segunda-feira, 7 de março de 2016

Milagres, mais difícil

Milagres, mais difícil 
O que é mais fácil?

Lucas 5: 17-26


Jesus estava em Cafarnaum quando um episódio sui generis aconteceu: um homem paralítico, ajudado por seus amigos, desceu por um buraco no telhado interrompendo a reunião que ali acontecia.

Fariseus e mestres da Lei ouviam atentamente os ensinos de Jesus, certamente procurando um motivo para lhe acusar, e foram surpreendidos por aquela cena.

Deve ter sido grande o alvoroço, pois provavelmente resíduos do telhado devem ter caído sobre as pessoas já que um buraco fora feito por aqueles homens para que o seu amigo paralítico pudesse chegar até Jesus.

O verso 20 diz que Jesus viu a fé deles, do homem aleijado e também dos seus amigos, o que nos mostra a importância da amizade que leva as pessoas a Cristo.

Jesus então diz àquele aleijado que os seus pecados estão perdoados, perdão que fora alcançado pela fé. Criou-se então na mente dos religiosos judeus um alvoroço maior do que quando estes homens desceram pelo telhado: os fariseus e mestres da Lei ficaram indignados com aquela declaração de Jesus.

Começaram a raciocinar: como poderia alguém dizer que estava perdoando pecados? Só Deus poderia fazer isso e agora Jesus fazia isso na frente deles!

Vem então a pergunta chave para a nossa reflexão: “Qual é mais fácil, dizer: Estão perdoados os teus pecados ou: Levanta-te e anda?” (23). Sim, o que é mais fácil: perdoar pecados ou curar enfermos?

Naquela ocasião a pergunta ficou sem resposta, mas a cena logo a seguir (24-25) mostra-nos, como em todo ministério de Jesus, que a resposta mais óbvia para nós: perdoar pecados, certamente não é a correta.

Jesus em todo o seu ministério nunca pôde ser detido por enfermidade, demônios ou qualquer mal semelhante a esses. Ele sempre curou aqueles que se aproximaram dEle com fé, expulsou demônios de pessoas afligidas pelo diabo, reverteu quadros de enfermidades de nascença, nenhum destas coisas pôde deter Jesus.

Entretanto, podemos observar que no ministério terreno de Jesus Ele encontrou sim, pessoas incrédulas que não foram convencidas do Seu poder e pecadores que não quiseram se converter.

É verdade! Nós somos facilmente atormentados por qualquer dor física, porém, raramente ficamos atormentados por um pecado que cometemos.

Se estivermos doentes, queremos logo que a dor passe, que o mal estar suma, que fiquemos curados instantaneamente. Entretanto, no que diz respeito aos nossos pecados, nem sempre agimos assim.

Todos queremos a solução para a nossa dor, no entanto poucos querem se arrepender dos seus erros e encontrar o perdão de Deus.

A cura do corpo é desejada por todos, é natural que seja assim, pois não devemos ser masoquistas e gostarmos de sofrer. Nós sempre reagimos à doença com angústia e aflição e não encontramos prazer nenhum em estar enfermo.

As coisas devem ser assim mesmo, não quero deixar entender que devamos ter alegria por ficarmos doentes e vendermos a imagem de felizardos por sentir uma dor. Não devemos mentir para nós mesmos, para os outros e muito menos para Deus, não devemos ser hipócritas!

Porém, você já se perguntou por que não reagimos da mesma forma em relação ao pecado? Por que não ficamos inquietos? Por que não tratamos logo de nos arrepender e abandonar o erro? Será que, assim como desejamos a cura física, nós desejamos também a cura da alma?

Observe que depois de um enorme esforço, depois de subir ao telhado, fazer um buraco e descer com a linda ajuda de amigos, o que aquele homem ouviu primeiro de Jesus foi: “perdoados estão os teus pecados”.

Eu não posso dizer o que se passou no coração daquele homem, mas me aventuro a conjecturar: deve ter havido no coração dele um momento de decepção, afinal ficou claro que a sua intenção era voltar a andar e aí vem Jesus e diz que os seus pecados estão perdoados. Que coisa! Ele queria, almejava, encontrar a cura física e Jesus lhe oferece primeiro a cura da alma.

Mas o silêncio deste homem mostra que a fé que Jesus lhe havia elogiado era uma fé verdadeira, ele não ficou indignado com Jesus, ele não ficou reivindicando possíveis direitos decorrentes do seu sacrifício de subir ao telhado, fazer um buraco, etc., ele não se aproxima de Jesus determinando.

O seu ato revela fé e súplica e aquele paralítico encontra o que é prioritário: o perdão dos seus pecados, mas também encontra a cura física, pois estava diante do Deus encarnado que podia não somente perdoar pecados, mas também curar enfermidades.

Todo o ministério de Jesus nos mostra que sempre foi mais fácil curar enfermos e expulsar demônios do que encontrar pessoas que verdadeiramente quisessem abrir mão das suas iniqüidades, arrependendo-se e dando um testemunho de genuína conversão.

As coisas hoje não mudaram em nada. As pessoas ainda hoje se aproximam de Jesus querendo a cura do corpo, mas não a cura da alma, elas querem livrar-se da enfermidade, mas não querem livrar-se dos seus pecados.

Muitos fazem os maiores esforços na busca do alívio para a sua dor física. Fazem sacrifícios, romarias, correntes, etc., entretanto, o que é prioritário: abandonar pecados, isso nós muitas vezes negligenciamos.

Que Deus nos dê, em relação aos nossos pecados, a mesma repulsa que temos às enfermidades.

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