A
MORDOMIA DO CORPO
Mt 6:25-34 -
Texto Áureo – I Cor. 6:20
Introdução:
O
incomparável ensino de Jesus nesta passagem põe em evidência o cuidado e o
interesse de Deus sobre a vida material dos seus filhos. As necessidades
básicas do corpo humano – subsistência e proteção – estão aí resumidas de
maneira tão eloqüente quanto singela. A intenção evidente de Jesus é ensinar
seus discípulos a confiarem na providência de Deus em relação às coisas
necessárias à vida do corpo. O mordomo cristão não pode se angustiar é muito
menos desesperar-se na busca aos bens necessários para sua vida, como faz o
ímpio, porque a sua confiança está em Deus. Ele sabe que Deus nunca falhará,
nunca deixará faltar em sua mesa o pão de cada dia. Ele não prejudica sua alma
por causa da ansiosa solicitude pela vida do corpo.
O corpo é
a estrutura física do homem. Este foi criado por Deus com um cuidado especial.
Ao criar as demais coisas, Deus disse: “Haja...” Quando, porém, criou o homem,
formou-o do pó da terra e soprou-lhe nas narinas dando assim o fôlego da vida
(Gn 2.7). O salmista Davi disse: “Eu te louvarei porque de um modo admirável e
maravilhoso fui formado.” (Sl 139.14).
I.
CONCEITO FALSO SOBRE O CORPO
Há um
conceito errôneo, que existe desde o primeiro século, divulgado pelos gnósticos
de que a matéria é má. Com este negam a encarnação de Jesus (o fato de Jesus
ter vindo em carne) e afirmam que Ele veio apenas em
Espírito. A Bíblia condena este conceito em I Jo 4.2 e
3 que diz: “Nisto conheceis o Espírito de Deus - todo espírito que confessa que
Jesus veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus
veio em carne não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual
tendes ouvido que havia de vir; e já está no mundo.”
Também
afirmam que não devemos nos preocupar com a preservação e santificação do nosso
corpo, pois sendo a matéria má não importa o que façamos com o mesmo. A Bíblia,
por sua vez, também condena este conceito afirmando que o nosso corpo é templo
do Espírito Santo devendo ser cuidado como tal.
II.O QUE
A BÍBLIA FALA DO NOSSO CORPO ?
Foi
criado por Deus: Gn 1.26 e 28 - 2.7 e Sl 139.14.
É templo
do Espírito Santo: 1 Co 6.19 e 20.
É usado
como metáfora da Igreja: 1 Co 12.12--31.
Podemos
glorificar a Deus em nosso corpo (1 Co 6.20 e Fp 1.20), dedicando-o a Deus (Rm
12.1 e 2).
III.
DEVERES PARA COM O CORPO
Alimento
saudável
1.O
ALIMENTO ( vv. 25-27)
Jesus não
está ensinando que os súditos do seu reino não precisam trabalhar para comer,
como pensaram erradamente alguns crentes em Tessalônica, aos quais Paulo disse:
“Se alguém não quer trabalhar, também não coma”(II Tess. 3:10-12). O que
Jesus nos ensina claramente é que:
(1)
Não devemos nos afligir por causa da comida, pois se confiamos em Deus ela
nunca nos faltará.
(2)
Não devemos permitir que o alimento prejudique nossa comunhão com Deus.
(3)
É Deus quem nos dá o “pão nosso de cada dia”.
As mãos
que plantaram, as mãos que preparam nosso alimento são movidas
pela vida
que Deus dá.
O mordomo
cristão confia, agradecido, na providência de Deus para o suprimento de sua
subsistência. Ele não deixa de cultivar sua vida espiritual por causa do
alimento. Na prática, isto significa que a satisfação da fome física não
prejudica a sua busca do alimento espiritual. Ele não dá mais valor a um
banquete no domingo à tarde, do que a uma visita ao irmão enfermo, ao novo
convertido ou ao evangelizado. Ele não faz da comida que perece, nem de
qualquer outro aspecto da satisfação da sua natureza carnal, o objetivo da sua
vida, mas ele se compraz em buscar o pão que permanece para a vida eterna e tem
como primeira prioridade na sua vida, a satisfação da sua alma no cultivo das
coisas espirituais.
Nada há
errado com o alimento comprado com o resultado de um trabalho honesto, como
vimos em lição anterior (I Tm. 4:3-4). O que Jesus condena é o
sacrifício do espírito por causa da carne.
Higiene
do corpo, da casa e das roupas assim evitando doenças
Usar
trajes santos (Sl 96.9)
2.O
VESTUÁRIO (vv. 28 – 32)
Jesus
também não está ensinando que o mordomo cristão deve ser desleixado em sua
maneira de vestir-se. Ao enaltecer a beleza do lírio vestido por Deus , Jesus
está exaltando a beleza da criação. Tudo o que Deus fez é lindo – da estrelícia
à vitória-régia. No caso dos seres humanos, porém, há dois conceitos de beleza:
(1)
Beleza conforme a carne pecaminosa – sensualidade, vaidade, ostentação e
luxúria.
(2)
Beleza conforme a alma regenerada – singeleza autenticidade, sinceridade.
A beleza carnal é uma perversão da verdadeira
beleza, e não agrada a Deus
(Rom.
8:6-8). A
verdadeira beleza, a beleza permanente, não murcha com o tempo, não fenece. É
uma beleza pura, interior, que se reflete até no rosto independente de qualquer
esforço ou artifício.
