segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

As Lições da vida de Gideão

As Lições da vida de Gideão 
O seu nome significa Cortador; Decepador.


Depois da morte de Josué, o povo de Israel passou por mais de três séculos nos quais "não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto" (Juízes 17:6; 21:25). Durante esse período, se repetia várias vezes o mesmo ciclo: O povo obedecia a Deus por algum tempo e, depois, afastou-se dele. Como alerta ao povo rebelde, Deus permitia que um inimigo o oprimisse. Quando o povo se arrependia e pedia libertação, Deus mandava juízes para livrá-lo das mãos dos inimigos. O povo resgatado servia ao Senhor durante o resto daquela geração, assim começando, de novo, o ciclo. Gideão foi o quinto dos juízes ou libertadores, apresentado em Juízes, capítulos 6, 7 e 8. Da vida dele, podemos aproveitar muitas lições valiosas.

Homem valente ou homem tímido?
Gideão foi um homem tímido usado por Deus para livrar seu povo da opressão dos midianitas. Mas, sua primeira missão foi difícil. Deus mandou que ele derrubasse o altar de Baal e o poste-ídolo que pertenciam ao pai dele (Juízes 6:25).

Não podemos confiar na religião tradicional dos pais

Quando nossos pais nos guiam na verdade, devemos aprender a verdade e for fiel a ela. As pessoas abençoadas com pais dedicados e fiéis a Deus devem ser gratas por isso. Timóteo aprendeu a verdade de sua mãe e sua avó (2 Timóteo 1:3-5). O resultado é que ele depositou sua fé no Senhor e na palavra dele (2 Timóteo 3:14-17).

Mas, freqüentemente, é necessário rejeitar a religião dos pais para fazer a Vontade de Deus. Considere os exemplos de quatro grande heróis de fé:


Maldito o homem que confia no homem

O povo de Judá confiou nos homens e seus erros religiosos, ao invés de obedecer ao Senhor. Jeremias transmitiu as Palavras de Deus: "Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!" (17:5). O resultado foi desastroso: "Porque será como o arbusto solitário no deserto e não verá quando vier o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável" (17:6).

Encontramos nesse trecho de Jeremias três ilustrações das maneiras que o homem pode confiar no homem e perder sua comunhão com Deus:

Pela prática da idolatria (religião inventada pelos homens) ao invés de servir a Deus (O Caminho revelado por Deus): "...porque profanaram a minha terra com os cadáveres dos seus ídolos detestáveis e encheram a minha herança com as suas abominações" (16:18). Muitos da nossa geração sugerem que todas as religiões são igualmente válidas, mas Deus nunca aceitou tal idéia. Desde a criação, ele tem afirmado a existência de um só Deus verdadeiro, que deve ser louvado em espírito e verdade (Efésios 4:5-6; João 4:24). O pluralismo religioso não vem de Deus, e não encontra nenhum apoio nas Escrituras.

Pela confiança nas riquezas e no poder humano. Deus condena "aquele que ajunta riquezas, mas não retamente" (17:11-13). A desonestidade continua sendo um terrível problema, mesmo entre as pessoas que se chamam cristãos. Muitas pessoas, e até nações inteiras, se acham capazes de solucionar seus problemas sem considerar a vontade de Deus. Mas o braço carnal não garante para o homem as coisas mais importantes. O homem abençoado é aquele que confia no Senhor (17:7-8).

Pela confiança no próprio coração. Uma das filosofias mais populares nos dias modernos é a noção que cada pessoa encontrará a verdade dentro de si. Algumas pessoas se envolvem totalmente na busca de si, fazendo o que acham certo para satisfazer os desejos do próprio coração. Na vida particular, tal filosofia gera egoísmo e infelicidade. Na religião, ela conduz os adeptos à ignorância, confusão e perdição. O pecado maior da geração de Jeremias foi exatamente essa confiança no coração do homem. Deus falou: "Vós fizestes pior do que vossos pais; pois eis que cada um de vós anda segundo a dureza do seu coração maligno, para não me dar ouvidos a mim"(16:12). O problema, Deus continua explicando, é que o coração do homem não consegue guiá-lo à verdade: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" (17:9).

