Misticismo religioso no contexto da igreja
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Como bem falou o grande “príncipe dos
pregadores”, o grande C. H. Spurgeon, a mais de cem anos: “A apatia está
por toda à parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo
pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o
assunto”. Esta ainda é a realidade de muitas igrejas em nosso século.
O QUE É MISTICISMO?
Esta palavra pode significar muitas
coisas dependendo do contexto que está inserida. Por exemplo: Se alguém
gosta de orar muito ou de buscar de maneira enfática o poder de Deus,
ele é denominado por alguns de místico. Vejamos uma definição de
misticismo:
Aurélio: Misticismo: 1.
Crença ou doutrina religiosa dos místicos; 2. Disposição para crer no
sobrenatural. Místico: 1. Misterioso e espiritualmente alegórico ou
figurado. 2. Relativo à vida espiritual e contemplativa; 3. Religioso;
4. Aquele que procura atingir o estado extático de união direta com a
divindade.
Misticismo: Conjunto de
normas e práticas quem tem por objetivo alcançar uma comunhão direta
com Deus. O problema que os místicos sempre exaltam a experiência em
detrimento a Palavra. É a atitude da pessoa que deposita sua confiança
em algo que não existe, ou, mesmo que exista, é ineficaz. Exemplos:
orixás, iemanjá, ninfas, duendes, ídolos, amuletos, simpatias, água
benta, óleo ungido, galho de arruda e sal grosso. Seu nome deriva do
termo grego “mystikós”, relativo aos mistérios. Estes eram religiões
herméticas, somente reveladas aos iniciados, que deviam fazer voto de
guardar total silêncio a seu respeito. Na Grécia antiga, conhece-se os
mistérios de Elêusis e de Dioniso como seus principais representantes. O
adjetivo “mystikós” deriva do verbo “mio”, que significa fechar; mais
especificamente, fechar os olhos, porta de entrada do mundo sensível,
para que se torne possível o acesso a uma experiência de ordem anímica
ou espiritual; e fechar a boca, para que esta não procure falar disso
que, em sua essência, manifesta-se como indizível.
Em sentido amplo, podemos considerar a
mística como a irrupção do absoluto dentro da vida humana. Para a
filosofia neoplatônica, a mística é a atividade que conduz ao contato
direto entre a alma individual e seu fundamento divino. Este contato
possui o caráter de participação da alma em Deus. Para isso, é preciso
deixar de lado a realidade sensível, uma vez que Deus é intelecto puro,
sendo a alma, de caráter inteligível, a única via de acesso a Ele.
A mística neoplatônica influenciou
marcadamente o pensamento de vários filósofos e teólogos da Idade Média,
de modo a que se constituísse, assim, uma mística cristã medieval. A
mística é trabalhada pelos pensadores alexandrinos, em especial Orígenes
e São Clemente, em relação à história da salvação por Cristo e à
experiência de apreensão da Unidade Trinitária de Deus. Também no
gnosticismo ela se faz presente. Os Pais da Igreja alargam esta noção,
denominando místico todo o conhecimento da realidade divina, cujo acesso
é facultado através de Cristo. Santo Agostinho a define como uma
iluminação da alma pela luz procedente de Deus. Entre os séculos XI e
XIV, ela aparece como contraposição à tendência excessivamente
racionalista da teologia e filosofia escolástica. No século XVI, a
mística volta a ser intensificada, especialmente na Espanha, através de
São João da Cruz e de Santa Teresa d‟Ávila.
Além dos acima citados, os principais
representantes do pensamento místico no Ocidente são Fílon, Dionísio
Aeropagita, São Bernardo, São Boaventura, João Gerson, Mestre Eckhart,
João da Bohêmia, João Ruysbroek, Angela de Foligno e Ângelo Silésio.
MISTICISMO MODERNO
O problema é que quase sempre, os
místicos são induzidos a prescindir da Bíblia e se basear apenas em suas
experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois
eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma
interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos.
O Misticismo neopentecostalista é a
mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem elementos
espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as
espiritualizam, transformando-as em “proteções” semelhantes às usadas
pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço,
com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite,
colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos;
outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em
Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos
montes, ungem roupas para libertar as pessoas e etc.
As magias pagãs estabelecem como pontos
de contatos objetos tais como amuletos, talismãs, patuás, cristais,
pedras e coisas para “proteção”. O problema é que tais pessoas acabam
baseando sua fé em objetos. Estamos vendo novamente a famigerada
doutrina da Idade Média das indulgências, só que agora no meio
evangélico. A bênção é comprada. Quando mais dá, mais bênção. Hoje em
dia, estão sendo chamadas de correntes místicas todas as crenças em
seres intermediários, sejam anjos, demônios do bem e do mal, forças
ocultas e todos os poderes que podem interferir no cotidiano das pessoas
e que têm que ser dominados e controlados. Este tipo de misticismo
poderia englobar as correntes da Teologia da Prosperidade e da Nova Era.
Essa tendência pode ser vista no número
cada vez maior de pessoas que acreditam em uma revelação especial fora
da Bíblia, que buscam nortear-se por sonhos e visões e não pela Palavra
de Deus. Com a perda crescente dessa norma objetiva como regra de fé e
prática a tendência é buscar o subjetivismo e emocionalismo. Cada um
passa a crer naquilo que os grupos têm experimentado, e por isso o
testemunho de experiências sensacionais vai cada vez mais substituindo o
lugar da pregação da Palavra de Deus no culto.
É uma prática usada por várias seitas.
Por exemplo: A ROSA-CRUZ. Utiliza-se de objetos em suas práticas
ocultistas tais como: incenso, estátuas, toalhas, aventais, bandeiras,
decalques, discos, fitas K-7; publicações como monografias, de vários
graus, enviadas pelo Correio para os membros do Sanctum da Grande Loja.
Promete desenvolver o poder da vontade; manter a saúde; superar hábitos
maus, atingir uma conscientização cósmica; mudar o ambiente; superar o
complexo de inferioridade; decifrar antigos símbolos.
O Misticismo tem estado presente em
todas as épocas da humanidade. O Evangelho e as cartas de João e
Colossenses foram escritos para combater o pensamento gnóstico que era
cheio de misticismo (Cl 2.16-23). O Misticismo está intimamente ligado
ao panteísmo (tudo é Deus e Deus é tudo). Nos Estados Unidos houve um
movimento chamado Transcendentalismo que foi influenciado pela filosofia
Hindu, paralelamente a isso foi fundado o movimento teosófico por
Helena (Madame) Blavatsky, escritora russa. Paralelamente surgiu a
Ciência Cristã. O que eles tinham em comum?
A idéia de que o homem deve desenvolver a
sua divindade. Se descobrir o pleno poder que existe dentro deles.
Tendo o poder sobre a enfermidade, dos problemas etc. Essek Kenyon,
pastor evangélico, estudou numa das escolas da Ciência Cristã. Começou a
pregar que nós somos pequenos deuses, que temos o poder de criar a
realidade pelo que nós dizemos. Ele discipulou pela sua literatura
Kenneth Hagin que introduziu grandes heresias dentro da igreja
evangélica. No Brasil, a literatura de Hagin foi introduzida por R. R.
Soares.
HERESÍAS DENTRO DAS IGREJAS
“Se existe algo que a história nos
ensina, este ensino é que os ataques mais devastadores desfechados
contra a fé sempre começaram com erros sutis surgidos dentro da própria
igreja”. – John F. MacArthur Jr.
ORAÇÃO MÍSTICA: R. R.
Soares disse certa vez: “Nunca ore dizendo; Faça a tua vontade”. Paul
(David) Yonggi Cho, especificando seus pedidos sobre a escrivaninha,
bicicleta e a cadeira de rodas, disse: “Depois que aprendi a especificar
os meus pedidos, eu não tive mais medo de Deus errar na entrega”. No
entanto, veja estas passagens: Sl 94.10; Is 29.16 e Mt 6.8.
Resposta Bíblica.
Contradizendo o que esses pregadores ensinam veja os seguintes exemplos:
O pedido de Moisés (Dt 3.23-27), o espinho na carne de Paulo (2Co
12.7-10) e o próprio Jesus (Mt 26.39). O conselho de Tiago (4.13-16) A
galeria dos heróis da fé (Hb 11.32-40). A Falácia do “Há poder em suas
palavras” (até para criar) Exemplos bíblicos: Jacó (Gn 42.36); Davi (1Sm
27.1); os jovens na fornalha (Dn 3.17,18) e o pai do jovem lunático (Mc
9.23,24). Todos cristão, por mais fiel que possa ser, sempre passará
por tribulações.
Usam palavras mágicas, é o “abracadabra”
da fé. Não é preciso pedir e sim exigir. Jesus não só nos ensinou a
orar: … seja feita a tua vontade (Mt 6:9 e 10), como também pôs em
prática o que ensinou: … todavia, faça-se a tua vontade … (Mt 26.42).
