sábado, 29 de agosto de 2015

O SIGNIFICADO DA MORDOMIA CRISTÃ



O SIGNIFICADO DA MORDOMIA CRISTà

Lucas 12:42-48

I INTRODUÇÃO
Mordomia é um assunto importante e proeminente em toda a Bíblia. Seus elementos básicos estão evidentes na parábola de Jesus sobre os mordomos fiéis e infiéis (Lucas 12:42-48). ~ Mordomia é para a mensagem bíblica o que o fermento é para , o pão. Ela produz ação e crescimento.
Mordomia envolve um relacionamento servo/senhor. Neste relacionamento, aos mordomos (servos) é dada a responsabilidade de cuidar outras pessoas e dos bens do dono (senhor). Os mordomos são responsáveis pela sua conduta pessoal perante o seu senhor em cada aspecto do seu relacionamento.
I. NÓS SOMOS MORDOMOS DA VIDA
Os mordomos são responsáveis pela maneira como se  conduzem em relação às coisas e às pessoas. Em Lucas 12:45- I", 46 o mordomo que abusa da alimentação e da bebida e de sua autoridade sobre outras pessoas é punido pelo seu senhor. ~ Semelhantemente, em Tito 1 :7-9, o líder da igreja, como o "mordomo de Deus," não deve ser soberbo, irascível, dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância.
A vida toda é dada ao povo por Deus em confiança. Como mordomos, todas as pessoas são responsáveis diante de Deus pela maneira que vivem suas vidas.
Como usamos o nosso tempo ou dele abusamos, como usamos nossas influências, nossas habilidades, nossas vantagens ou nossa autoridade, tudo isso tem a ver com a mordomia.
II. NÓS SOMOS MORDOMOS UNS DOS OUTROS
Em Lucas 12:42 e seguintes, vemos que o mordomo deve supervisionar e cuidar dos outros. Ele deve usar os bens do seu senhor para atender às necessidades dos membros da casa do seu senhor. Isto implica em que, sob o soberano senhorio de Deus, nós devemos usar as coisas de Deus para atender às necessidades dos servos de Deus. O mandamento específico, “dar a tempo a ração," sugere que as necessidades físicas básicas dos servos do Senhor interessem ao Senhor. semelhantemente, nós devemos atender às necessidades dos pobres, dos famintos e doentes deste mundo.
Gálatas 4: 1, 2 nos apresenta um retrato dos fariseus que Deus, através de Jesus Cristo, tem redimido da escravidão do legalismo e tem adotado como filhos. Paulo nos mostra o papel do mordomo como tutor de crianças. Aqui o mordomo tem a responsabilidade de criar a criança e administrar os seus bens até que ela alcance a maioridade.
Ser protetor dos filhos de Deus é uma grande tarefa da mordomia do crente e da igreja. Sob a soberania de Deus, dentro da comunhão da igreja, nós somos responsáveis diante de cada outra pessoa. Somos responsáveis por estimular uns aos outros "ao amor e às boas obras" (Heb. 10:24). Somos responsáveis por desafiar os crentes para crescerem espiritualmente (Ef. 4:11-16). Os crentes devem crescer no espírito e os líderes da igreja devem ajudá-los nesse propósito. Encorajar o crescimento espiritual, incluindo educação em mordomia cristã, é responsabilidade de cada igreja.
III. NÓS SOMOS MORDOMOS DO EVANGELHO
Na maioria das vezes, Paulo usava as palavras mordomo (oikonomos) e mordomia (oikonomia) em relação ao Evangelho. Ele escreveu, por exemplo, : "que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel" (I Cor. 4:1, 2). Mantendo o sentido básico de mordomo como administrador e despenseiro dos bens uns dos outros, Paulo está dizendo que ele e os outros ministros são administradores e proclamadores da mensagem dos atos redentores de Deus, que Deus mesmo lhes havia confiado.
Assim, como mordomos de Deus, nós devemos ser administradores responsáveis, proclamadores fiéis e testemunhas conscientes da verdade que Ele a nós tem confiado.
