sábado, 19 de setembro de 2015

O TRÍPLICE PROPÓSITO DA PROFECIA

O TRÍPLICE PROPÓSITO DA PROFECIA


Textos: I Co. 14.3 - I Co. 14.4-10; 14.1-5

OBJETIVO: Explicitar o tríplice propósito da profecia na igreja: edificar, exortar e consolar, respaldado noGENUÍNO amor cristão.

INTRODUÇÃO: No estudo desta semana trataremos a respeito do tríplice propósito da profecia na igreja. Paulo, em sua I Epístola aos Coríntios, diz que o objetivo do dom espiritual de profecia é a edificação, exortação e consolação do Corpo de Cristo. A princípio, discorreremos sobre a doutrina bíblica dos dons espirituais. Em seguida, abordaremos especificamente o tríplice propósito da profecia, a partir de I Co. 14.3. Por fim, apontaremos, com Paulo, para um caminho sobremodo excelente, o amor, que deva guiar a manifestação de todo e qualquer dom espiritual.

1. A DOUTRINA DOS DONS ESPIRITUAIS: A palavra comum, no grego, para dons é charismata que, nos textos bíblicos, referem-se, no plural, às manifestações sobrenaturais provenientes do Espírito Santo para a edificação do corpo de Cristo (I Co. 12.4), tal palavra vem de charis (graça), sendo, portanto, assim como a salvação, dádiva divina, sem que haja merecimento. Esses são dons espirituais - pneumaticos (em grego) - sendo assim, não se pode pensar que sejam resultantes do esforço meramente humano (I Co. 12.7; 14.1). O estudo desses vocábulos, a partir do grego do Novo Testamento, nos leva a concluir que os dons são dádivas espirituais, concedidas pelo Espírito Santo, sem que haja merecimento humano, a fim de favorecer a edificação da igreja. Os dons espirituais, conforme nos instrui o apóstolo Paulo, são dados para “cada um para o que for útil” (I Co. 12.7) e visam, acima de qualquer coisa, à edificação e à santificação da igreja (I Co. 12.7). Esse dons – charismata - são espirituais – pneumatikon - concedidos de acordo com a vontade do Espírito Santo (I Co. 12.11) a fim de suprir as necessidades da igreja (I Co. 12.31; 14.1). Esse dons não se restringiram apenas aos dias apostólicos, a igreja atual também pode usufruir deles com decência e ordem, de modo que não faltem esses e outros dons (Rm. 12.6-8) até a vinda do nosso Senhor Jesus (I Co. 1.7).
2. PROFECIA: EXORTAÇÃO, EDIFICAÇÃO E CONSOLAÇÃO: De acordo com I Co. 14.3, o objetivo do dom de profecia, na igreja, é a exortação, edificação e consolação dos fieis. O palavra “edificação”, em grego, é oikodome e diz respeito à construção de uma casa, semelhante ao uso do termo em português. Portanto, não podemos esquecer que uma das funções primárias da profecia não é destruir a fé dos irmãos, antes fortalecê-la (Rm. 14.9; Ef. 4.12). A palavra “exortação”, em grego, é paraklesis e diz respeito ao ato de encorajar. Através do dom profético, a igreja é encorajada a perseverar em fidelidade, mesmo diante das adversidades (I Ts. 5.11; Hb. 3.13). O verbo “consolar”, em grego, é paramuthia e diz respeito ao conforto proveniente do dom espiritual de profecia. A igreja é estimulada a ter esperança no Senhor quando esse dom é manifestado, a fim de que essa não perca o ânimo espiritual (I Co. 14.31; I Ts. 5.14). Esses termos aparecem em outros contextos bíblicos sem se referirem ao dom espiritual de profecia (Ef. 4.12; II Tm. 4.2; Ef. 6.22). Em tais contextos, fica demonstrado que a igreja pode ser edificada, exortada e consolada não apenas através desse dom, mas, principalmente, por meio do ensino da palavra de Deus. Por isso, devemos dar o devido crédito à mensagem da Escritura, mas sem desprezar as profecias (I Ts. 5.20) como possibilidade espiritualmente legítima para a edificação, exortação e consolação da Igreja.

3. AMOR, UM CAMINHO SOBREMODO EXCELENTE: No capítulo 13 da sua I Epístola aos Coríntios Paulo faz um parêntese na discussão a respeito dos dons espirituais a fim de tratar sobre o amor cristão e coloca esse como um caminho mais excelente. A intenção do apóstolo é mostrar aos crentes de Corinto, que supervalorizavam os dons espirituais, a importância de equilibrar o uso dos dons com a frutificação espiritual demonstrada em amor. A melhor linguagem do céu ou da terra, sem amor, é apenas barulho (v. 1), por isso, quem tem um dom espiritual, não pode se arvorar como se fosse melhor do que os outros e isso, com certeza, estava acontecendo na igreja daquela cidade. Por ser paciente, o amor tem uma capacidade inerente para suportar, ao invés de querer afirmar-se, o amor busca, prioritariamente, dar-se (v. 4). O amor não imputa o mal ao outro, sequer o leva em conta, não abriga ressentimentos pelas ofensas (v. 5). Alegra-se com a verdade, na verdade do evangelho (Jo. 5.56), que está em Jesus (v. 6).Tudo suporta, não fraqueja, não se deixa vencer em todas as dificuldades (v. 7). Os dons espirituais acabarão, no fim, quando Deus tiver cumprido o Seu plano (v. 9,10), mas o amor. A fé é importante, bem como a esperança, mas nada supera o amor (v. 13).

CONCLUSÃO: Os dons espirituais são manifestações sobrenaturais e momentâneas do Espírito Santo. O dom de profecia tem um propósito tríplice: edificação, exortação e consolação da igreja, o Corpo de Cristo. Por esse motivo, devemos estimular os fieis da igreja a buscarem, com decência e ordem (I Co. 14.39,40), os dons espirituais, especialmente o de profetizar, pois esse edifica toda igreja (I Co. 14.4). Por causa dos usos equivocados, já presentes na igreja primitiva, muitos líderes estão desprezando as profecias. Tal proibição não tem respaldo bíblico, o mais viável, como fez Paulo em Corinto, é ensinar a usar os dons, para que esses não se transformem em tropeço, e sim em caminho espiritual de edificação, exortação e consolação em amor (I Co. 13). PENSE NISSO!

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