Reencontrando a Dracma Perdida - Resgatando o que é meu
Texto: Lucas 15.8 -10
Introdução.
Jesus
foi o maior contador de histórias do mundo. Ele imortalizou seu ensino
através de suas parábolas. Elas não apenas são práticas, mas também
inspiradas. Em Lucas 15 há o registro de três parábolas com a mesma
mensagem central: a restauração do que se perdeu. A ovelha perdeu se por
displicência; o filho perdeu-se por deliberação e a dracma foi perdida
por descuido. Jesus usou um ser racional, o filho pródigo; um ser
irracional, a ovelha e um objeto inanimado, uma dracma.
A
parábola da dracma perdida faz parte do conjunto de parábolas que Jesus
contou em Lucas 15 para ilustrar o amor de Deus pelos pecadores. Nas
três parábolas, Deus busca o que estava perdido, encontra o que estava
perdido e celebra com efusiva alegria a recuperação do que estava
perdido.
O
duplo propósito dessa parábola, que permanece única, elevando acima de
todas as obras humanas, antigas ou modernas, em magnificência e beleza,
sinalizando nos primeiros versos o amor e a compaixão de Cristo pelos
pecadores e a sua repreensão aos fariseus e escribas pela censura aos
pecadores.
Jesus
sabia como tocar as cordas do coração, os publicanos e os pecadores
chegando até Jesus para ouvir e Jesus assenta com eles para comer,
enquanto os Escribas e os Fariseus murmuram, os anjos regozijam-se com o
arrependimento dos pecadores.
E Jesus começa a falar com eles, contando parábolas, mostrando que estão em desarmonia com o Céu.
Quero comentar
com os irmãos sobre a parábola do Filho Pródigo, na qual Jesus ensina
verdade importante, expressão incomparável da paciência e generosidade
com as quais o amor humano tolera e triunfa sobre a obstinação e
loucuras humanas.
Podemos
chamá-las de parábolas irmãs: a parábola da ovelha perdida, da dracma
perdida e do filho perdido. Em todas elas, ao final, quando aquilo que
era objeto da procura diligente dos envolvidos é encontrado, tem-se um
motivo de alegria para os outros (os outros são convidados para se
alegrar). Em outras palavras, aquilo que Deus realiza em nós, aquilo que
nos é restituído acaba por beneficiar, principalmente, os outros. Com a
parábola da dracma perdida, a Palavra de Deus nos ensina que começamos a
perder o noivo (Jesus) dentro de nossa casa. E o que nos faz perdê-lo
não são grandes coisas, mas uma soma de pequenas coisas, e tudo isso
dentro de casa. Nos dias em que esta história foi contada, havia um
costume que funcionava como uma aliança entre os noivos. O noivo dava de
presente um colar contendo dez dracmas para a noiva, o que atestava
para a sociedade de então que aquela mulher, que deixava à mostra o
colar quando transitava pelas ruas, estava comprometida com alguém,
havia feito uma aliança com uma pessoa que seria seu futuro marido.
Comentário.
"Os Três Resgates".
Este
texto está inserido em um contexto de resgate. Começa pelo resgate de
uma ovelha perdida entre cem. Segue com a busca a uma dracma entre dez,
que também foi perdida. Segue por um filho que se perde, por isso é
chamado de pródigo. Perdido e morto era o seu estado legal. De dois ele
era um. Finaliza no capítulo 16, com o resgate do mordomo que até então
era infiel, de todos os bens de seu Senhor. Definitivamente o tema aqui é
“Resgate de um bem perdido”.
O
tema que estaremos focalizando entre esses quatro exemplos será o da
dracma perdida. Interessante à estratégia didática do Senhor Jesus para
nos fazer compreender o valor singular da perda.
Entre as ovelhas foi 1 entre 100;
Com as dracmas foi 1 entre 10;
Com os filhos foi 1 entre 2.
Com Deus, foi seu único filho, para resgatar milhões.
Isso porque uma perda sempre será grande, não importa o universo em que ela esteja inserida.
Significado.
A
dracma era a moeda grega, e também utilizada como medida de peso. Seu
valor era o de um oitavo de uma onça de ouro, ou três gramas e
quinhentos e oitenta e seis miligramas. Aproximadamente R$190,00 (R$
53,00 a grama). Contudo, gostaria de aplicar a esta figura deixada pelo
nosso Senhor Jesus. É assim que vejo esta dracma:
Uma
perda – Não foi na rua, mas dentro de casa. Uma dracma simboliza aqui
algo valioso. E foi perdido dentro do convívio familiar.
Que
valor tão precioso foi perdido dentro do lar? Muitos e dentre eles
podemos citar: respeito, carinho, amor, paciência, compreensão,
harmonia, paz, etc.
Há também os valores espirituais: oração, santidade, culto doméstico, etc.
Como resgatar o que se perdeu? Tomando atitudes: Acender a candeia, varrer a casa, procurar, ser perseverante.
Voltaremos nossa atenção para a parábola da dracma perdida. Algumas lições merecem destaque:
1. A mulher perdeu algo de valor dentro de casa
– Ela perdeu uma moeda de sua coleção. Das dez dracmas, a mulher perdeu
uma e a perdeu dentro de casa. Mais importante do que valores são os
relacionamentos. Mais precioso do que bens são as pessoas. Muitas vezes,
por descuido, nós também, perdemos verdadeiros tesouros dentro de casa.
Perdemos a comunicação, perdemos a alegria da comunhão, perdemos o
acendrado amor com que devemos amar uns aos outros.
A
mulher que perdeu a décima dracma não se conformou de desistir dela nem
se contentou pelo fato de ter ainda em segurança as outras nove. Essa
dracma perdida era valorosa porque é um símbolo do ser humano que se
perdeu. A proprietária da dracma tomou todas as medidas para reavê-la.
Você tem um grande valor para Deus. Ele não desiste de amar você. Ele
mesmo tomou todas as medidas para buscar você. Tudo provém de Deus que
nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo.
a – O Crente perdido dentro da Igreja.
Para
se desgarrar das outras noventa e nove, a ovelha de número cem, teve
que se excluir também da vida em comum do rebanho. O filho pródigo,
mesmo depois de pedir sua herança, permaneceu um tempo na casa de seu
pai, perdido dentro de sua própria casa. Sem comunhão com seu irmão, sem
comunhão com o pai. (Pródigo quer dizer, esbanjador de oportunidades).
Neste contexto está a dracma, também perdida dentro de casa.
Os
dois exemplos que cercam este, denotam que foi uma decisão daquela
ovelha e também daquele jovem, se apartarem do convívio e da companhia
dos outros. A dracma possuía certo valor, correspondente em ouro;
contudo, não representava monetariamente um grande prejuízo à perda de
uma única moeda.
O
que leva o pastor, a dona de casa e ao pai do pródigo investir em uma
operação resgate? Fora o valor que cada um deles decidiu dar a cada uma
dessas figuras? Assim como a ovelha, o filho era juridicamente dado como
morto e perdido. Este óbito ministerial hoje se encontra sobre muitos
que estão às vezes na igreja. Quando uma ovelha se desgarra do rebanho,
ela se sente só, e começa a gritar para chamar a atenção, mas acaba com
isso atraindo a morte, pois seus gritos trarão os lobos que a devorarão.
Por isso, um pastor comum não sairia atrás daquela ovelha.
O
mesmo com o pródigo. Não é costume pedir a herança de um pai que ainda
vive. Isto significa declarar o seu pai morto, se torna assim para o pai
e família. Contudo, aquele pai ia todos os dias a beira do caminho,
onde vira a figura do filho pela última vez, na expectativa de
reencontrá-lo. Quem dá verdadeiro valor aqui são aqueles que resolveram
resgatar a sua perda!
b – A Dracma é a figura daquela pessoa que se valoriza acima dos outros.
