sábado, 29 de agosto de 2015

UMA ANÁLISE SOBRE A PRESERVAÇÃO DA SALVAÇÃO



UMA ANÁLISE SOBRE A PRESERVAÇÃO DA SALVAÇÃO

A PRESERVAÇÃO DA SALVAÇÃO

O doutor Luiz Sayão, um dos editores da Bíblia NVI, escreveu recentemente um artigo muito interessante intitulado: a teologia do saci Pererê. Em síntese, ele quis dizer que nem calvinistas e nem arminianos são os detentores da verdade em relação à salvação. Pensar de modo exclusivista, com sectarismo, seria como pular com uma só perna.
No meio cristão evangélico todos concordam que o único meio da salvação é através de Jesus, no entanto, há algumas controvérsias com respeito à preservação da salvação.
  
Quero tratar nesse artigo de duas idéias erradas e estremadas quanto à preservação da salvação. Quero mostrar um ponto de vista bíblico, coerente e também harmonioso com o evangelho. Espero que minha apresentação não cause um nó em sua cabeça.
Minha intenção com esse texto não é fazer um estudo profundo dos assunto propostos. Apenas quero levantar algumas questões para pensarmos melhor certos ensinamentos tidos como verdades inquestionáveis por algumas correntes teológicas.

1.      A PREDESTINAÇÃO.
A doutrina da predestinação é uma das doutrinas de maior debate nos círculos teológicos. Este ensino foi idealizado por Agostinho e sistematizado e ampliado por Calvino no século XVI.
Eu não tenho absolutamente nenhum problema com a predestinação, pois se trata de um tema bíblico. O problema é como alguns teólogos dizem se basear a predestinação.
Tenho um imenso respeito pelos calvinistas que acreditam numa predestinação baseada no decreto de Deus, não levando em conta o direito que cada ser humano tem de escolher o que quiser fazer com sua vida. A propósito, dentro dessa corrente teológica, o ser humano não tem livre arbítrio. Não tem o direito de escolher, decidindo assim onde passará a eternidade. Se ele for predestinado ao inferno não poderá fazer nada para mudar o seu trágico fim. Da mesma forma, se for eleito por Deus para a salvação, mesmo que sua vida não tenha nada de cristão, irá irremediavelmente para o céu. Eu não consigo ver apoio dessa ideia olhando para o Novo testamento num todo. Se fosse assim, o livre arbítrio das pessoas seria violado.
O homem foi criado com a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas. É evidente que com a entrada do pecado, essa capacidade foi drasticamente afetada, mas não totalmente destruída. O homem ainda é alguém capaz de refletir, de pensar e fazer uso de sua vontade. Fomos criados dessa maneira, e ainda temos o atributo de pensamento, sentimento e vontade.
 A predestinação existe, é um assunto bíblico e são de vital importância a sua compreensão e ensino. É lamentável ouvirmos pessoas que, por desconhecerem essa doutrina acabem Negando a sua importância. Alguns por ignorância chegam a negar até mesmo a sua existência.
A definição mais coerente e equilibrada que eu acredito a despeito do conceito teológico de predestinação é aquele que diz que a predestinação é baseada na presciência de Deus. Presciência é o atributo que Deus tem em conhecer todas as coisas; inclusive aquelas que não aconteceram ainda historicamente.
Deus predestinou para a salvação todos os que livremente aceitariam o sacrifício do seu Filho Jesus.

“Nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade”, Ef 1.11

A Igreja do Senhor Jesus Cristo, por exemplo, é irrevogavelmente predestinada para a salvação; para ser um povo vitorioso. Ser uma igreja gloriosa é o seu futuro; podem falar e fazer qualquer coisa com a igreja, nada impedirá que a noiva de Cristo seja gloriosa.

“Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou”. Rm 8.29,30

Todo aquele que está em Cristo, esta predestinado para a salvação. Somos predestinados em Cristo.

