segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Desvendando o mistério do espinho na carne

Desvendando o mistério do espinho na carne 


Neste estudo bíblico estaremos enfocando um dos assuntos da maior dificuldade de se compreender e definir que é: o que seria o espinho na carne do Apóstolo Paulo? ; estaremos analisando o assunto dando o nosso parecer à luz da Palavra de Deus e de abalizados Teólogos. Vamos acompanhar.

Paulo nos surpreende quando se gloria na tribulação (2 Co 11.30). Isso nos parece estranho, mas tal atitude se dá porque Paulo tem em vista o resultado de um processo, e também considera uma honra sofrer pelo nome de Jesus. Como escreveu aos Romanos, "a tribulação produz perseverança" (Rm 5.3).

A tribulação não é inútil. Ela produz alguma coisa. Nisso está o seu valor. Assim como uma cicatriz é um tecido mais resistente do que a pele normal, a tribulação vai produzindo em nós maior resistência, de modo que nos tornamos cada vez mais capazes para enfrentarmos diversas dificuldades futuras.

Gloriar-se nas fraquezas não significa gloriar-se no pecado, mas nas limitações e incapacidades próprias do ser humano. Novamente, a proposição nos surpreende. Qual será o valor da fraqueza? É por causa das nossas fraquezas que recebemos as manifestações do poder de Deus.

12.2 UM HOMEM EM CRISTO. Paulo se refere a si mesmo como "um homem em CRISTO", que foi levado ao céu, a fim de receber revelações, provavelmente, a respeito do evangelho de CRISTO e das glórias indescritíveis do céu, reservadas aos crentes (v.7; cf. Rm 8.18; 2 Tm 4.8). Esse grande privilégio e revelação concedidos a Paulo fortaleceram-no e capacitaram-no a suportar os sofrimentos prolongados e severos que lhe sobrevieram durante seu ministério apostólico.

12.2 TERCEIRO CÉU. As Escrituras indicam que há três lugares chamados céu.

(1) O primeiro céu é a atmosfera que circunda a Terra (Os 2.18; Dn 7.13).

(2) O segundo céu é o das estrelas (Gn 1.14-18).

(3) O terceiro céu, também chamado paraíso (vv. 3,4; Lc 23.43; Ap 2.7), é a habitação de DEUS e o lar de todos os salvos que já daqui partiram (5.8; Fp 1.23).

Sua localização exata não está revelada.

12.7 UM ESPINHO NA CARNE. A palavra "espinho" comunica a idéia de dor, de aflição, de sofrimentos, de humilhação, ou de enfermidades físicas, mas não a de tentação para pecar (cf. Gl 4.13,14).

(1) O espinho de Paulo permanece indefinido, de modo que aqueles que têm qualquer "espinho" na vida podem, assim, aplicar a si mesmos a lição espiritual dessa passagem.

(2) O espinho de Paulo pode ter sido uma ação demoníaca contra ele, permitida por DEUS, mas por Ele limitada (v.7; Jó 2.1ss).

(3) Ao mesmo tempo, esse espinho de Paulo lhe foi dado para impedir que se orgulhasse a respeito das revelações que recebera.

(4) O espinho de Paulo tornou-o mais dependente da graça divina (v. 9; Hb 12.10).

O propósito do espinho na carne.

"E para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (2 Co 12.7-9).

Há muitas especulações sobre o espinho na carne de Paulo. Alguns pensam que ele estava perdendo sua visão. Outros dizem que ele tinha uma dificuldade de falar, ou alguma forma de paralisia. O fato é que ninguém sabe o que era! Paulo não disse, e todas as nossas especulações nos deixarão ainda sem nenhuma resposta certa.

Mas há algumas coisas que podemos aprender aqui:

Precisamos admitir quando não sabemos. A arrogância de alguns pastores e professores que parecem pensar que têm todas as respostas, até mesmo as coisas secretas de Deus (veja Dt 29.29), é assustadora. "Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus" (1 Pe 4.11). Quando Deus fala, precisamos falar com confiança e com audácia. Quando ele se cala, não ousemos ter a presunção de falar.

