os oradores a movimentos singulares, e a estes ficam tão apegados que não podem falar sem eles: mexer num botão do paletó, ou brincar com os dedos, são coisas que se vêem com frequência, não como parte da oratória do pregador, mas como uma espécie de livre acompanhamento dela.

 

Conclusão:

As técnicas de expressão são funda fundamentais na hora da exposição da palavra, claro tudo contribui para o bem, más também não devemos esquecer que isto não nos faz um exímio pregador ou até quem sabe o mais pentecostal, oque verdadeiramente faz a diferença na hora da pregação é sua vida com Jesus, seu relacionamento com ele e as horas que você passou orando até chegar ali. Oque mais soma com certeza é sua comunhão com ele.fonte: