sábado, 29 de agosto de 2015

A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR O TABERNÁCULO





Introdução
Muitas pessoas costumam perguntar: “Por que estudar sobre o Tabernáculo de Moisés”?. “Por que devemos estudar o Antigo Testamento”?
O Novo Testamento apresenta várias evidências sobre a importância de se estudar o Antigo Testamento.
Precisamos ter em mente que a igreja primitiva (At 2) não tinha em suas mãos o Novo Testamento. O “novo testamento” deles estava implícito no Antigo Testamento. Assim, pelo fato do cânon do N.T não ter sido escrito nem completado na época da igreja primitiva, os apóstolos recorriam continuamente aos escritos do Antigo Testamento para compreender tudo que Deus estava fazendo entre eles.
Um estudioso desenvolveu uma relação bastante apropriada entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento:
O Novo está contido no Antigo,
O Antigo é explicado no Novo,
O Novo está escondido no Antigo,
O Antigo é revelado no Novo,
O Novo está implícito no Antigo,
O Antigo é esclarecido pelo Novo.

Apresentarei algumas razões a seguir:
1.Porque todas “essas coisas ocorreram como exemplos [no grego, ‘tipos”] para nós ….. e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos” (I Co 10.6,11)

2. Porque o próprio Cristo deu aos discípulos uma tríplice divisão das Escrituras quando disse: “Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). A palavra “Tanakh” no hebraico, é a totalização dos livros do Antigo Testamento, e dessa palavra temos o acróstico das três referências de Jesus [Lei, Profetas, Salmos], de Lc 24.44.
Vejamos:
T: Toráh [Lei, Pentateuco]
N: Nevi’im [Profetas]
K: Ketuvi’im [Escritos]
3. Porque a revelação do Tabernáculo de Moisés é parte integrante das Escrituras – “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (II Tm 3.16).

4. Porque Jesus disse: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e a terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra” (Mt 5.17,18)

5. Porque a lei era uma “sombra” [no grego “figura”] dos benefícios que hão de vir (Hb 10.1). O propósito da sombra é trazer-nos para a realidade, assim como o propósito da profecia e levar-nos ao seu cumprimento. É função do tipo revelar o antítipo. A Lei corresponde à época da “sombra”, indicando-nos o que é real. A sombra de um objeto não contém algo real propriamente, apenas indica o objeto que lança a sombra.

6. Porque “Eles [os sacerdotes] servem num santuário que é cópia e sombra daquele que está nos céus (Hb 8.5). “Portanto, era necessário que as cópias das coisas que estão nos céus fossem purificadas com esses sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores” (Hb 9.23). O santuário terreno era simplesmente uma cópia do santuário celestial.

7. Porque o Tabernáculo era também uma parábola. “Isso [o primeiro tabernáculo] é uma ilustração [no grego “parábola”] para os nossos dias (Hb 9.9). Parábola é uma história ou narrativa usada como comparação ou ilustração de uma verdade.

8. Porque todas as coisas no Tabernáculo eram tipos daquilo que estava por vir, até mesmo o próprio Cristo. Como Deus disse a Moisés: “De acordo com o modelo [tipo] que ele tinha visto (At 7.44)”.

9. Porque Jesus disse: “No livro está escrito a meu respeito” (Hb 10.7 e Sl 40.6-8). Portanto o Tabernáculo, sendo parte do livro, é também uma profecia de Cristo e da Igreja.

10. Porque o princípio de Deus é: “Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual” (I Co 15.46,47). Nós olhamos para o natural, para o material, para o que é temporal, para as coisas que se vêem, com o objetivo de descobrir, pelo Espírito, a verdade, que é espiritual e eterna; coisas que não são compreendidas pela mente natural do homem (II Co 4.18).

Para esclarecer melhor o que estou dizendo, veremos alguns exemplos de como Deus, em sua sabedoria, usou as coisas naturais do Antigo Testamento para revelar Cristo e a Igreja:
1) A rocha ferida, da qual Israel bebeu, apontava para Cristo (I Co 10.1-4)

2) O maná que veio do céu apontava para Cristo (Jo 6.55-58). Não é difícil ver o maná como uma imagem do Senhor Jesus Cristo. O maná era algo misterioso para Israel; tanto que a palavra maná no hebraico significa “O que é?” (Ex 16.15). Jesus também era um mistério para os que o viam. O maná descia do céu durante a noite, e Jesus veio ao mundo quando os pecadores encontravam-se em trevas morais e espirituais. O maná era pequeno (isto fala da humildade de Cristo), redondo (fala da sua eternidade) e branco (fala da sua pureza). Era adocicado (Sl 34.8) e supria devidamente as necessidades do povo.

O maná era enviado a um povo rebelde; era uma dádiva da graça de Deus. Tudo o que precisam fazer era se abaixar e recolher o alimento. Se não o recolhessem, pisariam nele.O Senhor Jesus não está longe dos pecadores. Tudo o que precisavam fazer é humilhar-se [abaixar-se] e aceitar a dádiva oferecida por Deus.
3) O cordeiro sacrificial da Páscoa tipificava o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29)

Conclusão.
Embora o Tabernáculo e seus utensílios tenham perecido e cessado de existir, as verdades espirituais e realidades eternas tipificadas na habitação de Deus ainda permanecem, pois a verdade é eterna. Essa é uma das razões que devemos estudar a revelação de Deus no Tabernáculo de Moisés. Desta forma, o Tabernáculo se apresenta como o “código secreto de Deus” para revelar verdades a todos que o buscam de modo sincero e dedicado. O Senhor Jesus Cristo é a chave hermenêutica para compreendermos o Tabernáculo de Moisés. Que o Espírito Santo nos revele as maravilhas do Tabernáculo de Moisés. Que seja assim. Amém!
“A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em descobri-las” (Pv 25.2)

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