quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Nova era promove confusão religiosa

Nova era promove confusão religiosa 
Nova Era do fim de milênio se caracteriza exatamente por não aparentar ser o que realmente é: uma tremenda confusão religiosa. Apesar de muitas vezes se valer dos ensinamentos da Bíblia para justificar as suas técnicas e doutrinas, os adeptos da Nova Era partilham diversos princípios, muitos até mesmo contraditórios, mas que no final demonstram a proposta central do movimento. Propagando o fim do cristianismo, com a entrada da "Era de Aquário", os seguidores acreditam no início de uma nova etapa no desenvolvimento da raça humana, quando o "Reino da Paz de Mil Anos" estará sendo instalado na Terra.
O que em princípio parece um movimento pela paz e a união dos povos, com algumas teorias  inofensivas  ao homem, para os cristãos pode se tornar motivo de perigo e escândalo, quando aspectos da Nova Era são verificados em técnicas como cromoterapia, neurolinguística, biorritmo, ioga, vegetarianismo, e outros. Essas técnicas trazem a mensagem básica do movimento, que é : "Podemos ser o que queremos, pois todos nós somos deuses".
Para completar o quadro, um movimento sutil de perseguição começa a se delinear na forma de processos judiciais movidos por grupos ligados à Nova Era, na tentativa de calar os cristãos na pregação da Palavra de Deus.

Está na Bíblia?

Por que será que alguns evangélicos se deixam envolver com práticas da Nova Era? Imaginar um cristão fazendo curso de meditação transcendental e neurolinguística ou utilizando  medicina alternativa e pensamento positivo para alcançar mudanças na sua qualidade de vida pode ser analisado, segundo o especialista no estudo de seitas, pastor Natanael Rinaldi, pela falta de conhecimento bíblico, que estaria sendo substituído pela leitura de livros ocultistas.
O ensino da Palavra de Deus está sendo desprezado em muitos púlpitos, e os cristãos estão lendo livros ocultistas de Paulo Coelho, Lauro Trevisan, Og Mandino, Norman Vincent Peale e Shirley Mac Laine - diz Rinaldi. Para os seguidores da Nova Era, Jesus é considerado apenas como um dos muitos mestres iluminados. Segundo a sua filosofia, "Jesus, Krishna, Buda, Lao-Tsé e outros fundadores de grandes religiões, todos, ensinaram a mesma coisa: como tornar-se um com o Um". Determinado autor norte-americano, em seu livro sobre a Nova Era, chega ao ponto de comparar Jesus Cristo a Lúcifer: "Cristo é a mesma força de Lúcifer... Lúcifer prepara o homem para a experiência do cristianismo... Lúcifer trabalha dentro de cada um de nós para nos trazer a uma totalidade à medida que nos movemos na Nova Era."