Precisamos entender que Deus pode dizer não. Promessas tais como João 15:7 ("Pedireis o que quiserdes, e vos será feito") são freqüentemente mal entendidas. Muitas pessoas acreditam e pregam que Deus dará tudo que pedimos. Mas outras passagens nos recordam que as orações precisam ser de acordo com a vontade de Deus, não com a nossa (1 João 5.14; Tg 4.3). O caso de Paulo mostra claramente que Deus pode dizer não ao pedido de um discípulo fiel. Quando não recebemos o que pedimos, isso não é necessariamente evidência de falta de fé. Pode simplesmente sugerir que Deus, em sua infinita sabedoria, decidiu que era melhor não conceder o pedido.

O povo de Deus sofre nesta vida. A doutrina popular de que os justos são sempre abençoados e protegidos do sofrimento nesta vida é absurdo e falso. Paulo era dedicado como qualquer cristão e sofreu mais do que a maioria. Jesus nunca pecou, mas sofreu terrivelmente. Os pregadores de hoje que declaram que o sofrimento prova uma falta de fé estão condenando alguns dos maiores homens que viveram entre eles Jó, Paulo e até mesmo o Filho de Deus!

(Gl 4.15 )"Qual é, logo, a vossa bem-aventurança? Porque vos dou testemunho de que, se possível fora, arrancaríeis os vossos olhos, e mos daríeis".

Os gálatas haviam ouvido a mensagem do evangelho pelo apóstolo Paulo. Tinham sido gentios pagãos típicos. Estavam longe de Deus, sem qualquer conhecimento dEle ou do Seu Filho, ou da grande salvação cristã, mas o apóstolo Paulo veio e pregou a eles, e recebe¬ram a mensagem do evangelho com grande alegria. Ele descreve, em detalhes mesmo, seu regozijo quando o encontraram pela pri¬meira vez, e ouviram sua pregação.

Parece claro que quando o apóstolo esteve entre eles, não estava fisicamente bem. É quase certo que ele estava sofrendo de algum problema dos olhos, porque lembra aos gálatas que, quando estivera entre eles, eles teriam arrancado os próprios olhos, dando-os a Paulo, se isso pudesse ter sido de alguma ajuda. Concluímos que essa dolorosa condição inflamatória dos seus olhos era algo ofensivo e desagradável de se ver.

Não havia nada atraente na aparência do apóstolo. Como ele lembra a igreja em Corinto, sua presença era "fraca". Ele não tinha o que chamaríamos hoje de presença imponente. Era um homem de aparência muito comum, sem levar em consideração a deforma¬ção adicional causada por seu problema nos olhos. Mas, como ele os lembra aqui, eles não o desprezaram nem rejeitaram. Ele diz: "Não rejeitastes nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne", e na verdade o receberam "como um anjo de Deus, como Jesus Cristo mesmo", e tinham se regozijado nessa maravilhosa salvação. Mas não eram mais assim, tinham se tornados infelizes, e ele se viram forçado a perguntar-lhes: "Qual é, logo, a vossa bem-aventurança?" Eles estavam infelizes consigo mesmos, e quase se voltaram contra o apóstolo. Estavam num, estado de tanta depressão que ele podia até usar este tipo de linguagem: "Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós". Haviam voltado a crer na salvação pelas obras da lei, influenciados pelos falsos mestres, os judaizantes.

(Rm 16.22) - Paulo usava um ajudante (Tércio ) para escrever suas cartas... com exceções de algumas

Fm 1:19) - Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.

(Gl 6:11) - Vede com que grandes letras vos escrevi por minha mão.( Gl 6.11)

12.8 TRÊS VEZES OREI AO SENHOR. Muitas vezes, quando DEUS responde a oração sincera com um "não", é porque algo muito melhor Ele vai conceder ( Ef 3.20).

12.9 A MINHA GRAÇA TE BASTA. A graça é a presença, o favor e o poder de DEUS em nossa vida. É uma força, um poder celestial outorgado àqueles que invocam a DEUS. Essa graça descerá sobre o crente fiel que suportar suas fraquezas e dificuldades, por amor ao evangelho (Fp 4.13).

