Elevado padrão moral para
obreiros
A palavra
de Deus é muito clara: “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o
episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja
irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro,
apto para ensinar. Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe
ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento. Convém, também, que
tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no
laço do diabo” (1 Tm 3. 1, 2, 3, 7; v. Tito 1.5-9).
Analisemos:
Episcopado
– (do gr. episkopos, guarda, superintendente). “Sistema de governo
eclesiástico, onde a autoridade reside fundamentalmente na figura do bispo.
Esta forma de governo desenvolveu-se ao máximo na Igreja Romana, onde o
sacerdote reivindica a personificação do próprio Cristo” (Dicionário Teológico,
Claudionor C. de Andrade).
Irrepreensível
– (Do gr. amemptos), incensurável, inculpável, livre de toda acusação válida”
(Dicionário VINE). Isto quer dizer que o bispo, pastor ou apóstolo, pela
integridade de seu caráter, estão acima de qualquer suspeita; não podem ser
censurados, repreendidos, acusados de desonestidade, mentira, ganância e de
outros pecados. O diabo não encontrará nesses homens íntegros qualquer motivo
para derrubá-los. Eles não dão lugar à repreensão ou censura. Dos diáconos
também é exigida a mesma conduta.
Vigilantes
– Aquele que vigia. Zeloso, cuidadoso, atento. O homem de Deus deve vigiar seus
próprios atos em contínua reflexão:
– Estou
cometendo algum ato desonesto ou sendo infiel à Palavra? Sou digno de continuar
pastoreando o rebanho do Senhor? Sou um bom exemplo? Estou administrando bem os
recursos financeiros da Casa do Senhor? O Senhor Jesus adverte:
“E olhar
por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria
[luxo, suntuosidade, afetação] de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha
sobre vós de improviso aquele dia. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para
que sejais havidos por dignos…” (Lc 21.34-36). “Vigiai e orai para que não
entreis em tentação” (Mc 14.38).
Sóbrio
(gr sõphrõn) – Mente sã; controlado, com autodomínio, equilibrado; que controla
as paixões e desejos; capacitado para ser conformado à mente de Cristo.
Honesto (gr
kalos) – Justo, correto, honrável, digno, decoroso, respeitável, de conduta
exemplar.
Cobiçoso
(gr pleonektes) – Ávido de ter mais; amante do dinheiro.
Torpe
ganância – Torpe: desonesto, nojento, repugnante, indecente. Ganância: ganhar,
obter lucro. “Torpe ganância”: obter lucro por meios desonestos e fraudulentos.
No caso, ficar rico com o dinheiro da Casa do Senhor.
Enfim, os
que exercem cargos eclesiásticos devem ter uma vida exemplar em todos os
sentidos. Se se julgam incapazes de manter vida irrepreensível, não assumam
qualquer tipo de liderança.
Líderes
devem ter em mente que Igreja não é empresa comercial e que dízimos e ofertas
não se destinam a enriquecimento pessoal. A manipulação de muito dinheiro
requer domínio próprio. Administrando um milhão de reais por mês ou apenas uma
pequena quantia, o líder deve manter a mesma sobriedade e equilíbrio.
Judas
Iscariotes não teve esse domínio. Era ambicioso, de torpe ganância, avarento,
miserável, mesquinho. Achou que foi um desperdício o gasto feito por Maria ao
ungir os pés de Jesus com uma libra de ungüento e nardo puro. Ele não
compreendeu a espiritualidade do ato. E disse: “Por que não se vendeu este
ungüento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres?”.
“Ora, ele
disse isso não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e
tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” (Jo 12.6).
Deus
chama de ladrão aquele que se apropria de valores que se destinam à manutenção
de Sua Igreja. Judas era o tesoureiro dos Doze. As moedas, diariamente por ele
manuseadas, aumentaram-lhe a cobiça.
“Porque o
amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males, e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.10).
Um abismo
chama outro abismo. O apóstolo Judas Iscariotes queria mais dinheiro. A
campanha estava no fim; a missão de Jesus terminara. Que tal “vender” o Mestre?
Trinta moedas de prata foi o preço (Mt 26.14-16). Hoje, os crimes do apóstolo
Judas seriam de formação de quadrilha e corrupção passiva, dentre outros.
Há muitos
Judas em nosso meio. Não se fala mais em poucas moedas, mas em milhões de
dólares. Iscariotes era o apóstolo sanguessuga. Muitos, seguindo o exemplo do
traidor, vendem a própria alma e sentirão na carne o castigo divino.
Autor:
Pr. Airton Evangelista da Costa – do site palavradaverdade.com
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