sábado, 29 de agosto de 2015

Depressão, A Doença da Alma

Depressão, A Doença da Alma

LEITURA BÍBLICA
l Reis 19.1-8.
1 – Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como to­talmente matara todos os profetas à espada.
2 – Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles.
3- O que vendo ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que é de Judá, e deixou ali o seu moço.
4 – E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou de­baixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.
5 – E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.
6- E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as bra­sas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.
7 – E o anjo do SENHOR tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque mui com­prido te será o caminho.
8 – Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela co­mida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
INTRODUÇÃO
A despeito de alguns pensarem que o crente jamais se deprime, a própria Bíblia menciona diversos ca­sos de servos de Deus que passaram por severas crises dessa doença que se mostram cada vez mais ativas nesses últimos tempos. Como enfrentá-la? Quais são suas causas? É sobre esse importante assunto que iremos es­tudar nesta lição.
l – AS CAUSAS DA DEPRESSÃO
Observemos alguns elementos que podem levar-nos à depressão.
1. Oposição.
Quando Elias chegou a Jezreel e soube que Jezabel intentava matá-lo (l Rs 19.1,2), tomou atitudes que revelaram seu estado depressivo. Sempre que realizamos ou estamos prestes a realizar algo importante para Deus, enfrentamos o ataque do Inimigo. Essas investidas inesperadas ou oposição sistemática visam enfraquecer nossa confiança na proteção divina, levando-nos a desistir de lutar e assim impedir o progresso da obra de Deus (Jo 16.33; l Pe 5.8).
2. Frustração.
O sentimento de incapacidade ou fracasso, diante da realização de um trabalho aparentemente inútil, pode levar-nos à depressão. A idéia que se tem é que a vida não faz o menor sentido. Elias perdera o ânimo e o interesse de viver: “toma agora a minha vida, porque não sou melhor do que meus pais” (l Rs 19.4). Humanamente falando não somos diferentes do profeta; compartilhamos a mesma natureza. (Tg 5.17).
3. Medo.
O pavor incontido do que nos possam fazer os adversários, e a possibilidade de sermos perse­guidos, ridicularizados, caluniados, ou até mortos podem levar-nos à depressão. Foi o que aconteceu com o profeta Elias (l Rs 19. 1,2,10).
4. Angústia.
Quando enfrenta­mos um problema de difícil solução e não vislumbramos uma saída, tendemos à tristeza e a angústia. E justamente nesse momento que a crise depressiva se instala (Jó 3.11; 6.11; 17.1; Sl 13.1-3; 56; 57.6,7).
II – REAÇÔES NATURAIS DIANTE DA DEPRESSÃO
1. Fugir.
Moisés, incompreendi­do pêlos filhos de Israel e procurado por Faraó, fugiu para Mídia (Êx 2.1 5). Fugir é a primeira reação quando nos sentimos incapazes diante do inimigo (l Rs 19.3). Davi tomou a mesma atitude. Durante prolonga­da crise, fugiu para Aquis, rei de Cate, fazendo-se de louco. Ler l Sm 21.10-15; 27.1-7; 27.1-7; 29.1-11; Sl 34; 56.
Muitos, por não confiarem plenamente em Deus, usam o sono, o isolamento, o entretenimento, e tantas outras coisas para fugir da realidade. Caso o leitor esteja enfrentando um problema difícil, a ponto de desejar esconder-se em uma cisterna (l Sm 13.6), saiba que o Senhor tem um escape para você (Sl 91; Hb 13.5).
2. Esconder-se.
Elias realizou grandes feitos perante o Senhor extirpou a idolatria de Israel (l Rs 18. 19-40) e fez chover sobre a terra, após um longo período de seca (l Rs 18.41,42; 17.1; Lc 4.25; Tg 5.1 7,18). Todavia, isso não impediu que o profeta ficasse apavorado diante das desprezíveis ameaças de Jezabel (l Rs 19.4,9).
