segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

As unções especiais

As unções especiais 

INTRODUÇÃO:


1. Definição: Hebraico Masash - “esfregar”; Grego Chrisma - “besuntar”.

2. Todo crente passa a ter o Espírito Santo no momento de sua conversão, pois conforme nos diz em Rm 8.9, “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, este tal não é dEle”. Ainda em Rm 8.16, Paulo diz que o “Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”.

3. Porém, o Espírito Santo, não somente está dentro de nós, mas pode nos ungir para ministérios especiais na obra de Deus, a fim de que, possamos operar com poder. Em At 10.38, a Palavra de Deus nos mostra como Deus “Ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder e Ele andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com Ele”.

4. Nesta manhã, queremos estudar as várias unções no Velho Testamento, relacionando-as ao nosso ministério atual:

I - A UNÇÃO DO LEPROSO

LV 14.1-18

“1 Depois disse o Senhor a Moisés: 2 Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote, 3 e este sairá para fora do arraial, e o examinará; se a praga do leproso tiver sarado, 4 o sacerdote ordenará que, para aquele que se há de purificar, se tomem duas aves vivas e limpas, pau de cedro, carmesim e hissopo. 5 Mandará também que se imole uma das aves num vaso de barro sobre águas vivas. 6 Tomará a ave viva, e com ela o pau de cedro, o carmesim e o hissopo, os quais molhará, juntamente com a ave viva, no sangue da ave que foi imolada sobre as águas vivas; 7 e o espargirá sete vezes sobre aquele que se há de purificar da lepra; então o declarará limpo, e soltará a ave viva sobre o campo aberto. 8 Aquele que se há de purificar lavará as suas vestes, rapará todo o seu pêlo e se lavará em água; assim será limpo. Depois entrará no arraial, mas ficará fora da sua tenda por sete dias. 9 Ao sétimo dia rapará todo o seu pêlo, tanto a cabeça como a barba e as sobrancelhas, sim, rapará todo o pêlo; também lavará as suas vestes, e banhará o seu corpo em água; assim será limpo. 10 Ao oitavo dia tomará dois cordeiros sem defeito, e uma cordeira sem defeito, de um ano, e três décimos de efa de flor de farinha para oferta de cereais, amassada com azeite, e um logue de azeite; 11 e o sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que se há de purificar, bem como aquelas coisas, perante o Senhor, à porta da tenda da revelação. 12 E o sacerdote tomará um dos cordeiros, o oferecerá como oferta pela culpa; e, tomando também o logue de azeite, os moverá por oferta de movimento perante o Senhor. 13 E imolará o cordeiro no lugar em que se imola a oferta pelo pecado e o holocausto, no lugar santo; porque, como a oferta pelo pecado pertence ao sacerdote, assim também a oferta pela culpa; é coisa santíssima. 14 Então o sacerdote tomará do sangue da oferta pela culpa e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que se há de purificar, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito. 15 Tomará também do logue de azeite, e o derramará na palma da sua própria mão esquerda; 16 então molhará o dedo direito no azeite que está na mão esquerda, e daquele azeite espargirá com o dedo sete vezes perante o Senhor. 17 Do restante do azeite que está na sua mão, o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que se há de purificar, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, por cima do sangue da oferta pela culpa; 18 e o restante do azeite que está na sua mão, pô-lo-á sobre a cabeça daquele que se há de purificar; assim o sacerdote fará expiação por ele perante o Senhor”.

1. O capítulo 14 de Levítico nos ensina que o leproso depois de sarado de sua lepra precisava passar por um processo de purificação. Ficava fora do acampamento e o sacerdote devia ir até onde ele estava e aplicar-lhe o sangue do sacrifício, fazê-lo entrar no acampamento, aplicar-lhe novamente o sangue, e então, ungi-lo com azeite, fazendo assim a “expiação por ele perante o Senhor”, Vs. 15-18, “15 Tomará também do logue de azeite, e o derramará na palma da sua própria mão esquerda; 16 então molhará o dedo direito no azeite que está na mão esquerda, e daquele azeite espargirá com o dedo sete vezes perante o Senhor. 17 Do restante do azeite que está na sua mão, o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que se há de purificar, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, por cima do sangue da oferta pela culpa; 18 e o restante do azeite que está na sua mão, pô-lo-á sobre a cabeça daquele que se há de purificar; assim o sacerdote fará expiação por ele perante o Senhor”.

2. Todo crente regenerado passou pela unção do leproso, a qual está ligada à salvação de sua alma. A lepra é neste caso um tipo de pecado incurável no mundo natural, mas curável por Deus. O mesmo se dá com o pecado. O homem nada pode fazer para remover o pecado e seus efeitos, Hb 10.1, 4, “1 Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus. 4 porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados”.

3. Na purificação do A.T., era aplicado o sangue dos animais sacrificados. No Novo Testamento, descobrimos que a cura para o pecado é o sangue de Cristo. Os sacrifícios de animais, meramente olhavam para o sacrifício do Cordeiro de Deus. Aqueles sacrifícios eram a sombra e Jesus foi a substância que projetou a sombra.

a) Jo 1.29, “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.

b) Hb 9.11-15, “11 Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio do maior e mais perfeito tabernáculo (não feito por mãos, isto é, não desta criação), 12 e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção. 13 Porque, se a aspersão do sangue de bodes e de touros, e das cinzas duma novilha santifica os contaminados, quanto à purificação da carne, 14 quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo? 15 E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna”.