Isola-se
por entender que seu valor pessoal é prejudicado enquanto envolvido com
os outros. Não entende que sozinha só vale um oitavo de uma onça de
ouro. Utiliza-se das sombras da casa para se ocultar. Acaba cercada de
escuridão e muita poeira. Sua única companheira é a solidão. Como
resgatar a dracma perdida?
c – Uma Dracma que não pode ser usada.
“E
digo isto, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono;
porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando
aceitamos a fé.” (Rm.13:11)
A
ilusão do isolamento é a defesa de nossa valorização. “Sentirão minha
falta!”, “Estou fora!”, “Vão ter que se virar sem mim!”, “Joguei a
toalha”. A questão que a dracma desconhecida, é de que antes ela fazia
parte de um pequeno tesouro, que somado, dava aquela mulher a sensação
de possuir certa economia. Mas sozinha, além do valor diminuto, sua
situação pode ser ainda pior por não poder ser usado!
Perdida
na poeira e sombra da casa, aquela moeda perdeu também “a liberdade que
só possui, quando se deixa usar pelo seu verdadeiro dono”!
Aquela
dracma que antes corria os mercados, lojas, lares e até mesmo
acompanhava as grandes e longas caravanas, agora, era prisioneira de sua
perda. Perdida em casa. Uma dracma sozinha poderia ser uma esmola
razoável; unida a outras, porém, um tesouro.
Quantos
hoje não poderiam também ser comparados àquela dracma? Vivem dizendo:
“A mim ninguém usa!”. E perdem com isso a alegria que só quem é servo
pode descrever. A alegria de ser usado por Deus para abençoar ao próximo
e a igreja. Do que adianta ter dons e valores, se não podem ser
provados por pessoas a nossa volta, a Deus que nos salvou para serviço e
a igreja, noiva do Cordeiro. O reencontro da dracma perdida, assim como
o resgate da ovelha perdida e o retorno do filho pródigo, produz festa;
um tipo de festa capaz de fazer os anjos dançar de alegria! Por quê?
Porque há alegria no Céu, quando um pecador se arrepende.
Hoje, a luz de
Deus e a limpeza trazida pela Palavra, também lhe buscam dentro de casa!
Você se deixa achar? Se a resposta é sim, saia do seu lugar e diga: “a
luz de Cristo brilhou sobre mim hoje”!
2. A mulher não se conformou com a perda
– A mulher poderia ter se conformado com a perda da moeda. Afinal, ela
ainda tinha nove delas guardadas em segurança. Mas, essa mulher não
aceitou passivamente a perda. Ela não se conformou com a derrota. Ela
não desistiu de recuperar a moeda perdida. Muitas vezes, nós somos
descuidados em guardar os tesouros que temos e quando os perdemos somos
vagarosos e até desanimados para procurar o que se perdeu.
Conformamo-nos facilmente com a derrota como o sacerdote Eli. Preferimos
desistir do casamento, dos relacionamentos, do que lutar para recuperar
o que se perdeu.
A mulher não ficou apenas lamentando a perda da dracma, ela tomou medidas urgentes e práticas para encontrá-la.
A primeira coisa que ela fez foi acender a candeia.
As casas na Palestina não tinham tantas portas e janelas como as de
hoje. Era impossível procurar algo perdido sem acender a candeia. Se
quisermos reencontrar o que perdemos dentro da nossa casa, precisamos de
igual forma acender a candeia. Não se podia procurar algo perdido sem
primeiro iluminar a casa e foi o que ela fez. Se quisermos encontrar o
que se perdeu, precisamos também de luz: a luz da Palavra. A candeia é
um símbolo da Palavra de Deus. Precisamos iluminar nossas mentes, nossos
corações e nossos relacionamentos pela luz da Palavra se de fato
queremos encontrar esses tesouros perdidos dentro da nossa casa.
Em segundo lugar, ela varreu a casa.
A mulher teve coragem de mexer e remover do lugar muita coisa. Ela teve
iniciativa e esforço. Ela enfrentou o desconforto da desinstalação. Ela
levantou muita poeira ao varrer cada canto da casa à procura do seu
tesouro perdido. Se quisermos a restituição desses tesouros perdidos
dentro da nossa casa, precisamos de igual forma procurá-los
diligentemente. Não podemos ser omissos nem acomodados. Não podemos ter
medo de mexer em algumas coisas já sedimentadas. Não podemos ter medo de
desconforto. Há muitos indivíduos que desistem de procurar o que se
perdeu em sua vida, em seu casamento, em sua família. Preferem encontrar
justificativas para as perdas a investir tempo na busca do que se
perdeu. Não devemos desistir jamais, pois o desconforto da busca não
deve nos privar da alegria do encontro.
Em terceiro lugar, ela procurou diligentemente a dracma até encontrar.
Notem duas coisas que essa mulher fez: primeiro, sua procura foi
meticulosa; segundo, sua procura foi perseverante. Ela vasculhou cada
canto da casa e removeu tudo, pois estava determinada a encontrar a
dracma perdida. Houve diligência e perseverança. É dessa maneira que
devemos procurar aqueles que se perdem e se desviam. Um fato, ainda
digno de nota é que a dracma perdeu-se dentro de casa. Muitos estão,
também, perdidos dentro da igreja.
3. A mulher comemorou com grande alegria o encontro daquilo que estava perdida
– A mulher perdeu a moeda no recesso do lar, sob as sombras do
anonimato, mas ela celebrou o encontro da dracma publicamente sob os
auspícios da luz. Nossas conquistas e bênçãos devem ser conhecidas e
proclamadas. As outras pessoas devem conhecer nossas vitórias e
participar das nossas alegrias. Há festa no céu quando um pecador se
arrepende e quando o perdido é encontrado; também há alegria diante dos
homens quando os tesouros que perdemos dentro da nossa casa são
encontrados.
A
mulher buscou e encontrou a dracma perdida, usando todo esforço e
diligência, mas a celebração dessa descoberta foi coletiva. Ela reuniu
suas amigas e vizinhas para comemorar o fruto do seu labor. Devemos de
igual modo, não apenas buscar aqueles que se perderam, mas celebrar com
grande e intenso júbilo quando eles são encontrados. O Senhor Jesus
conclui a parábola dizendo que a festa não é apenas na terra, mas também
é sobre tudo no céu. Há júbilo diante dos anjos de Deus lá no céu
quando um pecador se arrepende. O céu está conectado com a terra. As
coisas que acontecem aqui refletem lá. Os anjos não evangelizam, pois
essa gloriosa missão Deus no-la deu, porém, eles celebram com intenso
júbilo os frutos da nossa evangelização. Os anjos não são ministros da
reconciliação, mas eles festejam quando um desviado é encontrado e
trazido de volta à comunhão da igreja.
É
tempo de acendermos a candeia e pegarmos a vassoura. É tempo de
procurarmos diligentemente aquilo que perdemos. É tempo de celebrarmos
com os nossos irmãos as vitórias que vêm de Deus e a restituição das
bênçãos de outrora!
Conclusão.
O que é necessário para encontrar reencontrar a dracma perdida?
I. Luz.
É necessário acender a candeia para que haja luz.
Essa luz é a ação reveladora do Espírito Santo.
A revelação do Espírito Santo traz luz, revela o que está oculto.
Aquietar-se diante de Deus em posição de oração - Salmo 46.10.
II. Limpeza.
É necessário varrição. A moeda pode estar escondida debaixo da sujeira.
A janela aberta para o mundo permite a entrada de sujeira, mundanismo.
Cuidado com a exposição para o mundo. Feche as janelas do coração. Romanos 12.1-2.
Varrer para fora o que? Programas mundanos, CDs mundanos, Conversas mundanas, etc.
O conselho divino é para varrer a casa.
III. Procurar.
Procurar até encontrar com muita atenção e perseverança.
É necessário decisão, dedicação, conserto de altar.
Procurar com vontade de achar. O Senhor nos ajuda a encontrar – Isaías 44.3ª
Ser perseverante. Não é uma procura superficial. Só uma olhadinha.
Tem que ser uma procura com perseverança, com empenho até encontrar
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