Como discernir a voz de Deus da voz do “profeta” que insiste em entregar-nos uma “revelação”?
De vez em quando, costumamos ouvir relatos do tipo: “O profeta fulano de tal disse que eu deveria abandonar meu emprego, e ir para outro país servir a Deus como missionário. Eu obedeci, e todas as portas se fecharam para mim”; ou “a irmã Doquinha profetizou que eu deveria casar com aquele rapaz. Então, terminei o meu noivado com o homem que eu amava, e agora estou sozinha e amargurada”.
Quantos novos convertidos e cristãos que valorizam mais a experiência espiritual de outrem do que a Palavra de Deus e o testemunho do Espírito Santo no seu coração já se deram mal por darem ouvidos a “profetadas” e “visagens” de pessoas que se autointitulam “profetas”, sem o serem?
Se esses irmãos incautos tivessem um conhecimento mais profundo das Escrituras e um relacionamento mais próximo com o Senhor, discerniriam o engodo desses falsos profetas. Entenderiam, por exemplo, que, quando Deus chama alguém para o ministério, Ele confirma isso de várias formas, pela boca de várias pessoas e pelo testemunho do Espírito em nós. Ele também abre a porta da Palavra e sustenta espiritual, emocional e materialmente Seus servos. Saberiam que, embora o Senhor possa dar-nos sabedoria e discernimento na escolha do nosso cônjuge, somos nós quem decidimos com quem iremos casar, e não Ele.
Nem os pais, nem psicólogos, médicos, pastor ou “profeta” podem tomar qualquer decisão no lugar do outro. Ninguém, mesmo que tenha o dom de profecia e tenha recebido uma revelação quanto a algum fato da vida de outra, possui autoridade para dizer com quem esta deve casar-se. O máximo que pode fazer é compartilhar a informação, especialmente se tal pessoa corre o risco de unir-se a alguém perigoso.
Deus, que é onisciente e Senhor da nossa vida, não escolhe com quem devemos casar! Por que outra pessoa deveria? Sabe por que Ele não escolhe por nós? Porque nos deu o livre-arbítrio, respeita as nossas decisões e vê-nos como responsáveis por elas. Além disso, o amor é algo voluntário. Sendo assim, somos nós que escolhemos a quem doá-lo. Contudo, vale lembrar que essa escolha não deve ser às cegas.
Antes de relacionar-se com alguém e de optar por casar com essa pessoa, tente conhecê-la melhor, averiguar seu caráter, estudar a maneira como ela trata os pais, os seus superiores e subalternos, como ela lida com as pressões e adversidades da vida. Deus nos deu inteligência para fazermos escolhas racionais.
O Senhor nos deu algo precioso: Sua Palavra, a nossa bússola e Carta Magna, para pautar nossas escolhas e decisões. Na Bíblia, Deus revelou os princípios que regem a vida e os relacionamentos.
Nossas decisões devem estar pautadas nesses princípios, e não na palavra dos homens, que são limitados e falíveis. A Bíblia é a grande profecia do Altíssimo para a nossa vida. As revelações, visões e profecias que Ele concede à Igreja têm um propósito específico e devem estar em harmonia com o que Ele já revelou em Sua Palavra. Sendo assim, não se deixe enganar por falsos profetas! Não valorize mais visões espirituais do que a Palavra de Deus, pois correrá o risco de ser enganado e sofrer sérias consequências.
Não estou afirmando, contudo, que Deus não possa usar algum “vaso” Seu para falar conosco. Não sou um agnóstico. Não creio apenas no que a razão humana pode inferir. Sei que Deus pode falar conosco e revelar fatos importantes por meio de revelações e experiências espirituais tremendas. O que estou dizendo é que não devemos desprezar a orientação do Senhor já revelada na Bíblia, apoiando-nos tão somente no dom profético de alguém. O cristão não deve trocar os ensinamentos bíblicos por nada. Por meio da Sua Palavra, Deus nos revela os Seus planos e segredos para termos uma vida plena, alegria, paz, saúde e salvação eterna.
Em suma, leia sempre a Palavra de Deus. Guarde-a em seu coração. E, antes de fazer uma escolha importante, preste atenção às circunstâncias, analise as pessoas envolvidas, ore, peça a Deus que revele o que você não está vendo, mas precisa saber. E que atento, pois Ele lhe responderá. Mas saiba que a decisão, de fato, será sua!
SUGESTÕES DE LEITURA:
Mateus 22.29; Hebreus 4.12;
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