Analisando a liturgia nas igrejas
evangélicas brasileiras
Este texto trata sobre as influências produzidas e
praticadas na liturgia das igrejas tradicionais e como foram transportadas e
transformadas no contexto pentecostal das igrejas evangélicas brasileiras.
Considerando que toda a atividade de um culto é desenvolvida
num ambiente de sentimento e piedade,
questiona-se: será que a “qualidade” de um culto pode ser avaliada,
tanto do ponto de vista do indivíduo como protagonista da adoração, quanto de
toda a comunidade envolvida?
Muito se tem mudado nos cultos, nos últimos anos, nas
denominações pentecostais brasileiras, do ponto de vista litúrgico. Estas
mudanças litúrgicas podem “apontar” para uma banalização da fé evangélica,
levando-se em consideração que as influências “sofridas” no campo da liturgia,
podem afetar a qualidade nos cultos, principalmente no aspecto da reverência e
da “formação” do cristão, entre muitos outros pontos.
A história do pentecostalismo no Brasil indica que as
igrejas pentecostais tradicionais brasileiras, entre elas a Assembléia de Deus,
por exemplo, está absorvendo negativamente influências seculares e também,
compartilhando, de certa forma, a prática do “evangelho antropocêntrico”, muito
difundido entre as chamadas igrejas ou “movimentos neopentecostais”.
Nos últimos anos, os “elementos litúrgicos” desses
“movimentos”, ditos modernos, influenciam o padrão tradicional dos cultos
pentecostais. E com isso, principalmente devido a atenção dada pelas mídias,
nota-se uma considerável alteração na forma como o culto é desenvolvido numa
liturgia clássica. Esta alteração tem prejudicado a composição clássica da AD,
que tem como elementos principais: “abertura; hinos congregacionais; leitura
bíblica devocional; pregação e ensino da Palavra; etc”.
Cito aqui alguns modismos que são inseridos nestas liturgias
clássicas, por exemplo: “práticas litúrgicas judáicas, com o uso de
instrumentos (réplicas) utilizados pelo povo judeu no Velho Testamento-(VT);
“chavões” que visam manipular a platéia; danças diversas; músicas e “pregações”
com apelos sensacionalistas, com grande dosagem de antropocentrismo.
Há muitos aspectos que são colocados como importantes numa
liturgia cristã genuína, cujo valor está, principalmente, na inclinação à
qualidade da prestação de um culto. Porém, temos uma "crise"
existente em decorrência das mudanças na liturgia, com foco nos púlpitos das
igrejas pentecostais.
Propomos uma discussão sobre a questão da “perda da
qualidade” nos cultos pentecostais como consequência do “relaxamento” na
reverência à Deus, apartir de uma liturgia descomprometida com os preceitos
bíblicos, dotada de “sensacionalismos e desordens”, em detrimento de um culto
racional bíblico. Analisamos e criticamos os modismos ditos “modernos”, que trouxeram
e ainda trazem “prejuízos” ao protestantismo brasileiro.
A exposição deste texto tem como um dos seus mais
importantes objetivos, “sinalizar” uma tendência na reflexão sobre a
necessidade de se resgatar componentes litúrgicos antigos, caracterizados como
“bons” para o ambiente cristão, com o
propósito de conscientizar os crentes atuais sobre a busca contínua de uma
melhor qualidade na reverência à Deus, apartir de uma “liturgia bíblica”.
Observando o contexto pós-moderno no qual a igreja está
inserida, verifica-se uma liturgia que não preza com a qualidade espiritual e
que se “mistura” com conceitos “seculares”, o que pode afetar negativamente a
vida espiritual dos crentes e também, inclusive, proporcionar a pregação de um
evangelho que não reflete a realidade bíblica.
A liturgia tradicional, considerada por muitos como
“simplória”, está sendo substituída por uma liturgia influenciada por modismos?
Existe uma relação de perda de qualidade espiritual, falta de temor e
relacionamento deficiente com Deus nas liturgias pentecostais atuais? Os
objetivos propostos das liturgias neopentecostais são relevantes para a
pregação de um evangelho verdadeiro? Há necessidade de se rever alguns aspectos
das liturgias tradicionais e propor a prática dos mesmos atualmente nas igrejas
brasileiras?
Não tenho como objetivo “descartar” ou desvalorizar a
atuação do Espírito Santo nas liturgias pentecostais tradicionais, entretanto,
pretendo enfatizar que o Deus Santo atua em ambientes que preservam a ordem e a
reverência na prática de um culto.
Podemos entender a importância de uma adoração “sadia”
aliada à qualidade e que, a maneira como
se oferece um culto, pode
demonstrar o “gráu” de respeito de seus membros para com Deus, além de
que, pode-se perceber a “formação” e o desenvolvimento
espiritual desses “crentes”, através da adoração que oferecem.
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