Pronunciar uma frase por deliberação própria e dar a entender que está
autorizado por Deus, sem, na verdade, estar, é enganar o rebanho do
Senhor. Deus não opera onde há engano; não compactua com enganadores e
não terá por inocente aquele que tomar seu nome em vão (Êx 20.7).
HINOS ESTRANHOS E SEM CONTEÚDO: Devemos
oferecer a Deus um culto racional – Rm 12.1-2. A música está sendo
usada para animar os crentes. Há um triunfalismo exarcebado. A
verdadeira adoração é voltada para Deus, nunca para o homem. O louvor
místico não é adoração a Deus, mas instrumento de psicologia
humanística. Quase não há hinos que exaltem a Pessoa de Deus.
Onde está a Cruz em nosso meio? Os
grandes temas e mensagens de hoje são: “Você pode!”; “Você tem poder!”;
“Você faz e acontece!” Além disso, você é que diz se pode liberar,
soltar, prender e conquistar. É o homem, mediante fé na fé, que obriga
Deus a agir. O sangue de Jesus virou uma confissão positiva-mágica, para
ser usada antes de um tá amarrado! Assim, o sangue de Cristo não
purifica mais todo o pecado, mas virou palavra de ordem para amarrar o
pecador. O grande problema é que o fogo divino depende de Deus e o fogo
humano é produzido a qualquer hora, circunstância e empolgação. “Emoções
fortes despertadas durante o culto não constituem necessariamente uma
evidência de que houve verdadeira adoração” – John MacArthur Jr.
OS CRENTES NÃO PODEM ADOECER: Os
pregadores da fé afirmam que tanto a salvação quanto à cura física
estão totalmente garantidas em Is 53.4,5. Veja Mt 8.14-17 e 1Pe 2.24.
Ora, em Mt 8.14-17, Jesus ainda não havia morrido. Assim, o que Mateus
quis dizer é que dentre as atribuições do Messias, uma delas seria curar
os enfermos. Quanto ao texto de 1Pedro 2.24, podemos ver que o apóstolo
aplicou a passagem de Isaías 53 para se referir ao pecado e não à
enfermidade física. Deus cura sempre? A enfermidade de Timóteo (1Tm
5.23), de Trófimo (2Tm 4.20) e de Epafrodito (Fp 2.25-30). O espinho na
carne do apóstolo Paulo (2Co 12.7-10). Veja Gl 4.13-15; 6.11 e At
23.1-5. A morte do profeta Eliseu (2Rs 13.14-21). Devemos nos lembrar
que há uma cura melhor que a do corpo, é a cura da alma. Tenhamos mais
medo do pecado que dos sofrimentos.
PROFETISMO SEM BÍBLIA: Escutamos
frequentemente: “Eu profetizo!”; “Profetize pra seu irmão”. A Bíblia
ensina que a profecia não depende do “EU” querer: “… porque a profecia
nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de
Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo”. (2Pe 1:21). É bom
observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase;
ao contrário, quando profetizaram, disseram: “Assim veio a mim a palavra
do Senhor…” (Jr 1.4); “Assim diz o Senhor…” (Jr 2.5; Is 56:1; 66.1);
“Ouví a palavra do Senhor…” (Jr 2.4); “E veio a mim a palavra do Senhor”
(…) “disse o Espírito Santo…” (At 13:2); “…Isto diz o Espírito Santo…”
(At 21.11); “Mas o Espírito expressamente diz…” (1Tm 4.1). Em todos os
casos, não aparece o “EU”, aparece a pessoa divina.
Outro fator a pensar é este: As pessoas
que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias
bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria
ao povo. Mas, hoje, é só isto: “Eu te abençôo”. É um procedimento
totalmente fora da palavra de Deus. Deus é quem abençoa.
EXALTAÇÃO DO HOMEM: Algumas
pessoas dizem: “Eu não quero saber o que a Bíblia dia, eu quero saber o
que Kenneth Hagin diz”. O homem é o centro das atenções. O culto é
preparado para ele. Os louvores, a pregação “positiva”. “Muitos vêm
ouvir a Palavra somente para satisfazer seus ouvidos; eles apreciam a
melodia da voz, a doçura suave da expressão, a novidade do conceito
(At.17:21). Isso é amar mais o enfeite do prato do que o alimento em si;
isso é o mesmo que desejar mais agradar a si mesmo do que ser
edificado. É o mesmo que uma mulher que pinta o seu rosto e se esquece
de sua saúde”. Thomas Watson.