(1) Quanto maior a nossa fraqueza e provações ao servirmos a CRISTO, tanto mais graça DEUS nos dará para cumprir a sua vontade. Aquilo que Ele nos outorga é sempre suficiente para vivermos nossa vida diária, para trabalharmos por Ele e para suportarmos nossos sofrimentos e "espinhos" na carne (cf. 1 Co 10.13). Enquanto estivermos perto de CRISTO, Ele nos outorgará a sua força celestial.

(2) Devemos gloriar-nos em nossas fraquezas e ver nelas valor eterno, porque elas fazem com que o poder de CRISTO desça sobre nós e habite em nós, à medida que avançamos nesta vida em direção ao nosso lar celestial

12.15 GASTAREI E ME DEIXAREI GASTAR PELAS VOSSAS ALMAS. O espírito de Paulo, de amor devotado àqueles a quem ele procura ajudar, é um exemplo para todos os pastores, professores, missionários e obreiros em geral. Suas palavras retratam o seu amor devotado (cf. 6.11-13; 7.1-4), como o de um pai por seus filhos. É um amor que o levava a gastar-se até o fim, para o bem dos outros; um amor que não pensa em si, mas que demonstra genuína solicitude àqueles que estão sob seus cuidados. Paulo não quer nada em troca, contanto que seus corações estejam voltados para CRISTO. Todo fiel ministro do evangelho deve possuir esse tipo de amor. Se preciso fora, daria a vida por eles.

12.20 DETRAÇÕES, MEXERICOS. A Bíblia condena os pecados da língua que prejudicam o próximo, como sendo ofensas graves contra a lei cristã do amor. Qualquer tipo de conversa que rebaixa o próximo ou que difama seu caráter deve ser reprovada. A conversa ou menção de delitos do próximo devem ser feitos somente com um motivo sincero de ajudar tal pessoa, ou de proteger os outros e o reino de DEUS (Rm 1.29; Ef 4.31; 2 Tm 4.10,14,15; 1 Pe 2.1).

12.21 CHORE POR MUITOS DAQUELES QUE... PECARAM. Os ministros cristãos devem chorar por aqueles na igreja que se recusam a arrepender-se do seu pecado e abandoná-lo, pois estão espiritualmente mortos. A mensagem trágica para eles é a palavra que Paulo dirige aos coríntios (1 Co 6.9), aos gálatas (Gl 5.21) e aos efésios (Ef 5.5,6); palavra essa que declara a sua exclusão do reino de DEUS.

Veja os dilemas vividos pelo Apóstolo que nos leva a supor que tenha sido estes sofrimentos o espinho na carne:

1ª Quando ele se encontrava fraco, privado de força humana, impotente;

2ª Quando recebeu insultos e injúria, acusado pelo inimigo;

3ª Quando estava na necessidade e pediu socorro ao Senhor;

4ª Quando estava sofrendo perseguições;

5 Quando estava angustiado.

Admite-se que esse era o espinho na carne de Paulo, doía como se houvesse mesmo um espinho, mas na verdade foi a forma que Paulo escolheu para expressar aquele momento difícil que enfrentava.

Desenvolvendo o tema, relacionamos então os seguintes elementos:

Fraqueza humana Poder de Deus.

Problemas Milagres

Crises Oportunidades
Desafios Crescimento
Necessidades Provisão.
Incapacidade Capacidade (2 Co3.5).

1- Cumprindo as aflições de CRISTO

Paulo ressalta que a vida cristã envolve sofrimento (que deve ser considerado como uma participação ou comunhão com Cristo no sofrimento) e a consolação de Cristo. Nesta era, portanto, Cristo sofre com seu povo e em favor do seu povo, devido à tragédia do pecado no mundo ( Mt 25.42-45; Rm 8.22-26). Nosso sofrimento não é primeiramente motivado por desobediência, mas constantemente causado por Satanás, pelo mundo e pelos falsos crentes, à medida que participamos da causa de Cristo.

O crente fiel, vivendo em obediência e comunhão com Cristo e amado por Ele, ainda assim pode passar por experiências envolvendo perigo, medo, ansiedade, desespero e desesperança; circunstâncias estas que nos oprimem além da nossa capacidade humana de resistir.