4. Na purificação do leproso, primeiramente era aplicado o sangue e depois o óleo. A aplicação do sangue representava o sangue de Cristo, a aplicação do óleo, indicava o toque, a influência do Espírito Santo sobre a vida daquele que aceitaria o sacrifício de Cristo. O sangue era aplicado sobre:

a) Na orelha direita - Tem a ver com a razão, o raciocínio;

b) No polegar da mão direita - Tem a ver com ação, trabalho;

c) No polegar do pé direito - Tem a ver com a conduta.

II - A UNÇÃO DO SACERDOTE

Lv 8.10-12, 30


“10 Então Moisés, tomando o óleo da unção, ungiu o tabernáculo e tudo o que nele havia, e os santificou; 11 e dele espargiu sete vezes sobre o altar, e ungiu o altar e todos os seus utensílios, como também a pia e a sua base, para santificá-los. 12 Em seguida derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão, e ungiu-o, para santificá-lo. 30 Tomou Moisés também do óleo da unção, e do sangue que estava sobre o altar, e o espargiu sobre Arão e suas vestes, e sobre seus filhos e as vestes de seus filhos com ele; e assim santificou tanto a Arão e suas vestes, como a seus filhos e as vestes de seus filhos com ele”.

1. Este tipo de unção foi aplicado sobre Arão e seus filhos para que se tornassem aptos para ministrarem perante o Senhor em favor de seus irmãos.

2. Todo crente deve mover-se para a unção sacerdotal, uma vez que Deus colocou sobre nós esta unção, 1 Pe 2.9, “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Ver ainda Êx 19.5-6, “5 Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra; 6 e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”. Ver também Ap 1.5-6, “5 e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, 6 e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém”.

3. Todo crente, membro do Corpo de Cristo, deveria ter um ministério, ou serviço diante do Senhor, incluindo a obra de conduzir almas a Ele. Somos sacerdotes de Deus! Precisamos ser cheios do Espírito Santo. A expressão “ungir com óleo”, conforme a língua hebraica é “xyvm Nmv (shemen mashiyach)” (2 Sm 1.21- “...o escudo de Saul, ungido com óleo”) tem a ver com “besuntado”, “coberto”.

4. Um ponto importante a ressaltarmos, é que a unção sacerdotal é evidenciada através da unidade do Corpo de Cristo, como vida no Reino de Deus. Todo crente que passa pela unção sacerdotal se torna motivo de unidade e harmonia:

a) Sl 133.1-2, “1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! 2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes”

a) 1 Co 12.25, “...para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros”.



b) Jd 19, “Estes são os que causam divisões; são sensuais, e não têm o Espírito”.

5. A unção sacerdotal precisa ser renovada diariamente. Se o pecado entrar em seu coração ela desaparecerá. Esta unção produz a presença, a comunhão e o companheirismo com o Espírito Santo, o que nos traz revelações importantes - 1 Jo 2.27, “E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei”. Busquemos a unção sacerdotal!

III - A UNÇÃO REAL

1. Podemos vê-la no Antigo Testamento em Davi. Ele foi ungido três vezes:

a) Por Samuel, 1 Sm 16.13, “Então Samuel tomou o vaso de azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Depois Samuel se levantou, e foi para Rama”.

b) Em Hebrom como rei sobre Judá, 2 Sm 2.4, “Então vieram os homens de Judá, e ali ungiram Davi rei sobre a casa de Judá. Depois informaram a Davi, dizendo: Foram os homens de Jabes-Gileade que sepultaram a Saul”.

c) Em Hebrom rei sobre todo o Israel, 2 Sm 5.2-3, “2 Além disso, outrora, quando Saul ainda reinava sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel, e tu serás chefe sobre Israel. 3 Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ter com o rei em Hebrom; e o rei Davi fez aliança com eles em Hebrom, perante o Senhor; e ungiram a Davi rei sobre Israel”.

2. Isto nos mostra que a unção real pode ser uma capacitação de Deus a alguém para um ministério específico e, ainda, ela pode ser gradativa.

3. Esta unção eleva o crente a um lugar de grande autoridade em Deus, conferindo-lhe autoridade sobre os demônios, poder para expulsá-los com uma única palavra em nome de Jesus, Lc 10.17- “Senhor, até os demônios nos submetem”.

4. A Unção Real é a mais difícil de ser recebida, pois enquanto que a unção do leproso vem ao crente durante sua conversão e a Unção Sacerdotal é adquirida quando o crente entra em comunhão com Jesus e o Espírito Santo, a Unção Real vem quando o crente entra em obediência a Jesus. É quando o crente recebe a palavra “rema” do Senhor. É Quando ele obedece ao “Assim Diz o Senhor”.

IV - A UNÇÃO PROFÉTICA

1. Vemo-la em Elias, 1 Rs 19.16, “E a Jeú, filho de Ninsi, ungirás para ser rei sobre Israel; bem como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás para ser profeta em teu lugar”.

2. Este tipo de Unção era um tipo de capacitação especial de um homem para operar como porta-voz de Deus, na transmissão de sua Palavra ao povo escolhido.

3. Porém não queremos entrar em detalhes a respeito deste tipo de Unção, mas sim, ficarmos com as outras três.


CONCLUSÃO


1. Unção do Leproso - Salvação.

2. Unção Sacerdotal - Ministério do crente, unidade do corpo,

3. Unção Real - Capacitação específica para ministério específico.

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