ÊNFASE DEMASIADA NO MINISTÉRIO DOS ANJOS: A
Nova Era fala também sobre o ministério dos anjos. Em nenhum lugar das
Escrituras somos ensinados que podemos mandar nos anjos. Hoje existe até
a troca do anjo. Os anjos estão sob a autoridade exclusiva do Senhor.
INTERPRETAÇÕES E PREGAÇÕES MÍSTICAS: Alguns
dizem que existe um sentido oculto que só pode ser alcançado pelas
pessoas especiais. As pessoas dizem: “Eu quero dizer uma coisa que não
está revelada na Bíblia, pois Deus me revelou nesta noite”. Ignoram as
regras de Hermenêutica e Exegese. Afinal, “Deus dá na hora”. As
pregações de hoje são mais de auto-ajuda do que a ministração do alto.
“A demanda gera o suprimento. Os ouvintes convidam e moldam os seus
próprios pregadores. Se as pessoas desejam um bezerro de ouro para
adorar, o ministro que fabrica bezerros‟ logo é encontrado” – John
MacArthur Jr.
USO DE CHAVÕES: Chavões
tais como: “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, “Eu decreto”, são
pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os
crentes e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem
Deus; colocam o “EU” na frente e soltam palavras que não fazem parte das
alianças divinas, das promessas divinas, dos oráculos divinos, dos
estatutos divinos, da graça divina, da misericórdia divina, do amor
divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus
não mandou declarar. “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, “Eu
determino” são expressões despidas da espiritualidade ensinada na
palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são
palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação
alguma. Veja o assunto: “Existe realmente poder em nossas palavras?”, na
página 32.
“Toma posse da bênção”.
Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos
que é errado usar o termo “Toma posse da bênção” como meio de termos as
bênçãos divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos e o próprio
Jesus nunca cometeram esse tipo de equívoco, pois, em lugar de dizerem:
“Toma posse da bênção”, eles disseram: “…se tu podes crer; tudo é
possível ao que crê” (Mc 9.23); “…Tende fé em Deus…” (Mc 11.22),
“…grande é a tua fé!…” (Mt 9.28) “…Seja-vos feito segundo a vossa fé”
(Mt 9:23); “Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda…” (At 3:6).
Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a palavra
de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus,
através da fé. Alguns pregadores, como Lutero, falam em “tomar posse”
mas num sentido muito diferente dos pregadores hodiernos.
FALSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS: É
“fogo estranho”. Levítico 9:1-24; 10:1-3. Podem-se encontrar
incensários à venda, fogo em pacotinhos, se você quiser. Ninguém faz
esta avaliação, ninguém pondera sobre estes sistemas, ninguém questiona
nada, o que interessa é fazer o povo feliz e deter o controle e o poder.
Que tipo de espiritualidade nós queremos? – Gl 3:3. Alguns dizem: –
Está sob o nosso controle: a gente faz dançar, a gente faz pular, a
gente faz chorar, se o Espírito não derrubar não faz mal não, a gente dá
uma pernadinha e o irmão cai; uma tapa na testa e pronto, tá resolvido.
É isto que o povo quer, é de espetáculo que o povo gosta, é novidade
que mantém o interesse da Igreja. A diferença entre a chama divina e o
fogo estranho é a de que a chama divina está no controle soberano de
Deus.
Fala-se hoje de “Tapete de Fogo”;
“Metralhadora do Espírito”; “Granada do Espírito”; “Vassoura de Fogo”;
“Unção do Riso”; “Cola do Espírito Santo”.
USO DE AMULETOS: Um
amuleto é um objeto de superstição. Pode ser descrito como: “um objeto
no qual está escrito uma fórmula de encantamento ou sobre a qual se
recitou um encantamento, com o fim de proteger a pessoa que usa contra
perigos, doenças, demônios, fantasmas, magia negra, e para trazer boa
sorte e fortuna”. (Frank Gaynor. Ed. Dictionary of Mysticism. Nova
Yorque. Citadel Press. sd.pp.10).
O uso dos elementos mágicos dos cultos e
das superstições populares do Brasil, entre eles o sal grosso (para
afastar maus espíritos), a rosa ungida (usada nos despachos e nas
oferendas a Iemanjá), a água fluidificada (usada por credos
espiritualistas a fim de trazer a influência espiritual para o corpo
humano), fitas e pulseiras (semelhantes na sua designação às fitas do
chamado Senhor do Bonfim), o ramo de arruda (usado para afastar coisas
más) e uma quantidade enorme de apetrechos aos quais se emprestam
supostos valores espirituais que podem ser passados por seus usuários.