Fatos e escolhas importantes

Os capítulos 16 e 17 de Jeremias ensinam algumas lições importantíssimas. Entre elas: ì Deus vê tudo e julga retamente. Ele disse: "Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; ninguém se esconde diante de mim, nem se encobre a sua iniqüidade aos meus olhos" (16:17). "Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações" (17:10). A onipresença de Deus conforta os fiéis e causa medo nos rebeldes. Pelo fato que ele vê tudo, é capaz de julgar cada pessoa individualmente (Ezequiel 18:4,20). í Temos apenas duas opções. Podemos confiar nos homens (17:5-6) ou no Senhor (17:7-8). Aqueles que confiam na carne serão malditos. Os que confiam em Deus serão abençoados. Algumas pessoas rejeitam a necessidade de escolher entre dois caminhos, achando que quase todos serão recebidos e abençoados por Deus, independente das escolhas feitas nesta vida. Malaquias respondeu a esse argumento em Malaquias 3:14-18. Às pessoas que acharam "inútil" servir ao Senhor, ele prometeu que chegaria o dia em que Deus faria distinção entre o justo e o perverso. No Novo Testamento, o próprio Jesus Cristo disse que ainda temos apenas duas possibilidades: "Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela" (Mateus 7:13-14).

O caminho do Senhor nem sempre é o mesmo que os pais e avós seguiam. Cada pessoa criada na imagem e semelhança de Deus precisa buscar o caminho do Senhor. Jesus é o único "caminho, e a verdade, e a vida" (João 14:6; Atos 14:12).


Os midianitas oprimiram os israelitas por sete anos. Eles subiam cada ano e tomavam os produtos alimentícios dos campos e todos os animais dos hebreus. Para sobreviver, os israelitas escondiam alimentos do inimigo. Gideão estava preparando comida para escondê-la quando o Anjo do Senhor apareceu. Imagine este homem, trabalhando com medo do inimigo, quando ele ouviu as palavras do Anjo: "O Senhor é contigo, homem valente" (Juízes 6:12). Pela resposta de Gideão, parece que ele nem pensou no significado da frase "homem valente". Ele entrou diretamente numa discussão com o anjo sobre a presença de Deus. Ele não entendeu como Deus, estando com o povo, deixaria Israel sofrer. Deus continuou a conversa, desafiando Gideão a resolver o problema. Já que ele duvidou da presença de Deus, devia ir na sua própria força (Juízes 6:14). Isso não! Gideão, agora, sentiu tão incapaz que procurou uma saída da missão dada por Deus. Ele explicou que era uma pessoa pequena de uma família insignificante de uma tribo pouco importante. Gideão não veio ao Senhor como homem valente. Deus ia fazer dele um líder corajoso.
A força verdadeira do servo do Senhor não vem de si mesmo, e sim de Deus. Ninguém é forte o bastante para resolver seus próprios problemas sozinho, especialmente quando falamos sobre nosso problema principal: o pecado. Dependemos de Deus e de sua graça (Efésios 2:8-9). Paulo disse: "tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13). Os homens valentes, hoje em dia, são aqueles que confiam no Senhor.

O Pequeno Exército de Gideão
Os israelitas tinham sofrido sete anos de opressão. Todos os anos, os midianitas, os amalequitas e os povos do Oriente invadiam seu território com um grande exército e destruíam suas searas e seu gado. O povo escolhido de Deus, sofrendo por causa de seu próprio pecado, buscava refúgio em cavernas e escondia do inimigo alimento apenas para sobreviver. "Assim, Israel ficou muito debilitado com a presença dos midianitas" (Juízes 6:6).

Deus ouviu o choro arrependido de seu povo, e resolveu salvá-lo de um modo incomum. Ele começou com um homem tímido chamado Gideão, que vinha de uma família pobre e insignificante da tribo de Manassés. Primeiro Deus converteu Gideão, dando prova clara de sua autoridade e poder divinos. Em seguida, Gideão teve que destruir os ídolos de seu próprio pai, assim tirando a influência do pecado de sua própria família. Então, ele chamou soldados de quatro tribos de Israel para lutar contra o formidável exército dos invasores. Ele reuniu 32.000 soldados para tentar derrotar 135.000 soldados inimigos. Ao enfrentar uma situação em que havia quatro soldados do inimigo para cada um deles, eles se prepararam para a batalha.
Deus disse que havia soldados demais no exército israelita, assim os que estavam amedrontados foram para casa. Dez mil permaneceram. Com mais de 13 soldados inimigos para cada guerreiro israelita, Deus disse que ainda eram demais! Ele deu ordem a Gideão para dispensar 9.700 dos soldados que restaram. Agora a diferença era mais amedrontadora: 450 a 1. Talvez você já conheça o resto da história. Deus transformou um co-mandante tímido e seu pequeno exército de 300 em grandes vitoriosos.