(1) Quando aflições severas ocorrem em nossa vida, não devemos pensar que Deus nos abandonou ou deixou de nos amar. Ao invés disso, devemos lembrar-nos de que essas mesmíssimas coisas aconteceram aos fiéis servos de Deus, nos tempos do NT.

(2) Deus permite essas provações desalentadoras a fim de que Cristo se aproxime de nós e, à medida que olhamos para Ele com fé, leve-nos à vitória completa (2.14; 12.7-10; 13.4).

OS SOFRIMENTOS DE PAULO. O Espírito Santo, através das palavras de Paulo, revela-nos a angústia e o sofrimento de uma pessoa totalmente dedicada a Cristo, à sua Palavra e à causa em prol da qual Ele morreu. Paulo comungava com os sentimentos de Deus e vivia em sintonia com o coração e os sofrimentos de Cristo. Seguem-se vinte formas da participação de Paulo nos sofrimentos de Cristo. Ele fala em:

(1) "muitas tribulações" enfrentadas ao servir a Deus (At 14.22);
(2) sua aflição no "espírito", por causa do pecado dominante na sociedade (At 17.16);
(3) servir ao Senhor com "lágrimas" ( 2.4);
(4) advertir a igreja "noite e dia com lágrimas", durante um período de três anos, por causa da perdição das almas, pela distorção do evangelho por falsos mestres, contrários à fé bíblica apostólica (At 20.31;

(5) sua grande tristeza ao separar-se dos crentes amados (At 20.17-38), e seu pesar diante da tristeza deles (At 21.13);

(6) a "grande tristeza e contínua dor" no seu coração, por causa da recusa dos seus "patrícios" em aceitarem o evangelho de Cristo (Rm 9.2,3; 10.1);

(7) as muitas provações e aflições que lhe advieram por causa do seu trabalho para Cristo (4.8-12; 11.23-29; 1 Co 4.11-13);

(8) seu pesar e angústia de espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2.1-3; 12.21; 1 Co 5.1,2; 6,8-10);

(9) sua "muita tribulação e angústia do coração", ao escrever àqueles que abandonavam a Cristo e ao evangelho verdadeiro (2.4);

(10) seus gemidos, por causa do desejo de estar com Cristo e livre do pecado e das preocupações deste mundo (5.1-4; Fp 1.23);

(11) suas tribulações "por fora e por dentro", por causa de seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (7.5; 11.3,4);

(12) o "cuidado" que o oprimia cada dia, por causa do seu zelo por "todas as igrejas" (v.28);

(13) o desgosto consumidor que sentia quando um cristão passava a viver em pecado (v.29);

(14) o desgosto de proferir um "anátema" sobre aqueles que pregavam outro evangelho, diferente daquele revelado no NT (Gl 1.6-9);

(15) suas "dores de parto" para restaurar os que caíam da graça (Gl 4.19; 5.4);

(16) seu choro por causa dos inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18);

(17) sua "aflição e necessidade", pensando naqueles que podiam decair da fé (1Ts 3.5-8);

(18) suas perseguições por causa da sua paixão pela justiça e pela piedade (2 Tm 3.12);

(19) sua lastimável condição ao ser abandonado pelos crentes da Ásia (2 Tm 1.15); e (20) seu apelo angustiado a Timóteo para que este guarde fielmente a fé genuína, ante a apostasia vindoura (1 Tm 4.1; 6.20; 2 Tm 1.14)

2- Sofrimento pela Igreja


NO QUE PADEÇO POR VÓS. Paulo retrata Cristo ainda sofrendo, não em prol da nossa redenção, mas na comunhão com o seu povo, enquanto este evangeliza os perdidos (cf. At 9.4). Paulo se regozija porque lhe é permitido participar dos sofrimentos de Cristo (Fp 1.29; 3.10; cf. 2 Co 1.4,5; 4.7; 11.23).