No começo era a simples fé na oração,
agora a mistificação de objetos. Na crença animista cada objeto possui
uma alma, ou seja, é um ser espiritual. Atualmente alguns segmentos
acreditam que uma vez que se unge alguma coisa, ela passa a ter poder,
ou nos proteger como se fosse um espírito.
Ao aceitarmos o senhorio de Jesus,
recebemos o Espírito Santo (1Co 6.19 Ef 1.13); nossos pecados são
perdoados (At 10.43; Rm 4.6-8); somos recebidos como filhos de Deus (Jo
1.12); somos filhos, logo somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros
de Cristo (Rm 8.17); passamos da morte espiritual para a vida espiritual
(1Jo 3.14); somos novas criaturas (2Co 5.17); o Diabo se afasta e não
nos toca (Tg 4.7; 1Jo 5.18); não estamos mais sujeitos às maldições (Jo
8.32,36); a salvação nos leva a um relacionamento pessoal com nosso Pai e
com Jesus como Senhor e Salvador (Mt 6.9; Jo 14.18-23); estamos livres
da ira vindoura (Rm 5.9; 1Tss 1.10; 4.16-17; Ap 3.10), além de outras
bênçãos.
CARACTERÍSTICAS DE UMA VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE
1. Uma Espiritualidade Trinitária: A
verdadeira espiritualidade coloca Deus no centro. O Espírito glorifica a
Cristo. A soberania de Deus é proclamada e vivida. (1Cr 29.11; Dn 4.35;
Sl 115.3; 1Tm 6:15; Ef 1.11; Rm 11.36; Sl 39.9). O homem não passa de
vaso de barro. (Is 29.16; 45.9; 2Co4.7).
2. Uma Espiritualidade Verdadeira Coloca o homem no seu devido lugar:
Quem é o homem? 1Rs 8.46; Jo 14.4; Sl 51.5; Sl 58.3; Ec 7.20; Is 64:6;
Jr 4.22; Jr 9.5-6; Jr 13.23; Jr 17.9; Jo 3.3; Jo 3.19; Jo 3.36; Jo 5.42;
Jo 8.43,44; Rm 3.10-11; Rm 5.12; Rm 7.18, 23; Rm 8.7; 1Co 2.14; 2Co
4.4; Ef 2.3; Ef 4.18; 2Tm 2.25-26; 2Tm 3.2-4; Tt 1.15.
3. Uma Espiritualidade Comunitária. A verdadeira obra do Espírito produz amor cristão na igreja. Reconciliação e comunhão que desemboca na sociedade.
4. Uma Espiritualidade Centrada na Palavra de Deus. A verdadeira obra do Espírito aproxima as pessoas da Palavra de Deus. O misticismo afasta.
5. Uma Espiritualidade Missionária.
Há serviço, oração, intercessão, quebrantamento que extrapola os muros
de nossas igrejas. Vai para o campo, para as ruas, guetos e becos. Não
fica apenas “decretando” e “amarrando” os demônios na cadeira
confortável de seu templo. Não existe verdadeira espiritualidade sem
serviço. Hoje há muito ativismo, mas pouco serviço.
Como reconhecer o trabalho do Espírito Santo de Deus? Três critérios nos auxiliarão:
(1) O fim principal do trabalho do Espírito é a Glória de Deus. Cristo,
cheio e liderado pelo próprio Espírito, assim especificou – Jo 4.34;
5.19; 5.30; 5.43; 6.38; 17.4. No que dizem respeito aos demônios, estes
procuram a auto-adoração e a própria glorificação. Não é esse o desejo
de muitos pregadores de hoje?
(2) A suprema autoridade do Espírito é a Palavra de Deus: Dt 29.29. Demonstrar
mais estima e procura por “revelações ocultas” do que pela revelação
bíblica, é um insulto ao Deus todo-poderoso, que nos criou em amor para
que o adorássemos e o servíssemos. Sola Scriptura: Sl 19.7; 119.130; Pv
1.1,4; Ef 3.1-2,4; Dt 4.2; Dt 12.32; Pv 30.5-6; Ap 22.18-19; Mt 15.3-6;
Mc 7.5-7; 1Tm 4.1-2.
(3) A mensagem principal do Espírito é o Evangelho de Deus (At 1.2 e 8).
O PERIGO OPOSTO DE TUDO ISSO: O
racionalismo exagerado: Ou seja, não crer na ação do Espírito Santo nos
dias de hoje. Não sentir mais a necessidade de orar, de buscar a
presença de Deus, de santificação, de quebrantamento
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