Você já se sentiu alguma vez assoberbado pela força do pecado e pasmado por tentações desnorteantes? Simplesmente imagine o que o Deus que venceu os Midianitas com o pequeno exército de Gideão poderia fazer com sua vida!

Jesus disse: "Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono" (Apocalipse 3:21). Você confiará nele o bastante para vencer os inimigos da tentação e do pecado?

Deus disse que havia soldados demais no exército israelita, assim os que estavam amedrontados foram para casa. Dez mil permaneceram. Com mais de 13 soldados inimigos para cada guerreiro israelita, Deus disse que ainda eram demais! Ele deu ordem a Gideão para dispensar 9.700 dos soldados que restaram. Agora a diferença era mais amedrontadora: 450 a 1. Talvez você já conheça o resto da história. Deus transformou um co-mandante tímido e seu pequeno exército de 300 em grandes vitoriosos.

Você já se sentiu alguma vez assoberbado pela força do pecado e pasmado por tentações desnorteantes? Simplesmente imagine o que o Deus que venceu os Midianitas com o pequeno exército de Gideão poderia fazer com sua vida!

Jesus disse: "Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono" (Apocalipse 3:21). Você confiará nele o bastante para vencer os inimigos da tentação e do pecado?


"Eu estou contigo"
Nas conversas com Gideão, Deus afirmou sua presença repetidas vezes. Primeiro, ele afirmou por palavras: "Já que eu estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem" (Juízes 6:16). Segundo, ele afirmou por sinais. Antes da primeira missão de Gideão, Deus lhe deu um sinal impressionante. O Anjo do Senhor causou subir fogo para consumir a oferta de Gideão. Enquanto pessoas faziam ofertas ao Senhor todos os dias, era muito raro o próprio Senhor mandar o fogo para as consumir. Antes de sua segunda missão, Gideão recebeu mais três sinais. Deus deixou o orvalho molhar uma porção de lã sem molhar a terra em volta dela (Juízes 6:36-38). Na noite seguinte, ele fez ao contrário, deixando a lã seca no meio de terra molhada (Juízes 6:39-40). Nas vésperas da batalha, Deus permitiu que Gideão ouvisse uma conversa entre dois soldados midianitas, confirmando a sua vitória iminente (Juízes 7:9-15). Terceiro, Deus afirmou sua presença através de promessas cumpridas, principalmente no livramento do povo pela mão de Gideão (Juízes 6:16; 7:7,22; 8:10-12). As demonstrações de Deus foram convincentes. Gideão foi convertido!

A maior bênção imaginável é a presença do Senhor em nossas vidas. Quando Jesus veio ao mundo para habitar ou fazer seu tabernáculo entre os homens (João 1:14), foi lhe dado o nome Emanuel, "Deus conosco" (Mateus 1:23). No final da sua missão terrestre, ele foi preparar um lugar para nós na presença de Deus (João 14:1-4). Ele prometeu fazer morada naqueles que o amam (João 14:23).

A missão começa em casa
Uma vez que Deus chamou a atenção de Gideão, ele lhe deu a sua primeira missão: destruir os ídolos do próprio pai e fazer um altar ao Senhor no mesmo lugar (Juízes 6:25-26). Gideão levou dez homens consigo e cumpriu o mandamento do Senhor na mesma noite. Os vizinhos ficaram irados, mas o pai de Gideão entendeu o significado de seu ato e o defendeu. Um "deus" que não consegue se defender contra um punhado de homens não merece defesa pelos homens. Parece que Joás, pai de Gideão, foi o segundo convertido nessa história.

A nossa missão, como a de Gideão, começa em casa. Tanto no Velho como no Novo Testamento, Deus destaca as nossas responsabilidades em relação à própria família. Filhos devem obedecer e honrar aos pais (Efésios 6:1-3). Maridos e esposas devem amar um ao outro (Efésios 5:25; 1 Pedro 3:7; Tito 2:4-5). Pais devem instruir os filhos, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor (Deuteronômio 6:6-7; Efésios 6:4). Um dos alvos de cada servo de Deus é de influenciar sua família para servir ao Senhor (Josué 24:15).

