sábado, 19 de setembro de 2015

PODEMOS EXIGIR BENÇÃOS DE DEUS?

PODEMOS EXIGIR BENÇÃOS DE DEUS?
*J. DIAS


Desde que surgiram as Igrejas que pregam a Teologia da Prosperidade ou Confissão Positiva, muitos modismos invadiram a Igreja Evangélica. Muitas práticas estranhas foram adicionadas ao culto cristão, como: sal grosso, rosa ungida, descarrego, óleo consagrado na Terra Santa e outras aberrações. A graça de Deus já não é suficiente.

As pessoas que não tem conhecimento bíblico correm atrás destas coisas, crendo que só com o uso delas alcançarão as benesses de Deus, mas será que Deus está nesse negócio?

Outra prática que tem incomodado a quem conhece a Bíblia Sagrada é a nova doutrina que ensina dar ordens ao Criador, determinar a Deus o que Ele tem que fazer por seus seguidores, fazer de Deus "escravo" do servo.

Procuramos base Bíblica para este ensinamento e não encontramos. Encontramos sim, provas totalmente contrárias a tal doutrina, vamos a elas:

Moisés falavam com Deus face a face, então tinha direitos de "exigir" de Deus, já que era amigo. Também foi ele que teve o trabalho de conduzir o povo do Egito até a terra de Canaã. Moisés tinha então vários direitos diante de Deus. No entanto, em Deuteronômio 3. 23-25 Moisés suplica ao Senhor que o permita entrar em Canaã, veja bem suplica, implora, não exige ou determina. Vamos ler o texto: “Naquela ocasião implorei ao Senhor: Ó Soberano Senhor, tu começastes a mostrar a teu servo a tua grandeza e tua mão poderosa! Que Deus existe no céu ou na terra que possa realizar as tuas obras e os teus feitos poderosos? Deixa-me atravessar, eu te suplico, e ver a boa terra do outro lado do Jordão, a bela região montanhosa e o Líbano” (grifo nosso).

No capítulo 7 do livro de Esdras, é narrado que o rei da Pérsia, Artaxerxes deu ao escriba Esdras muitos presentes para serem levados ao Templo de Deus em Jerusalém. Ouro prata e ofertas voluntarias do povo judeu que habitava na Babilônia. Quem está transportando algo tão valioso para que seja usado na casa do Senhor, deve ter então "moral" para exigir de Deus segurança e proteção até que chegue a seu destino. Mas no versículo 21 e 22 deste capítulo Esdras não exige de Deus ou determina. Agiu da maneira correta, reconhecendo quem é o Senhor e sabendo de sua posição de filho e servo: “Então apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus, para lhe pedirmos caminho seguro para nós, para nossos filhos e para todos os nossos bens. 
Porque tive vergonha de pedir ao rei, exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo pelo caminho; porquanto tínhamos falado ao rei, dizendo: A mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas o seu poder e a sua ira contra todos os que o deixam “(grifo nosso).

Daniel entendeu através das Escrituras que a desolação de Jerusalém duraria setenta anos, conforme o Senhor falara através do profeta Jeremias. Quando ele compreendeu o tempo estava se cumprindo, então Daniel tinha o direito de exigir de Deus o cumprimento da promessa, conforme é ensinado hoje em algumas igrejas. Mas, não foi assim que ele agiu, porque Daniel conhecia o seu Deus, ele sabia que Deus não recebe ordens de homem, Deus ordena aos homens, afinal Ele é o Criador e o Senhor. Veja em Daniel 9.17-19, a maneira correta de se chegar a Deus: “Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor. 
Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome “(grifo nosso).

Mas você deve estar sendo ensinado que deve orar a Deus com autoridade sobre Ele porque contribui com a igreja, é fiel nos dízimos e ofertas, então veja o que diz Jesus sobre isso em Lucas 18. 10-14: 
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecadorDigo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”.

Então, que cada um de nós reconheça sua posição diante de Deus, e peça com respeito ao Senhor, sabendo que sua vida, depende da graça Dele. São as misericórdias do Senhor que impede de sermos consumidos, por que somos pecadores e dependentes de Deus, e não o contrário.

Por causa deste tipo de oração que está sendo ensinada, é que existem tantas pessoas decepcionadas com o Evangelho, porque seguiram este tipo de doutrina e nada conseguiram. Começam a culpar ao Senhor Deus, ou como prefere o pessoal que ensina este tipo de oração, são eles próprios culpados por não terem agido com fé e determinação.

Procure aprender na Bíblia a se defender deste tipo de doutrina, na Bíblia está todo ensinamento que precisamos para não cair nestas armadilhas de gente sem escrúpulo e temor a Deus. Gente que só pensa em levar vantagem, que não está nenhum pouco preocupada com a salvação das almas, que deveria ser prioridade para quem se propõe a pregar o Evangelho.

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