Nestes
versos Jesus ensina que Deus está interessado em nossa roupa. A nossa aparência
exterior revela o que nos vai no coração. Deus quer que confiemos em sua
providência quanto ao vestuário, que não nos inquietemos atrás de variedades e
vaidades. Devemos agradar ao nosso Senhor, e não à carne pecaminosa, em nossa
maneira de vestir. O mordomo cristão não será feliz por possuir 300 camisas,
mas por ficar com as camisas suficientes para si e repartir as demais que puder
obter com o que tiver necessidade (Ef. 4:28). Haverá algo mais belo do
que o amor, que é a fonte de toda a verdadeira beleza? Quem ama possui o
manancial da beleza eterna em seu próprio coração. Por que, então, há de
afligir-se o mordomo cristão com o vestuário? Por que há de vestir-se o crente
copiando os figurinos mundanos onde não há a verdadeira beleza, que só os
filhos de Deus podem possuir? Por que invejar, cobiçar e copiar a beleza
artificial, enganosa e carnal, da vaidade, quando Deus já restituiu em nós,
pela regeneração, a graça do amor?
Visitas
ao médico em caráter preventivo - vacinas, por exemplo, exames preventivos,
etc.
3.SAÚDE
Relacionado
com a alimentação e a aparência do corpo, está o problema da saúde. Deus quer o
nosso corpo saudável, porque o nosso corpo é o templo do Espírito Santo. Os
vícios, como o alcoolismo, o fumo, as drogas, vícios sexuais, corrompem corpo e
contaminam a alma. A fadiga constante, geralmente causada pela má aplicação no
trabalho doméstico, também é falta de mordomia. Os aborrecimentos constantes ou
prolongados causam uma enorme variedade de distúrbios ao organismo, porém o
mordomo cristão vive e reflete o amor de Deus, e por isso vive melhor e vive
mais. A prática do ensino bíblico de Romanos12:9-21 faz um bem de valor
inestimável à saúde. A alimentação saudável, o tratamento adequado das
enfermidades, a observância do descanso físico na medida certa, a paz de
espírito, tudo isto ajuda o mordomo cristão a manter a saúde do seu corpo, que
é templo do Espírito Santo. Recomendamos mais a leitura de Filipenses 1:20;
Romanos 12:1-2; II Coríntios 4:10 e I Coríntios 6:13 e 19, onde a Bíblia nos
mostra que não é somente com o nosso espírito, mas também com o corpo que
devemos servir a Deus.
4.O TRABALHO
Afim de
adquirir pão, agasalho, cultura e saúde para si e para sua família, além de ter
o que “repartir com o que tem necessidade” (Ef.4:28), deve o mordomo
cristão trabalhar. Há uma idéia errada espalhada entre o povo que não conhece a
bíblia, de que o trabalho resultou da queda. Se Adão e Eva não tivessem pecado,
dizem, não existiria o trabalho. É só ler a Bíblia com atenção. Antes da queda
do homem, Deus já lhe havia dado o trabalho. Antes mesmo da criação de Eva,
Adão já trabalhava (Gên. 2:19), e não podia ser diferente, porque ele
fora feito à imagem e semelhança de um Deus que não cessa de trabalhar. A
conseqüência do pecado foi a adversidade do solo, o egoísmo, a ganância, a
inveja, a insatisfação, a fadiga, e as doenças. O trabalho em si, esse não. Os
pais cristãos devem ajudar seus filhos, desde pequenos, a amarem o trabalho e a
realizarem-no com satisfação. O mordomo cristão deve consultar o seu Senhor também
na escolha e no exercício da sua profissão. Estes critérios básicos podem
ajudar:
1.
Que o trabalho esteja de acordo com as suas aptidões físicas e mentais.
2.
Que o trabalho seja suficiente para prover as suas necessidades.
3.
Que o trabalho seja uma atividade não apenas legal e honesta, mas dentro da
moral cristã. Nem tudo o que está de acordo com a lei civil confere com a moral
cristã. A ética profissional do mordomo cristão é ditada pelo amor que
não faz mal ao próximo e pela justiça segundo os padrões da Palavra de Deus.
4.
Que na sua profissão e no seu trabalho o mordomo cristão possa glorificar a
Deus. Em cada produto que conseguir ou vender, em cada causa que defender, em
cada lição que ensinar, em cada consulta que der, deve o mordomo cristão estar
glorificando ao seu Senhor. A motivação por excelência de todo o seu trabalho
deve ser contribuir para o estabelecimento do reino de Deus no coração da
humanidade.
5.
Descanso
6.
Lazer (Lc 2.52)
7.
Fugir da prostituição (1 Co 6.15-18, Ef 5.1-4 e Cl 3.5)
8.
Não fazer uso dos inimigos do corpo: fumo, bebida e drogas
CONCLUSÃO
De que
adianta nutrir o corpo que vai perecer e não alimentar a alma imperecível? De
que adianta uma aparência faustosa se não há a beleza interior das virtudes do
evangelho? Adianta cuidar da saúde do corpo e não buscar a santificação? De que
adianta ganhar rios de dinheiro e não ter paz na consciência? Pode o mordomo
cristão ser feliz havendo à sua volta e ao alcance do seu testemunho, milhares
e milhões de almas nas trevas da condenação eterna, sofrendo fome, frio e
injustiça, sem que ele faça coisa alguma para ajudar a resolver? O mordomo
cristão compreende: Fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no
vosso corpo (I Cor.6:20). O alimento, a roupa, a saúde, o trabalho,
são coisas essenciais à nossa vida. Confiando estas coisas a Deus, o mordomo está
confiando a Deus o essencial. Isto agrada a Deus.
Cuidar do
nosso corpo é um dever. Deus escolheu fazer dele o seu templo. Sendo assim,
deve ser usado de acordo com a vontade de Deus, que é boa, perfeita e
agradável. Sabendo que o nosso corpo não é nosso mas de Deus.
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