Deus dá a vitória
Chegou o dia da grande batalha (Juízes 7). Gideão conduziu seu exército de 32.000 israelitas para o campo de conflito contra 135.000 midianitas. Sua desvantagem militar era de 4 contra 1! Deus não deixou Gideão entrar na batalha com este número de soldados. Em duas etapas, ele diminuiu a força militar de Israel. Primeiro, 22.000 voltaram para casa, e os midianitas ficaram com uma vantagem de 13,5 contra 1. Na segunda etapa, Deus mandou embora mais 9.700 israelitas, deixando Gideão com apenas 300 soldados. Para vencer o inimigo, cada soldado israelita teria que vencer 450 do inimigo!

Deus, na sua perfeita sabedoria, tinha um propósito bem definido nesta redução das forças militares de Israel. Ele mandou seu exército à batalha com uma desvantagem tão grande que ninguém poderia dizer: "A minha própria mão me livrou" (Juízes 7:2). Usando uma estratégia que não fez nenhum sentido, em termos militares, a pequena banda de israelitas venceu o exército dos midianitas.

Até hoje, muitas pessoas não aprenderam esta lição. Confiam em números, achando que grandes multidões são evidência da aprovação de Deus. Dependem de estratégias e táticas humanas e carnais para alcançar alvos de crescimento de igrejas. E, no fim, se gabam em seus relatórios, destacando os grandes feitos de homens. Muitos missionários e outros líderes religiosos, como os midianitas, confiam nos grandes números e nas táticas humanas (igrejas promovendo atividades não espirituais para aumentar sua freqüência, ensinando mensagens diluídas que parecem mais relevantes aos seus ouvintes carnais do que a mensagem da cruz, destacando edifícios impressionantes para atrair pessoas que não aceitariam a chamada simples de um Salvador humilde, etc.)

Mas, os verdadeiros servos de Deus não desviarão para tais caminhos errados. "Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!" (Jeremias 17:5). "Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo" (Gálatas 6:14). "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos 8:31).

Rejeição daqueles que ficaram em cima do muro
Gideão e sua banda de homens cansados perseguiram os midianitas (leia Juízes 8:1-21). Quando os soldados israelitas passaram nas cidades de Sucote e Peniel, eles pediram pão. Os homens dessas cidades não mostraram coragem para tomar uma atitude durante a batalha. Com medo de ofender os reis dos midianitas, eles recusaram ficar em pé com os homens de Deus. Só depois da batalha, quando baixar a poeira, apoiariam os servos do Senhor.

A decisão desses homens mostrou uma preocupação política ao invés de convicção espiritual. Pensaram mais na influência de homens importantes do que na palavra do Senhor. Gideão não aceitou tal postura. Ele voltou às mesmas cidades e castigou os covardes que recusaram apoiar os servos do Senhor na hora da batalha.

Gerações antes, Josué chamou o povo para tomar uma decisão para Deus e contra os falsos deuses (Josué 24:14-16). Séculos depois, Elias desafiou o povo indeciso com estas palavras: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu" (1 Reis 18:21).

Hoje, muitas pessoas religiosas que alegam ser discípulos de Cristo demonstram a mesma covardia. Definem suas posições doutrinárias e práticas pelo vento de opiniões. Entendem mais de IBOPE do que de fé, mais de tradição do que de verdade, e mais de partidos do que de convicções. Paulo mostrou que o cristão deve sempre definir a sua posição pela palavra de Deus, e não pela opinião da maioria:"Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo" (Gálatas 1:10).
Bons homens tropeçam
Apesar de sua ilustre carreira militar, Gideão não era perfeito. O povo lhe agradeceu com um presente: argolas de ouro do despojo da batalha. Gideão usou o ouro para fazer uma estola sacerdotal que ele colocou na cidade dele. Não sabemos a intenção dele, mas os resultados são evidentes. O povo usou aquela estola como um tipo de ídolo, e logo iniciou o próximo ciclo de apostasia. Leia o relato em Juízes 8:22-35.

Devemos aprender desse erro. Às vezes, bons homens nos ajudam a sair da confusão religiosa, como Gideão ajudou os israelitas a saírem da idolatria. Esses homens podem nos ajudar em muitos sentidos, mostrando como respeitar a palavra de Deus em tudo que fazemos. Mas, eles ainda são homens. Da mesma forma que Gideão tomou o primeiro passo de volta à idolatria, bons homens hoje podem tropeçar e conduzir outros, de volta, à confusão religiosa. É uma ironia triste que, ao longo da História, muitos movimentos religiosos que começaram com tentativas de sair dos sistemas errados de denominações humanas resultaram na criação de novas denominações, com suas próprias tradições e falhas humanas. O fato que alguém nos ajudou no passado não garante que sempre nos conduzirá no caminho de Deus. Paulo mostrou que bons exemplos ajudam somente quando seguem a Cristo (1 Coríntios 11:1), e disse: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22).

