segunda-feira, 5 de outubro de 2015

COMO JESUS FOI TENTADO NO DESERTO

COMO JESUS FOI TENTADO NO DESERTO (MATEUS 4.1-11)


 
A tentação é uma realidade com a qual todo crente, em algum momento, irá se deparar. Não existe ninguém que seja imune à tentação, pois até mesmo Jesus, o homem perfeito, foi tentado! A resposta à tentação não é, portanto, negá-la, mas enfrentá-la à luz da Palavra de Deus.
Iremos aprender como Jesus enfrentou a tentação e derrotou Satanás. Veremos a sutileza do Diabo em tentar o Filho de Deus em um momento de extrema carência e necessidade física, e como o Filho do Homem o derrotou ao dizer “não” a cada uma de suas propostas. Por fim, destacaremos que a vitória de Jesus é também a nossa. 
 
Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,

E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.


Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.


Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.


E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.


Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.


Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.


Mateus 4:1-11

I – A REALIDADE DA TENTAÇÃO
1. Uma realidade humana. devemos levar em conta o fato bíblico e teológico incontestável de que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Como Deus, não podia ser tentado, mas como homem, mesmo sendo perfeito, sim (Jo 17.5; Fp 2.5-11; Hb 2.17). No mistério da encarnação, Jesus não perdeu a sua natureza divina, nem tampouco os atributos da divindade, mas, como diz a tradução americana de Philips, Ele “abdicou de seus privilégios” (Fp 2.7). Como homem Ele foi tentado em todas as coisas, assim como nós, porém, não transgrediu  (Hb 4.15). À luz do ensino bíblico, portanto, a tentação de Jesus Cristo foi real e não apenas uma encenação. O homem perfeito, Jesus, foi tentado em tudo, mas não pecou! (1 Pe 2.22) 
2. Vencendo a tentação. Lucas revela que Cristo foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo Diabo. Jesus, em sua condição humana, foi capacitado pelo Espírito Santo para enfrentar Satanás. A capacitação de poder sobre Jesus revela o lado messiânico da sua missão. Na teologia lucana, o Messias seria revestido pelo Espírito para realizar a obra de Deus, e isso incluía desfazer as obras do Diabo. A vitória de Jesus sobre a tentação é também a nossa vitória. Jesus, o homem perfeito, venceu a sedução do pecado com oração, com a Palavra e por andar no Espírito. Todos os que estão em Cristo podem sim, também, vencer a tentação (1 Co 10.13). 
 
II – A TENTAÇÃO DE SER SACIADO
1. A sutileza da tentação. A primeira tentação de Jesus se dá na esfera dos apetites. A essa tentação Jesus respondeu: “Escrito está que nem só de pão viverá o homem” (Lc 4.3,4). O Diabo, por certo, sabia que por ocasião do batismo de Jesus, Deus, o Pai, falara-lhe da sua filiação divina (Lc 3.22). Jesus, como o homem perfeito que era, precisava enfrentar a tentação em sua condição humana, e não fazer uso de seus atributos divinos como queria o Diabo. Como Filho de Deus que era, evidentemente Jesus poderia usar os atributos da divindade para transformar todo aquele deserto em pão. Todavia, se assim procedesse, negaria a sua missão de homem perfeito. Quer o Diabo estimule um apetite legítimo, quer não, o seu alvo é sempre o mesmo – colocar tropeços no caminho do servo de Deus. 
2.Gratificação pessoal. Depois de 40 dias de jejum total, Jesus, sem dúvida alguma, encontrava-se debilitado fisicamente. Todo o seu ser, por certo, exigia ser saciado. Tanto a água quanto o pão são elementos necessários para a manutenção do corpo. Não há, portanto, nada de errado com o desejo de comer ou beber. Todavia, se esse desejo é apenas para uma gratificação pessoal, como queria o Diabo, então ele se converte em pecado. Satanás queria que Jesus visse as coisas materiais como sendo mais necessárias do que as espirituais. Jesus mostra que mais importante do que o pão material era o pão espiritual, a Palavra de Deus. Ainda hoje, o Diabo usa a mesma artimanha quando convence os homens de que ter abundância, fartura ou prosperidade material é melhor do que desfrutar da comunhão com Deus. 
 
