quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O OBREIRO E OS DESAFIOS NA PÓS-MODERNIDADE

O OBREIRO E OS DESAFIOS NA PÓS-MODERNIDADE



2Tm 2. 15

Para falar dos desafios da pós-modernidade, se faz necessário entendermos primeiro, do que se trata o assunto. E para entendermos a pós-modernidade, é, mais do que preciso que entendamos a modernidade.
Tanto a modernidade, como a pós-modernidade, tratam-se de períodos de tempos, que foi vivido, e está sendo vivido pela a humanidade. É da opinião de alguns que a era moderna se deu inicio nos séculos XIV e XV, com o renascimento, outros optam pelo século XVIII, com a chegada do Iluminismo, o Século das luzes, isto é, da razão.

AS CARACTERÍSTICAS DA ERA MODERNA

1. Os filósofos modernos eram empíricos, isto é, seguiam um padrão racionalista de ideias claras e bem definidas (Descartes);
2. Hegel ensinou sobre o espírito do progresso na historia;
3. O prazer com as coisas naturais sem fazer referencia ao sobrenatural (René Descartes, filósofo francês, 1596- 1650);
4. Isaque Newton (1642- 1727) cria as leis da física, dizendo que o universo funciona perfeitamente, por sua própria conta, e, por isso mesmo não precisaria de Deus, nem de sua intervenção. As autoridades eclesiásticas são desacreditadas, pois a crença no poder da mente individual, através da observação, experiência e reflexão para solucionar qualquer problema, e alcançar as verdades fundamentais e necessárias da vida aumentou através das filosofias de Francis Bacon, 1561-1626;
5. Descarte imortalizou-se com a frase: “Penso, logo existo”, e, colocou a mente humana como parâmetro último de analise e descrição da realidade. Logo o modernismo é antropocêntrico.
6. O único lado bom do modernismo é que ele preparou o caminho para a reforma protestante do século XVII. Os reformadores se valeram das ferramentas linguísticas e humanistas, como o redescobrimento das línguas clássicas, como do hebraico e do grego.
7. Por outro lado, o cristianismo foi o segmento religioso mais atacado pelas críticas do modernismo.

Quem viveu e pregou nessa época

John Wesley, Jonatas Edwards, George Whitefield, Charles Spurgeon, Dwight L. Moody, entre outros, cuja mensagem produziu um despertamento espiritual, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos.

O PÓS-MODERNISMO

A era da razão frustrou a todos que esperava em sua redenção. Pois o projeto de estabelecer uma cultura global, com base objetiva e racional para toda a raça humana, sem o impedimento da religião, ou de outro ponto de vista “subjetivo”, não cientifico, se tornou um ideal utópico. A paz mundial não foi alcançada, pois, a primeira guerra mundial deu um golpe mortal no projeto moderno. Diante desse vazio e decepções surge o pós-modernismo.

CARACTERÍSTICAS DO PÓS-MODERNISMO

1. Não existem absolutos. Há escolhas;
2. Não há bases fixas;
3. Deleita-se no pluralismo de ideias e na divergência;
4. Tem como meta pensar através da radical relatividade situacional de todo pensamento humano;
5. A única verdade é que não existe a verdade. A tua verdade, pode não ser verdade para mim (tudo é relativo).

ALGUMAS CORRENTES TEOLÓGICAS NO PÓS-MODERNISMO

1. Pluralismo religioso (a parábola do elefante contada pelos budistas). Afirmam eles que Jesus salva, más não é somente ele que salva.
2. Pluralismo Teológico.
2.1. Na soteriologia: Deus não deixará os não cristãos fora do circulo da salvação, pelo simples fato de ele ser um Deus de amor.
2.2. Na Cristologia: Jesus não é a única revelação de Deus no sentido da salvação. Para o pluralismo teológico Jesus é apenas uma das revelações especiais de Deus.
3. Pluralismo Ético-moral. Nessa concepção pós-moderna, o homem é um ser amoral. Não existindo assim o certo e o errado. Vamos ver que foi exatamente após o século XXI que as nações começaram a aprovar o aborto, o casamento homossexual, a eutanásia, etc.