Tão completa foi a libertação que Yehowah trouxe por meio de Gideão, que não houve mais perturbação durante os 40 anos do seu juizado. Gideão passou a ter muitas esposas, com as quais teve 70 filhos. Depois da morte de Gideão, numa boa idade, Israel tornou-se novamente vítima da adoração de Baal. Além disso, Abimeleque, filho de Gideão com sua concubina, uma mulher de Siquém, matou os outros filhos de Gideão. Escapou apenas Jotão, o mais jovem. — Jz 8:28-9:5;

Vejamos algumas lições que podemos tirar do mesmo:

1) O livro de Juízes como um todo nos mostra que a infidelidade do povo de Deus pode levar a conseqüências desastrosas – O livro narra uma série de juízos corretivos de Deus que se abatiam sobre o povo sempre que ele se tornava infiel.

Essa lição permanece hoje tão atual como na época dos juízes, e é válida não só para a coletividade do povo de Deus como também para cada servo de Deus individualmente. Dentre outros textos que poderíamos citar, destaca-se 1 Coríntios 11.30ss. onde Paulo alerta os Crentes de Corinto sobre a indisciplina diante do Senhor: “Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram (morreram). Mas, se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo”.

2) O arrependimento produz a misericórdia divina – ou seria melhor dizer que a misericórdia divina produz o arrependimento do homem? – Os dois pensamentos são verdadeiros. A misericórdia divina manifesta-se quando há arrependimento de nossa parte, mas ao mesmo tempo é a misericórdia divina que nos leva em direção ao arrependimento. Veja o que Paulo diz aos Coríntios: “Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma.

Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (2 Coríntios 7:9-10 RC) – Quando nos arrependemos, confessamos o nosso pecado e buscamos a misericórdia de Deus, Ele é misericordioso para conosco.

3) O homem é realmente um ser decadente – Esta é uma lição triste! O homem é extremamente sujeito a cair no pecado. No tempo dos juízes o ciclo opressão – libertação – queda se repete várias vezes. Vocês pensam que depois dessa libertação espetacular por parte de Deus o povo não caiu mais? Engano! Veja o que aconteceu: “ Assim, foram abatidos os midianitas diante dos filhos de Israel e nunca mais levantaram a sua cabeça; e sossegou a terra quarenta anos nos dias de Gideão... E faleceu Gideão, filho de Joás, numa boa velhice e foi sepultado no sepulcro de seu pai Joás, em Ofra dos abiezritas. E sucedeu que, quando Gideão faleceu, os filhos de Israel se tornaram, e se prostituíram após os baalins, e puseram a Baal-Berite por deus. E os filhos de Israel se não lembraram do SENHOR, seu Deus, que os livrara da mão de todos os seus inimigos em redor” (Juízes 8:32-34 RC) – Talvez por isso haja tantas exortações a que estejamos vigilantes...

4) Deus gosta de usar pessoas que reconhecem as suas próprias fraquezas.

5) Deus gosta de nos usar, mas ele não depende de nós e nem de nada que temos para realizar grandes feitos. Deus pode fazer muita coisa contando com bem pouco ou mesmo com nada. Veja o que diz Paulo aos Coríntios: “Agora, meus irmãos, lembrem do que vocês eram quando Deus os chamou. Do ponto de vista humano poucos de vocês eram sábios ou poderosos ou de famílias importantes. Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo visto por Deus.” (1 Coríntios 1:26-29

A fé de Gideão, em face de grandes desvantagens, habilitou-o a ser mencionado como um dentre a “tão grande nuvem de testemunhas”. (He 11:32; 12:1) Além disso, sua modéstia era exemplar, e ela era acompanhada de cautela. Pelo visto, a cautela de Gideão era salutar, e não deve ser encarada como proveniente de falta de fé da sua parte, porque nunca foi censurado por ser cauteloso. Outrossim, conforme indicado no Salmo 83, a derrota de Midiã, nos dias de Gideão, fornece um padrão profético da vindoura destruição de todos os opositores de Yehowah, resultando na completa vindicação do Seu santo nome. — Veja Is 9:4; 10:26.

Que Deus nos ajude a crer, confiar e lutar, mas confiando no Senhor dos Exércitos que nos dá a vitória. Amém

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