sábado, 28 de novembro de 2015

A PROMESSA DE DEUS AOS QUE O TEMEM

A PROMESSA DE DEUS AOS QUE O TEMEM (SALMOS 119. 38) 

"Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor" (Salmos 119. 38).


INTRODUÇÃO

Deus e Sua Palavra são fontes ricas em promessas e bênçãos (Dt 23.5; 2Sm 7. 29; 1Rs 8. 56; Sl 3. 8; 133. 3). A vida espiritual é mais saborosa quando é desfrutada na obediência a Deus e vivida nas promessas abençoadoras do Senhor (Êx 23.25; Sl 97. 10; 2Pe 1. 14). O autor do Salmo 119, o qual muitos estudiosos afirmam que pode ter sido Esdras, sabia disso.

O Salmista sabia que não existe uma forma melhor de alcançarmos as coisas de Deus do que pedindo a Ele em oração e vivendo de forma que O agrade de tal maneira que nossa oração seja atestada por nossa vida prática, e dessa forma, atendida (Mt 7. 7, 8; Mc 11. 24; Jo 15.  7). Foi exatamente isso o que ele fez no Salmo 119 versículo 38. Neste pequeno versículo ele fez uma oração que apesar de resumida, é completa.



I.                    O SEU PEDIDO: “CONFIRMA”

Deus já havia deixado sua promessa para seu servo. O contexto nos diz que essa promessa diz respeito ao que ele estava esperando de Deus e a Ele pedia insistentemente. Promessas de consolo (Sl 119. 82), salvação e justiça (Sl 119. 123) que Deus lhe havia feito. Se realmente Esdras foi o autor deste salmo, o consolo, salvação e justiça por ele implorados a Deus referia-se provavelmente aos israelitas que estavam no exílio da Babilônia, sofrendo o castigo pelos pecados por terem se rebelado contra Deus.

Mas o crente que tem comunhão com Deus tem promessa dEle (Êx 23.22; Dt 4. 40; 11. 27). Mesmo assim, o fiel, mesmo tendo promessa, tem o dever de as buscar, para que Deus veja seu interesse e o prepare para receber (Lc 24. 49). É o caso do cego Bartimeu. Jesus sabia o que Bartimeu queria, mas perguntou a ele mesmo assim, induzindo Bartimeu a manifestar sua fé ao expressar com suas próprias palavras o que ele ao mesmo tempo precisava, queria e tinha fé de Jesus ser capaz de fazer por ele. Jesus queria ouvir pessoalmente Bartimeu orando a Ele (Mc 10. 46 -50). E quando assim fez, Bartimeu foi curado (Mc 10. 51, 52).

Nossa oração impulsiona as promessas de Deus a cumprirem-se em nossa vida (1Rs 8. 26). Quando dizemos “confirma ao teu servo a tua promessa” é como se estivéssemos dizendo, em outras palavras: “estou pronto para receber o que tens para mim, ó Deus”.

Você quer que as promessas de Deus se cumpram em sua vida? Mas como está sua vida na presença de Deus? És tu um verdadeiro servo de Deus?

II.                  A SUA INTERCESSÃO: “AO TEU SERVO”

Não é errado nós orarmos por nós mesmos. O salmista assim fez quando pediu: “confirma ao teu servo (isto é, a mim mesmo) a tua promessa”. Ele estava em um momento particular com Deus em oração e em meio suas preces, aproveita para apresentar diante de Deus suas necessidades pessoais e particulares (Rm 8. 16, 26, 27).

Note que ele fala com Deus e se designa como “teu servo” (Sl 119. 125). O salmista sabia que tinha um dono, um patrão. Deus era o seu Senhor, seu dono, e o salmista era o escravo dEle (Sl 2.11). Este dono o havia feito promessas. Em sua oração Esdras tenta chamar a atenção de Deus para sua vida como se estivesse dizendo “sou teu servo, olha para mim, vê a minha necessidade”.

É bom recebermos oração dos irmãos, mas eles não sabem nosso íntimo, não sentem nossas dores e na maioria das vezes nem imaginam o que se passa em nosso interior conturbado e atribulado e por isso deixam de orar por nós esquecendo-se de apresentar a Deus essa área de nossas vidas. Mas quando intercedemos por nós mesmos nós apontamos para Deus aquilo que nós mesmos sentimos, aquilo que nós mesmos precisamos.

Não é errado pedirmos oração para a igreja, no entanto não devemos parar de orar por nós só porque a igreja já está intercedendo por nós a Deus (Jó 15. 4). Da mesma forma, devemos orar por nós mesmos, contando que não nos esqueçamos de orar pelos outros. Esta é a base da intercessão. “Orai uns pelos outros” (Tg 5. 16).

Vemos nas páginas sacrossantas da Palavra de Deus que Esdras, o sacerdote e escriba (Ed 7. 6, 11, 12, 21; 10.10, 16), era realmente homem de oração (Ed 8. 21).

Amigo e irmão que lê estas palavras, tens tu executado nesta terra teu papel de escriba ao estudar a Palavra de Deus e de sacerdote ao elevar em oração a Deus as necessidades tuas, dos teus próximos e da tua igreja, ao mesmo tempo que oferece teu corpo em sacrifício para que Deus te use para este fim, o de alcançar as vidas perdidas (Ed 10. 1)?

III.                O SEU ALVO: “A TUA PROMESSA”

Se os estudiosos estiverem corretos, Esdras, que foi o possível autor deste salmo, estava consciente que Deus havia prometido restaurar o povo de Israel que estava no cativeiro babilônico (Dn 9. 2; compare com Jr 25. 11, 12). Depois do fim do cativeiro babilônico, Ciro, o novo imperador, que era Rei da Pérsia, assinou o decreto permitindo os judeus voltarem para seu país (Ed 1. 1-4). Enquanto Neemias, o novo governador que seria usado por Deus para reedificar os muros de Jerusalém iria repovoar Jerusalém e reconstruir a parte social, econômica e física da sua cidade, a Esdras ficou a incumbência, dada por Deus, de restaurar a parte religiosa e espiritual ou seja, trazer de volta as cerimônias e o culto ao Deus vivo e verdadeiro, além de convocar o povo para reedificar o Santo Templo do Deus Eterno.

Esta era uma empreitada gigantesca e difícil, reconstruir todo um país começando por sua capital. Mas Esdras orou ao Senhor e disse: “cumpre ao teu servo a tua promessa”, era como se ele estivesse dizendo também: “eu farei o possível para ver tua promessa cumprida em mim, Senhor”. O alvo de Esdras era conseguir restaurar seu povo repatriado, e Deus prometera que assim faria, que restauraria Jerusalém (Dt 30. 3; Is 11. 12; 60. 10; Jr 23. 3; Zc 10. 6). Esdras se colocou à disposição de Deus para este fim.

Nisso podemos aprender que muitas vezes podemos ser a própria resposta das nossas orações. Esdras orava a Deus para que o Senhor restaurasse o seu povo e acabou sendo um dos que Deus usou para esse objetivo.

Deus quer mudar a situação da sua família, da sua casa, da sua rua, do seu bairro e cidade, mas será que você está se dispondo para que Deus te use como Ele usou a Esdras?

IV.                A CONDIÇÃO PARA RECEBER: TEMER A DEUS

Creio que não precisamos lembrar que Esdras era um servo dedicado a Deus. Ele tem características marcantes em seu caráter as quais faremos bem em imitar.

·         Ele testemunhava em sua vida um caráter íntegro (Ed 7. 13-26);
·         Sua dedicação a Deus era notória (Ed 8. 21; 10. 1);
·         Ele lamentava o pecado do seu próprio povo (Ed 10. 6);
·         Ele chorava os pecados dos outros como se fossem os dele (Ed 9.6);
·         Ele repreendia duramente ao pecado impenitente e obstinado (Ed 10. 10);
·         Ele honrava a fé que tinha e ao Deus em quem cria (Ed 8. 22);
·         Com relação à Palavra de Deus Esdras (1) Estudava-a incansavelmente (Ed 7. 10), (2) Lia-a para o povo ouvir e ainda a explicava (Neemias 8. 1-8); (3) Ele mesmo escreveu trechos da Bíblia, onde registrou os acontecimentos dos quais ele foi protagonista, no livro que leva o seu nome e que foi incorporado na Palavra de Deus, a qual ele tanto amava (Ed 7. 11 e o fato de ser o possível autor do Salmo 119).

CONCLUSÃO

O Capítulo 10 do livro de Esdras conta-nos que ele orou, como fez no Salmo 119: 38 e sua oração foi atendida. Por ele ser um servo que temia a Deus, o Senhor o ouviu e cumpriu sua promessa, trazendo um grande avivamento para o povo de Israel, o que consequentemente fez o povo se unir e trabalhar com todas as forças para restaurar os muros e o templo e principalmente, ser restaurado espiritualmente na presença do Senhor (Veja Ed 10. 1-44). Aleluia!

Deus te deu promessas mas você caiu em pecado? Se você está com a vida em ruínas, igual aos muros da cidade de Jerusalém, destruídos e derrubados, arrependa-se e renove sua aliança com Deus. Faça como o povo e Israel no tempo de Esdras, confesse teu pecado, sinta repúdio pelo mal por ti praticado, abandone a rebeldia e Deus te perdoará, renovará e cumprirá também a promessa em tua vida! Faça isso antes que seja tarde (Ap 2. 4, 5).

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