O PERIGO DESSAS MUDANÇAS NA TEOLOGIA PÓS-MODERNA

1. Deus. Enquanto o cristianismo pré-moderno enfatiza a transcendência de Deus e sua imutabilidade, onipotência e onisciência, o modelo pós-moderno enfatiza a imanência de Deus, que é dinâmica, capaz de mudança, e em parceria com sua criação.
2. Pecado. Enquanto o cristianismo pré-moderno vê o problema do homem como tendo origem na queda de Adão, tendo como resultado a culpa e a consequente corrupção, e o pecado como sendo uma condição, o pós-moderno nega a queda universal. Os homens não são culpados por causa da queda de Adão. O pecado não e uma condição, mas um ato simplesmente.
3. Cristo. Enquanto o cristianismo pré-moderno ensina que a morte expiatória de Cristo é uma morte vicária para mostrar como Deus nos ama, enviando alguém de si próprio para morrer em nosso ligar, o pré-moderno ensina que a morte de Cristo não foi vicária, mas um exemplo para todos nós. Morrendo Jesus mostrou como devemos amar uns aos outros.
4. Salvação. Enquanto o cristianismo pré-moderno ensina que não há salvação a parte da obra expiatória de Cristo e sua consequente fé nele, o pós-moderno postula que muitos serão salvos à parte de Cristo, e que o Espírito Santo poderá trazer salvação mesmo aos que não conhecem a Cristo.
5. Escatologia. Enquanto o cristianismo pré-moderno crê no ensino bíblico sobre a condenação final dos homens, que serão lançados no lago de fogo, que é a segunda morte, o pós-moderno ensina que Deus não pode lançar o homem na condenação, pois é um Deus de amor. Ensina que todos irão para o céu, independente de sua crença ou religião.

O que vimos aqui é apenas um pequeno compendio do que está sendo pregado pela teologia pós-moderna. Poderíamos falar muito sobre o Teísmo Aberto, a Igreja Emergente, a Ortodoxia Generosa, etc.

OS DESAFIOS DO OBREIRO NA ERA PÓS-MODERNA

Só há uma saída: Continuar manejando bem a Palavra da Verdade. Quando é que não manejamos bem a Palavra da Verdade?
1. Quando negligenciamos a Palavra e a tratamos com superficialidade (2Tm 3.15; 1Tm 4.13; Rm 11.33);
2. Quando buscamos consolo na Palavra, mas ignoramos seus desafios (2Tm 3.16,17);
3. Quando tentamos fazer a Palavra dizer o que queremos ouvir, ao invés de aceitar a mensagem divina (2Pe 3.16).


O verdadeiro obreiro Maneja bem a Palavra de Deus (2Tm 2.15)

A palavra grega “dokimo” usada por Paulo, era usada para dizer se uma moeda era ou não verdadeira, original ou falsa. Se fosse verdadeiro o dono do estabelecimento dizia “dokimo” = aprovado. Se fosse falsa ele dizia “adokimo” = reprovado. Quem dará nossa aprovação será o justo e grande juiz (1Co 3.13). A outra palavra grega usada no texto é “orthotomeo”, que significa “fazer um corte reto”, “dividir corretamente”, “expor corretamente, com uma exegese correta a Palavra de Deus”. Era usado para o agricultor que arava a terra com o boi, bem como para o alfaiate que cortava o tecido. Sem distorções, sem curvas, mas reto.
O obreiro que têm as marcas de Cristo (Gal 6.17) maneja bem a Palavra da Verdade. Doa a quem doer. Se for o caso, ele dará sua própria vida, mas não abrirá mão de falar a verdade (2Tm 4.1-4).

Que sejamos obreiros aprovados (dokimo) do Senhor.

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