Objetivo: Levar as pessoas à compreensão
de que, em Cristo, nossas feridas do passado não precisam destruir nosso
futuro.
Constantemente
escuto na clínica frases como: “Fui roubado”, “Meus sonhos foram destruídos”,
“destruíram minha vida”, “Destruíram meus planos”, “Destruíram minha
felicidade”, “Eu era apenas uma criança/ adolescente”, etc.
No texto lido, vemos dois personagens sofridos e
como Deus conduz o sofrimento de cada um:
Personagem 1: A menina e seu sofrimento
Ela tinha
todos os motivos para ser amargurada, se sentir uma vítima e desejar o mal ao
seu malfeitor: Naamã.
Diante da
notícia da enfermidade do general, a menina poderia:
1.
Se
alegrar e se sentir vingada
2.
Tripudiar
(“Se ele não fosse tão ruim, talvez, não tivesse sido acometido por essa
enfermidade”)
3.
Se deixar
usar como instrumento de Deus, apesar de seu próprio sofrimento (Rm. 8:28:
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são
chamados segundo os seus propósitos”) – Quando nos deixamos usar por Deus para
abençoar alguém (seja quem for), somos meros “canos de PVC” nas mãos Dele pra
que as bênçãos celestiais desçam através de nós e alcancem as pessoas. Porém, quando
nos aprisionamos no lugar da pobre vítima que precisa ser vingada e que não tem
saída, somos troféus de ouro nas mãos do inimigo das nossas almas. Mais vale
sermos um cano de pvc nas mãos de Deus, do que um troféu de ouro nas mãos do
inimigo.
Aquela menina
sabia do poder do seu Deus e, apesar de seu sofrimento, não deixou de abrir os
lábios para propagar aquilo que o Senhor é capaz de fazer. O sofrimento daquela
menina não seria em vão. Ela não foi desamparada por Deus, nem estava
desprotegida quando foi abruptamente levada do seio de sua família para ser
escrava numa outra terra. Em nenhum momento Deus perdeu o controle da situação,
em nenhum momento Deus abandonou sua pequena filha. Ela teria toda a eternidade
para desfrutar da presença daqueles que, nesta terra, eram seus pais, mas sua
missão aqui era grande e o alvo de sua missão seria seu próprio malfeitor:
Naamã, sua cura e sua salvação.
No
momento em que ela leva o poder de Deus ao homem que lhe causou sofrimento,
abrindo, assim, as portas para a cura do general, o primeiro milagre de cura
acontece: A cura das feridas do coração daquela menina. Ali, ela cumpriu
o propósito de Deus, ela saiu do lugar de vítima para o de instrumento
vivo do agir do Senhor e no momento em que o agir de Deus nos usa como
instrumento para curar ou libertar alguém, esse poder opera primeiro em nós,
para depois operar no outro.
Personagem 2: Naamã: ferido no corpo, doente
nas emoções e morto no espírito.
Naamã
tinha feridas em 3 instâncias do seu ser:
Ser Emocional: era arrogante, vaidoso,
pretensioso, orgulhoso.
Ser físico: era leproso
Ser espiritual: não
conhecia ao Senhor, seu espírito era morto.
Na busca por sua cura, Naamã comete 3 erros:
1.
Naamã
procura a pessoa errada para curá-lo (O rei) e ainda tentou “comprar” o
milagre.
2.
Naamã
esperou que Eliseu lhe prestasse honras e deferências e fizesse tudo para que
ele fosse curado, afinal ele era O GENERAL NAAMÃ, o GRANDE HERÓI DE GUERRA!!
(v. 10, 11)
3.
Naamã se
deixa levar por seu julgamento humano acerca de como seu problema seria
resolvido com mais coerência e quase perde a bênção por causa da doença da sua
alma: vaidade, orgulho, prepotência. (v.12)
Porém, O
Senhor, por intermédio de Eliseu, exige a participação de Naamã no milagre sob
três aspectos:
a. Obediência: Naamã
precisou se submeter a uma ordem absurda: Lavar-se num rio sujo! (Não eram os
rios de sua terra eram tão mais limpos??)
b. Humildade: Sendo
ele um homem importante, submeteu-se a despir-se diante de seus servos, homens
considerados inferiores a ele, expor suas feridas, sua fraqueza e a banhar-se
em águas sujas. Tantas vezes ocultamos nossos pecados, nossas fraquezas, nossas
debilidades, nossas feridas de Deus e do próximo por pura vaidade? Fazemos de
conta que está tudo bem porque “ninguém pode saber da minha fraqueza”?
c. Perseverança: Naamã
precisou perseverar. Um único mergulho poderia curá-lo, se Deus quisesse, mas,
para que a cura dele fosse completa, ele precisava passar pela dor de ver-se
com as mesmas chagas até o sexto mergulho. O medo da vergonha, da humilhação, o
medo de estar sendo zombado por aquele profeta. Talvez cada um daqueles
mergulhos lavasse uma debilidade da sua alma: medo, vaidade, orgulho,
prepotência, arrogância, falta de fé. O trabalhar de Deus, muitas vezes é
invisível. Temos a sensação de que fazemos, fazemos, fazemos e nada acontece,
que Deus não se importa, mas Ele trabalha silenciosamente e, depois do sétimo
mergulho, emergimos limpos e o resultado é melhor do que esperávamos: não uma
carne limpa de um homem adulto, mas uma carne limpa de uma criança, com a fé de
uma criança, com a entrega de uma criança, com a leveza de uma criança. (v. 14)
O processo de Deus com Naamã se deu em
três etapas:
1. Cura do
caráter – escola de humildade se chama humilhação.
2. Cura do
corpo
3. Cura do
espírito – Naamã reconhece que não há Deus como o SENHOR.
CONCLUSÃO: Podemos tirar 5 lições desse texto:
1.
Deus tem
um propósito Santo para cada uma das nossas dores.
2.
Diante de
nossas dores, temos duas possibilidades: ou escolhermos nos vermos como pobres
vítimas da vida, do mundo, do diabo, das pessoas, ou de nos vermos como
instrumentos preciosos nas mãos do Senhor para que seus Santos propósitos se
cumpram em nossas vidas ou na vida das pessoas à nossa volta.
3.
Quando
escolhemos a segunda opção, a cura das nossas feridas começa a acontecer porque
entendemos que nossas feridas são fruto do treinamento de Deus para sermos
soldados muito mais aptos para a batalha. Nenhum soldado pode ir à luta sem um
treinamento pesado. Nenhum soldado chega no campo de batalha sem marcas e
cicatrizes de seu treinamento. Se ele é treinado, é porque ele é útil, é porque
alguém olhou pra ele e apostou nele, teve um propósito pra ele. Se você não tem
marcas e cicatrizes, é porque não foi treinado para a batalha, se você não foi
treinado, é porque Deus não tem um propósito pra você! Portanto, ao olhar para
as suas marcas e cicatrizes, olhe para o alto e pergunte: Deus, qual o Teu
propósito para cada uma dessas marcas?
4.
Quando
escolhemos a segunda opção, percebemos que aquilo que antes nos machucava pode
passar a ser instrumento para cura de alguém: se você passou por uma dor, poderá
como ninguém compreender e acolher aqueles que passam pela mesma dor.
5.
No lidar
com as nossas dores, Deus nos convoca à: buscar auxílio Nele, sermos
obedientes, humildes e perseverantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário