Correntes, Campanhas e Amuletos.
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por: Pr. Calixto Antônio Fachini
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Amados,
este simples texto que fiz não tem muitas pretensões, porém, com amor em
Cristo, gostaria de despertar e alertar os servos do Senhor quanto ao
que está acontecendo em nossas igrejas. Antes de qualquer coisa, Sirvo
com uma consciência pura.(2 Tm 1.3). Procuro agradar a Deus e não a
homens. De maneira que sejamos nobres como os bereanos que conferiam nas
Escrituras os ensinamentos de Paulo e Silas. Ora, estes eram mais
nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda
avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas
eram assim(Atos 17.11). Também não tem este artigo a finalidade de
ofender nenhuma denominação ou algum líder religioso. Peço que se
despojem de tudo aquilo que possa impedir a compreensão dessa leitura.
Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo(2 Tm
2.7).
O Brasil passa por transformações marcantes na sociedade, e principalmente no tocante a religião, e mais especificamente no meio evangélico. Há muitos profetas dizendo que o Brasil será o grande celeiro de missionários para o mundo não cristianizado. Atualmente até podemos bater no peito e dizer que nossas igrejas estão “abarrotadas” de gente. Megatemplos estão sendo erguidos em vários pontos do território brasileiro para o orgulho da grande Nação Evangélica. Porém, uma pergunta fica no ar: Estamos no caminho certo? As pessoas que lotam os templos estão sendo salvas? Que tipo de mensagens tem atraído e arrebanhado multidões? Aqueles que conhecem o mínimo das Sagradas escrituras sabem que as Boas Novas (Evangelho) conduzem o velho homem a uma nova vida em Cristo Jesus, resultado de um novo nascimento. Arrependimento, perdão, renúncia e a mensagem da cruz fazem parte da vida desse novo homem. A pergunta que não que calar: Estamos vivendo o verdadeiro Evangelho? A mensagem da cruz tem atraído as pessoas? Quando olhamos de fora para dentro e sem receios de nos vermos como estamos, então percebemos as “poderosas” mensagens que tem atraído as pessoas: Pare de sofrer, você é um vencedor, você tudo pode, fique próspero, tenha saúde, procure a igreja Tal mais perto de sua casa. O que nos assusta e nos deixa ainda mais temerosos é que a mensagem da cruz foi banida de nossas pregações. Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me( Lucas 9.23). Cristo nos enviou (..) para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo. Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus(1 Co 1.17-18). Renúncia? Nem pensar! O povo já sofre tanto, para que pregarmos sobre o sofrimento humano e as perseguições. Será que é o medo de perderem seus membros? O problema é que estamos acostumando essa nova geração de crentes com palavras suaves aos seus ouvidos, que não acusem suas consciências. Alerta-nos a Palavra de Deus: Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas(2 Tm 4.3-4). As mensagens de hoje não buscam mais a inspiração e direção do Espírito Santo. Todas as mensagens do púlpito deveriam começar horas antes com o pregador de joelhos e humilhado perante o Senhor. O Senhor lhe dará a mensagem. Percebemos que o carisma, o pensamento positivo e uma boa oratória são muito mais importantes e atraentes. Convenhamos, na verdade a Noiva do Senhor está com outras preocupações e não com a volta do seu Noivo. O Espírito e a noiva dizem: Vem Senhor Jesus(Ap 22.17) Não acatamos mais a soberania de Deus, esquecendo-nos das Palavras de Jesus Cristo quando foi à Cruz: Pai seja feita a tua vontade e não a minha(Lc 22.42). A própria oração do Pai Nosso que nos foi ensinada diz: Pai Nosso que estás nos céus... e seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Colocamos o servo em pé de igualdade com seu Senhor. Desde quando a criatura pode exigir alguma coisa do seu Criador? Jesus quando foi para a Cruz não exigiu nada, muito pelo contrário, foi em silêncio e ali se entregou. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz(Fp 2.8). Nossa história e cultura afro-indígina-católica transformaram o Brasil em um país sincretista. Encontramos nos terreiros de umbanda imagens de santos católicos e crucifixos misturados com velas, bodes, preto-velho e caveiras. São Jorge é Ogum, Virgem Maria é Iemanjá e assim por diante. Vemos na Bahia praças com esculturas dos orixás; e nos presenteiam com fitas do Senhor do Bonfim. Por outro lado, e para nossa surpresa, nem a Igreja do Senhor está a salva desse sincretismo. Vemos pastores trajados com as indumentárias de pais-de-santo para expulsar demônios e tirar os encostos nas sessões de descarrego. Distribuem-se sabonetes de arruda, rosas ungidas, cajados e outros amuletos contra olho-grande, mau-olhado, encosto, inveja e azar. A Bíblia nos ensina a expulsar os demônios em Nome de Jesus, porém agora usamos sal grosso, água, trombetas, sabonete de arruda, etc. Filhos de Deus, o Senhor Jesus Cristo não quer saber de correntes, fitinhas no pulso, rosas e coraçãozinhos ungidos, pedrinhas, cajados, arquinhas, sabonetes, caixinha de promessas, Bíblia em miniatura, fotocópia de dinheiro ungido na carteira e outras coisas que estão ainda para inventar. Você sabe realmente o Deus quer? O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus(Salmo 51.17).Deus não quer você materializando sua fé em algo que possa tocar ou ver. Hoje criamos nossos próprios bezerros de ouro. Os idolatramos bem no centro de nossa igreja. Os adoramos, queremos tocá-los. Muitos líderes religiosos apóiam esse tipo de movimento porque atraem as pessoas, e como dizem: Os incrédulos precisam de uma “isca” para ouvir a Palavra de Deus. O problema é que a igreja entra num circulo vicioso e não consegue mais se libertar. Os líderes tornam-se prisioneiros de suas próprias armadilhas. E infelizmente, entram anos e saem anos, os crentes continuam a viver de “iscas”. Não crescem na Palavra, ficam supersticiosos e minguam espiritualmente. Outros dizem que as correntes têm base bíblica e usam a passagem de Naamã (Chefe do Exército Sírio – inimigo de Israel) que teve de mergulhar sete vezes no rio Jordão para ser curado de uma lepra. Olha, quem usa esse argumento quer forçar uma passagem bíblica. Naamã realmente foi curado, porém o profeta Eliseu não aceitou nenhuma espécie de dinheiro ou valores oferecidos a ele pela cura que Deus tinha feito. Também não foi uma corrente de dias ou intermináveis semanas. No primeiro momento, Naamã irou-se, depois se humilhou e submeteu-se ao banho no Jordão para ser curado de sua lepra. Posteriormente ele adorou ao Senhor Deus, demonstrando de maneira profética que a graça salvífica do Senhor transporia os limites de Israel. Na verdade temos uma antevisão de Jesus e o novo concerto (aliança) com os não judeus. Significa que para sermos salvos temos que renunciar ao orgulho e humilharmos perante Deus e receber a purificação de nossos pecados (lepra) pelo sangue de Jesus Cristo. Pergunto: Correntes para quê? Para segurar o povo? Corrente que eu saiba é para acorrentar. O povo de Deus tem mais é que viver desacorrentado e não acorrentados. As correntes impedem o povo de crescer na Palavra e no conhecimento de Deus. Meu povo perece porque lhe falta conhecimento(Oséias 4.6). Ele pensa que só fazendo as correntes agradam a Deus. Ele não ora, não jejua, não lê a Bíblia e não procura mudar de vida. Foi ensinado que para agradar a Deus é só ser fiel nos dias das correntes. Ele pode continuar a fazer o que quiser, o importante é não faltar as correntes, e espera de Deus uma resposta em um tempo limitado. Quero deixar bem claro que aprovo campanhas evangelísticas que levam as pessoas aos pés de Cristo ou que levam o povo ao arrependimento. Agora, com todo respeito, as maiorias das campanhas que tenho visto por aí são para arrancar dinheiro dos fiéis, enriquecerem os campanhistas ou cobrir os rombos nos caixas das igrejas. Homens treinados em manipular as culpas, desesperos e medos das pessoas, conduzem essas pessoas a contribuírem financeiramente através de apelos emocionais. Não temos mais visto campanhas com outros objetivos. Foi-se o tempo em que os “saldos” das campanhas evangelísticas eram os números de pessoas salvas ou curadas pelo Senhor. (É claro que ainda acontecem, mas são casos isolados). Agora os “saldos” são a quantia de dinheiro arrecadado ou carros, poupanças, casas e terrenos que foram “ofertados a obra do Senhor”. Afinal, nossas campanhas prometem coisas maravilhosas: prosperidade financeira, mudança de emprego, casas e carros novos; porém condicionando as bênçãos mediante a distribuição de ofertas (envelopes). Amados, fuja disso! Você já sabe como começa e como termina esse tipo de campanha. Nada muda! Começa bem e termina com envelopes. Pergunto: Qual diferença que tem as correntes evangélicas das promessas e penitências católicas? Nenhuma! É o mesmo que aquele homem que na sua ignorância carrega uma cruz de madeira por 40 Km para alcançar uma graça ou pedir perdão de seus pecados; ou aquele que sobe de joelhos os cem degraus das escadarias da igreja; auto flagela-se; ou crucifica-se na cruz como fazem os filipinos na Páscoa. Para Deus isso não tem valor. A idéia central reside nas obras e no sacrifício do homem. Qual seria o limite de nossos sacrifícios ou obras para agradá-lo ou alcançarmos a salvação? Quando atingiria com minhas obras a plenitude de um Deus perfeito e santo? Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se gloria(Ef 2.8-9).A graça está sobre todos os homens (bons em maus), porém, para sermos salvos temos que ter a fé no Senhor Jesus Cristo. Aceitá-lo como único Senhor de nossas vidas. Nisso reside o amor de Deus que nos deu seu Filho unigênito(João 3.16). Amados, não somos salvos por nossos méritos. Que mérito ou boas obras teria o ladrão na cruz? Haja vista que teve uma vida cheia de crimes. Que mérito ou boas obras teria aquele homem enfermo no hospital, que nos últimos momentos de sua vida, arrepende-se de seus pecados e recebe o Senhor Jesus Cristo em seu coração? Filhinho, Deus quer nosso coração. O problema dessa confusão teológica é que estamos criando um povo mimado, ingrato e rebelde. Somos como aquela criança insolente e chorona que bate os pés quando quer algo. Só queremos exigir do bom e do melhor na casa de nosso Pai. Queremos a melhor casa, o melhor carro, o melhor salário e emprego, saúde, mas a palavra obediência não mais faz parte de nosso vocabulário. Crentes assim são vulneráveis ao Diabo e na primeira tribulação e perseguição vão questionar a Deus e abandonar a fé em Cristo Jesus. E odiados de todos sereis por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo(Mt 10.22). Aprenderam um Jesus diferente da Bíblia. Deus trabalhará em nossas vidas para que sejamos a imagem e semelhança de seu Filho. Disse Jesus: Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós(João 15.20) Pergunto: Será que estamos dispostos a sermos perseguidos, injuriados, afrontados, caluniados e martirizados por amor a Cristo? Será que estamos dispostos a viver uma vida piedosa e justa em Cristo Jesus, e fazer a sua vontade? Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim(Gl 2.20) . Ensinar que os Crentes têm que exigirem seus direitos perante Deus é uma afronta a sua graça e soberania. Infelizmente não se pede, se exige, pois Jesus Cristo conquistou tudo para nós. Ensinos assim, chamamos de heresias, ou falsas doutrinas. Caro Pastor, confie mais em Deus. Dependa exclusivamente dele. Saia desse círculo vicioso. Você conseguirá! Não fique passando horas a fios pensando em mais um nome para uma campanha mirabolante em sua igreja, ou quem convidar para mais uma nova campanha. Descanse no Senhor. O povo de Deus precisa de palavra. As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em forno de barro e purificada sete vezes(Sl 12.6). Ela nos leva a verdade; nos liberta, alimenta e nos leva a salvação. Disse Jesus: Antes bem aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam(Lc 11.28). E não te preocupes com quantidade de pessoas. A quantidade vem depois com a qualidade. Pregue a palavra, não se importando se são 10, 100, 1.000 ou 10.000. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salva(At 2.47).Não te preocupes com as contas da igreja. Seja honesto e transparente com o dinheiro. O Espírito de Deus levará o povo a ofertar naturalmente e a serem fiéis dizimistas. A obra é do Senhor e não nossa. Ele cuidará de todas as coisas. Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós(1 Pe 5.7) Amados. O texto pode tê-lo chocado, afinal de contas, vai contra muitas coisas que aprendestes. Ore e busque a orientação de Deus, porque o Senhor te dará entendimento em tudo(2 Tm 2.7) Que Deus te abençoe! A graça e a paz sejam contigo. Amém. |
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Correntes, Campanhas e Amuletos.
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