O mal de cara bonita

A Nova Era propõe ao homem que este deve perseguir a felicidade, sem se importar com os meios utilizados. Os cristãos são vistos como um grupo de retrógrados que ainda pertencem a "uma escala evolutiva inferior" no que diz respeito à espiritualidade. Mas a verdade é que para cada idéia da Nova Era existe, pelo menos, uma contradição bíblica, geralmente desconhecida da maioria dos cristãos.
É o caso de gnomos e fadas, que povoam o imaginário infantil através de séculos. Bonitinhos e engraçadinhos, podem induzir à superstição e por conseqüência à idolatria, pois a pessoa vai aos poucos substituindo Deus por esses seres, contaminando sua fé genuína.
A Nova Era se apossa também da neurolingüística (tentativa de alterar gravações feitas pelo cérebro de todos os estímulos e experiências vividas), que está entre as novas técnicas que vêm surgindo e que privilegiam a ênfase nos poderes mentais. Segundo a sua filosofia, acima e fora do ser humano, existe o nível espiritual, que incluiria todos os sistemas começando pela família, o trabalho, a comunidade, entre outros, até chegar a Deus, que, para os adeptos, pode ser o Cosmos, o Universo, a inteligência, Jeová, Cristo ou quem quer que seja. Através da reprogramação do cérebro, de acordo com a técnica, a pessoa pode sentir bem-estar, confiança, segurança, paz, saúde e prosperidade somente alterando cada um desses sistemas. Uma afronta para o cristão, que recebe tudo isso de graça, em abundância, através de uma genuína conversão a Cristo. O movimento da Nova Era tomou força nos anos 60, na Califórnia (EUA), através da divulgação de filosofias orientais, em especial o budismo, com raízes também na teosofia.
A teosofia procura abranger a religião, a filosofia e as ciências, juntamente com uma parte do misticismo. Entende que a junção de todas essas coisas promove o verdadeiro saber. "Para esta, quanto mais o homem adquire sabedoria mais se aproxima da divindade, pois Deus é sabedoria, e o homem sábio poderá ser igual a Deus, em outros ciclos de existência". Seus adeptos acham que as religiões conhecidas estão apenas começando - explica o teólogo e pastor J.Cabral, da Igreja Universal do Reino de Deus. Além disso, esclarece o pastor, omitem a existência de um Deus que ama o ser humano, que se revelou unicamente por Jesus Cristo, negam o Espírito Santo, a Igreja de Cristo, a existência do céu e do inferno, assim como o único julgamento.

Ensinos centrais

As advertências bíblicas sobre esse movimento religioso que não encontra apoio na Palavra de Deus, podem ser verificadas por qualquer cristão mais atento, em passagens como I Timóteo, 4.1; João 8.44; 2 Coríntios 11.14; 2 Tessalonicenses 2.1-12; e 1 João 2.18-19 que diz: "Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos anticristos têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram de nosso meio, entretanto não eram dos nossos; Porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos."
Uma das passagens bíblicas mais usadas, porém, para tentar justificar o surgimento do Movimento Nova Era ou Era de Aquário é Mateus 2.1-12, ou seja, a estrela de Aquário está a caminho de Belém. Os reis magos de hoje, isto é, os estudiosos, os videntes, os sábios, os iniciados, os espiritualistas, os iluminados, os que tem coração aberto, já viram a estrela e a estão seguindo com alegre expectativa. Logo, logo, chegarão a Belém da Nova Era. Mas esta classe de homens é conhecida como videntes, astrólogos, adivinhos e, como tais, são condenados por Deus, conforme está escrito em Deuteronômio 18.9-12 e  em Apocalipse 21.8 que diz: "Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras, e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com  fogo e enxofre, a saber, a segunda morte."

Tentativa de calar

O recurso de ações judiciais vem surgindo como instrumento cerceador da pregação da Palavra, e desta vez de forma bem mais explícita que as já citadas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o escritor evangélico Gilson Mazui Deferrari afirma estar sendo vítima de perseguição religiosa por parte de um grupo de pessoas pertencente a uma seita que prega o gnosticismo. Ex-adepto do gnosticismo, Gilson e a mulher, Eliane, afirmam que foram resgatados por Jesus depois de um envolvimento de três anos com a seita.
"Depois que o Senhor nos salvou,  resolvemos dar o nosso testemunho. A partir desse dia, recebemos inúmeros convites para testemunhar em outras igrejas evangélicas. Também resolvemos orar em função de pesquisar e escrever um livro sobre o gnosticismo. Menos de dois meses após o lançamento do livro um mandado de concessão liminar decidiu recolher o trabalho e cancelar a edição de novos exemplares", diz Gilson. Para o escritor Gílson Mazui a tentativa de cassar o livro é uma situação única no meio editorial evangélico em se tratando de seitas, e fere o direito constitucional da livre manifestação do pensamento, de acordo com o artigo 5º, inciso IV, e o artigo 6º, da Constituição Federal, e utilizado pelos advogados em sua defesa.
O termo gnosticismo é oriundo da palavra grega "gnosis". É definida como ciência superior às crenças vulgares, conhecimento, sabedoria ou saber por excelência, que visa conciliar todas as religiões e a explicar-lhes o sentido mais profundo.
São dogmas do gnosticismo: a emanação, a queda, a redenção e a mediação, exercidas por inúmeras potências celestes, entre a divindade e os homens. De acordo com alguns estudiosos, este movimento filosófico é anterior ao cristianismo. Os relatos históricos também informam que nos primeiros séculos da Era Cristã houve um grande combate entre o gnosticismo e o cristianismo, com a vitória do cristianismo através da ressurreição de Jesus Cristo.
"O termo vem do verbo grego, gnõstikós (capaz de conhecer, conhecedor), significa, em tese, o conhecimento místico dos segredos divinos por via de uma revelação. Esse conhecimento  compreende uma sabedoria sobrenatural capaz de levar os indivíduos a um entendimento completo e verdadeiro do Universo e, dessa forma, à sua salvação do mundo mau da matéria. É panteísta e, segundo a tradição (Atos 8.9-24), deve-se a Simão Mago, com o qual o apóstolo Pedro travou polêmica em Samaria", diz o teólogo J. Cabral.