“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade”. Ef 1.4,5

2.      SALVAÇÃO SEM GARANTIA.
É a ideia de que o verdadeiro crente perde a salvação.
Imagine se você economiza uma boa quantidade de dinheiro durante toda sua vida, e vai até uma loja comprar um produto muito caro, que vai custar toda a sua economia. O vendedor vira pra você, e diz o seguinte: “você esta comprando esse produto, mas a loja não te da nenhuma garantia de troca ou conserto; portanto tome bastante cuidado, porque você pode perdê-lo a qualquer momento e eu nada posso fazer!”.
Parece que algumas pessoas pensam que Jesus é como esse vendedor, e a salvação como aquele produto, sem nenhuma garantia.
 
Dizer que uma pessoa salva por Jesus perde a salvação fragiliza muito a poderosa obra da redenção realizada por Cristo na cruz; e reduz o próprio Cristo a alguém incapaz de segurar uma coisa que foi posta em suas mãos.

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão”.      João 10.27,28

O salvo não perde a salvação porque assim como Jesus Cristo tem poder para salvar, ele também tem poder para mantê-lo salvo. Temos essa segurança e garantia da parte de Deus, não baseado em nossas obras, mas unicamente na graça de Deus demonstrada no sacrifício de Jesus na cruz.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie”. Ef 2.8,9

 As obras não é condição para a salvação e sim evidências de um coração transformado pela obra da cruz. Primeiro vem a salvação, depois as obras. Nunca o contrário.

“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens,
Ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,
 Que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras”. Tt 2.11 - 14


 As pessoas que creem na perda da salvação nunca sabem se são realmente salvas, e vivem com medo de ir para o inferno, ou de Jesus voltar e elas serem deixadas para trás como punição pelo seu mau comportamento.
O comportamento não determina a salvação de ninguém, e sim a sua fé na graça de Jesus.

A ovelha conhece o seu pastor e por ele é conhecido. Ovelha verdadeira jamais será confundida com bode. Um filho não pode parecer estranho aos olhos do Pai. Se o Pai vê-lo como estranho, então não é filho.
Nem todas as pessoas que dizem “Senhor, Senhor” entrarão no reino de Deus.

Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. MT 7.22,23

As pessoas que Jesus esta se referindo aqui, neste texto, são pessoas que estão nas “igreja”. Elas ouvirão do Senhor “apartai-vos de mim”; não é que elas “perderam a salvação”, mas porque de fato nunca tiveram um encontro transformador de salvação com Jesus.
Esta palavra profética de Jesus existe porque há dois tipos de pessoas na igreja local. Digo na igreja local, porque na igreja do Senhor, corpo místico de Cristo, como já mencionei acima, ninguém entrara de gaiato. Nela só há pessoas completamente lavadas e remidas no sangue de Jesus.
Os dois tipos de pessoas que há na igreja são: 1º pessoas salvas e 2º pessoas que precisam de salvação.
É por esta razão que vemos tanto pecado e escândalos. Parece que estamos no tempo do reinado de Constantino; quando as pessoas entravam para a igreja de qualquer jeito, ou seja, sem se converterem a Cristo. 
Nos tempos atuais é a mesma coisa, as pessoas estão vindo para a igreja trazendo toda a imundice do mundo. O pecado fede dentro da igreja; a mídia e não mais a Bíblia determina os valores. Quase não há diferença na sociedade entre crentes e descrentes.
Lamentavelmente as estatísticas apontam que entre os adolescentes evangélicos e os que não são evangélicos, a idade de iniciarem a vida sexual é a mesma. Parece que o sal se tornou completamente insípido. Só nos resta agora sermos pisados pelos homens como Jesus disse.


Para concluir quero ainda citar o apostolo João:

Todo o que permanece nele não vive pecando; todo o que vive pecando não o viu nem o conhece. 1 Jô 3.6

Quem é salvo por Cristo permanece em Cristo, e quem permanece nele não vive na pratica do pecado. O crente peca, mas o pecado em sua vida deve ser como um acidente. Você não o premedita e nem se alegra nele; muito ao contrário, se entristece quando peca e procura se afastar dele.

Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca. 1 Jo5. 18.

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