O efeito "Cristo" no apóstolo"(24-29): a) O senhorio de Cristo sobre nossas vidas nos capacita a compreendermos e experimentarmos "o sofrimento de Cristo" em nossas vidas e ministérios(24). b) O senhorio de Cristo sobre nossas vidas nos capacita a compreendermos e nos estimula a realizarmos o chamado(ministério) que Deus nos têm dado(25-26). c) O senhorio de Cristo sobre nossas vidas nos capacita a compreendermos e nos desafia a praticarmos o plano de Deus para o indivíduo, a igreja e o mundo(27). d) O senhorio de Cristo sobre nossas vidas nos capacita a compreendermos e nos ajuda a proclamarmos com fidelidade e dedicação a mensagem da Palavra de Deus(28). e) O senhorio de Cristo sobre nossas vidas nos capacita a compreendermos e nos fortalece com o poder do Senhor para que realizemos bem a nossa tarefa(29).

Paulo e seu espinho. A reação de Paulo quanto ao espinho em sua carne é um excelente modelo para se lidar com o sofrimento. Talvez Deus tenha deixado indefinida a natureza do espinho na carne de Paulo para que possamos usar esse modelo a fim de nos ajudar em qualquer tipo de sofrimento que enfrentamos. Observe como Paulo lidou com sua dificuldade: Œ Ele orou pela remoção do espinho três vezes.

Certamente temos todo o direito de orar para que nossos sofrimentos sejam removidos. Ele aceitou o fato que teria que viver com ele. Nem todas as orações são respondidas afirmativamente. Quando Jesus orou no jardim para que o cálice fosse afastado dele se fosse a vontade de Deus, não foi a vontade de Deus. Quando Deus diz não, precisamos aprender a aceitar sua resposta.

Ele procurou bênçãos no espinho e percebeu que isto o ajudava a evitar se exaltar. O Deus que obra todas as coisas juntas para o bem daqueles que o amam não permitirá que soframos em vão. Precisamos simplesmente procurar as lições e as bênçãos em nossos sofrimentos. Ele aprendeu a regozijar-se com "seu espinho". "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Co 12.10).

1 - Uma experiência dolorosa: O “espinho na carne” pode ser entendido como metáfora aludindo a uma espécie de situação dura e de difícil convivência. Em função da expressão ‘‘como um espinho em meu corpo’( v. 7 ) indica que lhe causava ‘muita dor’.

2 - Uma dificuldade que o cercava: o dicionário da Bíblia de Estudo Almeida apresenta, em especial, duas acepções interessantes da palavra espinho no texto:

a) Dificuldade – Em Provérbios cap. 15 vs.19, está escrito. “O caminho do preguiçoso é como que cercado de espinhos, mas a vereda dos retos é plana”.

Vale a pena observar as versões RA (Revista e Atualizada) e NTLH neste versículo:

NTLH: “o preguiçoso encontra dificuldades por toda parte, mas para a pessoa correta a vida não é tão difícil”. RA: “o caminho do preguiçoso é como que cercado de espinhos, mas a vereda dos retos é plana”. Desta forma Paulo poderia estar se referindo a alguma dificuldade que o acompanhava e causando dores e prejudicando o seu trabalho.

b) Doença – Com uma indicação de provável complicação com os olhos, com base em Gálatas cap. 4 vs.15 e cap. 06 vs.11.

3 - Uma enfermidade: O texto de Gálatas cap. 4 vs.13 e14 nos mostra que Paulo admitiu ter uma enfermidade física (RA) que lhe causava dificuldades. Na NTLH aparece a palavra “doente”; e no verso 14 diz que “seu estado de saúde” foi uma prova dura para os gálatas que, mesmo assim, o trataram com dignidade.

Logo, podemos entender o espinho na carne de Paulo como uma experiência dolorosa, que se constituía numa dificuldade que o acompanhava e o prejudicava muito, provavelmente uma enfermidade grave, difícil e dolorosa.

O espinho na carne de Paulo pode ter sido algum padecimento dos olhos, ou então falsos apóstolos, que desafiavam seu apostolado. (Gl 4:15; 6:11; 2 Co 11:5, 12-15) Qualquer que fosse o caso, tendia a desanimar Paulo ou a impedir que exultasse por causa do seu ministério. De modo que três vezes pediu que isso fosse removido.