III – A TENTAÇÃO DE SER CELEBRADO 
1. O príncipe deste mundo. No texto de Lucas 4.5-8, o Diabo oferece a Jesus domínio sobre os reinos do mundo. Jesus não contestou as palavras de Satanás quando este afirmou que possuía autoridade sobre este mundo (Lc 4.6). De fato, o próprio Cristo afirmou que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo 16.11). O apóstolo João nos diz que “o mundo está no maligno” (1 Jo 5.19). E o apóstolo Paulo diz que o Diabo é “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Vivemos em um mundo caído e com um sistema iníquo, mas, assim como Jesus Cristo, não fazemos parte dele (Jo 8.23; 17.9; 18.36). É lamentável quando crentes não apenas vivem de acordo com os padrões deste mundo, mas também ficam totalmente comprometidos com ele. 
2. A busca pelo poder terreno. Por trás desse sistema iníquo existe toda uma filosofia de domínio. Esse poder pode estar presente tanto na esfera material como na espiritual. É a busca pela glória e poder terreno. O Diabo sabe que o desejo de ser celebrado, de ser chamado “senhor”, é algo que fascina os homens. Satanás sabia que derrubaria Adão se o convencesse de que ele poderia se tornar poderoso ao adquirir conhecimento. Adão acreditou que até mesmo poderia ser como Deus (Gn 3.5). A isca foi lançada e Adão a engoliu! O Diabo por certo acreditava que o mesmo aconteceria com Jesus, o Filho do Homem. Mas Jesus não se dobrou diante de Satanás. Por certo, muitos estão exercitando poder e domínio neste mundo, mas provavelmente também estão se curvando diante de Satanás. 
 
IV – A TENTAÇÃO DE SER NOTADO 
1. A artimanha do Inimigo. O Diabo não desiste nas primeiras derrotas e arrisca tentar Jesus mais uma vez com seu jargão predileto: “Se tu és” (Lc 4.9). Todavia, agora ele acrescenta a frase: “porque está escrito” (Lc 4.10). Satanás tenta derrotar Jesus usando a Bíblia! Evidentemente que ele usa o Salmo 91 fora do seu contexto! Quando a Palavra do Senhor tem exatamente o sentido do que o Criador disse, então ela é de fato a Palavra dEle. Porém, quando passa a possuir um sentido particular, isto é, que Deus não disse, não é mais a Palavra dEle, mas palavras de Satanás. A Bíblia usada fora do seu contexto, como fez o Diabo e as seitas que ele criou, não é a Palavra de Deus, mas uma arma do Maligno. É preciso muito cuidado quando se vê alguém manusear a Bíblia. Pode ser que esse “manuseio” não esteja a serviço de Deus! 
2. A busca pelo prestígio. Quando o Diabo quer ver a queda de alguém, procura levá-lo até o ponto mais alto (Lc 4.9). É a tentação de ser visto, de ser notado. Era algo muito tentador saber que dezenas, talvez centenas de pessoas, estariam ali para ver e aplaudir aquela cena com características cinematográficas. Jesus não se dobrou frente aos apelos de Satanás.
Há um reconhecimento e uma fama que são bíblicas e não há nada pecaminoso nisso (Gn 12.2; 2 Sm 7.9). Todavia, quando o desejo por publicidade se torna um fim em si mesmo, então passa-se a fazer o jogo do Diabo. Infelizmente, muitos não medem esforços para se exibir. Isso é pecado, mesmo que seja na esfera religiosa ou espiritual.
 
CONCLUSÃO
Jesus venceu Satanás no deserto e em todas as outras situações em que o confrontou durante o seu ministério terreno (Lc 4.1-13; 10.18,19). Na cruz do Calvário, o Filho de Deus derrotou Satanás de forma definitiva (Cl 2.15; Hb 2.14). Posteriormente, o apóstolo Paulo ensinaria à Igreja que todos aqueles que se encontram em Cristo também participam dessa vitória (Ef 1.20-22; 2.6). Em Cristo somos mais do que vencedores (Rm 8.37; 1 Co 15.57), todavia, como cristãos criteriosos, não devemos subestimar o mal (Lc 22.31-34).
 
VERDADE PRÁTICA
Jesus firmou-se na Palavra de Deus para vencer Satanás. Assim devemos agir para obter a vitória.

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