Paulo usa o termo oikonomia (mordomia) três vezes para indicar seu comissionamento como proclamador do Evangelho. Em I Cor. 9:17, referendo-se à sua responsabilidade em pregar o Evangelho, ele escreveu: "estou apenas incumbido de uma mordomia." Assim, ele foi escolhido para a tarefa que lhe foi confiada, de pregar a mensagem. Nos versículos anteriores, Paulo defende o direito dos ministros, de serem sustentados por aqueles que se beneficiaram do seu ministério. Mas, recebendo ou não o seu sustento, ele deve pregar o Evangelho como mordomo de Deus. A responsabilidade em pregar o Evangelho é dada por Deus e o mordomo é responsável diante de Deus em cumpri-la.
Em Efésios 3:2 e Colosênsses 1 :25, Paulo escreve palavras semelhantes. Fazendo o Evangelho conhecido dos gentios para que eles pudessem tornar-se "co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo" (Ef. 3:6) era a responsabilidade dada a ele como mordomo. Esta mordomia do Evangelho era, ao mesmo tempo, um dom da graça de Deus e uma obrigação que ele não buscara, mas que lhe fora imposta.
IV. NÓS SOMOS MORDOMOS DOS DONS ESPIRITUAIS
Pedro usava oikonomos, aplicando esse termo a todos os crentes como "fiéis despenseiros dos variadíssimos gêneros da graça de Deus" (Phillips), ou "bons despenseiros da multiforme graça de Deus" (I Ped. 4:10). A passagem aparentemente se refere aos dons espirituais. A linguagem aqui é semelhante àquela usada em Romanos 12:6-8; I Cor. 12 e 14; e Efésios 4:7- 16, onde Paulo fala dos dons espirituais. Não existe, portanto, dicotomia (diferença) entre o espiritual e o material.
Coisas materiais são usadas no exercício dos dons espirituais; dons espirituais dão direção no uso de coisas materiais.
Todos têm livre e abundantemente recebido dons da graça de Deus (sejam dons da criação, dons naturais, ou dons da redenção, dons espirituais) e todos devem usar fielmente desses dons em acordo com a intenção do Doador: servir aos outros e glorificar a Deus (I Ped. 4:7-11).
V. NÓS SOMOS MORDOMOS DAS COISAS MATERIAIS
Em Lucas 12:42-48 o Senhor põe tudo o que ele tem nas mãos do seu mordomo e manda que ele dê aos da sua casa "a tempo a ração". A razão de dar ao mordomo a responsabilidade pelas coisas materiais é dar ao mordomo condições de atender às necessidades dos membros da casa do senhor de acordo com a intenção e propósito do dono.
Assim, nós também devemos contribuir para atender às necessidades humanas e cumprir os propósitos de Deus neste mundo.
Dar em acordo com a intenção e propósito de Deus está no coração da responsabilidade do mordomo. Deus é o doador, bom provedor, misericordioso, generoso. Os mordomos de Deus devem seguir o exemplo do Senhor e dar generosamente também.
O mordomo cristão, portanto, procurará consciente- mente respostas a estas indagações: quanto é que devo gastar em alimentação, roupa, casa, lazer, educação, etc. ? Quanto é que devo poupar para emergências, compras futuras, aposentadoria? E quanto é que devo dar através da minha igreja?
Somos responsáveis diante de Deus pela maneira como usamos as coisas dele. O mordomo da parábola em estudo é responsável diante do mestre pela maneira como usa os recursos do mestre. Se o mestre voltar e o achar fiel, confiará mais a ele. Se o mordomo for achado infiel, será severamente punido.
O mesmo princípio é encontrado em outras parábolas do nosso Senhor, como na parábola dos talentos (Mat. 25:24-30) e a dos dez servos (Lucas 19:11-30).
CONCLUSÃO
Somos mordomos de Deus, não porque escolhemos sê-lo, mas porque Deus nos fez mordomos quando nos resgatou por sua graça. Deus é Criador de tudo e nos tem dado essa responsabilidade. Somos responsáveis diante dele por tudo o que ele tem colocado em nossas mãos. Nossa conduta deve refletir nosso compromisso com a mordomia fiel.
Cristo é o Senhor! De fato, Ele é o Senhor. Não fomos nós que o fizemos Senhor. Podemos aceitar ou rejeitar o seu senhorio. mas "Deus o fez Senhor e Cristo" (Atos 2:36).
A parábola de Jesus (Lucas 12:42ff) nos adverte que devemos reconhecer a Deus como criador e Cristo como Senhor. Ele nos chama para um compromisso como seus fiéis mordomos.


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