Nova ordem mundial

Para os adeptos da Nova Era, a partir da implantação de uma "nova ordem mundial", seria estabelecido na Terra uma forma única de governo, um sistema econômico mundial, uma cultura mundial, quando toda a educação, religiões e raças se uniriam em harmonia. Para eles, haverá também um rei, semelhante a um deus, que ajudará a por em prática essas mudanças. A Nova Era se caracteriza, ainda, pelo sincretismo das religiões orientais, como budismo, taoísmo e hinduísmo com conceitos do cristianismo. Atividades ocultistas como alquimia, magia, meditação transcendental, técnicas de visualização, quiromancia, clarividência, astrologia, hipnose, ufologia, ioga, entre outras, também estão envolvidas no conceito de Nova Era, assim como a reencarnação, carma e mediunidade. Entre os produtos e acessórios, o cristal é considerado o símbolo da Nova Era. 
O movimento propõe o ecumenismo, a união de todas as religiões, que, para os adeptos,  são verdadeiras e iguais entre si. Contrariando frontalmente o que ensina a Bíblia, dizem que muitos são os caminhos, mas que a verdade é uma só, e que Jesus Cristo não deve ser considerado o único Filho de Deus.

O único Salvador

A Bíblia ensina, porém, que só existem dois caminhos e que estes conduzem a dois fins opostos (Mateus 7.13-14). Jesus disse que é impossível servir a dois senhores (Mateus 6.24), que deve-se confessá-Lo diante dos homens (Mateus 10.32-33) e, para seguí-Lo, precisa haver renúncia pessoal (Mateus 16.24). O Cristo da Bíblia é o Jesus histórico, único Filho de Deus (Mateus16.16; I João 5.1). Ele é o Deus verdadeiro (João 1.1-3), tornou-se homem, viveu sem pecado, morreu pela humanidade e ressuscitou corporalmente dentre os mortos, subiu ao Céu e está sentado à direita de Deus (1 Coríntios 15.1-16). É o único caminho que leva a Deus (João 14.6; 1 Timóteo 2.5).
"O Movimento da Nova Era, na verdade, não tem originalidade alguma. Aproveita-se do amplo material existente nas diversas seitas e religiões. Nas próprias igrejas evangélicas a Nova Era tem encontrado canal para a sua propagação. Não são poucos os pastores  e leigos, homens e mulheres, que estão adotando, sem perceber, práticas que se enquadram muito bem nos princípios da Nova Era, em nome do Espírito Santo", alerta o pastor J. Cabral, da Igreja Universal.
Além da falta de conhecimento bíblico, outra razão apontada para o envolvimento com os princípios da Nova Era é o apego e o amor à glória dos homens, mais do que à glória de Deus.

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