3. Desistir.
Muitos, quando de­primidos, ficam alienados, ou fecha­dos dentro de si mesmos, como num casulo. O abandono da comunhão com os irmãos pode ser um sintoma de depressão: “… deixou ali o seu moço” (l Rs 19.3). Elias não devia ter dispensado seu auxiliar, nem deveria ter ido para o deserto (l Rs 19.3,4).
A solidão agrava a depressão. Um bom confidente e santo irmão e amigo é uma boa linha de defesa, pelo fato de ter alguém para dialogar e orar juntos. A depressão priva a pessoa do relacionamento com os irmãos e amigos. Ela reprime o desejo de viver (l Rs 19.4).
III – ENFRENTANDO A DEPRESSÃO
1. Confiando firmemente no Senhor.
Deus é soberano, nada ocorre sem a sua permissão (Dn 4.34-37). O crente que confia na soberania de Deus, mesmo nos mo­mentos difíceis, como os vividos por Elias, não se deprime, mas descansa naquEle que tudo pode (Mt 19.26). O Senhor jamais nos abandona. Ele não havia abandonado seu profeta, nem seu povo fiel.
2. Orando e jejuando.
O crente fiel pode deparar-se no seu dia-a-dia com situações que somente são resolvidas através da oração (Mt 9.15;Jr 29.12,13; Et 4.16). O jejum e a oração são armas espirituais poderosas para trazer cura e alívio aos corações abatidos.
3. Evitando a autocomiseração.
De acordo com a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, quando formos tentados a pensar que so­mos os únicos fiéis que restam para realizar algo, não devemos nos la­mentar. A autocomiseração diluirá o bem que porventura fizermos. Elias considerava-se a única pessoa que ainda era autêntica para com Deus. Solitário e desanimado esqueceu-se de que outros permaneceram fiéis em meio à impiedade de sua nação (l Rs 19.18).
4. Entregando a vida e o futuro a Deus.
O deprimido deve, sem demora e pela fé, levar a Cristo o fardo opressor de sua angústia, convicto de que Ele o livrará e de tudo cuidará (Sl 42; Is 53.4,5; Mt 11.28,29). Ter convicção de que Deus nos ama e que Ele se importa conosco, fortalece e consolida a nossa fé, principalmente quando circunstâncias desagradáveis nos ameaçam e, por fim, nos atingem.
IV – SAINDO DA DEPRESSÃO
Após ouvir, atentamente, as queixas de Elias, Deus o encorajou. Da mesma forma o Senhor quer restaurar seu ânimo trazendo alívio para sua alma abatida.
1. Restauração física.
Através de um anjo, Deus proveu alimento e água para o profeta. Em seguida, o Senhor lhe proporcionou um sono reparador (l Rs 19.4-6). O bem-estar físico e psíquico de Elias era funda­mental (Sl 103.14).
2. Mudança de ambiente.
Deus tirou Elias do deserto conduzin­do-o a Horebe, cerca de 300 km de Bersebad (I Rs 19.7,8). Elias precisava de tempo e de um novo ambiente, para considerar sua vida sob um novo ponto de vista. Um ambiente estressante e uma rotina rígida e interrupta afeta a saúde física e mental da pessoa. É imprescindível ao deprimido mudar de ambiente, modificar sua rotina, reduzir seu trabalho e desfrutar de um período de férias para passar mais tempo com sua família (Ec 2.21-26; 3.1-8; Mc 6.30,31).
3. Bem-estar espiritual.
O vento, o terremoto e o fogo no mon­te Horebe eram uma demonstração da suficiência e do poder de Deus; a voz mansa e suave, por sua vez, falava do grande amor do Pai (l Rs 19.11,12). Talvez uma caverna (v. 9) não seja o local mais adequado para Deus revelar-se a alguém, todavia, nas situações mais adversas da nos­sa vida, o Senhor pode vir ao nosso encontro para nos tirar da depressão. O profeta saiu daquele lugar com uma nova visão acerca do seu Deus (l Rs 19.13-18; Sl 23.4,5).
CONCLUSÃO
“Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimen­tos…” (Tg 5.1 7 – ARA), inclusive, à depressão. O Deus de Elias também é o nosso Deus. Assim como deu vitória ao profeta, nos concederá também!

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