Na Bíblia há muitos “mistérios”, fatos além de nossa limitada compreensão:

O “mistério da iniqüidade”( 2 Ts 2.7).
O “mistério da piedade” (Rm 16.15).
Paulo fala do “mistério da Sua vontade”( Ef. 1:9, 10 e 3:3-9).
Pode-se dizer que a doutrina da Trindade é um “mistério revelado”, mas não um “mistério decifrado”.
Só o Espírito de Deus sabe as coisas íntimas de Deus( I Co 2.11). O Logos Eterno: “Ao homem impotente e finito, cabe aceitar o mistério e dizer com o salmista: ‘Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir’”.--Sl. 139.6.
Aqui estão cinco coisas que podemos concluir sobre por que Deus pode permitir coisas ruins acontecerem aos crentes:

I. Deus permite sofrimento para nos fazer humildes
Paulo diz no versículo 7 que esse espinho na carne foi dado “para que não me exaltasse.” Ele na verdade diz isso duas vezes no versículo 7, em caso de não termos ouvido da primeira vez. Deus permitiu o espinho na carne de Paulo – fosse ele uma enfermidade física, uma doença, uma dificuldade externa de alguma espécie – para fazê-lo humilde.

II. Deus permite sofrimento para nos trazer para perto Dele
Qual é a resposta de Paulo ao seu sofrimento por causa do espinho na carne? (V. 8) diz que ele se voltou para Deus. Ele orou a Deus. Não perca isso! A resposta adequada para o sofrimento é nos voltarmos para Deus. Quando você enfrenta um problema ou uma dificuldade, ou quando você se vê em uma situação desafiadora, para onde você vai?

Deus permite o sofrimento para nos aproximar Dele. Deus nos quer próximos Dele para que nós possamos encontrar nossa completa suficiência Nele. Os momentos em que eu me senti mais íntimo de Deus são aqueles quando eu passei pelas maiores dificuldades. Eu me pego de joelhos em oração dizendo: “Deus, me ajude. Eu preciso de Ti.” Deus permite que andemos pelo vale do desespero para que possamos ser fortalecidos pela Sua presença e cresçamos como crentes.

Os crentes que eu mais admiro são aqueles que passaram por grandes problemas e mantiveram um testemunho cristão firme. Com eles eu quero aprender. O que quero dizer é que todo mundo tem dificuldades e nós poderíamos debater o dia inteiro a respeito de qual problema é maior, mas não é esse o caso. Deus permite dificuldades na nossa vida porque Ele quer que nós contemos com Ele. Paulo aprendeu isso e nenhum de nós que estamos ouvindo esta mensagem passamos por mais dificuldades que ele. Quando foi a última vez que alguém te espancou por você ser um seguidor de Cristo. Ou pedras foram arremessadas contra você até que você tenha sido dado como morto?

“É duvidoso que Deus use alguém grandemente antes que Ele o tenha ferido consideravelmente.”

Você conhece pessoas que antes seguiam a Cristo, mas não seguem mais? Você conhece pessoas que eram fiéis na igreja, mas não vêem mais? Vocês sabem qual é a principal razão pela qual eles não estão mais aqui? É quase sempre porque quando eles encontraram a dificuldade, eles se voltaram para qualquer outra direção ao invés de se voltarem para Deus. Eles contaram com qualquer outra coisa ou pessoa ao invés de se aproximarem Daquele que provê a força e o conforto da Sua presença.

III. Deus nem sempre remove o sofrimento (8-9) Paulo diz que ele suplicou ao Senhor, em três ocasiões diferentes, para remover o espinho na carne, mas o Senhor não removeu o espinho. Deus nem sempre remove nosso sofrimento. Por quê?

Vocês sabem, é interessante: Deus nunca diz a Paulo porque Ele não vai remover o seu espinho na carne, ele simplesmente diz: “Minha graça te basta.” Deus não é obrigado a fazer aquilo que nós achamos que Ele deve fazer. Ele não é obrigado a fazer nada por nós. Ele nos criou. Ele é quem dá as cartas. E deve ser Ele porque Ele é quem Tudo sabe e Tudo conhece e Ele conhece o que é melhor para nós.

Deus sabe o que é melhor. Ele sabe que aprendendo a humildade e aprendendo a confiar Nele é mais importante do que nosso conforto. Ele sabe que nós aprendermos a confiar nele é mais importante do que vivermos uma vida tranqüila e sem problema. Deus quer que aprendamos essa lição. Se eu reclamar o tempo todo da minha situação, ficar de cabeça baixa, murmurando, lamentando, oprimido, e cantar: “ninguém sabe o que eu passei”, então eu claramente não aprendi a ser humilde e confiar em Deus. Com meu comportamento ranzinza estou revelando que eu realmente não confio em Deus; que eu realmente não acredito que Ele sabe o que é melhor.

Deus não removeu o espinho na carne de Paulo e Deus pode não remover o seu. Você está disposto a confiar Nele mesmo assim? De verdade?Aqui está o quarto princípio:

IV. Deus nos dá a habilidade para enfrentar o sofrimento A resposta do Senhor para a oração de Paulo para remover o espinho é: “Minha graça te basta.” Isso é, “Eu não vou remover o espinho.Confie em Mim. Eu não vou retirá-lo. Eu sei o que é melhor, mas Paulo: eu vou te ajudar a enfrentar isso. Eu vou te dar força para perseverar.”

Deus nos dá a habilidade para enfrentar o sofrimento. Ele diz: “Minha graça te basta.” Graça aqui é definida como “a força de Deus para nos ajudar durante a dificuldade.” Ele diz: “Minha força se aperfeiçoa na fraqueza.” Isso é, “Você vai conhecer o perfeito, fantástico poder da Minha força na sua fraqueza.” Deus pode ter dito: “Veja, Paulo, quando você está fraco, quando você para de depender de si mesmo, quando não tem mais para onde ir a não ser para Mim, então você vai receber Minha fantástica força para te conduzir em meio a dificuldade.”

Crente, o que quer que você esteja enfrentando agora, saiba que Deus vai te dar cada milésimo de força e sabedoria que você necessita para enfrentar isso.” Ele vai. Ele vai te guiar. A Sua graça te basta. Nunca vai faltar a Ele graça. Porque Ele é infinito, Ele tem uma reserva infinita. Ele vai te ajudar. Confie Nele.

Você pode estar enfrentando um problema no trabalho. Você pode estar enfrentando um problema na escola. Você pode estar encarando um problema de saúde que parece maior que sua vida. Você pode estar tendo dificuldades no seu casamento. Ouça: Deus vai te dar a habilidade para enfrentar se você simplesmente confiar nele. Não desista! Fica firme. Sua graça te basta. Ele te dá a habilidade para suportar o sofrimento.

V. Deus permite o sofrimento para direcionar outros para Cristo (9-10)

Eu realmente acredito que há um fio evangelístico que percorre os versículos 9 e 10. Quando Paulo aprende que Deus vai lhe dar Sua força, Seu poder, para enfrentar problemas e aflições, Paulo pensa: “Manda ver!” Entenda o seguinte: Deus não está dizendo: “Eu não vou te ajudar a se fortalecer. Ele está dizendo: “Eu vou te dar a Minha graça e Minha força. “Eu tenho muito dela em meu celeiro divino e eu vou derramá-la sobre você, dá-la a você.” Paulo diz: “Eu recebo!” Vejam novamente a segunda parte do versículo 9:

“De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” Ele acrescenta no versículo 10: “Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias” – por quê?- por amor de Cristo. “Porque quando estou fraco então sou forte.”

Que a Paz do Senhor e Salvador Jesus Cristo reine em todos, espinho na carne como o nosso Amado irmão apóstolo Paulo pediu para o Senhor Deus tirar, o que era? Bem, não sei!

Mas tenho uma boa sugestão que não é minha, mas é ordenança Senhor Jesus: perseverar Fiel até o fim todas as coisas e encontraremos com o Senhor Jesus nos ares e herdaremos e moraremos na casa de Deus e o contemplaremos face a face como ele é.

E lá encontremos nosso irmão Paulo e teremos a oportunidade de fazer esta pergunta diretamente a ele e com certeza ele irá nos responder e desvendá-lo-emos este e outros mistérios! Amem!

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